Esta escola nos leva para um caminho de auto-conhecimento objetivando nossa auto-realização, por direções simples e sintéticas através do Supremo Absoluto ! Rua: Coriolano 169/171 Bairro: Pompéia - São Paulo/SP Tel: 3862 7321 ------------------------------- A Suddha Dharma é a fonte das religiões do mundo que nutriram no passado e continuam a nutrir atualmente as sagradas aspirações da humanidade. Ela é a raiz da Luz. (Marinês Peçanha de Figueiredo)
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
TRÊS FORMAS DE MEDITAR
Conferência proferida por Sri Vájera no templo do Suddha Dharma Mandalam e anotada taquigraficamente por uma secretária da organização.
Dedicamos esta publicação como um serviço à Obra Santa, motivada pela Divina Hierarquia em benefício e felicidade de todos os seres.
No livro Yoga Dípika se ensinam três principais formas para executar as meditações.
1. Saguna Dhyana: Esse é o nome pelo qual se conhece a primeira forma de meditação ou Dhyana. Começarei por explicar significado da palavra Saguna, que é composta pela sílaba SA, cujo significado é “com” e de GUNA que expressa “qualidade”. Disso obtemos que Saguna Dhyana significa “meditação com qualidades”, considerando as três divisões que podemos fazer da matéria, a saber: a Tamásica, ou inérte; a Rajásika, ou explosiva, arrítmica, ou destrutiva: a Sátwica, ou harmoniosa, rítmica, ou construtiva.
Para executar este primeiro Dhyana, meditação, temos que imaginar um ser espiritual, que pode ser chamado de Anjo, Guru, Mestre ou Santo. Não importa o nome nem o Ser escolhido, a base da meditação Saguna consiste em idealizar um ser divino que nos infunda maior devoção. Começamos imaginando estarmos frente ao Divino Ser que escolhemos, possuidor do Poser, Sabedoria, Amor e Glória, mais as qualidades de criar, manter e destruir. Também devemos pensar que a Divina Radiência que flui do Guru escolhido, que enlaça todo o nosso ser, transmitindo-nos suas divinas qualidades espirituais.
Esta primeira forma de meditação é também chamada “ externa” pois se medita para fora de nosso ser, imaginando-se estar frente à divina presença de uma espiritual entidade.Ao meditar em um ser radiante de paz, sabedoria, poder, amor divino e glória, estas qualidades repercutem no psìquico do devoto, que adquire pouco a pouco esses atributos que está recebendo e assimilando. Além disso fica assegurado que o Divino Ser invocado e meditado se apresenta para ajudar o discípulo a obter o êxito e os benefícios de sua prática meditativa e bons desejos.
2. Nirguna Dhyana: Também chamada “meditação sem qualidades” (da matéria). Esta segunda forma de meditação é dirigida ao interior, ao fundo do espírito no coração. Medita-se no Atman, mais conhecido pelo nome de Espírito Pessoal, ou Filho de D’eus, pois nosso Espírito é uma partícula divina do Supremo Ser.
Durante nossa vida nesta terra somos materialmente filhos do homem, devido à concepção física efetuada por nossos pais, sendo também filhos de D'eus, pois nosso espírito surgiu da divindade. Não é lógico dizer que o homem físico é criado a imagem e semelhança de D'eus, já que o Infinito Ser nunca teve princípio nem jamais terá fim, é Eterno, Imutável, Puro e Onipotente. Nossa manifestação física não tem nenhuma semelhança ao Supremo D'eus, nosso corpo material nasce, sofre, adoece, envelhece e morre, no entanto o Ego Espiritual que todo ser humano traz no Akasha, ou Éter do coração, este sim é semelhante ao Excelso, Transcendente e Infinito Poder Consciente do Universo.
Nosso Atman nunca teve princípio e jamais terá fim. Como está dito no Mangala Gáyatri “Amrtó Ham, Ayaró Ham” (imortal é meu espírito, sem princípio nem fim), este não sofre, não envelhece, não morre, possuindo, em essência, todos os divinos poderes em sua refinada pureza, livre das três qualidades materiais, as Gunas, Rajásikas, Tamásikas, Sátwica.
Este Atman, o Jiva individual interno, é o objetivo da Nirguna Dhyana, a comtemplação que se afetua repousando com alegria o pensamento na Luz Irradiante de Glória do Espírito, no coração. Esta Luz interna a vemos pintada em muitos quadros e imagens que representam coração de Jesus, de Maria ou de Grandes Santos ou Mestres que atualizaram seu Radiante Espírito. Essas pinturas ou imagens com o coração pleno de Luz não é fantasia artística, é uma realidade espiritual.
3. Suddha Dhyana: a “meditação No Puro ou Transcendental”. É transcendental por que não se medita nem para fóra, nem para dentro, tal como se executam as duas práticas anteriores. Medita-se na essência do Absoluto que está dentro e fóra transcendendo a tudo. Medita-se na Unidade, no Espírito de D'eus, que unifica todas as coisas e seres, dando-lhes a vida por meio da transcendente fusão de Seu Infinito e Consciênte Espírito.
Neste terceira Dhyana, a concentração de nosso pensamento e sentimento dirigen-se ao Espírito do D'eus Universal, não ao D'eus com forma, senão ao Espírito de D'eus que está no céu, na terra e em todo lugar. Um D'eus com forma não pode estar dentro de lugar algum, não pode estar um D'eus antropomórfico no ouro, no impuro ou no puro, no entanto a essência da Vida, o Espírito do D'eus Cósmico, está em todo lugar, no mais imundo e no mais santo, tal como os raios x podem penetrar em todas as partes de um corpo podre permanecendo sempre absolutamente puros. Assim o Espírito de D'eus está por todo o Universo, imutável, de pureza absoluta, atualizando todas as qualidades que podem manifestar-se nos seres e coisas que surgem Dele mesmo no espaço infinito.
Para compreender a Meditação Transcendental, a Suddha Dhyana, podemos nos ajudar com os seguintes exemplos:
- nas luzinhas de Natal, cada lâmpadinha tem um filamento diferente, mas é uma só a corrente que as une. Isto nos sugere a idéia do Espírito de D'eus transpassando e unificando a tudo. É assim que a Meditação Transcedental pode ser executada, imaginando-nos como se fossemos uma lâmpadinha vivificada por uma única corrente divina. Com esta visualização devemos tentar alcançar “contato consciênte” com o Onipotente Poder Cósmico doador de vida a todos os seres do Universo. Nisto consiste a terceira forma de meditação, tentar unificar-se conscientemente com o espírito de D'eus que compenetra ao infinito mundo.
Há outro exemplo que alguns instrutores indianos dão: a unidade de todos os mundos, seres e coisas é como um colar onde as pérolas estão mantidas e unidas por um mesmo fio, o Sutra Atma, que une internamente as pérolas do colar universal.
Nós estamos unidos pelo Espírito de D'eus, que nunca teve princípio nem nunca terá fim, não tem medo, direita nem esquerda, todo ponto do universo é o centro da ilimitada Substância Divina. Assim é a Suddha Dhyana, consiste em imaginar que estamos no centro do Espírito Cósmico, esforçando-nos com Amor e Alegria para termos contato consciente com a Essência da Vida existente em todo o Universo.
Também podemos imaginar que cada um de nós somos uma bolinha de cristal e que a omnidifusa Luz Divina nos dá a vida, iluminando todo o nosso ser e todo o Cósmos Infinito.
Todos sabemos que as esponjas do mar são seres vivos, elas nascem e vivem no mar rodeadas e compenetradas pela mesma água que vivifica a todas as demais. Assim também os seres humanos somos como esponjas, conpenetrados pela mesma Água de Vida de D'eus. Imaginemo-nos sendo uma esponja que está dentro do Divino Oceano, tentando manter contato consciente com essa Água de Vida do D'eus Universal que possui o Poder, Sabedoria, Amor e Infinita Glória.
Sri Vájera Yogui Dasa,
Don Benjamin Gusman Valenzuela