Sri Vájera Yogui Dasa
P: Estou interessado em saber se nossas súplicas são ouvidas e
obtem resposta do D'eus pessoal, dos Anjos, dos Santoa ou de outras entidades
espirituais.
É muito comum pedir que nos purifiquem, que
nos livrem de más tentações ou de baixos pensamentos, em uma palavra, que nos
façam puros, bons e felizes.
Imploramos-lhes que nos façam inteligentes,
com uma mente clara e pronta para resolver os problemas ou dificuldades da
vida. Imploramos-lhes que nos proporcionem bens materiais, saúde, fortuna e
tudo aquilo que nos possa fazer felizes.
Faço minha pergunta: Respondem as
entidades espirituais a nossas súplicas?
R: Não coloco em dúvida que esses rogos ativam nossa consciência em direção à Sabedoria e até certo ponto inspiram
para a conquista de bens terrenos, nada mais, por que por mais que peçamos ao
Senhor e às invisíveis potencias que nos purifiquem, senão soubermos faze-lo
devidamente e não adquirimos os méritos necessários, os Divinos Seres não nos
vão santificar nem nos trarão os bens pedidos.
Se, por exemplo, rogamos ao D'eus da Terra que
nos infunda inteligencia e não adestramos nossa mente com meditações e estudos,
não nascerá nem um grau mais do que a que temos.
Se Lhe pedimos fortuna, tampouco
a vai dar gratuitamente, isto é, sem merece-la.
Para esclarecer estas idéias lhe
esporei um exemplo dado por um Instrutor espiritual: conta o Guru que um
camponês ignorante e beato sentava-se ao pé de uma árvore que crescia
frondosamente em sua própria fazenda e assim meditava egoísta e profundamente
em D'eus, pedindo-Lhe que em seus campos se enchessem de trigo, que os grãos
amadurecessem graúdos e assim ter uma boa colheita. Rogava e rogava sem cessar,
sem exercitar os talentos e forças de que dispunha. Passou o tempo do plantiu e
das colheitas. O beato continuava meditando ao pé da árvore. Os campos, sem
regar, estavam secos. Nenhuma única espiga se via em suas terras e o agricultor
não obteve o ansiado fruto.
Por outro lado, havia um vizinho
que tinha sus campos cheios de espigas de bom trigo. O agricultor do campo
árido nunca o havia visto a meditar, nem pedir publicamente nada a D'eus, mas o
viu semeando, regando e cuidando, ele mesmo, com afinco, de suas terras. Havia
se sacrificado esforçando-se no rude trabalho, sem abandoná-lo quando o sol
fazia arder a terra nem quando a chuva, o relâmpago ou o trovão ressoava no
infinito. A abundante colheita havia-lhe custado estudo e mil continuados
esforços. Não há dúvida alguma que o êxito foi obtido pela própria e constante
atividade planejada com inteligência.
P: O que querem dizer, com esta parábola, os Mestres?
R: Eles nos advertem que nós, a medida que tomamos e desenvolvemos
energias, temos que utilizá-las junto com a ação, sem interrupção de nossas
práticas e orações diárias que energizam nosso ser e ativam a inteligência. Por
mais clara e radiante que seja a luz do sol, não a vemos senão fizermos o
esfôrço de abrirmos os olhos.
Nunca devemos esquecer que todos
nós, a medida que adquirimos energia, temos que atuar.
P: Quer dizer que ao mesmo tempo que executamos nossas práticas
espirituais e fazemos nossos pedidos aos Santos e Anjos devemos utilizar os
poderes que já temos para atualizá-los cada vez mais?
R: Se aspiramos inteligência, temos que adestrar o corpo mental com
o estudo. Quem quer sabedoria tem que abservar, comparar e recordar. Todas as
artes e as ciências devem ser analisadas com método. É uma das maneiras para
desenvolver a capacidade mental.
Temos que estudar e praticar para
adquirirmos conhecimentos úteis. Podemos receber tudo de D'eus, mas temos que
aprender um método para conseguirmos o que desejamos ou desfazer-nos do que nos
incomoda. Se queremos alcançar triunfo
espiritual, é necessário antes de mais nada, estudar a ciência do espírito da
alma.
P: Compreendo claramente que é correto implorar aos ocultos poderes
e fazer o esforço individual para conseguir aquilo que suplicamos. Mas qual o
método que temos que aprender para conseguir o que desejamos?
R: Os Mestres da Suddha Dharma Mandalam ensinam o método conhecido
como Suddha Yoga. Esse é um sistema que se ensina aos alunos graduados que
verdadeiramente querem progredir mediante meditações, comtemplações, mantras ou
orações e cerimônias que consagram grande poder. Além disso, esta escola de
Yoga, tem um corpo de Sacerdotes Yoguis que ministram verdadeiras iniciações as
quais, puruficam o discípulo e o conduzem a um rápido despertar espiritual.
Essas iniciações, além do conhecimento na arte religiosa, tranferem energias
que são recebidas pelo aluno bem preparado.
P: Explique isso das iniciações, que não entendi bem.
R: Colocarei um novo exemplo: o que acontece com uma semente que a
plantamos em boa terra?
A semente aí depositada toma da
água, do sol e da terra os elementos necessários para seu crescimento e total
desenvolvimento. Mas, ao mesmo tempo, flui de dentro de si mesma, uma tremenda
força para que os brotos rompam a casca, empurrem a terra, aflore à superfície
e continue crescendo até dar seus frutos. Existe uma força, como disse no
prágrafo anterior, que chega de fora e penetra ao interior. Ao mesmo tempo, há
outra energia, que surge do mais íntimo e se esparrama para o exterior.
Os iniciadores regam com seus
fluídos espirituais a semente de nosso ser, plantado em nosso próprio coração.
E nós, ao mesmo tempo, seguindo suas indicações, fazemos o esforço diário de
purificar e abrir a alma e ascender a luz divina que existe no coração. Assim o
dedicado discípulo, por sua vez, se converte em um iniciado portador da tocha
da iluminação. Ascenderá a luz do íntimo de seu ser, irradiando para fóra o
explendor da glória. Observando as práticas que nos ensinam os Hierarcas do
Mandalam, descerramos as portas do céu e entramos no reino do D'eus pessoal. Será
cumprida a sentença pronunciada por Jesus Cristo: “ Entrai primeiro no reino
dos Céus e todo o mais lhe será dado”.
Executando com afinco as orações
e as práticas espirituais, fazendo juntamente o que é devido e esforçando-nos para alcançar o que realmente
necessitamos, sem dúvida que seremos sempre socorridos pelas hostes invisíveis
de Anjos e Deuses.
Nota:
Importantíssimo lembrar que, Sri Vájera escreveu seus artigos a quase 100 anos atrás.
Ele morava em Santiafo/ Chile, um país essencialmente Católico.
Sendo assim, para não sofrer rejeições, optou por sempre mencionar inúmeras citações da Bíblia Cristã como exemplos de suas idéias.
Segundo seu entendimento, isso facilitaria a compreensão de seus leitores, já que a cultura oriental é bastante diferente da ususal.
Portanto, temos que elaborar nossa mente para um entendimento mais próximo do original, tendo sempre como ponto de partida, a aceitação de que Suddha Dharma NÃO é religião....e que esta Ciência está além do discernimento humano, porém como Ela é adaptável em Tempo, Lugar e Circunstância, Ela é moldável e expressiva em qualquer filosofia ou religião deste reino hominal.