segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A GRAÇA DIVINA POR INTERMÉDIO DOS HIERARCAS

Nossos agradecimento pela tradução realizada pelo Dasa  Alfonso Prellwitz.


Sri Vájera Yogui Dasa


P: O senhor tem falado do Mestre, diga-me: Como poderei chegar aos pés do Mestre e sentir sua magnífica figura e receber sua inspiração?
R: Temos que nos esforçar e lutar para derrotar os defeitos arraigados em nossas qualidades inferiores.


P: Mas lembre-se que não há ninguém no mundo que seja absolutamente santo, assim como não o há totalmente mal. As vezes vejo em alguns homens chifres de diabo, mas não posso negar que muitas vezes me emocionei ao ver em alguns asas de Anjos.
R: Em nós mora o Eu Superior e o eu inferior.
 Essas forças travam contínuas batalhas.
 Os que tentamos seguir esta senda santa devemos nos esforçar para que o Eu Superior, o espiritual, vença ao inferior, o mundano.
O eu inferior, ou seja, nosso corpo de carne, com seus veículos e sentidos, apesar de transitório, vence momentaneamente o Eu Superior que é o espírito com suas eternas qualidades divinas.
O imortal espírito perde incontáveis batalhas, enquanto o pesado pé do eu inferior o tritura envolto em baixas paixões.
Uma em mil vezes tentamos desenvolver potentes forças internas para que esse Eu Superior brilhe em todo o seu explendorm triunfante nas batalhas da vida.


P: No entanto, apesar de nossos desejos, de nossas forças interiores e do desejo de superação, ao querermos bater nossas asas para nos alevarmos voltamos novamente a ser arrastados por esse transitório e malígno eu inferior.
Quase sempre não conseguimos aniquilar as más qualidades que habitam em nós e dessa maneira continuamos batalhando toda a vida.
R: Desgraçadamente é assim, pois devido a nossas fraquesas nos perdoamos pensando que mais tarde teremos as forças supremas e que seremos mais fortes para vencer. Cremos que triunfaremos dentro de um mês, um ou vários anos.
Se passam muitos períodos, mas ainda do que imaginamos, e nossas baixas paixões continuam a nos vencer.
Mais ainda, podemos ser enterrados bem  fundo na terra e o espírito contaminado com os corpos astrais, impuros, segue nos planos sutís sendo dominado por pensamentos e sentimentos perversos. Percorremos muitas vidas, renascemos uma e outra vez, e sempre lutamos com o eu inferior para alcançar mesmo que seja só um grau de perfeição.


P: Como podemos alcançar a glória ou essa perfeição que outros alcançaram chegando assim ao grau de santidade?
R: Serve para nós como grande esperança saber que outros lograram o estado de santidade depois de muitas vidas de cruentas batalhas.
 Que grande felicidade para nós é saber que não somos os únicoa que estamos empenhados nesta luta e que há outros que antes triunfaram.
No livro dos livros, o Bhagavat Gita, visto sobre o aspecto símbólico, relata a batalha entre as boas e as más potências na vida do ser.
 Na batalha dos Pandavas com os Kauravas, há um carro que apresenta a Arjuna e a Sri Krishna.
O Eu Superior está simbolizado pelo Avatar Sri Krishna dentro do carro da Guerra, em nossa alma, como o Rei no fundo da alma, mas também se representa ao eu inferior no chão, ajoelhado, simbolizado por Arjuna.
 Tomando esse feito em seu sentido simbólico, o carro representa o nosso corpo e os dois personagens que viajam nele, nossas duas opostas personalidades: O Eu Superior e o eu inferior.
Neese maravilhosos livro se faz ver a instrução que o mestre dá ao discípulo para que domine suas baixas tendências.
A voz do mestre desliza com sublime tom, incentivando o discípulo a que seja valente, a que vença seus temores e paixões, tal como foram vencidos pelos santos antepassados. E a mesma voz do excelso mestre afirma que houveram muitos heróis neste mundo que venceram ao eu inferior e que o discípulo pode ser mais um a alcançar o sabor do fruto da sabedoria.


P: Que grande incentivo é para nós saber que outros alcançaram a vitória! Posso lhe perguntar: Como é isso? Eram aqueles seres feitos de outra matéria, mais pura, para que pudessem vencer?
R: Não, sómente que em comparação a esses grandes seres nós ainda não chegamos a essas dimensões de progresso devido a estarmos colocados em planos evolutivos relativamente inferiores.
 A vida nos arrasta com as paixões que nos envolvem, como se fôssemos séres sem vontade própria, ficando estendidos no chão, derrotados por nossos desejos impuros.


P: Mas... como podemos trocar essa natureza tão débil e mundana? Como fazer que se supere e se transforme em forte?
R: Para conseguir tal progresso estão os Mestres da Sabedoria, que são os que nos guiam e nos influenciam para obter a graça divina.


P: Mas essa graça é um privilégio para uns, ficando outros à margem dela?
R: A graça é uma transfusão de fluídos espirituais, sutilíssimos, divinos e gloriosos. Essa graça divina, os mestres não a dão senão a aqueles que a merecem e a desejam sinceramente com pureza de coração.
“Pedi e recebereis” está escrito no Evangelho.
 Sri Krishna no campo de batalha ensina a Arjuna a maneira de pedir dizendo-lhe: “ Pede proteção e força à Divina Mãe.
 Ela é a que dá todos os poderes”.
Para alcançar a liberação final não bastam nossas forças e nem nossa vontade e inteligência.
 Para vencer devemos implorar a graça da Divina Mãe, conhecida pelos grandes sacerdotes da Ìndia pelo sagrado nome de Sri Yoga Devi.


P: Como o senhor traduz esse nome?
R: Yoga significa União e Devi  traduz-se como Divina. Portanto Yoga Devi é que une e direciona essa união de todas as hostes Angélicas e de todos os seres criados.


P: Quer dizer que para sermos felizes e derrotar o mal temos que encontrar um mestre de sabedoria e, além disso, é necessário envocar sempre a Divina Graça da Rainha da Hierarquia Branca e então,  com a ajuda d’Eles nos livraremos do egoísmo, da inveja, da sensualidade e de outras más qualidades do eu inferior que o senhor um pouco antes descreveu?
R: Posso garantir que pela Graça da Divina Mãe e dos Mestres podemos vencer nossas fraquezas e alcançar bens materiais, celestiais e criar novas possibilidades de gozosas glórias.


Nota: 
Importantíssimo lembrar que, Sri Vájera escreveu seus artigos a quase 100 anos atrás.
Ele morava em Santiafo/ Chile, um país essencialmente Católico.
Sendo assim, para não sofrer rejeições, optou por sempre  mencionar inúmeras citações da Bíblia Cristã como exemplos de suas idéias.
Segundo seu entendimento, isso facilitaria a compreensão de seus leitores, já que a cultura oriental é bastante diferente da ususal.
Portanto, temos que elaborar nossa mente para um entendimento mais próximo do original, tendo sempre como ponto de partida, a aceitação de que Suddha Dharma NÃO é religião....e que esta Ciência está além do discernimento humano, porém como Ela é adaptável em Tempo, Lugar e Circunstância, Ela é moldável e expressiva em qualquer filosofia ou religião deste reino hominal.