Sri Vájera Yogui Dasa
P: Conversava com uma pessoa sobre
temas contidos na Ciência do Suddha Dharma Mandalam.
Dizia-me ela
que para avançar nesta senda é necessário ter uma ânsia permanente de se chegar
a ver ao mestre e render-se aos seua pés.
Me diga, isso é
verdade?
R: Para os estudantes da filosofia espiritual,
isto é, para áqueles que desejam seguir a senda da perfeição, o mais importante
é querer progredir de todo coração e com plena sinceridade mental seguir as
indicações dos Grandes Seres.
P: É verdade que temos que tentar
vencer a todos os obstáculos que se oponham?
R: Temos que estar firmemente decididos
a destruí-los para alcançar o progresso espiritual. Não esqueça que a primeira
condição psíquica que se pede ao aluno quando ingressa no Suddha Dharma
Mandalam, como é indicado pelo Grão Mestre Iniciador Sir Subramanyaier, é
querer progredir. Não importa a moral nem a vida privada ou pública das pessoas
para serem admitidas no Mandalam, mas é necessário, além da condição anterior,
respeitar nossos estatutos e regulamentos.
P: Como assim, não interessa a vida
privada?
R: A nossa diretoria não lhe interessa
a vida de ninguém, não se preocupa com o estado de consciência em que está a
pessoa, é suficiente que o discípulo, aceitando nossos regulamentos, queira
alcançar a Sabedoria Divina e a Gloriosa Paz. O discípulo consagrado é
adestrado para criar em si mesmo uma firme e potente vontade que o conduza ao
triunfo da primeira iniciação.
P: Há iniciações no Mandalam?
R: As há maiores e menores que são
outorgadas pelos iniciadores aos discípulos, os quais, quando se purificaram,
adquirem poderes, podendo recordar sonhos proféticos e maravilhosas revelações
além de uma série de milagres que se produzem mediante as práticas do Yoga.
P: Eu quero seguir sempre adiante e
colocar todas minhas ânsias e minha
vontade em progredir, este tem sido e sempre será meu mais ardente desejo.
R: Se o senhor persistir sempre e tiver
força suficiente para fazer suas práticas, com firme vontade e sem que a
calúnia, a doença ou a miséria possa afastá-lo da senda, então vencerá.
O maravilhoso
livro intitulado Bhagavad Gita, no primeiro capítulo, diz que Arjuna sentiu
desânimo ante as inúmeras provas pelas quais tinha que passar ao lutar para destruir
todas as qualidades inferiores que lhe eram contrárias ao avanço de sua vida no
caminho espiritual, negando-se a seguir em frente o mestre lhe diz: “ De onde
vem, Arjuna, esse imenso desânimo que te fecha as portas do céu”?
P: Sim, recordo perfeitamente essas
palavras do Bhagavat Gita, livro que encerra tanta sabedoria.
R: Esse caminho espiritual é a senda do
esfôrço, da própria luta interna e individual. É necessário adquirir o poder e
a vontade que os Mestres querem que tenhamos. Um poder firme, uma vontade
inquebrantável que nada nem ninguém, como dizem nossos Mantrans, possa
perturbar-nos ou afastar-nos da santa senda. Isso é o que faz falta no mundo,
homens e mulheres de grande caráter para levar este excelso ideal à apoteose.
P: O mais importante para ser um
Discípulo dos Mestres do Mandalam é desejar progredir mediante o estudo da
doutrina, fazer os exercícios diários contidos nas lições graduadas e trabalhar
com firmeza, sem desanimar para
conseguir bons êxitos em seu próprio ser e amar a prosperidade da Organização
que o aceitou como benemérito irmão.
R: Cada discípulo deve preparar-se
intelectualmente para converter-se em um idôneo apóstolo, bom conhecedor de
nossa ciência religiosa, sem que nada nem ninguém possa fazê-lo desistir nem
afastá-lo desta Santa Senda, mas sim que se conserve até a morte firme de
coração e mente e com ativa vontade, sem duvidar de que os Siddhas,
considerando os méritos adquiridos, lhe transmitiram a sabedoria necessária
para converte-lo em um imã que atrairá incontáveis desorientados que com afã
buscam um refúgio santo e uma ciência superior.
P: Estou muito emocionado ao ouvir suas
palavras tão maravilhosas que despertam um sólido otimismo, que conduzem a uma
vida melhor e a encontrar a tão ansiada verdadeira felicidade.
Nota:
Importantíssimo lembrar que, Sri Vájera escreveu seus artigos a quase 100 anos atrás.
Ele morava em Santiafo/ Chile, um país essencialmente Católico.
Sendo assim, para não sofrer rejeições, optou por sempre mencionar inúmeras citações da Bíblia Cristã como exemplos de suas idéias.
Segundo seu entendimento, isso facilitaria a compreensão de seus leitores, já que a cultura oriental é bastante diferente da ususal.
Portanto, temos que elaborar nossa mente para um entendimento mais próximo do original, tendo sempre como ponto de partida, a aceitação de que Suddha Dharma NÃO é religião....e que esta Ciência está além do discernimento humano, porém como Ela é adaptável em Tempo, Lugar e Circunstância, Ela é moldável e expressiva em qualquer filosofia ou religião deste reino hominal.