Transliterado por Margareth Gonçalves(Devi Dásika),
Ashramacharya do Ashram "Sarva Mangalam e Gnana Dhatha do Suddha Dharma
Mandalam.
É um tema difícil
e árduo para a inteligência humana, e há quem diga que é impossível destrinchar
tamanho mistério.
Mas como o homem tem
a faculdade infinita de investigar, agora iremos analisar esta matéria tal como
temos feito com outros estudos: saciando-nos com o ofício de intelectual
felicidade porque, se nós chegássemos a um ponto em que ficássemos detidos na
sabedoria ou no conhecimento, iríamos nos sentir extremamente pesados com
nós mesmos, devido à paralisia do nosso
progresso.
Existem pessoas que costumam dizer que não devemos estudar
nem investigar os mistérios, mas é justamente isso que devemos fazer.
A mim mesmo chegaram
a dizer que Deus castiga tamanho atrevimento.
Sem demora, o próprio
Cristo disse: “Observem as escrituras”, ou seja, devemos estudá-las
profundamente.
Deus não nos castigaria porque tratamos de conhecer as leis
da matéria e do espírito.
Diz-se que a trindade
é um mistério tão grande que não podemos sequer pensar nele, por ser um grave
pecado examinar tal matéria.
Eu não sei o porquê;
somente pelo fato de termos o desejo de conhecer mais sobre Deus? Sri Rama
Krishna dizia sempre aos seus discípulos: “Sou escravo do desejo da
investigação.”
O conceito da trindade não é somente católico, como algumas
pessoas acreditam.
A idéia da existência
da trindade é muito mais antiga que o cristianismo.
Os egípcios adoravam
a trindade em Hórus, Ísis e Osíris; o bramanismo tem, desde tempos remotos, a
noção da trindade com Brahma, Shiva e Vishnu (a Trimurti).
O judaísmo tem como
referente Kether, Chokmah e Binah.
Os ciganos: Rei,
Rainha e Valete.
Já os católicos se
referem a tal mistério ao falar do Pai, Filho e Espírito Santo.
O curioso é que todos
eles coincidem em que são três coisas distintas, mas que formam uma só
entidade; quer dizer, que são três pessoas distintas e um só Deus.
O que há de mais importante no Universo está constituído em
três bases distintas, que formam uma só coisa.
A vida, por exemplo, se desenvolve com três pessoas
distintas.
Nenhuma delas pode
ser suprimida, porque cessaria a vida.
Essas três bases são:
o pai, a mãe e o filho.
Se nós tirarmos o filho, destruiríamos a continuidade da
existência; se suprimirmos a mãe, a vida também ficaria vazia; e se tirarmos o
pai, destruiríamos a base essencial da semente da vida organizada do gênero
humano.
Esses três pontos –
Pai, Mãe e Filho – formam uma só entidade: a família e a vida.
A Roda do Tempo
Outros três pontos referentes à nossa existência se
encontram na própria natureza do tempo.
O que é o tempo? Ele está composto de períodos diferentes:
passado, presente e futuro, estando os três perfeitamente unidos, formando
assim um único e contínuo fluxo.
A cada momento, a
cada instante, o presente se transforma em passado, e seguimos do presente para
o futuro, e os três diferentes períodos formam uma coisa única, que é o tempo.
Ele também se produz pelo movimento das formas.
O que é um dia? É o movimento dos astros no céu.
O sol, ao se elevar nas montanhas e percorrer o céu, nos dá
sua luz e, ao esconder-se, submerge-nos nos obscuros minutos da noite.
Os dias, anos e
séculos não são mais do que os aspectos que mudam através do tempo, na perpétua
transformação do presente, passado e futuro.
Em contínuo movimento, as coisas se transformam no espaço e
no tempo.
Se não existisse o
movimento, tudo ficaria estático, a vida terminaria.
Pensem em como seria o Universo sem nada: absolutamente nada
se moveria.
Pensem como seria se, em nosso corpo, não se agitasse o
coração, se nossos pensamentos não atuassem, se nossas sensações fossem
anestesiadas; que, se o infinito todo fosse uma eterna quietude, então, não
haveria vida.
Dentro desse movimento das coisas, temos formas, e as formas
estão constituídas em três pontos: alto, raso e profundo.
Essas três medidas nos dão o volume de uma determinada
coisa, ou seja: a forma.
Estudando muitos outros aspectos dos três princípios básicos
nos quais está constituída a vida em nosso mundo físico, e tomando-os como
base, podemos elevar-nos à vida infinita e suprema de Deus.
Na infinita alma do Universo, encontramos energias
criadoras, conservadoras e transformadoras.
Há uma força que cria
as coisas, que as forma, e outra que as conserva.
Todas as formas foram criadas pela força do Universo, mas ao
mesmo tempo em que são criadas e conservadas, há um terceiro poder ou
manifestação, que é a transformação.
A partir do momento em que tivermos alcançado a vida, no
nascimento, atua o poder conservador, mantendo-nos como indivíduos, ou seja,
pessoas.
Mas o poder
transformador do tempo, com seus minutos, horas e anos, trabalha para nossa
transformação e morte.
Assim são todas as
coisas da vida: nascem, se conservam e morrem.
Tudo gira nessa
eterna roda.
Trindade
O poder criador é que forma parte desse Universo, com suas
vias lácteas, planetas e astros.
Ele é o Pai, a potência criadora.
O Filho, ou seja, a
criação do Universo, é o resultado de uma força ativa.
O poder que flui entre o Criador e o criado, quer dizer,
entre o Pai e o Filho, é o Espírito Santo.
Repetindo, direi que
o Pai é a energia criadora; o Filho, o criado; e o Espírito Santo é a vida, ou
a semente divina.
Essas três
subdivisões de energia são: a força criadora, a conservadora e a
transformadora.
A força criadora, o criado e a vida no criado constituem o
Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Cada um desses
poderes atua de maneira inteligentíssima.
Em todos esses ensinamentos que as religiões nos revelam há
uma base científica e real que, desgraçadamente, as religiões não explicam, e
pretendem que as pessoas que as seguem não a questionem e nem busquem a mais
alta sabedoria.
Deus representa a
força positiva, negativa e neutra, difundida por todo o Universo, e mais a
consciência centralizada em tudo.
“Em Deus não existe tempo: não há passado, presente ou
futuro”.
E não há tempo no
espírito de Deus porque Ele não se move, é imóvel; e é imóvel porque ocupa todo
o infinito.
Deus não pode cair
nem para a direita nem para a esquerda, porque está em todas as partes.
Se nós estivéssemos envolvidos por um caixão que tivesse
sido feito perfeitamente ajustado, e todo o corpo estivesse dentro sem sobrar
um milímetro, não poderíamos nos mover devido à ocupação de todo o espaço.
Assim, Deus está ocupando todo o infinito.
Está em todas as
partes, no céu, na terra e em todo o lugar.
Deus está no homem
mau, no pecador; e igualmente no bom; está no feio e no bonito, no sujo e no
limpo.
Está envolvido no
todo.
É a vida dos anjos, é o espírito interno do demônio.
Permanece sempre puro e não se contamina; é como os raios
que transpassam a podridão de um cadáver e não se contaminam.
Assim é a força cósmica inteligente do Universo,
conservadora e transformadora, a trindade em todos os seus aspectos, que está
em todas as coisas.
Nota:
Importantíssimo lembrar que, Sri Vájera escreveu seus artigos a quase 100 anos atrás.
Ele morava em Santiafo/ Chile, um país essencialmente Católico.
Sendo assim, para não sofrer rejeições, optou por sempre mencionar inúmeras citações da Bíblia Cristã como exemplos de suas idéias.
Segundo seu entendimento, isso facilitaria a compreensão de seus leitores, já que a cultura oriental é bastante diferente da usual.
Portanto, temos que elaborar nossa mente para um entendimento mais próximo do original, tendo sempre como ponto de partida, a aceitação de que Suddha Dharma NÃO é religião....e que esta Ciência está além do discernimento humano, porém como Ela é adaptável em Tempo, Lugar e Circunstância, Ela é moldável e expressiva em qualquer filosofia ou religião deste reino hominal.
Nota:
Importantíssimo lembrar que, Sri Vájera escreveu seus artigos a quase 100 anos atrás.
Ele morava em Santiafo/ Chile, um país essencialmente Católico.
Sendo assim, para não sofrer rejeições, optou por sempre mencionar inúmeras citações da Bíblia Cristã como exemplos de suas idéias.
Segundo seu entendimento, isso facilitaria a compreensão de seus leitores, já que a cultura oriental é bastante diferente da usual.
Portanto, temos que elaborar nossa mente para um entendimento mais próximo do original, tendo sempre como ponto de partida, a aceitação de que Suddha Dharma NÃO é religião....e que esta Ciência está além do discernimento humano, porém como Ela é adaptável em Tempo, Lugar e Circunstância, Ela é moldável e expressiva em qualquer filosofia ou religião deste reino hominal.