segunda-feira, 5 de novembro de 2012

D’EUS E SATÃ

Nossos agradecimento pela tradução realizada pelo Dasa  Alfonso Prellwitz.



Muitos  discípulos  do  SUDDHA DHARMA MANDALAM, como também pessoas do mundo profano, têm-me escrito  perguntando se os Mestres desta organização crêem ou não na existência de Satanás ou em um ser rival do Deus terrestre que, desde as origens da criação do homem dedica-se sem descanso a dificultar o conhecimento divino que é a principal meta de tudo que têm vida consciente neste mundo. 

Esforcei-me em expor minhas idéias sobre este tema fazendo uma síntese, o mais objetiva possível, do que tenho aprendido através dos ensinamentos dos Instrutores desta organização.

A meu modo de  ver  todas  as  religiões,  sem exceção, tem  tratado de duas potências espirituais que dirigem ocultamente a evolução dos seres vivos, levando-os por contínuas mudanças à infelicidade, à dor, à aflição ou à morte. O poder organizado que nos impele em direção a felicidade denominamos Hierarquia Branca e o que nos faz sofrer moral, intelectual   e  fisicamente  o  conhecemos  como  as  Hordas Negras.

Nosso livro intitulado Bhagavad Gita, refere-se a estas forças nos capítulos e versículos que transcreverei.
No capítulo I, versículo XII. Sri Krishna disse a seu discípulo Arjuna: “Entoa o Hino a Durga, com pureza de coração, para derrotar as Hordas Inimigas”.

Assim aconselhado pelo Divino Conhecedor, Arjuna entoou o Hino dizendo a Divina Mãe, rainha da Hierarquia Branca (versículo XXIII) “Tu, realmente vences aos inimigos infernais”.

Dentro da Maha Guha existente ao norte dos Himalaias, o Mahatma Vyasa empregando sua faculdade de ver no plano akáshico escreveu o Bhagavad Gita mil anos depois de ter-se produzido este admirável diálogo no campo de Kurushetra, momentos antes da Mahabhárata. 
Essa obra tem sido conservada exata na biblioteca privada que mantêm os Hierarcas da Suddha Dharma Mandalam os quais, considerando que este maravilhoso texto da Bhrama Vídya, ou Divina Ciência, neste mundo, havia sofrido através dos séculos muitas alterações e ademais, haviam se suprimido importantes frases e capítulos inteiros, com o agravante de ter-se mudado a ordem dos versículos; decidiram entregar ao Pandit SrinivasaChariar uma cópia da Gita escrito em sânscrito para que fosse traduzido  ao inglês para sua divulgação completa, com todos os vinte e seis capítulos, aos Dignos Membros do Mandalam. Devemos a esse generoso ato dos Mestres  que  tal  canto sagrado tenha chegado a nossas mãos.

Desde os primeiros versículos da Gita vemos neles que a Deusa que venera a Hierarquia Branca em seu aspecto Durga é citada, quem usando a Shakti de Bhram, ou poder divino, impregna o discípulo com força e vontade consciente, que abrindo sua alma com pureza de   coração   a  implora, desejoso de vencer os obstáculos que o impedem de realizar seu glorioso Atma, ou espírito eterno, oculto pelas densas capas de vrittis, ou vibrações tamásicas, ou rajásicas de nossa mente e sensações inferiores. 
Além da proteção da Divina Mãe, temos o auxilio proporcionado por outros seres dos mundos espirituais, representados no Cristianismo pelo arcanjo Miguel, que com sua lança (expressão de uma firme vontade) nos Céu mantém satanás  sub-  julgado. Este simbolismo também pode ser compreendido como se o Eu superior frente a uma firme vontade, vence o eu inferior.

Este mesmo feito o representa a Virgem Maria, vencendo as forças inferiores simbolizadas  pela  serpente  rendida sob seus divinos pés. No capitulo II, versículo 18, o Senhor, Representande do Narayana cósmico diz: “Conhece-me como a ciência da manisfestação física, a causa primeira do cosmo”, o cristianismo expressa esta mesma idéia declarando que Deus é o primeiro motor do universo, mas o Gita agrega no mesmo versículo: “Também deve saber que os seres com qualidades divinas ou demoníacas se originam de mim”. Sri Krisna, com inspiração divina nos ensina que devemos ter sempre presente para compreender em consciência, que tanto os seres que alcançaram a divindade como os  demoníacos   são  igualmente   filhos do mesmo Deus, pois tudo que existe inanimado, como os inúmeros seres viventes em todos os reinos da natureza visível e em cada um dos planos sutis, originaram-se Dele.

No corpo cósmico de Deus manifesta-se a vida através de variadas formas, em progressivo e ilimitado avanço de poder, consciência, amor e glória. Esta é outra importantíssima verdade que devemos ter presente e bem compreendida.

Capítulo IX, versículo 4 “Aqueles  de natureza sátwica, adoram aos Devas, os rajásicos preferem a veneração asúrica (impura), e enquanto que os tamásicos adoram imagens não consagradas e hordas de elementares”. Neste versículo estão sintetizadas as categorias dos espíritos angélicos e satânicos,  declarando   que existem seres humanos de natureza sátwica, ou pura, de elevada consciência e conhecimento que veneram os Santos Mestres e Deuses. A  outros, isto é, os rajásicos – perturbados, hediondos, fanáticos, que desejam conseguir bens mediante práticas incorretas e revolucionárias, prejudicando a si mesmos e a outros seres, na busca da comunicação com espíritos diabólicos ou de mortos que não alcançaram a Prapti, ou a santidade, pela qual sem a libertação das experiências humanas nem tendo alcançado a sabedoria divina, conduzem ao erro e a dolorosas catástrofes materiais e psíquicas os seres humanos.
 Os tamásicos são aqueles ignorantes que acreditam que sem nenhum esforço individual,  bastando  ter  consigo ou em suas casas imagens, estatuetas, medalhas ou qualquer outro objeto representativo de algum ser, é o bastante para estarem protegidos e guiados ao êxito, e se isso não for suficiente para sua falsa fé tamásica recorrem a invocação de elementares ou espíritos inferiores dos mais baixos planos astrais.

Comparados com os demônios, os espíritos elementares são muito inferiores, sendo empregados como serventes para influenciar os seres terrestres a executar atos prejudiciais. É assim como os elementares produzem o desejo de fumar a tal ponto que mesmo pessoas com grande força de vontade, não conseguem dominar esse nocivo vício; outros provocam a vontade de ingerir bebidas alcoólicas, levando tal ser a enfermidades de irreparáveis conseqüências, e como último exemplo, digo que são esses demônios que induzem uma pessoa a jogar e perder toda a sua fortuna e o levam, em seu desespero, ao suicídio.
Os demônios e elementares gozam e buscam com ânsia as vibrações de emoções fortes emanadas pelos seres terrenos. 
A quietude e  a  paz   os cansa e desespera. Não é que os seres comuns procurem emoções fortes por serem intrínsicamente maus,    são qualidades dos sentidos, os quais, são atraídos pelas sensações que por sua vez, complementam o aprendizado da sabedoria produzindo o bem ou o mal o que agrada ou desagrada o belo ou o feio. Um exemplo do desejo de emoções dolorosas é a assistência de um grande público onde atuam boas companhias dramáticas. Se os artistas comovem os expectadores  a tal ponto de os fazer chorar, é porque estes acharam o drama bom e interessante. Mas, se os atores não conseguem impressionar fortemente aos que pagaram uma boa soma de dinheiro para sofrer, sentirse-ão frustrados. O que acontece no teatro, também se pode aplicar às telenovelas.

Capítulo XVII, versículo 6. “Assim como os ventos sopram em toda extensão,  estando eternamente contidos no firmamento, assim também deves saber que todos os seres manifestados estão e se movem em Mim’.

Entenda-se a palavra “Mim”, escrita com maiúscula como referindo  -se  à Substância Pura e Consciência do Cosmos. O Avatar Sri Krishna afirma que todos os seres, sejam eles considerados espirituais ou materiais, movem-se e vivem em Deus.  Vivem os Santos, Anjos, Mestres, demônios, rakshasas e elementares. Nada existe fora desta Substância espiritual. Nós, seres humanos, sejamos ignorantes ou sábios, imperfeitos, corrompidos, santos ou demônios, todos sem exceção alguma, vivemos dentro do ESPÍRITO ONIPRESENTE DE DEUS. Nada  hà que fique fora do espírito uno eternamente e imperturbável de Deus, imutável. Ele nem vai nem vem. Não está nem se retira. Permanece sempre com sua qualidade principal de ser imutável, o que indica a máxima perfeição.

Até agora extrai do Bhagavad Gita alguns versículos. Continuarei com versículos tirados da Bíblia latina traduzida ao espanhol com anotações dos santos padres católicos, pelo ilustríssimo senhor Don Felipe Scio de San Miguel. Responsável pelos ensinamentos das escolas Católicas de Castilla, preceptor do príncipe de Astúrias e o Bispo de Segóvia. Bíblia editada em Paris, por Rosa e Bouret, no ano de 1854.

Continuarei este estudo analisando alguns capítulos e versículos do  Gêneses, como esta historieta fosse real, mas extraindo a Sabedoria oculta que contém seu simbolismo.
Gêneses capítulo II versículo 9 “O Senhor Deus da terra ( se refere ao Deus planetário) produziu toda  árvore formosa à visão e suave para comer. Também a árvore da vida e, no centro do paraíso a árvore da ciência do bem e do mal.”

Neste versículo temos que considerar a existência de duas árvores: Primeiro a do bem e a do mal, e segundo a da vida. Estas duas árvores simbolizam duas coisas importantíssimas. As pessoas que estudam a Ciência Oculta,  devem saber o significado deste simbolismo que será explicado adiante.
Capítulo II versículo 17. “Mas da árvore da ciência do bem e do mal não comas,  porque em qualquer dia que comeres dela, morrer morrerás”.
É assim que o Deus Jeová proíbe a Adão e a Eva de comer o fruto da árvore do bem e do mal, isto é, diferencia os pares de opostos que se produzem na vida, já que estes indivíduos não tinham noção  do  que era útil ou do que era prejudicial. Eram dois idiotas que nem sabiam se estavam nus ou cobertos. Estavam alheios a todo conhecimento, como explica o versículo 7 do capítulo III.

“ E foram abertos os olhos da cegueira. E  tendo eles percebido que estavam nus, cozeram folhas de figueira e fizeram-se aventais.”
Mas, quem foi que lhes abriu os olhos dando-lhes o conhecimento do bem e do mal? Foi o anjo mais belo do céu, como seu nome expressa: Luz-Bel. Bela Luz, quem também é chamado de Lúcifer. Luz e Força. Ele é Luz, Sabedoria, Formosura e Poder. São nomes que denotam grandiosidade. É este anjo, pleno de poder, sabedoria e beleza, quem diz a Adão e a Eva.

Capítulo III versículo 4 e 5.  “ E disse a serpente a mulher: De nenhuma maneira morrer, morrerás. Porque Deus sabe que: Em qualquer dia que comeres dele, serão abertos vossos olhos e sereis como deuses, sabendo o bem e o mal”.

Com estas palavras, Luz-Bel impulsionou esses dois imbecis que sequer tinham idéia do que era bom ou mal, a começar a trilhar a senda do conhecimento do bem e do mal, até comerem da arvore da vida.

Na interpretação de cada palavra Bíblica, há que se  ir bem  a fundo em seu significado para ser o mais justo possível. No versículo anteriormente citado, o anjo belo lhes diz: “De nenhuma maneira morrerás, com isso lhes deu o conhecimento da eternidade do espírito, o qual jamais se funde ou se dissolve no éter cósmico. 

Depois lhes diz: “Serão abertos vossos olhos e sereis como Deuses, sabendo o bem e o mal”. 
Aqui, o ser de luz e força ao dizer “serão abertos vossos olhos”, a que olhos se refere?.
 Não pode ser aos olhos físicos, pois ambos os indivíduos os tinham bem abertos, vendo eles mesmos sua nudez e também toda a beleza e exuberância do imenso paraíso.
 Não há dúvida que essa abertura de olhos se referia à vista espiritual, a qual se atualiza com a evolução progressiva dos chakras, ou centros da alma, no caminhar, vida traz vida, pela senda das experiências felizes e tristes, deixando em nós, todas elas, a faculdade de diferenciar entre o que nos leva para o bem total de nosso ser, dando-nos vigor, saúde, memória e inteligência, ou o que somente nos conduz à falta de energias, doença e toda decadência física, moral e intelectual.

Este florescer dos Chakras é o que nos transporta ao conhecimento dos planos sutis, os Lokas, onde também progridem os seres que neles habitam. 
Essa visão da alma, junto com outros sentidos que podem ser atualizados, nos leva também a perceber a inalterável radiância de glória de nosso espírito eterno, acompanhado de todas as Shaktis, poderes e qualidades divinas.
 Isso se consegue através das muitas encarnações e desencarnações pelo mundo terreno, adquirindo em cada uma todo tipo de experiência para terminar quando o despertar do Atman tenha se completado, isto é, quando se chega ao Prapti, a realização final, que deixa o ser humano apto a passar para a categoria Angélica.
 É por isso que Satã lhes diz  também:”E sereis como Deuses, isto é, como anjos, que continuam ascendendo nos planos sutis e através das diversas categorias celestiais.
 Assim começa a evolução do ser, mediante a experiência do bem, dirigida pela Hierarquia Branca e a experiência do mal, a cargo das hordas negras.
 É Satã o grande Hierarca que chamou para si mesmo a responsabilidade e o aborrecido cargo de adaptar a cada ser humano, por meio de legiões de anjos, as lições difíceis e necessárias que conduzem ao progresso integral aos seres viventes. Todo dia comemos do fruto do bem e do mal, com suas alegrias, penas, amor, ódio, valor ou medo, resolvendo as experiências e lições dos pares opostos. Entre o conhecimento e a ignorância, o bem e o mal, adquirindo por experiência própria, a consciência progressiva da análise e síntese da vida. Até quando? Até chegar a comer da segunda árvore, que simboliza o florescer da sabedoria, que brota da abertura do próprio espírito que está dentro do nosso coração, arraigado na Substância Pura do Espírito de Deus que tudo contém.

De acordo com o que dia a Bíblia, continuarei relatando o que aconteceu a Adão e Eva, depois de comer o maravilhoso fruto que lhes abriu os olhos do conhecimento.

Capítulo III versículo 22. “E disse: Eis aqui Adão, como se fez um de nós, sabendo o bem e o mal. Agora pois  que não estique sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva para sempre”.
Versículo 24. E expulsou a Adão e diante do paraíso pôs Querubins, e  uma espada que lançava labaredas, e andava ao redor para guardar o caminho da árvore da vida”.

Nestes versículos se dá a entender que o homem, adquirindo o conhecimento das leis do bem e do mal atualiza poderes e se ainda não desenvolveu uma consciência santa os utilizará para fazer o que crê ser bom e proporcionar-se satisfações e prazeres, mas equivocando-se por falta de conhecimento chegará a ser infeliz. 
Pior ainda, se não está devidamente preparado e pretende usar os divinos poderes do Eu Superior, o Atman, como também o poder de Kundalini, o qual está guardado pelas tremendas e dolorosas labaredas com que se defende o Fogo Sacro daqueles que imprudentemente, sem a pureza integral, querem levantar o véu de Isís.
Despertar a serpente da sabedoria e do poder, a amada Zulamita do cantar dos Cantares, que se encontra ao pé da macieira, simbolizando assim ao Kundalini na base do sistema nervoso, que se desenvolve desde o sacro e esparrama sua energia por intermédio dos nervos para cima por todo o corpo. 
Se os nervos, ou “Nadis”, não estiverem protegidos pela substância chamada Pranavayu, ou estão obstruídos por toxinas ou impurezas, como também se for forçada a atualização do kundalini, então essa energia ao correr pelos sujos canais nervosos, sem a proteção necessária formada pela castidade, produz queimaduras e rupturas que desesperam, enlouquecem e matam.

A famosa estátua La Conte que está  no vaticano, representa o homem triturado por serpentes em consequência de levantar a força Ígnea sem o devido preparo. 
Dentro do simbolismo e mitos bíblicos, sabemos, vendo por outro ponto de vista que a árvore do bem e do mal com seus ramos e raízes, representa o sistema nervoso. 
A Serpente enrolada em sua base é a Espiral de Energia  Kundalini. Adão, do lado direito, a corrente positiva (Pingala). Eva, do lado esquerdo, a corrente negativa (Ida).
 Ao centro do tronco da árvore, a intercessão dessas energias, constituindo a energia neutra (Shushumna). Sobre essa energia que corre pelo canal central da coluna vertebral, podemos encontrar muitos detalhes no livro: “The  serpent  Power”, de Sir John Woodroffe e no livro de Charles Leatbeeter intitulado “Los Chakrans y el Fuego Serpentino”.

Também encontramos referências a esta energia na obra “Doutrina Secreta” de H.P. Blavastky.
 A continuação copiarei duas ou três referencias ao despertar desta energia que aparecem no “Cantar dos Cantares “  do rei Salomão. 
Alguns  ignorantes   afirmam que este cantar é uma narração erótica, porque eles não sabem que a Raíz do Poder e da Glória, Salomão a simbolizou pela Amada a quem “jamais se deve despertar por artifícios de magia negra”, até que mediante a pureza integral, amor e felicidade, esteja o discípulo com seu corpo físico e emocional preparado para suportar e dirigir a Poderosa Energia de Kundalini.


 O CANTAR DOS CANTARES


CapítuloII, versículo 7. CapítuloIII, versículo 5. CapítuloVIII, versículo 4. “Conjuru-os, filhas de Jerusalém pelas corsas e pelos servos dos campos, que não levanteis nem faças despertar a amada, até que ela queira”.

Coloquei aqui todos estes versículos juntos por serem muito parecidos entre eles. A continuação transcreverei algumas frases do cantar que indicam claramente o perigo que há para aqueles que se esforçam em levantar essa energia com o propósito de  faze-la circular pelos nadis, a fim de desenvolver poderes psíquicos, sem ter o devido preparo.

CapítuloV, versículo 15. “ ------------------: poço de águas vivas, que correm com ímpeto desde o Líbano.”
Capítulo VI, versículo 9. “Quem é esta, que marcha como -----, formosa como a lua, escolhida como o sol, terrível como um exército de esquadrões?”
Capítulo VIII, versículo 6. “Usa-me como um selo sobre teu coração, como um selo sobre teu braço. Porque  forte   como a morte é o amor, duro como o inferno, o ciúmes. Suas lâmpadas  são lâmpadas de fogo e de chamas.

Fazer um comentário mais extenso sobre este livro para provar fielmente que sua simbologia se refere a árvore da vida guardado por Querubins e espadas de mortíferas chamas será objeto de outro trabalho dedicado a este interessante feito que se desenrola no interior do corpo e da alma do ser humano.

Como dizia ao começar este comentário, no paraíso terreno, há duas árvores: a do bem e a do mal e a da vida. 
O bem é o dharma, ou o correto viver que conduz à Chama do amor vivo, o Jyothi do coração.
 Junto com o Mal o adharma, ambos são necessários para adquirir a Sabedoria que nos leva ao conhecimento da Vida, experimentando por si mesmo as alegrias e dores que conduzem a diferenciação dos pares opostos, até chegar à transcendental síntese de que não existe realmente nem bem nem mal e que quando ocorre no Cosmos é para aumentar a evolução da sabedoria constante do espírito individual e eterno, até cumprir o mandato do Cristo citado nas páginas bíblicas como: “Sermos perfeitos como vosso Pai o é”.


O D`EUS PLANETÁRIO


Continuarei fazendo uma curta explicação, segundo os Mestres da Suddha Dharma Mandalam, sobre o Deus Planetário que rege a evolução de todos os seres terrenos. 
Não podemos confundir o Deus deste mundo terreno com a Divindade Cósmica, sustentadora da ordem constante de tudo que é visível e invisível, existente nos ilimitados mundos que hão surgido dentro do infinito. Os Narayanas planetários são oniscientes, isto é, possuem a perfeita sabedoria. Nunca erram, tudo sabem, tudo compreendem, jamais se equivocam.

Um conhecedor do Yoga Brahma Vidya deve ter firmemente arraigada esta sabedoria Brahmica: Que Deus é imutável, perfeito, sem que jamais se arrependa do que fez.
 Estas palavras são muito importantes, pois vamos ver alguns arrependimentos de Jeová, extraídos dos muitos versículos mencionados na Bíblia de como Ele se arrependeu de suas ações.
Repito que os sábios do Brahmanismo asseguram que o Deus terrestre jamais se arrepende, pois tudo que Ele realiza é perfeito.

Voltando as primeiras páginas do Gênesis nas quais vemos o seguinte: O Deus Bíblico esculpe Adão e Eva no paraíso e os submete à prova da obediência, dando-lhes a ordem de não comer do fruto da árvore mais bela do paraíso, como transcrevemos anteriormente do versículo 17 do capítulo 2.
 Pode alguém pensar que Deus não sabia que estes dois seres iam ou não comer do fruto da árvore do bem e do mal? Pode alguém crer que um Deus Onisciente  necessite  submeter  a provas o que fez, infundindo-lhe sua própria vida?

Não somente o Deus Planetário tem perfeito conhecimento do resultado de seus atos, os Enviados Divinos, os Avatares, também o possuem.

Analisando este versículo no sentido histórico, sabia ou não Deus que os estúpidos e terrenos seres, sem discernimento do bem e do mal, iam comer do fruto proibido?

Podemos supor que o Deus eternamente Onisciente nada ignorava desde antes de organizar as hordas celestiais, pois Ele tinha que saber o que aconteceria depois de criar a Terra.
 Minha mentalidade não aceita a exposição de um Deus que necessita continuamente experimentar o que faz e, ainda por cima, comete erros. 
A Hierarquia da Suddha Dharma e seus membros querem apagar mediante seus livros e instruções o baixo conceito que se têm, vulgarmente, de um Deus ignorante dos resultados de seus atos. Nós,  os  discípulos do Mandalam, não rebaixamos os pensamentos sobre Deus, os enaltecemos.
 Ao expor estas idéias, não é que estejamos criticando a Deus, muito pelo contrário, O enaltecemos ao garantir que Ele não comete equívocos.

Está exposto na Bíblia, como uma verdade histórica, que Deus, antes de formar a terra  acompanhado de todas as categorias Angélicas, escolheu como seu principal ajudante e secretário o anjo mais inteligente, poderoso e belo chamado Luz-Bel, ou Luz e Fer e este colaborador se revolta contra seu Deus, induzindo  inumeráveis anjos do céu, a guerrear contra Aquele que o havia honrado com um alto cargo de Secretário Divino.
 Mas outro ser chamado São Miguel Arcanjo, luta contra Luz-Bel e o vence em uma guerra celestial e demoníaca.
 Pode uma pessoa culta crer que ao Deus Planetário lhe falta sabedoria e se equivoca?

Eu posso errar em função de minha ignorância.
 Se  admito um servente ou empregado e tendo-lhe entregue minha confiança ele me engana e rouba, não há dúvida que fui eu o ignorante de sua falta de honradez. 
Não posso sequer pensar que um ser divino erre no céu. Com certeza  jamais  posso  pensa-lo.
 Os Mestres da Sabedoria no Oriente afirmam que o Deus Planetário, os Avatares ou os Anjos, nunca erram nem acima, nos planos sutis, nem abaixo, nos reinos materiais.
 Contudo, no primeiro livro Bíblico, o D`eus Jeová, coloca a prova a obediência destes dois, inconscientes do bem e do mal que foram Adão e Eva, proibindo-os de comer do fruto com o aspecto mais saboroso, da encantadora árvore plantada no centro do paraíso.

Suponhamos que temos dois ratos e os colocamos em uma bela jaula dourada cheia de alimentos, colocando no meio de todo este alimento, um visível, aromático e atrativo pedaço de um bom queijo. 
Após isso, dizemos a estes pequenos ignorantes animaizinhos: “Comam de tudo o que há aqui, menos deste queijo”. Não há dúvida que os ratinhos comerão também um pedaço de queijo.

Para ratificar o dito anteriormente, vou avançar pelas páginas da Bíblia e chegar ao Novo Testamento e referir-me a esse Enviado Divino,  chamado Jesus,   que  descendeu   à terra para ajudar o ser humano acrescentando-lhe o nível consciente e espiritual.
 Este Avatar, possuídos de imensa sabedoria, diz a Pedro em uma de suas últimas cenas: “Tu vais me negar” e Pedro responde com plena consciência e grande amor: “Não Senhor, nunca ti negarei”. Mas Jesus, conhecedor do presente e do futuro repete: “Sim, antes que cante três vezes o galo, vais ter-me negado”.
 E assim foi. 
Se um Avatar sabe o que vai acontecer, ou o que pode uma pessoa fazer: Como não vai saber o Supremo e Divino Deus da terra?
 Com toda certeza não há nada que Ele ignore.
 A Ciência do Suddha Dharma, contesta o conceito que possa ter um humano idealizando um Deus ignorante, que tem que colocar a prova o que Ele mesmo faz.
 Ele não necessita provar nada nem a ninguém. 
Antes de nascermos, o ser divino, sabe tudo que somos capazes de fazer, sem ignorar o mais mínimo detalhe.
 É a sabedoria perfeita.
 É transcendental a ideia ou conceito que declara os grandes sábios religiosos da Suddha Dharma.



O LIVRO DE JÓ


Continuaremos este estudo com outro livro Bíblico: O livro de Jó, cujo contexto pode nos induzir a uma interpretação equivocada de Deus e Satã.

Capítulo I, versículo 6. “Pois um dia em que compareceram diante do senhor os Santos Anjos, se apresentou também entre Eles Satanás”.

Notemos que: Junto com os Santos Anjos também comparece Satanás como um companheiro e amigo em um determinado lugar no Céu onde se celebra uma augusta reunião. É assim, como entre os Santos Anjos se encontra nessa reunião de Santos o grande Hierarca Satanás.

“Ao qual disse o Senhor:  De onde vens? E Ele respondeu dizendo: Tenho rondado a terra e a tenho percorrido”.

Nesse caso, imaginemos o Senhor Jeová rodeado por todo corpo de seus santos Anjos, diferenciando entre todos a Satanás, tendo visto que é ao único que dirige a palavra.

Capítulo I, versículos 8, 9 e 10.”E lhe disse o senhor: Por acaso tens reparado em meu servo Jó, que não há semelhante sobre a terra, homem humilde e correto, que teme a Deus e se afasta do mal?”

“E Satanás respondeu e disse: Por ventura,  Jó teme muito a Deus?”

“Por acaso não tens rondado a Ele e a sua casa e a todas as suas terras, tens abençoada as obras de suas mãos e suas   posses tem crescido na terra?”

Com estas últimas palavras Luz-Bel rebaixa a atuação da Vida Santa de Jó, declarando que a sua santidade é pelo quanto Deus lhe está dando tudo o que é bom e valioso, e acrescenta, segundo os versículos seguintes: “Destrói tudo o que Ele possui e verás se não te amaldiçoa frente a frente”.

Considerando o que Satanás disse, o Senhor sentindo-se desafiado o autorizou dizendo-lhe: “Tudo o  que Ele possui está em tuas mãos, somente não lhes faças mal”.

É comum no mundo existirem pessoas que enquanto se lhes dá o que desejam declaram ao seu bem feitor generoso e bom, mas no dia que não se lhes ajuda, o protegido declara ao seu protetor ávaro, mau, sem espírito fraterno nem coração. E assim, com estas incitadoras palavras, satanás obteve a permissão de colocar a prova a sanidade de Jó.

Nestes versículos bíblicos fica bem estabelecido que o diabo não faz nada sem a permissão de Deus que o autoriza ou o proíbe de fazer certos atos, tal como lhe ordena no capitulo I versículo 12 : “somente não estendas tua mão contra ELE. e saiu Satanás da presença do Senhor”.

Obtida a permissão, o diabo matou as mulas, os bois, as ovelhas e os pastores, os camelos os filhos e as filhas. Apesar de todos estes males ( Versículo. 20), levantou-se Jó e rasgou suas vestes e raspou sua cabeça e prostrando-se em terra adorou,...

No capitulo II, Versículo. 1 a 7, são relatados outros acontecimentos em que os filhos de Deus voltaram a apresentar-se diante do senhor com a principal figura do santo Satanás entre eles, a quem Deus diz “Tens me incitado contra Ele, para que lhe afligisse em vão”.

Se Satã pode incitar a  Deus a fazer injustamente o mal, o que não poderá fazer conosco? Mas vejamos no versículo seguinte, como Satanás continua em forma mais maligna a “incitação” dizendo ao Senhor, Capitulo II versículo.5: “estende tua mão e toca seus ossos e carne e verás então como te amaldiçoa”. 
Ao ouvir estas palavras, o Deus Jeová, assim provocado, permite ao demônio que  “fira a Jó com ferimentos profundos desde as plantas dos pés até ao alto da cabeça, com a proibição de lhe tirar a vida. ( Capítulo II, versículos 6 e 7).

Como é possível incitar a  Deus a fazer algo mau?

Pense!

Não é Deus, em outros versículos Bíblicos, considerado Onipotente, Imutável e Onisciente?

Nós podemos ser induzidos e também podemos induzir, o mal a outras pessoas, empregando distorcidas e  enganosas  palavras,  abundância  ao dinheiro, como também pelo medo, aterrorizando a consciência de uma pessoa angustiada e necessitada.

 Igualmente é possível obrigar ao mal, pela força bruta, aos fracos de caráter. 
Nunca culpemos o Diabo pelos males que nos venham.
 É Deus quem, observando nosso progresso integral permite a Satã  a aplicar as difíceis lições até onde são suportáveis. 
Tiremos de nossa mente a idéia de que Satã é um Espírito mau.
 É um colaborador obediente dos desígnios de Deus. 
Não devemos odiá-lo. 
Está cumprindo sua triste, aborrecida e delicada missão, sob a supervisão do Senhor.
Depois de autorizar Deus ao demônio como está expresso nos versículos 5 e 7 do capítulo II, impôs a Jó, Satanás, com chagas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça  ( capítulo II, versículo 7).
Quem o enfermou?

Satanás com a autorização de Deus (  capítulo II, versículo 6).

É assim que através destes acontecimentos Bíblicos fica estabelecida a verdade de que as forças do bem (Deus) unem-se aos poderes do mal (Satã) com o único objetivo de fazer progredir os seres.
 Na literatura Védica, encontramos repetidas vezes a frase: “O bem e o mal vem de Deus”. Isto é, o agradável e o desagradável, a alegria e a dor, a vida e a morte, se produzem em total harmonia com as leis da existência de toda a manifestação, no espaço sem limites do Universo.
 Os conhecedores da sabedoria Brahmanica não duvidam, desta verdade, pois Eles sabem que tudo concorre para desenvolver a integridade dos poderes e faculdades divinas que possui a essência do ser. Essa afirmação é confirmada nas duas frases do versículo 10 do capítulo XLII: “O Senhor então se compadeceu do estado em que se encontrava Jó”.

A um estudante da Suddha Dharma ser-lhe-á impossível aceitar essas palavras com as quais se indica que o Senhor se compadece do homem que ele mesmo autorizou martirizar. Isto é falso, pois o Senhor não se compadece nem se arrepende de seus feitos, pois tudo que Ele faz é planejado com sabedoria. Suas obras são perfeitas. O plano divino mesclados de dor e alegria, de ignorância e sabedoria,  leva a despertar, ou aumentar as boas qualidades do Espírito e acrescentar os bens materiais.

Capítulo XLII, versículo 10. “E deu-lhe Deus a Jó em dobro tudo quanto havia tido”.

Este parágrafo ratifica o dito anteriormente,  no  sentido de que todos os bens da vida aumentam quando o ser segue com firmeza as leis eternas da Vida Universal, vencendo com coragem e firmeza de vontade tudo o que se opõe a conquistar o propósito integral de evolução que é chegar a comer o fruto da árvore da sabedoria, mediante o perfeito florescimento dos sete Chakras, centros da Alma, começando assim a tomar um progressivo e consciente contato com o Parabrahman.

A conclusão a que podemos chegar com este relato Bíblico é a de assegurar que Satanás é um Servidor obediente de Deus.




JESUS CRISTO  E  SATANAS


Agora vamos ver na Bíblia que dizem São Mateus e outros evangelistas, sobre outras atuações de Satanás com o avatar Jesus Cristo.

Mateus capítulo IV, versículo 1: “Então o espírito levou Jesus ao deserto”.

Como é que Jesus se deixa levar pelo demônio, para o deserto, para ser tentado?
 Pensemos que Jesus não é Deus. É um enviado de Deus, tal como Ele mesmo declara quando diz: “O Pai me enviou”.
Versículo 2: “E tendo jejuado por quarenta dias e quarenta noites, teve fome”.

O número 40(quarenta) é muito importante para compreender a “chave numérica” como também a chave do número sete no livro Bíblico. 
Quando aparece o número 40 quer dizer: desgraça, dor, sofrimento, calamidades. Por exemplo: O povo Judeu é escravo no Egito durante 40(quarenta) anos. Jesus jejua 40 dias e 40(quarenta) noites. 
O dilúvio universal dura 40(quarenta) dias e 40(quarenta) noites. 
Mas o número 7(sete) é outra coisa. 
O sete é o êxito, triunfo, descanso, paz. 
O Egito deixa de sofrer quando termina as 7 pragas. 
Josué triunfa sobre Jericó, derrubando as muralhas, após a banda de músicos de seu exército, treinada esotericamente no poder do som, ter completado 7(sete) voltas. Até a morte de Jesus está marcada pelo número sete.
 Jesus descansa, seu espírito deixou este mundo de ignorância e dor depois de dizer as sete palavras. A criação do mundo foi feita em sete épocas.
 Deus descansa no sétimo dia. É assim como os números contém uma chave importante na simbologia Bíblica.

Versículo 3: “E chegando a Ele o tentador lhe diz: Se és filho de Deus ordena que estas pedras se façam pão”( não lhe disse que era Deus).

Versículo 4: Jesus lhe responde e diz: “Escrito está, nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.

Versículo 5: “E o Diabo o leva a um elevado monte”.

Versículo 9: “E o leva a Jerusalém e o coloca(-----Pág 57) do templo”.

O que isto te sugere?
 O Demônio passeia com Jesus por muitos lugares, sem que Ele oponha a menor resistência a tão Satânica companhia, com a qual estabeleceu um ami gável diálogo.

Versículo 3. Diz Satã: “Se filho de Deus és, darte-ei todo este poder e a glória deles, por que a Mim foi dado e a quem eu queira os dou. Se prostrado Me adorares serão teus”.

Versículo(-----): “Se és filho de Deus, lança-te daqui. Por que escrito está que a seus Anjos
Mandou para que te amparem em suas  mãos,  para  que não firas teu pé em alguma pedra”.
Vers 12, e respondeu Jesus: “Não tentarás ao senhor teu Deus”.

Vers 13: “E acabado toda tentação retirou-se o Diabo até o tempo”.
Versículo 14: “E voltou Jesus virtuoso à Galiléia”.

O mesmo Diabo que o havia levado o deixou de onde o havia tirado, tudo isso aconteceu em perfeita harmonia. Jesus não se opôs em nenhum momento. Esta passagem da vida de Jesus podemos também considera-la como um símbolo.
 As pessoas que seguem as práticas ocultas, geralmente, querem poderes sem se esforçar em conseguir seu progresso integral, purificando seu corpo e sua alma mediante a adoração a Deus.

Primeiro  temos  que,  entrar  no reino dos Céus e depois tudo se obtém”, surgem os poderes, podendo transmutar a matéria ( converter pedras em pão, levitar, viajar pelo espaço, desenvolver o dom do desdobramento e também, podemos conseguir outro Siddhis, poderes). 

Mitos são os que entram nas práticas ocultas desejosos pelo dinheiro, saúde e todo tipo de bens materiais para seu próprio egoísta prazer. Isso é adorar a Satã impulsionado pela parte demoníaca e egoísta do ser humano que, governado pelo seu Eu inferior, sofre contínuas tentações.

Diz Jesus: “Também está escrito, Não tenteras ao senhor teu Deus”.

No versículo 10 acrescenta: “Adorarás ao senhor teu Deus e a Ele servirás”.

Segundo a Sabedoria dos grandes Yoguis, a adoração a Deus é o mais importante que devemos ter em nossa consciência. 
Devemos ter a presença do Supremo deus no mais profundo do Éter, o Akasha do coração, e adorá-lo totalmente, entregando-se ao Onipotente Poder, Sabedoria e Glória, deixando de lado toda preocupação e desejo mundano.

Como devemos começar a adorá-Lo?
 Primeiro devemos tratá-lo com alegria e amor, ir progressivamente tomando contato, no mais profundo de nossa Alma, com o Espírito Universal, para que nosso ser seja puro e assim, com sabedoria, usar beneficamente todos os poderes que já temos e os que venhamos a adquirir no decorrer dos tempos futuros.
 Os grandes iniciadores não ajudam o despertar de poderes nas pessoas egoístas, sensuais, invejosas ou malignas. Mas são muitos os que querem, seguindo falsos livros, Mestres ou sociedades, aprender a viajar no astral, ver a distância utilizando os sentidos da alma e outros poderes, sem  ter  nenhum    preparo moral ou espiritual.
Em uma ocasião diz Jesus: “ Abandona   pai  e  mãe, toma tua cruz e segue-me e nenhum discípulo da Suddha Dharma Mandalam entende essas palavras ao pé da letra, pois sabe que o significado oculto delas é aplicável somente quando se pratica a meditação transcendental, pois somente neste momento temos que esquecer o mais amado e querido, como naturalmente devem ser seus pais, simbolizando com essas palavras o “mais apreciado que temos em nossas vidas”, mas o senhor diz mais: “Toma tua cruz e segue-me”. 
Esta frase faz o discípulo saber que, assim como nas primeiras palavras lhe indica esquecer o que mais ama, com a segunda frase lhe indica a necessidade de esquecer toda preocupação mundana, por mais dolorosa que seja a circunstância pela qual está passando e render-se totalmente à vontade do Supremo Deus. 

  Esta atitude de rendição absoluta à Divindade e o servir impessoalmente a todos os seres, é o que significa amar a Deus e servi-Lo posto que Deus não pode ser servido diretamente, Ele é servido através do servir ao próximo, “O que fizestes ao teu irmão, o fizestes a Mim”. Assim também disse o Senhor.

Que diz o Mestre no pequeno livro “Luz no Caminho” de Mabel Collins e que está repleto de ensinamentos oriundos da sabedoria divina?

“ Antes que os olhos possam ver, devem ser incapazes de chorar”. Antes que o  ouvido possa  ouvir,  deve  ter  perdido a sensibilidade”.

“Antes que a voz possa falar na presença dos mestres, deve ter perdido a possibilidade ferir”.

“Antes que a alma possa erguer-se na presença dos mestres, é necessário que os pés tenham sido lavados no sangue do coração”.
Estas são Regras aceitas e ensinadas pelos Instrutores do Suddha Dharma Mandalam, além de outras que afastam a muitos da Senda Suddha, pois nele não se oferecem poderes comprados com dinheiro, senão mediante um sistema de perfeição individual, mantendo as indicações dos Grandes Instrutores Espirituais. 

Nos versículos Bíblicos que extraímos anteriormente, e que tratam de Jesus, está  indicada a repulsa das atrações, desejos ou preocupações materiais, entendendo-se que tal repúdio se efetua somente nos momentos que reservamos para a adoração a Deus, pois não é possível encerrarmo-nos em permanente adoração, esquecendo os compromissos e obrigações que temos no dia a dia do viver. 

Somente o sistema completo e correto de meditação, no qual deve estar incluída a correta execução de todos os deveres e compromissos e adoração a Deus,  é o que sem nenhum perigo nos levará à Paz, Poder, Sabedoria e continuada felicidade. 
Mas são muitos  os que buscam  com afã chaves para despertar os poderes da energia chamada Kundalini. 

Há pessoas com demoníacas ambições que tentam a outras, ignorantes, assegurando-lhes que podem despertar-lhes o tremendo fogo e o poder da Serpente Ígnea, encerrada no osso sagrado, o sacro, mediante o pagamento de altas quantias de dinheiro. Eu não conheço nenhum destes falsos mestres que, primeiramente, demonstrem que teêm atualizado o poder de Kundalini.

 Temos que ter presente os divinos ensinamentos dos verdadeiros Sábios do Espírito para não sermos enganados. 
Temos a segurança na sabedoria dos Avatares, quer seja Krishna, Buddha ou Jesus, visto que Eles foram Enviados pelo deus da Terra Sri Bhagavan Narayana para ensinar as Verdades Eternas, as que  sendo compreendidas e aceitas, nos conduzem a conhecer o Supremo Deus do Infinito Universo.
 Temos a primordial obrigação, de acordo com as leis eternas, como já se disse de amar a deus sobre todas as coisas, elevando nossa consciência nos momentos das práticas, deixando de lado as obrigações materiais.
 As coisas materiais se resolvem melhor e mais rapidamente sob inspiração e ajuda divina, se nos mantivermos imutavelmente puros.
 Tal como aconteceu com Jó, que venceu as influências nefastas, sem rebaixar sua consciência para negar a Deus, apesar das dolorosas situações que teve de suportar. Não devemos ignorar que o Senhor Deus, a Hierarquia ou o Mestre individual, retribui com crescentes glórias de espírito e os bens materiais, cada vez que nossa firme e boa vontade vence qualquer ato que dificulta ou atrasa a conquista liberação final, ou Prapti.

O capítulo 5, versículos 10 e 11, diz que, não tendo sido Jesus logrado pelas tentações demoníacas “Os Anjos chegaram e O serviram”.

Estes ensinamentos nos são grandiosos. Jesus em nenhum momento se revoltou ou insultou ao Diabo. Conversou com Ele como amigo.

Analisemos outro evangelista: São Lucas.

Capítulo I, versículo 1, 6 e 3. Repete o mesmo que disse São Mateus, agregando o seguinte:
“ E Jesus, pleno do Espírito Santo, voltou-se do Jordão e foi levado pelo espírito ao deserto.

“E esteve 40 dias, e O tentava o diabo, e não comeu nada naqueles dias, e passado estes teve fome e lhe disse o Diabo: Se filho de Deus És, diz e esta pedra que se transforme em pão.
 E Jesus respondeu: Escrito está que não vive o homem só de pão, mas de toda palavra de Deus.
 E O levou o Diabo, ao monte elevado e Lhe mostrou todos os reinos da terra, em um momento do tempo”.
Esta frase “em um momento do tempo”, merece por sua importância uma explicação, pois deve ser sabido que: espiritualmente o tempo é diferente ao tempo em que medimos na terra, de acordo com o movimento do sol, a lua e os astros.
 Espiritualmente uma pessoa pode receber grandes conhecimentos em um segundo, ao passo que materialmente, para  explica-los são necessários meses, anos, etc, ou muitos e volumosos escritos.

No Bhagavad Gita, Sri krishna e Arjuna no campo de batalha, estando os dois exércitos prontos para o combate entre Kauravas e Phandavas, Sri Krishna diz a Arjuna, cap I, ver 12: “ÓH! Tu de potentes armas, postado na frente de batalha entoa o Hino a Durga, com pureza de intenção, para derrotar às Hostes Inimigas”.

Arjuna  obedece  o conselho e pleno de Amor à Deusa faz a invocação conhecida como Hino à Durga e Arjuna, com sua visão espiritual aberta pela graça do Avatar, vê a Divina Mãe, que lhe confere o suficiente poder e sabedoria para vencer. 
A seguir se estabelece um diálogo, uma longa conversa entre Sri Krishna e Arjuna. 
Por isso se faz a seguinte pergunta: Como é possível que se desenvolva uma conversação tão longa que ocupa um livro de 26 capítulos, entre dois generais, enquanto o exército contrário está pronto para a luta, esperando pacientemente que ambos conversem amigavelmente e eles, os opositores Kauravas, não dispararam uma única flecha para interromper tão longa conversa? Claro está que não é assim. 
O referido diálogo efetuou-se na mente espiritual. O que nós,  com nossa mente vulgar, podemos dizer em um mês, se diz em um instante de tempo com a mente espiritual.

Santa Tereza de Jesus  explica  em seu livro “As Moradas”.

Capítulo V: “E aconteceu  que em um único instante lhe ensinou tantas coisas de uma única vez que muitos anos de trabalho em organiza-las mentalmente, não seria suficientes”.

Em outras partes de suas obras esta santa vidente se esforça em explicar esse fenômeno da velocidade mental-espiritual para que as freiras, suas discípulas, entendessem um dos mais interessantes prodígios da vida espiritual, no sentido em que as visões, conversações e ensinamentos recebidos em um instante, fiquem claramente gravados na mente espiritual. 
A santa assim diz: “Por que mesmo que não a saibam dizer, no interior da alma ficam bem gravadas e jamais se esquecem”.

Jacó quando vê a escala  que com ela deveria entender outros segredos, que não o soube contar, bastaria ver uma escada por onde desciam e subiam anjos, que se não tivesse mais luz interior, não entenderia tão grandes mistérios.

Em outro parágrafo diz: “Nem Moisés soube  dizer tudo que viu zarza, senão o que quis deus que Ele dissesse. Mas deveria haver muitos segredos dentro dos espinhos daquela zarza, que lhe deram forças para fazer o que fez pelo povo de Israel.

Adiante acrescenta: “Desejoso estou de conseguir  uma comparação, para que fosse possível entender o que estou contando, mas não creio que a haja. Tentemos com esta: Entrais no aposento de um rei e grande senhor, creio de chamado de camarin, aonde há muitos objetos de vidro, barro e outras coisas, dispostas de tal forma que a quase todas se as vê entrando”.

Neste mesmo capítulo descreve uma visita que fez ao palácio da Duquesa de Alba: “E ali estive durante um tempo, eram tantas coisas que havia para ver, que rapidamente esqueci tudo, de modo que nenhuma  daqueles objetos ficaram guardados na minha memória, como se nunca as houvesse visto, nem saberia dizer do que eram feitas, mas me lembro de tê-las visto”.

São muitas as coisas que viu em pouco tempo, mas ao querer descrever tudo, quanto tempo  demoraria  para descrever um único quadro ou estátua? Assim é a inspiração espiritual: de repente se obtém muito conhecimento. 
Por isso dizem os evangelistas que: “Em um momento o Diabo, fez ver a Jesus todos os reinos da terra”. Não somente visualizamos as coisas sutis senão também ensinamentos cheios de sabedoria, assim como entendeu Jacó os mistérios da escala e Moisés compreendeu o significado da zarza queimando, teve a sabedoria instant6anea para guiar o povo de Israel.
 Além disso, devido à importância que tem este tema, Tereza D’avila utiliza a visita a casa da Duquesa de Alba, para expor outro exemplo.
 Nos recintos viu muitos objetos e Ela compreende real e profundamente a inutilidade espiritual que era toda aquela quantidade de objetos. Assim também Arjuna, ao receber as bênçãos da Divina Durga, obtém não somente valor, sabedoria e poder para vencer o exército inimigo, mas também, com o diálogo mental com Sri krishnam obtém o conhecimento supremo da Ciência espiritual, o Suddha Bhrama Vidya, em um instante. O conhecimento instantâneo e infundido que indicam as misteriosas palavras: “Em um momento do tempo”, está expresso em muitos textos sagrados que neste trabalho seria cansativo detalhar.

No capítulo IV, versículo 6, São Lucas repete em seu evangélio o diálogo de Jesus com Satanás assim: “E lhe disse Satã: “Darte-ei todo este poder e a glória Deles, por que a Mim foi dado e  a quem quero os dou”.
Versículo 7: “Portanto, se prostrado me adorares, serão teus”.
Versículo 8: “E  respondendo Jesus lhe disse: Escrito está: “A Teu Senhor Deus adorarás e somente a Ele servirás”.


 SABEDORIA ÁRABE

Vou linkar estes versículos com o conto árabe “Áladin e a Lâmpada Marsavilhosa”, pois esta parábola oriental nos faz compreender que não temos que adorar as coisas materiais ou mundanas, como os inumeráveis prazeres que distraem e distanciam os Discípulos da Senda de adorarem ao Senhor Deus, desviando-os também, do cumprimento do dharma do Serviço sem egoísmo, a todo ser que de Deus surgiu, surge e continuará permanentemente surgindo pela eternidade.

Neste conto, como em outros relatos dos XXXXXX árabes, encontramos grande sabedoria.
 Não são simples contos para crianças, são parábolas de profundo significado espiritual, que indicam o dharma ou os Meios para alcançar o êxito da conquista consciente da Luz Divina. 
No conto de Aladin fica estabelecido que não se deve buscar os poderes sobrenaturais até que a pessoa tenha feito a atualização do Atma, o Eu Superior, e por meio de sua transcendental sabedoria usar os extraordinários poderes.

É por isso que em Mateus Capítulo VI versículo 33, “Buscai  pois primeiramente o reino de Deus e sua justiça e todas as coisas o serão dadas”.

Recordemos o que se diz neste conto árabe que faz parte do livro “As mil e uma noites”. O mago pede a Aladin que desça ao profundo sótão onde está guardada a lâmpada maravilhosa, que simboliza o nosso próprio espírito que esta no fundo de nosso ser, no coração, envolto pelo éter, a sutilíssima substância Akashica.
 A lâmpada do coração é a chama, o yoty da vida. É o sol da glória, sinalizadas nas imagens do coração de Jesus, de Maria e de outros grandes seres ou iniciados que já despertaram esta luz maravilhosa.

O mago diz umas palavras de poder para abrir uma misteriosa caverna e ordena a Aladin, que foi escolhido por sua absoluta pureza, que desça degrau a degrau a escada que conduz ao mais profundo dos subterrâneos onde encontrará a lâmpada maravilhosa.

Essas palavras de poder é a combinação de vibrações sonoras que afetam a matéria, tanto física, densa, como a sutil. Mediante a combinação dos sons, os sábios videntes formam o que na Ciência Mística se conhece como palavras ou frases de poder, posto que Eles combinam orações mântricas para conseguir a “transubstanciação” da matéria. Na igreja cristã, se afirma que mediante da magia apropriada de uma boa liturgia, pode se efetuar essa transubstanciação do pão e do vinho usados nas missas católicas.
O Aladin do conto possuía a pureza integral, isto é, do corpo e da alma, além de uma grande energia. Qualidades que nos permitem acercar-nos, um pouco, ao resplendor do Atma.

É por isso que os Instrutores da Vídya aconselham aos discípulos exercícios de respiração, os Pranayamas, os quais ritmificam as moléculas físicas, produzindo uma harmonia que se traduz em paz, saúde e bem estar. Também aconselham que sejam feitos exercícios físicos, fricções, banhos, etc, sempre com a condição  que sejam executados de forma moderada, sem que levem ao cansaço, e que não sejam uma tortura.

A pureza da alma consiste em não se ter inveja, ódio, rancor, medo, pena e outras qualidades negativas. 
Ter a mente e a alma, sempre radiantes de alegria e amor puro para todos os seres, como também, estar livre das vãs atrações deste mundo físico. Como o mago levou em conta todas estas qualidades que Aladin possuía, lhe diz: “Desce pela escada e á medida que desces e vás te acercando da lâmpada, verás muitas coisas maravilhosas, árvores com frutos preciosos formados de rubis, esmeraldas, pérolas, diamantes. 
Vais ver inumeráveis coisas de beleza inigualável, mas toma o cuidado de não tocar em nada deste esplendor, até que não estejas em poder da lâmpada. Somente depois de a teres podes pegar o que queiras”.

O dito anteriormente encerra um grande ensinamento no caminho do Yoga, em cujo trajeto são produzidas energias psíquicas evidencias que tentam o Discípulo principiante, que começa a utilizá-las  alardeando orgulhosamente seus insipientes poderes, querendo ser considerado um Mago, curandeiro ou grande mestre. 

São muitas as pessoas que se dedicam aos passes curativos, enganando e sugestionando a crédulos, ansiosos de encontrar uma cura milagrosa para seus males.
 Dão conselho para tudo, principalmente para ganhar fortunas e amor.
 Estes pseudos magos costumam dizer: “Eu não cobro nada, mas pode me dar o que queira”. Se lhes dão pouco, tecem comentários grosseiros sobre quem creu na misericórdia do embusteiro. 

  Quando o Guru, o guia espiritual, vê que um discípulo demonstra verdadeiro interesse em progredir e que sua fé não é suficiente para impulsioná-lo a seguir com firmeza na difícil senda da sabedoria, então lhe permite experimentar, momentaneamente, certos poderes, tais como ver a distância algo que esteja acontecendo, ou que vai acontecer em tempo futuro.

 Em alguns casos, acontece que o discípulo, em sua ignorância, crê que por suas elevadas condições psíquicas e por seu próprio poder alcançou tais maravilhosas qualidades e com altiva ignorância e orgulho se declara, ele mesmo mestre ou milagreiro em curas, adivinho e executor de mitos bobos desejos que lhe pedem para resolver. 
Nada é realmente benéfico enquanto não se haja conseguido a Luz, o yoty, da lâmpada divina que se mantém acesa e custodiada pelo coração. 
A Lei é que, primeiro, devemos despertar a chama do Espírito Santo (Shakty) para atuar com sabedoria no uso dos poderes. Também, quem não usa qualquer poder outorgado desde os mundos invisíveis, em benefício de todos os seres, ou os oculta inutilmente, os perde porque os mesmos guias se encarregarão de retira-los. 

Por outro lado quem emprega corretamente, com amor divino e sem egoísmo, os dons que tem, os verá fortalecidos pela Graça dos Seres Celestiais.
 Os Mestres não dão poderes a  egoístas, invejosos, rancorosos, ciumentos, assim como a pessoas que carregam ódio, sensualidade esarcebada outros péssimos sentimentos que possam leva-lo a utilizar os poderes de forma danosa ou para satisfazer vinganças.
 Se alguém por maus caminhos, consegue algum poder e o usa com maldade, não somente lhe tiram tal poder como também é castigado com o desespero de múltiplos fracassos e graves sofrimentos.

Considerando a sabedoria dos Avatares Divinos, me recordo: “Entrai primeiro ao Reino dos Céus”. Trabalhemos primeiro para alcançar a luz divina da lâmpada, para que somente depois nos sejam ampliadas as faculdades nas ações místicas da vida.

O Mago diz a Aladin: “Pega primeiro a Lâmpada porque por meio do poder que possui vencerás os obstáculos e conseguirás a realização de teus desejos”. Dia a estória que essa lâmpada é muito antiga. Como pode não ser antiga a lâmpada de nosso coração se nunca teve início e jamais terá fim? Esse Yoty é a Raiz de nossa vida.

Esses contos árabes quando são lidos ou estudados, conhecendo as leis gerais da Ciência Mística, permite-nos entender a grande sabedoria neles contida.
 É pois, muito importante não se deixar tentar pelos poderes. Primeiro devemos ter uma clara consciência da vida, purificar a mente, o corpo, as emoções e as intenções.

Quem, em sã consciência, é capaz de entregar uma arma de fogo ou uma bomba a uma criança que não tenha alcançado a compreensão dos perigos?
 Os Mestres não nos ajudam a despertar os poderes até que, pela evolução de nossa consciência, seja-nos impossível fazer mal a algum ser vivente, a não ser que sejamos impelidos pela necessidade absoluta de defesa. 
Como Yoguis nosso esforço deve ser dirigido, e com afinco, para contactar-mos nosso Atman, a Luz Divina, a que é Filha de Deus, eternamente arraigada no Supremo e transcendental Espírito Cósmico. 
Este contato com o Atma Individual é o caminho ao reino dos céus, onde “tudo nos é anexado de forma espontânea”.
  Não existirá jamais nenhuma anexação superior ao feito de ir adquirindo progressivamente, mais e mais, sem limite, o conhecimento do Deus Infinito, o Parabrhman, com sua Sabedoria, Poder, Glória e Amor.
Primeiro temos que conhecer o Filho de Deus, que é o nosso próprio Espírito e depois, por intermédio do filho, conhecer o Pai, o Espírito Universal.



CONHECIMENTO DA UTILIDADE DO BEM E DO MAL


Vou fazer uma parábola que poderemos por meio dela e aguçando a intuição compreender melhor esta ciência do divino que nos dá o correto conhecimento entre o bom e o mal, o prazeroso e o doloroso.

 Suponhamos que temos um cavalo de corrida, uma pessoa o alimenta, o banha, acaricia e penteia. Essa pessoa, para o animal, é um anjo cheio de bondade e amor, o monta, o levam a frescos, verdes  e saborosos pastos.
 Contudo isso o animal se sente feliz. Mas há outra pessoa que cava valetas, buracos e outros obstáculos com o propósito de que o cavalo aprenda a saltar em distância, em altura e a correr velozmente.

 Como isto é uma parábola, vamos supor que o cavalo pensa e fala: “Este homem é um malvado demônio que me coloca difíceis obstáculos que tenho de saltar.
 Tenho visto muitos companheiros que quebraram as patas, feriram-se gravemente ou morreram.
 Este homem é um malvado demônio que põe todo tipo de obstáculo para me fazer o mal”. 
Mas pensemos: Todas estas provas são, verdadeiramente, para fazer mal ao cavalo? 
Por certo que não. São exercícios para o progresso da destreza do cavalo, para que assim possa vencer nas competições de saltar distâncias, valetas, fossos e corridas.

Outro exemplo, agora com um ser humano.
 Uma criança que tem pai e mãe, que o mimam, alimentando-o e dando-lhe saborosos doces. 
Com isso a criança é feliz. Mas um dia os pais decidem matriculá-lo na escola, pois a criança já adquiriu consciência e inteligência.
 Nessa escola há um diretor e professores.
 É escolhida uma classe e um professor de acordo com a idade e capacidade mental da criança. 
Esse professor exige que o aluno permaneça muitas horas sentado, ouvindo-o  e estudando, memorizando com esforço da mente e da vontade, cada uma das matérias estudadas. 
Para o estudante o professor é um demônio que o martiriza. 
Ele gostaria de estar brincando, ser feliz, mas esse demoníaco professor o afasta da alegria, obrigando-o a fazer provas e exercícios difíceis de resolver. 

Exigindo que aprenda e memorize com clara compreensão lições que requerem muito tempo para assimilá-las e conscientizar-se de seu interno e externo conteúdo. 
Não podemos esquecer que o pai e a mãe estão de acordo com o professor, ansiosos pelo progresso do filho.
 Assim, o Deus terrestre está de acordo com todos os problemas pelos quais passamos para adquirir o conhecimento do que devemos executar, por que é verdadeiramente bom,  justo e benéfico para o corpo e a alma de nós mesmos, dando bem estar e felicidade pura a todos os seres.
 A tentação é colocada pelo Demônio, a consciência do dever, o Dharma, a coloca Deus e a energia para vencer é infundida pela Divina Mãe.

 É por isso que os Grandes Avatares sinalaram a necessidade que sempre temos de adorar à Divina Mãe, para que aumentemos nossas forças com a inspiração e energias divinas, que podemos receber quando abrimos conscientemente nossa alma para obter suas gloriosas bênçãos.

 Os Grandes Sábios Videntes da Verdade estão de acordo em que o bem e o mal são dois pólos ou condições da vida, necessários para adquirir consciência e sabedoria.
 Todos os seres viventes teem de comer do fruto dessa simbólica árvore que está no paraíso terreno, saborear a felicidade e a dor, entrelaçados pela vontade de Deus e vencer os obstáculos colocados pela constante atividade de Lúcifer com todo o exército de elementais que se regozijam provocando as rajásikas vibrações emanadas dos emocionais seres da terra.

Deus nos dá a vida, as transitórias e merecidas felicidades, a força e a glória divina. Satanás com as hostes inferiores, nos submete a experiência de angustiosas dores físicas, morais e psíquicas.
 Ambos os seres Deus e Diabo, atuam  juntos em perfeita harmonia, com o único propósito de despertar a Semente Divina com todos os seus benéficos atributos de poder, sabedoria e glória.

Se o demônio fosse,  século após século, um inimigo de Deus e de suas obras, conseguindo que a maioria dos humanos fracassassem ao impedir-lhes a realização do Eu Superior, se essa estúpida idéia de que exista uma eterna luta entre Deus e Satã fosse correta, temos que perguntar-nos: Como é que Deus com seu Onipotente poder o mantém atuando sobre os seres terrestres, os quais são seus amados filhos, levando-os Satã a um inferno eterno e inútil?

Esclarecendo: “Um inferno inútil e eterno”.
 Qualquer pessoa consciente, direi mais, se um pai ou uma mãe inteligente e boa se vê obrigada a castigar um filho, não há dúvida que o faz para que seu filho se corrija e progrida.
 Jamais imporá um castigo que  impediria seu progresso e correção. Não digam que assim procede Deus para se vingar de uma ofensa a sua personalidade infinita e que, portanto, o castigo deve estar de acordo com a grandeza do ofendido, pois ao Ser Divino ninguém, por nenhum meio, pode ofende-lo ou diminuir sua glória.
 Se assim fosse, esse Deus passaria eternamente sentindo a dor de inumeráveis ofensas, que por ignorância, fraqueza ou malícia lhe faz o ser humano, dia e noite, ano após ano, enquanto marcha pela senda da ignorância mundana.

 Os Deuses Planetários chegaram a ser Narayanas Terrestres depois de terem evoluído a tal ponto que nada ignoram das leis materiais e espirituais que regem a ordem da evolução em qualquer plano da existência. Por isso se diz que Eles são Oniscientes, Onipotentes e Imutáveis, ante as contingências boas ou erradas que fazem ou possam vir a fazer as ignorantes criaturas que estão baixo sua custódia.

Jamais devemos esquecer a principal qualidade do Deus planetário que consiste na Imutabilidade.



KARMA


Todo ato produz uma reação, quer seja benéfica ou não.
 Essa reação, na língua sânscrita tem o nome de Lei do Karma. É importante saber que nem todo Karma doloroso é devido a castigo por más ações feitas nesta ou em passadas vidas. 
Eliu, os parentes e amigos de Jô, sem conhecerem as leis do progresso espiritual, o entuem, crendo que por sua ignorância haviam cometido grandes faltas e disso provinham todos os males que lhes havia recaído ( Capítulo XXXII ao capítulo XXXVIII) o mesmo Jeová explica nos capítulos seguintes que nem todo sofrimento ou mal acontece por termos pecado contra as leis divinas ou mundanas. 

Em muitos casos se dá ao contrário: Sofre-se por ser bom, evoluído e capaz de suportar as dolorosas provas necessárias para desenvolver mais poderes de resistência ante as contrariedades da vida, sofre-se para polir e acrescentar o brilho do diamante espiritual, a Chispa Divina, que está custodiado no coração humano. 
Como tem sido tratados os grandes beneméritos mártires e santos que conhecemos através da história?

 O mesmo Jesus de Nazaré sofreu um calvário e uma dolorosa crucificação.
 Foi por ser um ladrão? 
Não, por certo que não!
 Ele era um ser divino, um avatar que desceu ao plano terrestre por sua própria vontade, de acordo com o Plano da Divindade para restabelecer o Sanatana Dharma, a Eterna Lei do Amor a Deus e a todos os seres.

 Portanto não devemos julgar a ninguém que sofre pensando que está recebendo o castigo de Deus como conseqüência de suas maldades ou que esteja sofrendo as dores impostas por Satã para gozo do próprio Demônio e de seus malignos acompanhantes.
 É por isso que no Sanathana Dharma Dípika, o Senhor diz a grande verdade, difícil de compreender, e que em consideração a sua imensa importância aqui repetiu: “O bem e o mal provêem de deus unicamente para a nossa glória”. 
Não somente pela diferenciação deste par de opostos, senão também mediante a ignorância e o conhecimento, o ódio e o amor, da pena e do gozo e de inúmeros outros estados opostos chegam à sabedoria da análise e da síntese da vida.



AMOR DIVINO


Pelo conhecimento destas verdades eternas, os Grandes Instrutores da Suddha Dharma nos mostram o bem que podemos alcançar Irradiando Amor Puro a Todos os Seres, quer sejam  maus, corrompidos, perversos, falsos ou ignorantes e para os bons, santos, Hierarcas e Divindades, visto que as Forças da Dor e da Sorte trabalham de comum acordo, ininterruptamente, sob a Onipotente vontade do Deus terrestre e para nosso ilimitado avanço espiritual.



ÚNICO DIRETOR DA EVOLUÇÃO TERRESTRE


O Deus terrestre, o Bhagavan Narayana, éo único Diretor Geral deste mundo, sem que Satã nem ninguém possa interpor-se a sua vontade, guiando eternamente a todos os seres para a perfeição e a glória.
“Não se move uma única folha sem a vontade de Deus”

Vájera Yogui Dasa
Om-Tat-Sat.



Nota: 
Importantíssimo lembrar que, Sri Vájera escreveu seus artigos a quase 100 anos atrás.
Ele morava em Santiafo/ Chile, um país essencialmente Católico.
Sendo assim, para não sofrer rejeições, optou por sempre  mencionar inúmeras citações da Bíblia Cristã como exemplos de suas idéias.
Segundo seu entendimento, isso facilitaria a compreensão de seus leitores, já que a cultura oriental é bastante diferente da ususal.
Portanto, temos que elaborar nossa mente para um entendimento mais próximo do original, tendo sempre como ponto de partida, a aceitação de que Suddha Dharma NÃO é religião....e que esta Ciência está além do discernimento humano, porém como Ela é adaptável em Tempo, Lugar e Circunstância, Ela é moldável e expressiva em qualquer filosofia ou religião deste reino hominal.