Muitos discípulos do SUDDHA
DHARMA MANDALAM, como também pessoas do mundo profano, têm-me escrito perguntando se os Mestres desta organização
crêem ou não na existência de Satanás ou em um ser rival do Deus terrestre que,
desde as origens da criação do homem dedica-se sem descanso a dificultar o conhecimento
divino que é a principal meta de tudo que têm vida consciente neste mundo.
Esforcei-me
em expor minhas idéias sobre este tema fazendo uma síntese, o mais objetiva
possível, do que tenho aprendido através dos ensinamentos dos Instrutores desta
organização.
A meu modo de ver todas as
religiões, sem exceção, tem tratado de duas potências espirituais que
dirigem ocultamente a evolução dos seres vivos, levando-os por contínuas mudanças
à infelicidade, à dor, à aflição ou à morte. O poder organizado que nos impele
em direção a felicidade denominamos Hierarquia Branca e o que nos faz sofrer
moral, intelectual e fisicamente o conhecemos
como as
Hordas Negras.
Nosso livro intitulado Bhagavad Gita, refere-se a estas
forças nos capítulos e versículos que transcreverei.
No capítulo I, versículo XII. Sri Krishna disse a seu discípulo
Arjuna: “Entoa o Hino a Durga, com pureza de coração, para derrotar as Hordas
Inimigas”.
Assim aconselhado pelo Divino Conhecedor, Arjuna entoou o
Hino dizendo a Divina Mãe, rainha da Hierarquia Branca (versículo XXIII) “Tu,
realmente vences aos inimigos infernais”.
Dentro da Maha Guha existente ao norte dos Himalaias, o Mahatma
Vyasa empregando sua faculdade de ver no plano akáshico escreveu o Bhagavad Gita
mil anos depois de ter-se produzido este admirável diálogo no campo de
Kurushetra, momentos antes da Mahabhárata.
Essa obra tem sido conservada exata
na biblioteca privada que mantêm os Hierarcas da Suddha Dharma Mandalam os
quais, considerando que este maravilhoso texto da Bhrama Vídya, ou Divina
Ciência, neste mundo, havia sofrido através dos séculos muitas alterações e
ademais, haviam se suprimido importantes frases e capítulos inteiros, com o
agravante de ter-se mudado a ordem dos versículos; decidiram entregar ao Pandit
SrinivasaChariar uma cópia da Gita escrito em sânscrito para que fosse
traduzido ao inglês para sua divulgação
completa, com todos os vinte e seis capítulos, aos Dignos Membros do Mandalam.
Devemos a esse generoso ato dos Mestres que tal canto sagrado tenha chegado a nossas mãos.
Desde os primeiros versículos da Gita vemos neles que a
Deusa que venera a Hierarquia Branca em seu aspecto Durga é citada, quem usando
a Shakti de Bhram, ou poder divino, impregna o discípulo com força e vontade
consciente, que abrindo sua alma com pureza de coração
a
implora, desejoso de vencer os
obstáculos que o impedem de realizar seu glorioso Atma, ou espírito eterno,
oculto pelas densas capas de vrittis, ou vibrações tamásicas, ou rajásicas de
nossa mente e sensações inferiores.
Além da proteção da Divina Mãe, temos o
auxilio proporcionado por outros seres dos mundos espirituais, representados no
Cristianismo pelo arcanjo Miguel, que com sua lança (expressão de uma firme
vontade) nos Céu mantém satanás sub- julgado. Este simbolismo também pode ser
compreendido como se o Eu superior frente a uma firme vontade, vence o eu
inferior.
Este mesmo feito o representa a Virgem Maria, vencendo as
forças inferiores simbolizadas pela serpente rendida sob seus divinos pés. No capitulo II,
versículo 18, o Senhor, Representande do Narayana cósmico diz: “Conhece-me como
a ciência da manisfestação física, a causa primeira do cosmo”, o cristianismo
expressa esta mesma idéia declarando que Deus é o primeiro motor do universo,
mas o Gita agrega no mesmo versículo: “Também deve saber que os seres com
qualidades divinas ou demoníacas se originam de mim”. Sri Krisna, com
inspiração divina nos ensina que devemos ter sempre presente para compreender
em consciência, que tanto os seres que alcançaram a divindade como os demoníacos são igualmente filhos do mesmo Deus, pois tudo que existe
inanimado, como os inúmeros seres viventes em todos os reinos da natureza visível
e em cada um dos planos sutis, originaram-se Dele.
No corpo cósmico de Deus manifesta-se a vida através de
variadas formas, em progressivo e ilimitado avanço de poder, consciência, amor
e glória. Esta é outra importantíssima verdade que devemos ter presente e bem
compreendida.
Capítulo IX, versículo 4 “Aqueles de natureza sátwica, adoram aos Devas, os rajásicos
preferem a veneração asúrica (impura), e enquanto que os tamásicos adoram
imagens não consagradas e hordas de elementares”. Neste versículo estão
sintetizadas as categorias dos espíritos angélicos e satânicos, declarando que existem
seres humanos de natureza sátwica, ou pura, de elevada consciência e
conhecimento que veneram os Santos Mestres e Deuses. A outros, isto é, os rajásicos – perturbados,
hediondos, fanáticos, que desejam conseguir bens mediante práticas incorretas e
revolucionárias, prejudicando a si mesmos e a outros seres, na busca da
comunicação com espíritos diabólicos ou de mortos que não alcançaram a Prapti,
ou a santidade, pela qual sem a libertação das experiências humanas nem tendo
alcançado a sabedoria divina, conduzem ao erro e a dolorosas catástrofes
materiais e psíquicas os seres humanos.
Os tamásicos são aqueles ignorantes que
acreditam que sem nenhum esforço individual, bastando ter
consigo ou em suas casas imagens, estatuetas, medalhas ou qualquer outro
objeto representativo de algum ser, é o bastante para estarem protegidos e
guiados ao êxito, e se isso não for suficiente para sua falsa fé tamásica
recorrem a invocação de elementares ou espíritos inferiores dos mais baixos
planos astrais.
Comparados com os demônios, os espíritos elementares são
muito inferiores, sendo empregados como serventes para influenciar os seres
terrestres a executar atos prejudiciais. É assim como os elementares produzem o
desejo de fumar a tal ponto que mesmo pessoas com grande força de vontade, não
conseguem dominar esse nocivo vício; outros provocam a vontade de ingerir
bebidas alcoólicas, levando tal ser a enfermidades de irreparáveis conseqüências,
e como último exemplo, digo que são esses demônios que induzem uma pessoa a
jogar e perder toda a sua fortuna e o levam, em seu desespero, ao suicídio.
Os demônios e elementares gozam e buscam com ânsia as
vibrações de emoções fortes emanadas pelos seres terrenos.
A quietude e a paz os
cansa e desespera. Não é que os seres comuns procurem emoções fortes por serem
intrínsicamente maus, são qualidades
dos sentidos, os quais, são atraídos pelas sensações que por sua vez,
complementam o aprendizado da sabedoria produzindo o bem ou o mal o que agrada
ou desagrada o belo ou o feio. Um exemplo do desejo de emoções dolorosas é a
assistência de um grande público onde atuam boas companhias dramáticas. Se os
artistas comovem os expectadores a tal
ponto de os fazer chorar, é porque estes acharam o drama bom e interessante. Mas,
se os atores não conseguem impressionar fortemente aos que pagaram uma boa soma
de dinheiro para sofrer, sentirse-ão frustrados. O que acontece no teatro,
também se pode aplicar às telenovelas.
Capítulo XVII, versículo 6. “Assim como os ventos sopram em
toda extensão, estando eternamente
contidos no firmamento, assim também deves saber que todos os seres
manifestados estão e se movem em Mim’.
Entenda-se a palavra “Mim”, escrita com maiúscula como
referindo -se à Substância Pura e Consciência do Cosmos. O
Avatar Sri Krishna afirma que todos os seres, sejam eles considerados
espirituais ou materiais, movem-se e vivem em Deus. Vivem os Santos, Anjos,
Mestres, demônios, rakshasas e elementares. Nada existe fora desta Substância
espiritual. Nós, seres humanos, sejamos ignorantes ou sábios, imperfeitos,
corrompidos, santos ou demônios, todos sem exceção alguma, vivemos dentro do
ESPÍRITO ONIPRESENTE DE DEUS. Nada hà que
fique fora do espírito uno eternamente e imperturbável de Deus, imutável. Ele
nem vai nem vem. Não está nem se retira. Permanece sempre com sua qualidade
principal de ser imutável, o que indica a máxima perfeição.
Até agora extrai do Bhagavad Gita alguns versículos.
Continuarei com versículos tirados da Bíblia latina traduzida ao espanhol com
anotações dos santos padres católicos, pelo ilustríssimo senhor Don Felipe Scio
de San Miguel. Responsável pelos ensinamentos das escolas Católicas de
Castilla, preceptor do príncipe de Astúrias e o Bispo de Segóvia. Bíblia
editada em Paris, por Rosa e Bouret, no ano de 1854.
Continuarei este estudo analisando alguns capítulos e
versículos do Gêneses, como esta
historieta fosse real, mas extraindo a Sabedoria oculta que contém seu
simbolismo.
Gêneses capítulo II versículo 9 “O Senhor Deus da terra ( se
refere ao Deus planetário) produziu toda
árvore formosa à visão e suave para comer. Também a árvore da vida e, no
centro do paraíso a árvore da ciência do bem e do mal.”
Neste versículo temos que considerar a existência de duas
árvores: Primeiro a do bem e a do mal, e segundo a da vida. Estas duas árvores
simbolizam duas coisas importantíssimas. As pessoas que estudam a Ciência
Oculta, devem saber o significado deste
simbolismo que será explicado adiante.
Capítulo II versículo 17. “Mas da árvore da ciência do bem e
do mal não comas, porque em qualquer dia
que comeres dela, morrer morrerás”.
É assim que o Deus Jeová proíbe a Adão e a Eva de comer o
fruto da árvore do bem e do mal, isto é, diferencia os pares de opostos que se
produzem na vida, já que estes indivíduos não tinham noção do que
era útil ou do que era prejudicial. Eram dois idiotas que nem sabiam se estavam
nus ou cobertos. Estavam alheios a todo conhecimento, como explica o versículo
7 do capítulo III.
“ E foram abertos os olhos da cegueira. E tendo eles percebido que estavam nus, cozeram
folhas de figueira e fizeram-se aventais.”
Mas, quem foi que lhes abriu os olhos dando-lhes o
conhecimento do bem e do mal? Foi o anjo mais belo do céu, como seu nome
expressa: Luz-Bel. Bela Luz, quem também é chamado de Lúcifer. Luz e Força. Ele
é Luz, Sabedoria, Formosura e Poder. São nomes que denotam grandiosidade. É
este anjo, pleno de poder, sabedoria e beleza, quem diz a Adão e a Eva.
Capítulo III versículo 4 e 5. “ E disse a serpente a mulher: De nenhuma maneira
morrer, morrerás. Porque Deus sabe que: Em qualquer dia que comeres dele, serão
abertos vossos olhos e sereis como deuses, sabendo o bem e o mal”.
Com estas palavras, Luz-Bel impulsionou esses dois imbecis
que sequer tinham idéia do que era bom ou mal, a começar a trilhar a senda do
conhecimento do bem e do mal, até comerem da arvore da vida.
Na interpretação de cada palavra Bíblica, há que se ir bem a
fundo em seu significado para ser o mais justo possível. No versículo
anteriormente citado, o anjo belo lhes diz: “De nenhuma maneira morrerás, com
isso lhes deu o conhecimento da eternidade do espírito, o qual jamais se funde
ou se dissolve no éter cósmico.
Depois lhes diz: “Serão abertos vossos olhos e
sereis como Deuses, sabendo o bem e o mal”.
Aqui, o ser de luz e força ao dizer
“serão abertos vossos olhos”, a que olhos se refere?.
Não pode ser aos olhos
físicos, pois ambos os indivíduos os tinham bem abertos, vendo eles mesmos sua
nudez e também toda a beleza e exuberância do imenso paraíso.
Não há dúvida que
essa abertura de olhos se referia à vista espiritual, a qual se atualiza com a evolução
progressiva dos chakras, ou centros da alma, no caminhar, vida traz vida, pela
senda das experiências felizes e tristes, deixando em nós, todas elas, a
faculdade de diferenciar entre o que nos leva para o bem total de nosso ser,
dando-nos vigor, saúde, memória e inteligência, ou o que somente nos conduz à
falta de energias, doença e toda decadência física, moral e intelectual.
Este florescer dos Chakras é o que nos transporta ao
conhecimento dos planos sutis, os Lokas, onde também progridem os seres que
neles habitam.
Essa visão da alma, junto com outros sentidos que podem ser atualizados,
nos leva também a perceber a inalterável radiância de glória de nosso espírito
eterno, acompanhado de todas as Shaktis, poderes e qualidades divinas.
Isso se
consegue através das muitas encarnações e desencarnações pelo mundo terreno,
adquirindo em cada uma todo tipo de experiência para terminar quando o
despertar do Atman tenha se completado, isto é, quando se chega ao Prapti, a
realização final, que deixa o ser humano apto a passar para a categoria Angélica.
É por isso que Satã lhes diz também:”E
sereis como Deuses, isto é, como anjos, que continuam ascendendo nos planos
sutis e através das diversas categorias celestiais.
Assim começa a evolução do
ser, mediante a experiência do bem, dirigida pela Hierarquia Branca e a experiência
do mal, a cargo das hordas negras.
É Satã o grande Hierarca que chamou para si
mesmo a responsabilidade e o aborrecido cargo de adaptar a cada ser humano, por
meio de legiões de anjos, as lições difíceis e necessárias que conduzem ao
progresso integral aos seres viventes. Todo dia comemos do fruto do bem e do
mal, com suas alegrias, penas, amor, ódio, valor ou medo, resolvendo as experiências
e lições dos pares opostos. Entre o conhecimento e a ignorância, o bem e o mal,
adquirindo por experiência própria, a consciência progressiva da análise e
síntese da vida. Até quando? Até chegar a comer da segunda árvore, que
simboliza o florescer da sabedoria, que brota da abertura do próprio espírito
que está dentro do nosso coração, arraigado na Substância Pura do Espírito de Deus
que tudo contém.
De acordo com o que dia a Bíblia, continuarei relatando o
que aconteceu a Adão e Eva, depois de comer o maravilhoso fruto que lhes abriu
os olhos do conhecimento.
Capítulo III versículo 22. “E disse: Eis aqui Adão, como se
fez um de nós, sabendo o bem e o mal. Agora pois que não estique sua mão, e tome também da
árvore da vida, e coma, e viva para sempre”.
Versículo 24. E expulsou a Adão e diante do paraíso pôs
Querubins, e uma espada que lançava
labaredas, e andava ao redor para guardar o caminho da árvore da vida”.
Nestes versículos se dá a entender que o homem, adquirindo o
conhecimento das leis do bem e do mal atualiza poderes e se ainda não
desenvolveu uma consciência santa os utilizará para fazer o que crê ser bom e
proporcionar-se satisfações e prazeres, mas equivocando-se por falta de
conhecimento chegará a ser infeliz.
Pior ainda, se não está devidamente
preparado e pretende usar os divinos poderes do Eu Superior, o Atman, como
também o poder de Kundalini, o qual está guardado pelas tremendas e dolorosas
labaredas com que se defende o Fogo Sacro daqueles que imprudentemente, sem a
pureza integral, querem levantar o véu de Isís.
Despertar a serpente da sabedoria e do poder, a amada
Zulamita do cantar dos Cantares, que se encontra ao pé da macieira,
simbolizando assim ao Kundalini na base do sistema nervoso, que se desenvolve
desde o sacro e esparrama sua energia por intermédio dos nervos para cima por
todo o corpo.
Se os nervos, ou “Nadis”, não estiverem protegidos pela substância
chamada Pranavayu, ou estão obstruídos por toxinas ou impurezas, como também se
for forçada a atualização do kundalini, então essa energia ao correr pelos
sujos canais nervosos, sem a proteção necessária formada pela castidade, produz
queimaduras e rupturas que desesperam, enlouquecem e matam.
A famosa estátua La
Conte que está no
vaticano, representa o homem triturado por serpentes em consequência de
levantar a força Ígnea sem o devido preparo.
Dentro do simbolismo e mitos
bíblicos, sabemos, vendo por outro ponto de vista que a árvore do bem e do mal
com seus ramos e raízes, representa o sistema nervoso.
A Serpente enrolada em
sua base é a Espiral de Energia
Kundalini. Adão, do lado direito, a corrente positiva (Pingala). Eva, do
lado esquerdo, a corrente negativa (Ida).
Ao centro do tronco da árvore, a
intercessão dessas energias, constituindo a energia neutra (Shushumna). Sobre
essa energia que corre pelo canal central da coluna vertebral, podemos
encontrar muitos detalhes no livro: “The serpent Power”, de Sir John Woodroffe e no livro de
Charles Leatbeeter intitulado “Los Chakrans y el Fuego Serpentino”.
Também encontramos referências a esta energia na obra “Doutrina
Secreta” de H.P. Blavastky.
A continuação copiarei duas ou três referencias ao
despertar desta energia que aparecem no “Cantar dos Cantares “ do rei Salomão.
Alguns ignorantes afirmam
que este cantar é uma narração erótica, porque eles não sabem que a Raíz do Poder
e da Glória, Salomão a simbolizou pela Amada a quem “jamais se deve despertar
por artifícios de magia negra”, até que mediante a pureza integral, amor e
felicidade, esteja o discípulo com seu corpo físico e emocional preparado para
suportar e dirigir a Poderosa Energia de Kundalini.
O CANTAR DOS CANTARES
CapítuloII, versículo 7. CapítuloIII, versículo 5. CapítuloVIII,
versículo 4. “Conjuru-os, filhas de Jerusalém pelas corsas e pelos servos dos
campos, que não levanteis nem faças despertar a amada, até que ela queira”.
Coloquei aqui todos estes versículos juntos por serem muito
parecidos entre eles. A continuação transcreverei algumas frases do cantar que
indicam claramente o perigo que há para aqueles que se esforçam em levantar
essa energia com o propósito de faze-la
circular pelos nadis, a fim de desenvolver poderes psíquicos, sem ter o devido
preparo.
CapítuloV, versículo 15. “ ------------------: poço de águas
vivas, que correm com ímpeto desde o Líbano.”
Capítulo VI, versículo 9. “Quem é esta, que marcha como
-----, formosa como a lua, escolhida como o sol, terrível como um exército de
esquadrões?”
Capítulo VIII, versículo 6. “Usa-me como um selo sobre teu
coração, como um selo sobre teu braço. Porque
forte como a morte é o amor, duro como o inferno, o
ciúmes. Suas lâmpadas são lâmpadas de
fogo e de chamas.
Fazer um comentário mais extenso sobre este livro para
provar fielmente que sua simbologia se refere a árvore da vida guardado por
Querubins e espadas de mortíferas chamas será objeto de outro trabalho dedicado
a este interessante feito que se desenrola no interior do corpo e da alma do
ser humano.
Como dizia ao começar este comentário, no paraíso terreno,
há duas árvores: a do bem e a do mal e a da vida.
O bem é o dharma, ou o
correto viver que conduz à Chama do amor vivo, o Jyothi do coração.
Junto com o
Mal o adharma, ambos são necessários para adquirir a Sabedoria que nos leva ao
conhecimento da Vida, experimentando por si mesmo as alegrias e dores que
conduzem a diferenciação dos pares opostos, até chegar à transcendental síntese
de que não existe realmente nem bem nem mal e que quando ocorre no Cosmos é
para aumentar a evolução da sabedoria constante do espírito individual e
eterno, até cumprir o mandato do Cristo citado nas páginas bíblicas como:
“Sermos perfeitos como vosso Pai o é”.
O D`EUS PLANETÁRIO
Continuarei fazendo uma curta explicação, segundo os Mestres
da Suddha Dharma Mandalam, sobre o Deus Planetário que rege a evolução de todos
os seres terrenos.
Não podemos confundir o Deus deste mundo terreno com a
Divindade Cósmica, sustentadora da ordem constante de tudo que é visível e
invisível, existente nos ilimitados mundos que hão surgido dentro do infinito.
Os Narayanas planetários são oniscientes, isto é, possuem a perfeita sabedoria.
Nunca erram, tudo sabem, tudo compreendem, jamais se equivocam.
Um conhecedor do Yoga Brahma Vidya deve ter firmemente
arraigada esta sabedoria Brahmica: Que Deus é imutável, perfeito, sem que jamais
se arrependa do que fez.
Estas palavras são muito importantes, pois vamos ver
alguns arrependimentos de Jeová, extraídos dos muitos versículos mencionados na
Bíblia de como Ele se arrependeu de suas ações.
Repito que os sábios do Brahmanismo asseguram que o Deus
terrestre jamais se arrepende, pois tudo que Ele realiza é perfeito.
Voltando as primeiras páginas do Gênesis nas quais vemos o
seguinte: O Deus Bíblico esculpe Adão e Eva no paraíso e os submete à prova da
obediência, dando-lhes a ordem de não comer do fruto da árvore mais bela do
paraíso, como transcrevemos anteriormente do versículo 17 do capítulo 2.
Pode
alguém pensar que Deus não sabia que estes dois seres iam ou não comer do fruto
da árvore do bem e do mal? Pode alguém crer que um Deus Onisciente necessite submeter
a provas o que fez, infundindo-lhe sua própria vida?
Não somente o Deus Planetário tem perfeito conhecimento do
resultado de seus atos, os Enviados Divinos, os Avatares, também o possuem.
Analisando este versículo no sentido histórico, sabia ou não
Deus que os estúpidos e terrenos seres, sem discernimento do bem e do mal, iam
comer do fruto proibido?
Podemos supor que o Deus eternamente Onisciente nada
ignorava desde antes de organizar as hordas celestiais, pois Ele tinha que
saber o que aconteceria depois de criar a Terra.
Minha mentalidade não aceita a
exposição de um Deus que necessita continuamente experimentar o que faz e,
ainda por cima, comete erros.
A Hierarquia da Suddha Dharma e seus membros
querem apagar mediante seus livros e instruções o baixo conceito que se têm,
vulgarmente, de um Deus ignorante dos resultados de seus atos. Nós, os discípulos
do Mandalam, não rebaixamos os pensamentos sobre Deus, os enaltecemos.
Ao expor
estas idéias, não é que estejamos criticando a Deus, muito pelo contrário, O
enaltecemos ao garantir que Ele não comete equívocos.
Está exposto na Bíblia, como uma verdade histórica, que Deus,
antes de formar a terra acompanhado de
todas as categorias Angélicas, escolheu como seu principal ajudante e
secretário o anjo mais inteligente, poderoso e belo chamado Luz-Bel, ou Luz e
Fer e este colaborador se revolta contra seu Deus, induzindo inumeráveis anjos do céu, a guerrear contra
Aquele que o havia honrado com um alto cargo de Secretário Divino.
Mas outro
ser chamado São Miguel Arcanjo, luta contra Luz-Bel e o vence em uma guerra
celestial e demoníaca.
Pode uma pessoa culta crer que ao Deus Planetário lhe
falta sabedoria e se equivoca?
Eu posso errar em função de minha ignorância.
Se admito um servente ou empregado e tendo-lhe
entregue minha confiança ele me engana e rouba, não há dúvida que fui eu o
ignorante de sua falta de honradez.
Não posso sequer pensar que um ser divino
erre no céu. Com certeza jamais posso
pensa-lo.
Os Mestres da Sabedoria no Oriente afirmam que o Deus
Planetário, os Avatares ou os Anjos, nunca erram nem acima, nos planos sutis,
nem abaixo, nos reinos materiais.
Contudo, no primeiro livro Bíblico, o D`eus
Jeová, coloca a prova a obediência destes dois, inconscientes do bem e do mal
que foram Adão e Eva, proibindo-os de comer do fruto com o aspecto mais
saboroso, da encantadora árvore plantada no centro do paraíso.
Suponhamos que temos dois ratos e os colocamos em uma bela
jaula dourada cheia de alimentos, colocando no meio de todo este alimento, um
visível, aromático e atrativo pedaço de um bom queijo.
Após isso, dizemos a
estes pequenos ignorantes animaizinhos: “Comam de tudo o que há aqui, menos
deste queijo”. Não há dúvida que os ratinhos comerão também um pedaço de queijo.
Para ratificar o dito anteriormente, vou avançar pelas
páginas da Bíblia e chegar ao Novo Testamento e referir-me a esse Enviado
Divino, chamado Jesus, que descendeu à terra
para ajudar o ser humano acrescentando-lhe o nível consciente e espiritual.
Este Avatar, possuídos de imensa sabedoria, diz a Pedro em uma de suas últimas
cenas: “Tu vais me negar” e Pedro responde com plena consciência e grande amor:
“Não Senhor, nunca ti negarei”. Mas Jesus, conhecedor do presente e do futuro
repete: “Sim, antes que cante três vezes o galo, vais ter-me negado”.
E assim
foi.
Se um Avatar sabe o que vai acontecer, ou o que pode uma pessoa fazer:
Como não vai saber o Supremo e Divino Deus da terra?
Com toda certeza não há
nada que Ele ignore.
A Ciência do Suddha Dharma, contesta o conceito que possa
ter um humano idealizando um Deus ignorante, que tem que colocar a prova o que
Ele mesmo faz.
Ele não necessita provar nada nem a ninguém.
Antes de nascermos,
o ser divino, sabe tudo que somos capazes de fazer, sem ignorar o mais mínimo
detalhe.
É a sabedoria perfeita.
É transcendental a ideia ou conceito que
declara os grandes sábios religiosos da Suddha Dharma.
O LIVRO DE JÓ
Continuaremos este estudo com outro livro Bíblico: O livro
de Jó, cujo contexto pode nos induzir a uma interpretação equivocada de Deus e
Satã.
Capítulo I, versículo 6. “Pois um dia em que compareceram
diante do senhor os Santos Anjos, se apresentou também entre Eles Satanás”.
Notemos que: Junto com os Santos Anjos também comparece
Satanás como um companheiro e amigo em um determinado lugar no Céu onde se
celebra uma augusta reunião. É assim, como entre os Santos Anjos se encontra
nessa reunião de Santos o grande Hierarca Satanás.
“Ao qual disse o Senhor:
De onde vens? E Ele respondeu dizendo: Tenho rondado a terra e a tenho
percorrido”.
Nesse caso, imaginemos o Senhor Jeová rodeado por todo corpo
de seus santos Anjos, diferenciando entre todos a Satanás, tendo visto que é ao
único que dirige a palavra.
Capítulo I, versículos 8, 9 e 10.”E lhe disse o senhor: Por
acaso tens reparado em meu servo Jó, que não há semelhante sobre a terra, homem
humilde e correto, que teme a Deus e se afasta do mal?”
“E Satanás respondeu e disse: Por ventura, Jó teme muito a Deus?”
“Por acaso não tens rondado a Ele e a sua casa e a todas as
suas terras, tens abençoada as obras de suas mãos e suas posses tem crescido na terra?”
Com estas últimas palavras Luz-Bel rebaixa a atuação da Vida
Santa de Jó, declarando que a sua santidade é pelo quanto Deus lhe está dando
tudo o que é bom e valioso, e acrescenta, segundo os versículos seguintes:
“Destrói tudo o que Ele possui e verás se não te amaldiçoa frente a frente”.
Considerando o que Satanás disse, o Senhor sentindo-se
desafiado o autorizou dizendo-lhe: “Tudo o
que Ele possui está em tuas mãos, somente não lhes faças mal”.
É comum no mundo existirem pessoas que enquanto se lhes dá o
que desejam declaram ao seu bem feitor generoso e bom, mas no dia que não se
lhes ajuda, o protegido declara ao seu protetor ávaro, mau, sem espírito
fraterno nem coração. E assim, com estas incitadoras palavras, satanás obteve a
permissão de colocar a prova a sanidade de Jó.
Nestes versículos bíblicos fica bem estabelecido que o diabo
não faz nada sem a permissão de Deus que o autoriza ou o proíbe de fazer certos
atos, tal como lhe ordena no capitulo I versículo 12 : “somente não estendas
tua mão contra ELE. e saiu Satanás da presença do Senhor”.
Obtida a permissão, o diabo matou as mulas, os bois, as
ovelhas e os pastores, os camelos os filhos e as filhas. Apesar de todos estes
males ( Versículo. 20), levantou-se Jó e rasgou suas vestes e raspou sua cabeça
e prostrando-se em terra adorou,...
No capitulo II, Versículo. 1 a 7, são relatados outros
acontecimentos em que os filhos de Deus voltaram a apresentar-se diante do
senhor com a principal figura do santo Satanás entre eles, a quem Deus diz
“Tens me incitado contra Ele, para que lhe afligisse em vão”.
Se Satã pode incitar a Deus a fazer injustamente o mal, o que não
poderá fazer conosco? Mas vejamos no versículo seguinte, como Satanás continua
em forma mais maligna a “incitação” dizendo ao Senhor, Capitulo II versículo.5:
“estende tua mão e toca seus ossos e carne e verás então como te amaldiçoa”.
Ao
ouvir estas palavras, o Deus Jeová, assim provocado, permite ao demônio
que “fira a Jó com ferimentos profundos
desde as plantas dos pés até ao alto da cabeça, com a proibição de lhe tirar a
vida. ( Capítulo II, versículos 6 e 7).
Como é possível incitar a Deus a fazer algo mau?
Pense!
Não é Deus, em outros versículos Bíblicos, considerado
Onipotente, Imutável e Onisciente?
Nós podemos ser induzidos e também podemos induzir, o mal a
outras pessoas, empregando distorcidas e enganosas
palavras, abundância ao dinheiro, como também pelo medo,
aterrorizando a consciência de uma pessoa angustiada e necessitada.
Igualmente
é possível obrigar ao mal, pela força bruta, aos fracos de caráter.
Nunca
culpemos o Diabo pelos males que nos venham.
É Deus quem, observando nosso
progresso integral permite a Satã a
aplicar as difíceis lições até onde são suportáveis.
Tiremos de nossa mente a
idéia de que Satã é um Espírito mau.
É um colaborador obediente dos desígnios
de Deus.
Não devemos odiá-lo.
Está cumprindo sua triste, aborrecida e delicada
missão, sob a supervisão do Senhor.
Depois de autorizar Deus ao demônio como está expresso nos
versículos 5 e 7 do capítulo II, impôs a Jó, Satanás, com chagas, desde a
planta do pé até ao alto da cabeça (
capítulo II, versículo 7).
Quem o enfermou?
Satanás com a autorização de Deus ( capítulo II, versículo 6).
É assim que através destes acontecimentos Bíblicos fica
estabelecida a verdade de que as forças do bem (Deus) unem-se aos poderes do
mal (Satã) com o único objetivo de fazer progredir os seres.
Na literatura
Védica, encontramos repetidas vezes a frase: “O bem e o mal vem de Deus”. Isto
é, o agradável e o desagradável, a alegria e a dor, a vida e a morte, se
produzem em total harmonia com as leis da existência de toda a manifestação, no
espaço sem limites do Universo.
Os conhecedores da sabedoria Brahmanica não
duvidam, desta verdade, pois Eles sabem que tudo concorre para desenvolver a
integridade dos poderes e faculdades divinas que possui a essência do ser. Essa
afirmação é confirmada nas duas frases do versículo 10 do capítulo XLII: “O
Senhor então se compadeceu do estado em que se encontrava Jó”.
A um estudante da Suddha Dharma ser-lhe-á impossível aceitar
essas palavras com as quais se indica que o Senhor se compadece do homem que
ele mesmo autorizou martirizar. Isto é falso, pois o Senhor não se compadece
nem se arrepende de seus feitos, pois tudo que Ele faz é planejado com
sabedoria. Suas obras são perfeitas. O plano divino mesclados de dor e alegria,
de ignorância e sabedoria, leva a
despertar, ou aumentar as boas qualidades do Espírito e acrescentar os bens
materiais.
Capítulo XLII, versículo 10. “E deu-lhe Deus a Jó em dobro
tudo quanto havia tido”.
Este parágrafo ratifica o dito anteriormente, no
sentido de que todos os bens da vida aumentam quando o ser segue com
firmeza as leis eternas da Vida Universal, vencendo com coragem e firmeza de
vontade tudo o que se opõe a conquistar o propósito integral de evolução que é
chegar a comer o fruto da árvore da sabedoria, mediante o perfeito
florescimento dos sete Chakras, centros da Alma, começando assim a tomar um
progressivo e consciente contato com o Parabrahman.
A conclusão a que podemos chegar com este relato Bíblico é a
de assegurar que Satanás é um Servidor obediente de Deus.
JESUS CRISTO E SATANAS
Agora vamos ver na Bíblia que dizem São Mateus e outros
evangelistas, sobre outras atuações de Satanás com o avatar Jesus Cristo.
Mateus capítulo IV, versículo 1: “Então o espírito levou
Jesus ao deserto”.
Como é que Jesus se deixa levar pelo demônio, para o
deserto, para ser tentado?
Pensemos que Jesus não é Deus. É um enviado de Deus,
tal como Ele mesmo declara quando diz: “O Pai me enviou”.
Versículo 2: “E tendo jejuado por quarenta dias e quarenta
noites, teve fome”.
O número 40(quarenta) é muito importante para compreender a
“chave numérica” como também a chave do número sete no livro Bíblico.
Quando
aparece o número 40 quer dizer: desgraça, dor, sofrimento, calamidades. Por
exemplo: O povo Judeu é escravo no Egito durante 40(quarenta) anos. Jesus jejua
40 dias e 40(quarenta) noites.
O dilúvio universal dura 40(quarenta) dias e 40(quarenta)
noites.
Mas o número 7(sete) é outra coisa.
O sete é o êxito, triunfo,
descanso, paz.
O Egito deixa de sofrer quando termina as 7 pragas.
Josué
triunfa sobre Jericó, derrubando as muralhas, após a banda de músicos de seu
exército, treinada esotericamente no poder do som, ter completado 7(sete)
voltas. Até a morte de Jesus está marcada pelo número sete.
Jesus descansa, seu
espírito deixou este mundo de ignorância e dor depois de dizer as sete
palavras. A criação do mundo foi feita em sete épocas.
Deus descansa no sétimo
dia. É assim como os números contém uma chave importante na simbologia Bíblica.
Versículo 3: “E chegando a Ele o tentador lhe diz: Se és
filho de Deus ordena que estas pedras se façam pão”( não lhe disse que era Deus).
Versículo 4: Jesus lhe responde e diz: “Escrito está, nem só
de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.
Versículo 5: “E o Diabo o leva a um elevado monte”.
Versículo 9: “E o leva a Jerusalém e o coloca(-----Pág 57)
do templo”.
O que isto te sugere?
O Demônio passeia com Jesus por muitos
lugares, sem que Ele oponha a menor resistência a tão Satânica companhia, com a
qual estabeleceu um ami gável diálogo.
Versículo 3. Diz Satã: “Se filho de Deus és, darte-ei todo
este poder e a glória deles, por que a Mim foi dado e a quem eu queira os dou.
Se prostrado Me adorares serão teus”.
Versículo(-----): “Se és filho de Deus, lança-te daqui. Por
que escrito está que a seus Anjos
Mandou para que te amparem em suas mãos, para
que não firas teu pé em alguma pedra”.
Vers 12, e respondeu Jesus: “Não tentarás ao senhor teu
Deus”.
Vers 13: “E acabado toda tentação retirou-se o Diabo até o
tempo”.
Versículo 14: “E voltou Jesus virtuoso à Galiléia”.
O mesmo Diabo que o havia levado o deixou de onde o havia
tirado, tudo isso aconteceu em perfeita harmonia. Jesus não se opôs em nenhum
momento. Esta passagem da vida de Jesus podemos também considera-la como um
símbolo.
As pessoas que seguem as práticas ocultas, geralmente, querem poderes
sem se esforçar em conseguir seu progresso integral, purificando seu corpo e
sua alma mediante a adoração a Deus.
Primeiro temos que, entrar no
reino dos Céus e depois tudo se obtém”, surgem os poderes, podendo transmutar a
matéria ( converter pedras em pão, levitar, viajar pelo espaço, desenvolver o
dom do desdobramento e também, podemos conseguir outro Siddhis, poderes).
Mitos
são os que entram nas práticas ocultas desejosos pelo dinheiro, saúde e todo
tipo de bens materiais para seu próprio egoísta prazer. Isso é adorar a Satã
impulsionado pela parte demoníaca e egoísta do ser humano que, governado pelo
seu Eu inferior, sofre contínuas tentações.
Diz Jesus: “Também está escrito, Não tenteras ao senhor teu
Deus”.
No versículo 10 acrescenta: “Adorarás ao senhor teu Deus e a
Ele servirás”.
Segundo a Sabedoria dos grandes Yoguis, a adoração a Deus é
o mais importante que devemos ter em nossa consciência.
Devemos ter a presença
do Supremo deus no mais profundo do Éter, o Akasha do coração, e adorá-lo
totalmente, entregando-se ao Onipotente Poder, Sabedoria e Glória, deixando de
lado toda preocupação e desejo mundano.
Como devemos começar a adorá-Lo?
Primeiro devemos tratá-lo
com alegria e amor, ir progressivamente tomando contato, no mais profundo de
nossa Alma, com o Espírito Universal, para que nosso ser seja puro e assim, com
sabedoria, usar beneficamente todos os poderes que já temos e os que venhamos a
adquirir no decorrer dos tempos futuros.
Os grandes iniciadores não ajudam o
despertar de poderes nas pessoas egoístas, sensuais, invejosas ou malignas. Mas
são muitos os que querem, seguindo falsos livros, Mestres ou sociedades,
aprender a viajar no astral, ver a distância utilizando os sentidos da alma e
outros poderes, sem ter nenhum preparo moral ou espiritual.
Em uma ocasião diz Jesus: “ Abandona pai e mãe,
toma tua cruz e segue-me e nenhum discípulo da Suddha Dharma Mandalam entende
essas palavras ao pé da letra, pois sabe que o significado oculto delas é aplicável
somente quando se pratica a meditação transcendental, pois somente neste
momento temos que esquecer o mais amado e querido, como naturalmente devem ser
seus pais, simbolizando com essas palavras o “mais apreciado que temos em
nossas vidas”, mas o senhor diz mais: “Toma tua cruz e segue-me”.
Esta frase
faz o discípulo saber que, assim como nas primeiras palavras lhe indica
esquecer o que mais ama, com a segunda frase lhe indica a necessidade de esquecer
toda preocupação mundana, por mais dolorosa que seja a circunstância pela qual
está passando e render-se totalmente à vontade do Supremo Deus.
Esta atitude de rendição absoluta à Divindade
e o servir impessoalmente a todos os seres, é o que significa amar a Deus e
servi-Lo posto que Deus não pode ser servido diretamente, Ele é servido através
do servir ao próximo, “O que fizestes ao teu irmão, o fizestes a Mim”. Assim
também disse o Senhor.
Que diz o Mestre no pequeno livro “Luz no Caminho” de Mabel
Collins e que está repleto de ensinamentos oriundos da sabedoria divina?
“ Antes que os olhos possam ver, devem ser incapazes de
chorar”. Antes que o ouvido possa ouvir, deve ter
perdido a sensibilidade”.
“Antes que a voz possa falar na presença dos mestres, deve
ter perdido a possibilidade ferir”.
“Antes que a alma possa erguer-se na presença dos mestres, é
necessário que os pés tenham sido lavados no sangue do coração”.
Estas são Regras aceitas e ensinadas pelos Instrutores do
Suddha Dharma Mandalam, além de outras que afastam a muitos da Senda Suddha,
pois nele não se oferecem poderes comprados com dinheiro, senão mediante um
sistema de perfeição individual, mantendo as indicações dos Grandes Instrutores
Espirituais.
Nos versículos Bíblicos que extraímos anteriormente, e que tratam
de Jesus, está indicada a repulsa das
atrações, desejos ou preocupações materiais, entendendo-se que tal repúdio se
efetua somente nos momentos que reservamos para a adoração a Deus, pois não é
possível encerrarmo-nos em permanente adoração, esquecendo os compromissos e
obrigações que temos no dia a dia do viver.
Somente o sistema completo e
correto de meditação, no qual deve estar incluída a correta execução de todos
os deveres e compromissos e adoração a Deus, é o que sem nenhum perigo nos levará à Paz,
Poder, Sabedoria e continuada felicidade.
Mas são muitos os que buscam
com afã chaves para despertar os poderes da energia chamada Kundalini.
Há pessoas com demoníacas ambições que tentam a outras, ignorantes,
assegurando-lhes que podem despertar-lhes o tremendo fogo e o poder da Serpente
Ígnea, encerrada no osso sagrado, o sacro, mediante o pagamento de altas
quantias de dinheiro. Eu não conheço nenhum destes falsos mestres que,
primeiramente, demonstrem que teêm atualizado o poder de Kundalini.
Temos que
ter presente os divinos ensinamentos dos verdadeiros Sábios do Espírito para
não sermos enganados.
Temos a segurança na sabedoria dos Avatares, quer seja
Krishna, Buddha ou Jesus, visto que Eles foram Enviados pelo deus da Terra Sri
Bhagavan Narayana para ensinar as Verdades Eternas, as que sendo compreendidas e aceitas, nos conduzem a
conhecer o Supremo Deus do Infinito Universo.
Temos a primordial obrigação, de
acordo com as leis eternas, como já se disse de amar a deus sobre todas as
coisas, elevando nossa consciência nos momentos das práticas, deixando de lado
as obrigações materiais.
As coisas materiais se resolvem melhor e mais
rapidamente sob inspiração e ajuda divina, se nos mantivermos imutavelmente
puros.
Tal como aconteceu com Jó, que venceu as influências nefastas, sem
rebaixar sua consciência para negar a Deus, apesar das dolorosas situações que
teve de suportar. Não devemos ignorar que o Senhor Deus, a Hierarquia ou o
Mestre individual, retribui com crescentes glórias de espírito e os bens
materiais, cada vez que nossa firme e boa vontade vence qualquer ato que
dificulta ou atrasa a conquista liberação final, ou Prapti.
O capítulo 5, versículos 10 e 11, diz que, não tendo sido
Jesus logrado pelas tentações demoníacas “Os Anjos chegaram e O serviram”.
Estes ensinamentos nos são grandiosos. Jesus em nenhum
momento se revoltou ou insultou ao Diabo. Conversou com Ele como amigo.
Analisemos outro evangelista: São Lucas.
Capítulo I, versículo 1, 6 e 3. Repete o mesmo que disse São
Mateus, agregando o seguinte:
“ E Jesus, pleno do Espírito Santo, voltou-se do Jordão e
foi levado pelo espírito ao deserto.
“E esteve 40 dias, e O tentava o diabo, e não comeu nada
naqueles dias, e passado estes teve fome e lhe disse o Diabo: Se filho de Deus
És, diz e esta pedra que se transforme em pão.
E O levou o
Diabo, ao monte elevado e Lhe mostrou todos os reinos da terra, em um momento
do tempo”.
Esta frase “em um momento do tempo”, merece por sua
importância uma explicação, pois deve ser sabido que: espiritualmente o tempo é
diferente ao tempo em que medimos na terra, de acordo com o movimento do sol, a
lua e os astros.
Espiritualmente uma pessoa pode receber grandes conhecimentos
em um segundo, ao passo que materialmente, para explica-los são necessários meses, anos, etc,
ou muitos e volumosos escritos.
No Bhagavad Gita, Sri krishna e Arjuna no campo de batalha,
estando os dois exércitos prontos para o combate entre Kauravas e Phandavas, Sri
Krishna diz a Arjuna, cap I, ver 12: “ÓH! Tu de potentes armas, postado na
frente de batalha entoa o Hino a Durga, com pureza de intenção, para derrotar
às Hostes Inimigas”.
Arjuna obedece o conselho e pleno de Amor à Deusa faz a
invocação conhecida como Hino à Durga e Arjuna, com sua visão espiritual aberta
pela graça do Avatar, vê a Divina Mãe, que lhe confere o suficiente poder e
sabedoria para vencer.
A seguir se estabelece um diálogo, uma longa conversa
entre Sri Krishna e Arjuna.
Por isso se faz a seguinte pergunta: Como é
possível que se desenvolva uma conversação tão longa que ocupa um livro de 26 capítulos,
entre dois generais, enquanto o exército contrário está pronto para a luta,
esperando pacientemente que ambos conversem amigavelmente e eles, os opositores
Kauravas, não dispararam uma única flecha para interromper tão longa conversa?
Claro está que não é assim.
O referido diálogo efetuou-se na mente espiritual.
O que nós, com nossa mente vulgar,
podemos dizer em um mês, se diz em um instante de tempo com a mente espiritual.
Santa Tereza de Jesus
explica em seu livro “As
Moradas”.
Capítulo V: “E aconteceu que em um único instante lhe ensinou tantas
coisas de uma única vez que muitos anos de trabalho em organiza-las
mentalmente, não seria suficientes”.
Em outras partes de suas obras esta santa vidente se esforça
em explicar esse fenômeno da velocidade mental-espiritual para que as freiras,
suas discípulas, entendessem um dos mais interessantes prodígios da vida
espiritual, no sentido em que as visões, conversações e ensinamentos recebidos
em um instante, fiquem claramente gravados na mente espiritual.
A santa assim
diz: “Por que mesmo que não a saibam dizer, no interior da alma ficam bem
gravadas e jamais se esquecem”.
Jacó quando vê a escala
que com ela deveria entender outros segredos, que não o soube contar, bastaria
ver uma escada por onde desciam e subiam anjos, que se não tivesse mais luz
interior, não entenderia tão grandes mistérios.
Em outro parágrafo diz: “Nem Moisés soube dizer tudo que viu zarza, senão o que quis
deus que Ele dissesse. Mas deveria haver muitos segredos dentro dos espinhos
daquela zarza, que lhe deram forças para fazer o que fez pelo povo de Israel.
Adiante acrescenta: “Desejoso estou de conseguir uma comparação, para que fosse possível
entender o que estou contando, mas não creio que a haja. Tentemos com esta:
Entrais no aposento de um rei e grande senhor, creio de chamado de camarin,
aonde há muitos objetos de vidro, barro e outras coisas, dispostas de tal forma
que a quase todas se as vê entrando”.
Neste mesmo capítulo descreve uma visita que fez ao palácio
da Duquesa de Alba: “E ali estive durante um tempo, eram tantas coisas que
havia para ver, que rapidamente esqueci tudo, de modo que nenhuma daqueles objetos ficaram guardados na minha
memória, como se nunca as houvesse visto, nem saberia dizer do que eram feitas,
mas me lembro de tê-las visto”.
São muitas as coisas que viu em pouco tempo, mas ao querer
descrever tudo, quanto tempo demoraria para descrever um único quadro ou estátua?
Assim é a inspiração espiritual: de repente se obtém muito conhecimento.
Por isso
dizem os evangelistas que: “Em um momento o Diabo, fez ver a Jesus todos os
reinos da terra”. Não somente visualizamos as coisas sutis senão também
ensinamentos cheios de sabedoria, assim como entendeu Jacó os mistérios da
escala e Moisés compreendeu o significado da zarza queimando, teve a sabedoria
instant6anea para guiar o povo de Israel.
Além disso, devido à importância que
tem este tema, Tereza D’avila utiliza a visita a casa da Duquesa de Alba, para
expor outro exemplo.
Nos recintos viu muitos objetos e Ela compreende real e
profundamente a inutilidade espiritual que era toda aquela quantidade de
objetos. Assim também Arjuna, ao receber as bênçãos da Divina Durga, obtém não
somente valor, sabedoria e poder para vencer o exército inimigo, mas também,
com o diálogo mental com Sri krishnam obtém o conhecimento supremo da Ciência
espiritual, o Suddha Bhrama Vidya, em um instante. O conhecimento instantâneo e
infundido que indicam as misteriosas palavras: “Em um momento do tempo”, está
expresso em muitos textos sagrados que neste trabalho seria cansativo detalhar.
No capítulo IV, versículo 6, São Lucas repete em seu
evangélio o diálogo de Jesus com Satanás assim: “E lhe disse Satã: “Darte-ei
todo este poder e a glória Deles, por que a Mim foi dado e a quem quero os dou”.
Versículo 7: “Portanto, se prostrado me adorares, serão
teus”.
Versículo 8: “E
respondendo Jesus lhe disse: Escrito está: “A Teu Senhor Deus adorarás e
somente a Ele servirás”.
SABEDORIA ÁRABE
Vou linkar estes versículos com o conto árabe “Áladin e a
Lâmpada Marsavilhosa”, pois esta parábola oriental nos faz compreender que não
temos que adorar as coisas materiais ou mundanas, como os inumeráveis prazeres
que distraem e distanciam os Discípulos da Senda de adorarem ao Senhor Deus,
desviando-os também, do cumprimento do dharma do Serviço sem egoísmo, a todo
ser que de Deus surgiu, surge e continuará permanentemente surgindo pela
eternidade.
Neste conto, como em outros relatos dos XXXXXX árabes,
encontramos grande sabedoria.
Não são simples contos para crianças, são
parábolas de profundo significado espiritual, que indicam o dharma ou os Meios
para alcançar o êxito da conquista consciente da Luz Divina.
No conto de Aladin
fica estabelecido que não se deve buscar os poderes sobrenaturais até que a
pessoa tenha feito a atualização do Atma, o Eu Superior, e por meio de sua
transcendental sabedoria usar os extraordinários poderes.
É por isso que em Mateus Capítulo
VI versículo 33, “Buscai pois primeiramente o reino de Deus e sua
justiça e todas as coisas o serão dadas”.
Recordemos o que se diz neste conto árabe que faz parte do
livro “As mil e uma noites”. O mago pede a Aladin que desça ao profundo sótão
onde está guardada a lâmpada maravilhosa, que simboliza o nosso próprio espírito
que esta no fundo de nosso ser, no coração, envolto pelo éter, a sutilíssima
substância Akashica.
A lâmpada do coração é a chama, o yoty da vida. É o sol da glória, sinalizadas nas imagens do coração
de Jesus, de Maria e de outros grandes seres ou iniciados que já despertaram
esta luz maravilhosa.
O mago diz umas palavras de poder para abrir uma misteriosa
caverna e ordena a Aladin, que foi escolhido por sua absoluta pureza, que desça
degrau a degrau a escada que conduz ao mais profundo dos subterrâneos onde
encontrará a lâmpada maravilhosa.
Essas palavras de poder é a combinação de vibrações sonoras
que afetam a matéria, tanto física, densa, como a sutil. Mediante a combinação
dos sons, os sábios videntes formam o que na Ciência Mística se conhece como
palavras ou frases de poder, posto que Eles combinam orações mântricas para
conseguir a “transubstanciação” da matéria. Na igreja cristã, se afirma que
mediante da magia apropriada de uma boa liturgia, pode se efetuar essa
transubstanciação do pão e do vinho usados nas missas católicas.
O Aladin do conto possuía a pureza integral, isto é, do
corpo e da alma, além de uma grande energia. Qualidades que nos permitem
acercar-nos, um pouco, ao resplendor do Atma.
É por isso que os Instrutores da Vídya aconselham aos
discípulos exercícios de respiração, os Pranayamas, os quais ritmificam as
moléculas físicas, produzindo uma harmonia que se traduz em paz, saúde e bem
estar. Também aconselham que sejam feitos exercícios físicos, fricções, banhos,
etc, sempre com a condição que sejam
executados de forma moderada, sem que levem ao cansaço, e que não sejam uma
tortura.
A pureza da alma consiste em não se ter inveja, ódio,
rancor, medo, pena e outras qualidades negativas.
Ter a mente e a alma, sempre
radiantes de alegria e amor puro para todos os seres, como também, estar livre
das vãs atrações deste mundo físico. Como o mago levou em conta todas estas
qualidades que Aladin possuía, lhe diz: “Desce pela escada e á medida que
desces e vás te acercando da lâmpada, verás muitas coisas maravilhosas, árvores
com frutos preciosos formados de rubis, esmeraldas, pérolas, diamantes.
Vais
ver inumeráveis coisas de beleza inigualável, mas toma o cuidado de não tocar
em nada deste esplendor, até que não estejas em poder da lâmpada. Somente
depois de a teres podes pegar o que queiras”.
O dito anteriormente encerra um grande ensinamento no
caminho do Yoga, em cujo trajeto são produzidas energias psíquicas evidencias
que tentam o Discípulo principiante, que começa a utilizá-las alardeando orgulhosamente seus insipientes
poderes, querendo ser considerado um Mago, curandeiro ou grande mestre.
São
muitas as pessoas que se dedicam aos passes curativos, enganando e
sugestionando a crédulos, ansiosos de encontrar uma cura milagrosa para seus
males.
Dão conselho para tudo, principalmente para ganhar fortunas e amor.
Estes pseudos magos costumam dizer: “Eu não cobro nada, mas pode me dar o que
queira”. Se lhes dão pouco, tecem comentários grosseiros sobre quem creu na
misericórdia do embusteiro.
Quando o
Guru, o guia espiritual, vê que um discípulo demonstra verdadeiro interesse em
progredir e que sua fé não é suficiente para impulsioná-lo a seguir com firmeza
na difícil senda da sabedoria, então lhe permite experimentar, momentaneamente,
certos poderes, tais como ver a distância algo que esteja acontecendo, ou que
vai acontecer em tempo futuro.
Em alguns casos, acontece que o discípulo, em
sua ignorância, crê que por suas elevadas condições psíquicas e por seu próprio
poder alcançou tais maravilhosas qualidades e com altiva ignorância e orgulho
se declara, ele mesmo mestre ou milagreiro em curas, adivinho e executor de
mitos bobos desejos que lhe pedem para resolver.
Nada é realmente benéfico
enquanto não se haja conseguido a Luz, o yoty, da lâmpada divina que se mantém
acesa e custodiada pelo coração.
A Lei é que, primeiro, devemos despertar a
chama do Espírito Santo (Shakty) para atuar com sabedoria no uso dos poderes.
Também, quem não usa qualquer poder outorgado desde os mundos invisíveis, em benefício
de todos os seres, ou os oculta inutilmente, os perde porque os mesmos guias se
encarregarão de retira-los.
Por outro lado quem emprega corretamente, com amor
divino e sem egoísmo, os dons que tem, os verá fortalecidos pela Graça dos
Seres Celestiais.
Os Mestres não dão poderes a
egoístas, invejosos, rancorosos, ciumentos, assim como a pessoas que
carregam ódio, sensualidade esarcebada outros péssimos sentimentos que possam
leva-lo a utilizar os poderes de forma danosa ou para satisfazer vinganças.
Se
alguém por maus caminhos, consegue algum poder e o usa com maldade, não somente
lhe tiram tal poder como também é castigado com o desespero de múltiplos
fracassos e graves sofrimentos.
Considerando a sabedoria dos Avatares Divinos, me recordo:
“Entrai primeiro ao Reino dos Céus”. Trabalhemos primeiro para alcançar a luz
divina da lâmpada, para que somente depois nos sejam ampliadas as faculdades
nas ações místicas da vida.
O Mago diz a Aladin: “Pega primeiro a Lâmpada porque por
meio do poder que possui vencerás os obstáculos e conseguirás a realização de
teus desejos”. Dia a estória que essa lâmpada é muito antiga. Como pode não ser
antiga a lâmpada de nosso coração se nunca teve início e jamais terá fim? Esse
Yoty é a Raiz de nossa vida.
Esses contos árabes quando são lidos ou estudados,
conhecendo as leis gerais da Ciência Mística, permite-nos entender a grande
sabedoria neles contida.
É pois, muito importante não se deixar tentar pelos
poderes. Primeiro devemos ter uma clara consciência da vida, purificar a mente,
o corpo, as emoções e as intenções.
Quem, em sã consciência, é capaz de entregar uma arma de
fogo ou uma bomba a uma criança que não tenha alcançado a compreensão dos
perigos?
Os Mestres não nos ajudam a despertar os poderes até que, pela evolução
de nossa consciência, seja-nos impossível fazer mal a algum ser vivente, a não
ser que sejamos impelidos pela necessidade absoluta de defesa.
Como Yoguis
nosso esforço deve ser dirigido, e com afinco, para contactar-mos nosso Atman,
a Luz Divina, a que é Filha de Deus, eternamente arraigada no Supremo e
transcendental Espírito Cósmico.
Este contato com o Atma Individual é o caminho
ao reino dos céus, onde “tudo nos é anexado de forma espontânea”.
Não existirá jamais nenhuma anexação superior
ao feito de ir adquirindo progressivamente, mais e mais, sem limite, o
conhecimento do Deus Infinito, o Parabrhman, com sua Sabedoria, Poder, Glória e
Amor.
Primeiro temos que conhecer o Filho de Deus, que é o nosso
próprio Espírito e depois, por intermédio do filho, conhecer o Pai, o Espírito
Universal.
CONHECIMENTO DA UTILIDADE DO BEM E DO MAL
Vou fazer uma parábola que poderemos por meio dela e
aguçando a intuição compreender melhor esta ciência do divino que nos dá o
correto conhecimento entre o bom e o mal, o prazeroso e o doloroso.
Suponhamos
que temos um cavalo de corrida, uma pessoa o alimenta, o banha, acaricia e
penteia. Essa pessoa, para o animal, é um anjo cheio de bondade e amor, o
monta, o levam a frescos, verdes e
saborosos pastos.
Contudo isso o animal se sente feliz. Mas há outra pessoa que
cava valetas, buracos e outros obstáculos com o propósito de que o cavalo
aprenda a saltar em distância, em altura e a correr velozmente.
Como isto é uma
parábola, vamos supor que o cavalo pensa e fala: “Este homem é um malvado
demônio que me coloca difíceis obstáculos que tenho de saltar.
Tenho visto
muitos companheiros que quebraram as patas, feriram-se gravemente ou morreram.
Este homem é um malvado demônio que põe todo tipo de obstáculo para me fazer o mal”.
Mas pensemos: Todas estas provas são, verdadeiramente, para fazer mal ao
cavalo?
Por certo que não. São exercícios para o progresso da destreza do
cavalo, para que assim possa vencer nas competições de saltar distâncias,
valetas, fossos e corridas.
Outro exemplo, agora com um ser humano.
Uma criança que tem
pai e mãe, que o mimam, alimentando-o e dando-lhe saborosos doces.
Com isso a
criança é feliz. Mas um dia os pais decidem matriculá-lo na escola, pois a
criança já adquiriu consciência e inteligência.
Nessa escola há um diretor e
professores.
É escolhida uma classe e um professor de acordo com a idade e
capacidade mental da criança.
Esse professor exige que o aluno permaneça muitas
horas sentado, ouvindo-o e estudando,
memorizando com esforço da mente e da vontade, cada uma das matérias estudadas.
Para o estudante o professor é um demônio que o martiriza.
Ele gostaria de
estar brincando, ser feliz, mas esse demoníaco professor o afasta da alegria,
obrigando-o a fazer provas e exercícios difíceis de resolver.
Exigindo que
aprenda e memorize com clara compreensão lições que requerem muito tempo para
assimilá-las e conscientizar-se de seu interno e externo conteúdo.
Não podemos
esquecer que o pai e a mãe estão de acordo com o professor, ansiosos pelo progresso
do filho.
Assim, o Deus terrestre está de acordo com todos os problemas pelos
quais passamos para adquirir o conhecimento do que devemos executar, por que é
verdadeiramente bom, justo e benéfico
para o corpo e a alma de nós mesmos, dando bem estar e felicidade pura a todos
os seres.
A tentação é colocada pelo Demônio, a consciência do dever, o Dharma,
a coloca Deus e a energia para vencer é infundida pela Divina Mãe.
É por isso
que os Grandes Avatares sinalaram a necessidade que sempre temos de adorar à
Divina Mãe, para que aumentemos nossas forças com a inspiração e energias
divinas, que podemos receber quando abrimos conscientemente nossa alma para
obter suas gloriosas bênçãos.
Os Grandes Sábios Videntes da Verdade estão de
acordo em que o bem e o mal são dois pólos ou condições da vida, necessários
para adquirir consciência e sabedoria.
Todos os seres viventes teem de comer do
fruto dessa simbólica árvore que está no paraíso terreno, saborear a felicidade
e a dor, entrelaçados pela vontade de Deus e vencer os obstáculos colocados
pela constante atividade de Lúcifer com todo o exército de elementais que se
regozijam provocando as rajásikas vibrações emanadas dos emocionais seres da
terra.
Deus nos dá a vida, as transitórias e merecidas felicidades,
a força e a glória divina. Satanás com as hostes inferiores, nos submete a
experiência de angustiosas dores físicas, morais e psíquicas.
Ambos os seres
Deus e Diabo, atuam juntos em perfeita
harmonia, com o único propósito de despertar a Semente Divina com todos os seus
benéficos atributos de poder, sabedoria e glória.
Se o demônio fosse,
século após século, um inimigo de Deus e de suas obras, conseguindo que
a maioria dos humanos fracassassem ao impedir-lhes a realização do Eu Superior,
se essa estúpida idéia de que exista uma eterna luta entre Deus e Satã fosse
correta, temos que perguntar-nos: Como é que Deus com seu Onipotente poder o
mantém atuando sobre os seres terrestres, os quais são seus amados filhos,
levando-os Satã a um inferno eterno e inútil?
Esclarecendo: “Um inferno inútil e eterno”.
Qualquer pessoa
consciente, direi mais, se um pai ou uma mãe inteligente e boa se vê obrigada a
castigar um filho, não há dúvida que o faz para que seu filho se corrija e
progrida.
Jamais imporá um castigo que
impediria seu progresso e correção. Não digam que assim procede Deus
para se vingar de uma ofensa a sua personalidade infinita e que, portanto, o
castigo deve estar de acordo com a grandeza do ofendido, pois ao Ser Divino
ninguém, por nenhum meio, pode ofende-lo ou diminuir sua glória.
Se assim
fosse, esse Deus passaria eternamente sentindo a dor de inumeráveis ofensas,
que por ignorância, fraqueza ou malícia lhe faz o ser humano, dia e noite, ano
após ano, enquanto marcha pela senda da ignorância mundana.
Os Deuses
Planetários chegaram a ser Narayanas Terrestres depois de terem evoluído a tal
ponto que nada ignoram das leis materiais e espirituais que regem a ordem da
evolução em qualquer plano da existência. Por isso se diz que Eles são
Oniscientes, Onipotentes e Imutáveis, ante as contingências boas ou erradas que
fazem ou possam vir a fazer as ignorantes criaturas que estão baixo sua
custódia.
Jamais devemos esquecer a principal qualidade do Deus
planetário que consiste na Imutabilidade.
KARMA
Todo ato produz uma reação, quer seja benéfica ou não.
Essa
reação, na língua sânscrita tem o nome de Lei do Karma. É importante saber que
nem todo Karma doloroso é devido a castigo por más ações feitas nesta ou em
passadas vidas.
Eliu, os parentes e amigos de Jô, sem conhecerem as leis do
progresso espiritual, o entuem, crendo que por sua ignorância haviam cometido
grandes faltas e disso provinham todos os males que lhes havia recaído (
Capítulo XXXII ao capítulo XXXVIII) o mesmo Jeová explica nos capítulos
seguintes que nem todo sofrimento ou mal acontece por termos pecado contra as
leis divinas ou mundanas.
Em muitos casos se dá ao contrário: Sofre-se por ser
bom, evoluído e capaz de suportar as dolorosas provas necessárias para
desenvolver mais poderes de resistência ante as contrariedades da vida,
sofre-se para polir e acrescentar o brilho do diamante espiritual, a Chispa
Divina, que está custodiado no coração humano.
Como tem sido tratados os
grandes beneméritos mártires e santos que conhecemos através da história?
O
mesmo Jesus de Nazaré sofreu um calvário e uma dolorosa crucificação.
Foi por
ser um ladrão?
Não, por certo que não!
Ele era um ser divino, um avatar que
desceu ao plano terrestre por sua própria vontade, de acordo com o Plano da
Divindade para restabelecer o Sanatana Dharma, a Eterna Lei do Amor a Deus e a
todos os seres.
Portanto não devemos julgar a ninguém que sofre pensando que
está recebendo o castigo de Deus como conseqüência de suas maldades ou que
esteja sofrendo as dores impostas por Satã para gozo do próprio Demônio e de
seus malignos acompanhantes.
É por isso que no Sanathana Dharma Dípika, o
Senhor diz a grande verdade, difícil de compreender, e que em consideração a
sua imensa importância aqui repetiu: “O bem e o mal provêem de deus unicamente
para a nossa glória”.
Não somente pela diferenciação deste par de opostos,
senão também mediante a ignorância e o conhecimento, o ódio e o amor, da pena e
do gozo e de inúmeros outros estados opostos chegam à sabedoria da análise e da
síntese da vida.
AMOR DIVINO
Pelo conhecimento destas verdades eternas, os Grandes
Instrutores da Suddha Dharma nos mostram o bem que podemos alcançar Irradiando
Amor Puro a Todos os Seres, quer sejam maus, corrompidos, perversos, falsos ou
ignorantes e para os bons, santos, Hierarcas e Divindades, visto que as Forças
da Dor e da Sorte trabalham de comum acordo, ininterruptamente, sob a
Onipotente vontade do Deus terrestre e para nosso ilimitado avanço espiritual.
ÚNICO DIRETOR DA EVOLUÇÃO TERRESTRE
O Deus terrestre, o Bhagavan Narayana, éo único Diretor
Geral deste mundo, sem que Satã nem ninguém possa interpor-se a sua vontade,
guiando eternamente a todos os seres para a perfeição e a glória.
“Não se move uma única folha sem a vontade de Deus”
Vájera Yogui Dasa
Om-Tat-Sat.
Nota:
Importantíssimo lembrar que, Sri Vájera escreveu seus artigos a quase 100 anos atrás.
Ele morava em Santiafo/ Chile, um país essencialmente Católico.
Sendo assim, para não sofrer rejeições, optou por sempre mencionar inúmeras citações da Bíblia Cristã como exemplos de suas idéias.
Segundo seu entendimento, isso facilitaria a compreensão de seus leitores, já que a cultura oriental é bastante diferente da ususal.
Portanto, temos que elaborar nossa mente para um entendimento mais próximo do original, tendo sempre como ponto de partida, a aceitação de que Suddha Dharma NÃO é religião....e que esta Ciência está além do discernimento humano, porém como Ela é adaptável em Tempo, Lugar e Circunstância, Ela é moldável e expressiva em qualquer filosofia ou religião deste reino hominal.