segunda-feira, 5 de novembro de 2012

PECADOS QUE DIFICULTAM O PROGRESSO ESPIRITUAL

Nossos agradecimento pela tradução realizada pelo Dasa  Alfonso Prellwitz.



Sri Vájera Yogui Dasa



P: ...Diga-me: Quais são os pecados mais graves que dificultam o progresso espiritual?
R: O Senhor quer saber os mais graves, em outras palavras, quais são nossos erros que não nos deixam avançar e que tem grande importância dentro das iniciações.
 A religiões que consideram certas faltas muito graves e outras consideram as mesmas faltas sem importância. Os Mestres de Sabedoria não nos falam de pecados mortais, nem os venais, pois sabem muito bem Eles que, devido a nossa escassa sabedoria e vontade, além de sermos influênciados pelo meio em que nascemos e das ascendencias hereditárias, estamos constantemente errando nosso justo comportamento para alcançar o desenvolvimento da alma e despertar espiritual com a atualização de seus gloriosos poderes latentes.
Para alcançar as iniciações espirituais temos que fazer enormes esforços em outro sentido. Vou-lhe explicar isso claramente. Muitos creem que na vida espiritual a questão sexual tem grande importância. Os Mestres de Sabedoria não se preocupam muito com isso, sem deixar de aconselhar a seus Discípulos a conveniência, tanto individual como  social, de submeter o sexo a um inteligente controle. É claro que não devem esquecer de dizer que, para os que começam a receber ordens maiores no sacerdócio religioso, a pureza de pensamentos, sentimentos e a castidade são absolutamente necessários. Não por que um D'eus pessoal fique bravo pelo abuso do prazer sexual, o que é um erro, senão por que as condições físicas e psíquicas de energia e poder que infunde ao corpo a energia sexual retida é necessária para o despertar interior da alma, pois ela forma o “Pranavayu”, a substância protetora dos nervos, para evitar um curto circuito quando desperta o Kundalini, ou energia sacra, ao fluir pelo sistema nervoso.
Os que começamos na senda de Santidade, sem aspirarmos êxito no ocultismo místico, temos que aceitar uma Lei muito superior a todos os regulamentos ou costumes que possa ter o uso do sexo nos homens comuns. A Igreja Católica trata, hoje em dia, com outro critério a questão sexual. Os Diáconos podem se casar. Os votos de castidade, em algumas congregações de freiras, são atualmente, fracionadas de cinco em cinco anos.
Os pastores evangéicos e outras ordens podem se casar e ser considerados nobres e Santos dentro de um lar cheio de espiritualidade.
Na Índia, a maioria dos sacerdotes Hindús são ou foram casados, e digo “foram casados”, por que lá se divide o tempo das pessoas da seguinte maneira: existe a etapa infantil, quando as crianças correm, brincam e se desenvolvem; depois vem a do estudante, na qual estudam, se graduam e iniciam uma profissão, angariando seus próprios recursos e meios para optar pelo sacramento do matrimônio.

P: Está muito bem. O que vemos continuamente são as jovens inúteis para qualquer trabalho, sem um centavo, chegar ao matrimônio sómente com a cabeça cheia de esperanças.
Quantos matrimônios fracassam diariamente por falta de meios econômicos?
Não basta a potência sexual, ter muito amor ou filhos, o marido deve manter sempre o poder do dinheiro e da eficiência em diversas atividades da vida para viver com descência e conforto junto a sua família. Isso sim pode ser considerado um grave pecado, formar um lar pobre e infeliz.
R: Está muito bem o que tens dito. Passemos agora a quarta etapa da vida. Na Índia, o homem e a mulher que se uniram em matrimônio e chegaram a uma idade avançada e seus filhos são homens formados, os pais, se desejam entrar na senda do Yoga, combinam entrar no quarto estado de sua vida, consagrando-se a elevadas práticas religiosas. Ambos renunciam a toda sexualidade.
O marido se converte em sacerdote e a espôsa em monja, ajudante espiritual de seu marido, tal qual o fêz SaradaDevi, a Santa Senhora que foi espôsa de Sri Ramakrishna.
Na vida há seres que, por sua evolução superior, podem estar além dos apetites carnais, além da tentação do sexo, mas, nem todos são semelhantes a tais pessoas. Todo ser humano está capacitado a seguir o caminho do progresso espiritual e entrar na Senda da Verdade.
Nada nos apreça, ninguém nos obriga a termos vida casta, mas quando uma pessoa, por sua própria vontade e prazer, se propõe a ser casta, então os Mestres de Sabedoria se regozijam em conferir-lhe maiores virtudes, pois os Mestres veêm nela, livre de perturbadores excessos, um instrumento que pode chegar a ser muito útil no Plano Divino.
A gloriosa D’eusa do Suddha Dharma Mandalam, conhecida pelo nome de Yoga Devi, rainha da União Divina de todas as Hostes Angélicas, estabeleceu um poderosa sistema para livrar-nos das infinitas dificuldades que encontramos na vida comum e a maneira de terminar, sem maiores esforços, a excitação sexual.
É um maravilhoso remédio que arranca as impurezas da alma, inveja, ciúmes, rancores, medo, ira e outras amarguras que brotam de nosso oculto interior. Esse tônico, pouco a pouco, apaga nossos pecados. É uma penincilina, um antibiótico, mas temos que bebe-lo todos os dias e, se for possível, a toda hora e a todo momento. É uma droga que está ao alcance de qualquer um. Tem uma etiqueta dourada, resplandescente, incorruptível e eterna. Ela não muda nem mudará jamais. É o eterno Dharma.

P: Não demore em dizernos em que consiste tão transcendente medicina espiritual !
R: O eterno Dharma é o Amor a D'eus sobre todas as coisas, este é o Supremo Remédio para os nossos males, faltas e ignorâncias e é do que é constituido o principal exercício que devemos fazer durante toda a nossa existência.

P: É esse o mesmo ensinamento que tinham os Hierofantes do Egito no livro dos mortos e que Moisés transmitiu ao povo hebreu.
R: Também está estabelecido em livros Hindús milenares. Na Bhagavad Gita, escrito pelo sábio Vyasa, aparece em um dos discursos de Sri Krishna, que versa totalmente sobre isso. No Sanatana Dharma, Sri Hamsa Yogui fala sobre esse assunto em diversas ocasiões e uma grande quantidade de Santos Católicos não fazem mais que elogiar os benefícios das práticas do Amor a D'eus.

P: Todos dizemos que amamos a D'eus, mas como amá-lo verdadeiramente? Como amá-lo sobre todas as coisas para que esse amor de resultados benéficos e possa, sua força divina, retirar pouco a pouco nossas faltas ou erros?
R: Temos que exercitarmos irradiando amor durante a oração de quietude, tal como é ensinada na Suddha Dharma Mandalam, até acostumar, automaticamente, o coração a amar a D'eus sobre todas as coisas nos atos da vida.

P: Não deixe de nos dizer cocmo nos preparamos e como tomamos tão celestial medicina?
R: Quando, com o devido preparo estabelecido pelos sábios Mestres da Mandala, começamos o exercício do amor divino, devemos esquecer todas as coisas da vida, esquecer o céu e toda egoísta recompensa Divina.
Se durante essa prática pensamos em conquistar um pouquinho mais o céu, ou em nos salvar, ou em nos purificarmos moral e fisicamente, o exercício fica mal feito. O amor que devemos fazer brotar do coração deve estar isento de todo desejo egoísta, quer seja terreno ou celestial. Temos que, absolutamente, esquecer todas as coisas: amores, ódios, medos e esperanças até chegarmos à maestria de converter-nos, de forma constante, mecanica e impessoal em  um sol radiante de amor divino. Dessa forma o ato de amor está bem executado. Temos que chegar a ser como a fragrante flor da qual emana constantemente, de si mesma, o delicioso perfume.



Nota: 
Importantíssimo lembrar que, Sri Vájera escreveu seus artigos a quase 100 anos atrás.
Ele morava em Santiafo/ Chile, um país essencialmente Católico.
Sendo assim, para não sofrer rejeições, optou por sempre  mencionar inúmeras citações da Bíblia Cristã como exemplos de suas idéias.
Segundo seu entendimento, isso facilitaria a compreensão de seus leitores, já que a cultura oriental é bastante diferente da ususal.
Portanto, temos que elaborar nossa mente para um entendimento mais próximo do original, tendo sempre como ponto de partida, a aceitação de que Suddha Dharma NÃO é religião....e que esta Ciência está além do discernimento humano, porém como Ela é adaptável em Tempo, Lugar e Circunstância, Ela é moldável e expressiva em qualquer filosofia ou religião deste reino hominal.