quinta-feira, 22 de abril de 2021

OS PRIMEIROS PASSOS ATÉ O YOGA

 


OS PRIMEIROS PASSOS ATÉ O YOGA

 

Don Benjamín Guzmán Valenzuela

3 de maio de 1936

 

INTRODUÇÃO

 

   A Diretoria da Seção Chilena da Associação Suddha Dharma Mandalam acredita que a publicação destas conferências será de proveito a tantas pessoas que não puderam assisti-las e que se privaram das maravilhosas palavras de nosso instrutor Vajra Yogui Dasa.

   É importante notar que essas conferências são o resultado de 25 anos de experimentação espiritual de nosso instrutor, experiência que lhe deu um conhecimento profundo das imperfeiçoes das almas e, portanto, nelas trata de pulsar as cordas mais debilitadas de nosso instrumento espiritual para nos prover o vigor necessário, a fim de dar o grande passo neste caminho espiritual.

   Para que essas conferências possam ser proveitosas ao maior número de pessoas, foram ditadas em linguagem fácil e usando as comparações por todos conhecidas.

   Foram tomadas taquigraficamente[1] e redigidas por este que aqui escreve. Naturalmente, falta nesta redação a luz radiante e viva que inspirou o nosso instrutor que, sem necessidade de muitas palavras, fez chegar ao mais profundo de nosso coração os grandes ensinamentos que nos transferem os grandes Hierarcas da Loja Branca. Dom Divino! E seja o seu eco, o que inspira ao servidor que escreve essas palavras, para que chegue em plenitude aos corações de quem ler isto.

 

I

 

OS FINS PRINCIPAIS DA INSTITUIÇÃO

 

   Irmãos, nesta reunião vamos iniciar o trabalho de 1936 sobre o estudo do Yoga e espero que todos vocês estejam muito contentes e progridam bastante no caminho espiritual.

   Essas reuniões de loja seguem principalmente dois fins:

1.      Um externo (ou fim social), e

2.      Outro interno (ou espiritual).

   O externo (ou social) insiste que os irmãos travem amizade, que estejam unidos pela alma, que sejam amigos e que dentro dessa amizade se ajudem mutuamente nas distintas atividades da vida; com esta ajuda, progridam na ordem material e desta união da comunidade, nasce a fé que aumenta com as reuniões.

 

II

 

PERIGOS OBSERVADOS NOS PRIMEIROS PASSOS

 

   Aqueles que desejam e seguem a perfeição espiritual são em menor número no mundo, pois a imensa maioria está consumida pelo materialismo e cegada pelos véus da ambição egoísta.

   O homem que não percebe nem uma chispa da verdade em si mesmo é comumente arrastado pelo pensamento coletivo e trata com desdém ao que pensa a minoria, que neste caso, é o homem espiritual.

   Disto provém o círculo social em que atuamos, note que não estamos em sintonia com os costumes viciados deles, o que basta para nos qualificar de raros, alheios etc.

   Esta é a primeira e dura prova que todos nós devemos passar e faz-se notar desde os primeiros passos do ocultismo. Essa circunstância de relativo retiro social, no primeiro momento, não é substituída pela percepção espiritual dos braços amorosos que nos estão estendendo os Mestres que nos guiam e infundem a fé para atravessar esta ponte obscura, ainda para nossos nascentes sentidos espirituais. Isto é o que o grande místico católico São João da Cruz[2] chama “a noite escura”[3], pois impulsionados pelo amor à verdade nos afastamos de nossos amigos mundanos e ficamos na solidão do mundo e do espírito, pois todavia não percebemos entre nossos amigos os que são do espírito. Profunda obscuridade, que somente a vontade extrema e fé infundida por nossos Mestres salvará.

   Felizmente já são muitos os que formam o grupo espiritual e crescem com a oposição da maioria, deixando de lado as barreiras sociais. Essas reuniões nos trazem, portanto, a fé que poderia ter enfraquecido no lapso de tempo em que este instituto esteve fechado.

   Entre os fins internos em nosso instituto está a instrução espiritual. Para muitas pessoas é difícil a instrução em casa pela natural oposição de quem a rodeia, então aqui encontram um instrutor que trata de verter para vocês a sabedoria de forma fácil e descomplicada e o que é completado por muitos irmãos que ocupam a tribuna e expõem seus pontos de vista sobre um mesmo aspecto da vida.

   Esse trabalho de instrução, como já expresso, é ajudado por irmãos nobres que tratam de afiançar a fé e, por outra parte, é perturbado por irmãos contra a fé, a amizade e a instrução. Este segundo grupo, que faz o trabalho negativo entre nós, é formado por irmãos que entraram na instituição movidos por fins egoístas de adquirir poder para seu êxito pessoal ou solucionar seus problemas pessoais, físicos ou morais; mas, no curso da instrução, seus desejos não se realizam, pois para que se realizem deveriam ter sido fundamentados no anseio do aperfeiçoamento espiritual ou com fins altruístas. Em troca, veem que se realizam as aspirações dos irmãos nobremente inspirados e este feito lhes exalta a inveja.

   Esses esforços negativos não geram resultados, pois se chocam contra uma rocha invencível que é a verdade e por obra do amor de nossos Mestres, a luz divina rasgará os espessos véus que os envolvem e receberão a intuição do caminho correto. Maravilhosa vitória da luz sobre a sombra.

   Deveríamos conhecer os laços que tratam os que não venceram o mal, a quem começa a trilhar a senda para assim nos proteger do perigo, enquanto nosso ser espiritual está na infância.

   Primeiramente, devemos evitar os inimigos da amizade que são os que tudo criticam e maldizem os demais; atitude negativa de crítica insana que é levada aos maiores extremos e que culmina com as calúnias e que somente se satisfazem quando destroem a amizade.

   Logo temos os inimigos da fé. Grandioso poder. Poder maravilhoso, que forma a ponte que separa o conhecimento físico do conhecimento espiritual. Poder divino e transcendental que torna possível atravessar o umbral do além. Como grande e poderosa virtude, remove grandes e poderosos esforços do mal que tratam de frustrá-la; mas ela como semente vigorosa e pura, antes ou depois e sempre, ergue-se e dá o saboroso fruto espiritual.

   A fé tem uma raiz profunda na sabedoria, brota e brilha do fundo de nosso coração com todo o esplendor de suas vidas passadas; não é o conhecimento que se adquire do estudo objetivo do mundo. A fé é o que faz brotar a sabedoria que temos em nosso ser, fruto de nossa evolução. Todos nós observamos que a sabedoria divina é pouco comum no homem jovem, ao mesmo tempo que não o é sua fé no eterno.

   Essa ponte que une o homem físico ao espiritual e que é a chave da maravilhosa transmutação, é habilmente combatida pela ignorância dos homens e a arma dessas forças obscuras, é a dúvida. Assim, o Pandit diz que “a dúvida é um grande mal do ceticismo e é tão perigosa como uma enfermidade”.

   Temos outro poder do mal que chega às nossas fileiras e é o que se opõe a que a instrução possa ser aproveitada de forma completa e que dê seu máximo benefício. Esses seres induzem o principiante no ocultismo a não assistir às aulas que são dadas, a não fazer práticas e, enfim, a impedir todo esforço que possa resultar em desenvolvimento espiritual. Tratam de convencê-los pela razão de que não dispõem de tempo, de ambiente para estudar e estudar não é propício etc. Quem cai neste ardil segue pensando que, se esta ciência é positiva, deveria ter os resultados esperados com o insignificante esforço que faz, expectativas que naturalmente não se cumprem. Vem, então, a perda da fé e, no geral, ingressam nas fileiras de quem os fizeram cair, os que se opõem à instrução do Yoga.

 

III

 

A VITÓRIA DA FÉ E A VONTADE E SEU FRUTO

 

   Quem cai nas primeiras lutas da batalha que trava o espírito para livrar-se das cadeias da ilusão da matéria, não deve ser desencorajado, pois perder algumas batalhas não é perdê-las todas, e cedo ou tarde haverá a (batalha) decisiva, que marcará o glorioso triunfo do espírito sobre a matéria e na qual  o homem tomará o caminho da ascensão espiritual.

   Assim é como os irmãos que tiveram uma tremenda vontade para romper as primeiras ligações, muito rapidamente percebem as irradiações elevadas de seus irmãos mais adiantados e de seus instrutores e harmonizam-se com as benéficas influências dos protetores desse instituto, sejam anjos, Devas ou Mestres, que participam de nossas assembleias. Recordemos as palavras de Cristo que dizem: “Onde há dois ou três reunidos em meu nome, aí estou Eu”. Podem então imaginar, irmãos, o enorme benefício de reunir-se onde haja duzentas ou trezentas pessoas como aqui ocorre.

   O homem que deu o passo ao caminho espiritual e que com sua pureza e práticas harmoniza os seus veículos sutis aproxima-se de seus Mestres, que podem já instrui-lo e ajudá-lo. Esse benefício enorme, que se estende à prática da vida social, transcende a todos os atos e momentos de sua vida e, assim, se for um matrimônio, este se enche de harmonia e felicidade e maravilhado vê que todas as suas dificuldades se solucionam em boa forma. Em troca, quem se afasta dos seres superiores, aproxima-se dos inferiores, dos elementais e estes enchem-se de prazer e dor, mantendo-os obscurecidos e ligados nas profundezas do mundo sensual.

   Esse estado das almas pode ser visto claramente representado no simbolismo de um sonho que teve quem relata isso.

   “Encontrava-se em um corredor completamente escuro a representação da entrada ao mundo espiritual de quem abandonou sua sexualidade física e que penetra pela ponte escura da fé, em busca da manifestação espiritual. Seguindo pelo corredor e guiado pela intuição encontrou à direita uma sala na qual havia um grande poço retangular.

   Suas paredes de terra estavam coalhadas de alvéolos e a intuição o fez compreender e sentir como nesses alvéolos estavam aprisionadas as almas, desaparecidas na terra e sem luz.

   Impressão sumamente sombria e triste de uma coisa sem vida, apagada e morta. Seguiu pelo corredor escuro e entrou em outra sala, que tinha o aspecto da anterior, porém mais sinistra, pois o poço era maior e mais profundo e forrado em seu fundo de lama pantanosa. Isso deu um impressão muito mais forte e que as almas ali prisioneiras estavam muito mais distantes da salvação que as anteriores. Seguindo pelo corredor, chegou a uma nova sala que um homem trabalhava sob os raios de uma luz artificial. Esse homem vivia continuamente trancado e trabalhando para alcançar a verdadeira luz que lhe dará a liberdade. Quanto mais ansioso ele ficava, mais perto estava dela, se alguém lhe tivesse indicado o verdadeiro caminho. Mas ele vivia na encruzilhada do corredor que levava à verdadeira luz. Será esta cruz no caminho reto dos ensinamentos religiosos velados pela hipocrisia?

   Abandonou a sala e seguiu pelo corredor reto e qual não seria a felicidade de encontrar-se ao fim no campo livre e unido aos seres gozosos da luz natural.

   Felicidade suprema é a de passar da opressão à absoluta liberdade e em verdade quem isto experimenta de forma real e viva, não pode menos que seguir ansiando essa luz e esforçando-se em abrir os gloriosos sentidos espirituais. E nasce nele o grande amor por todos os seres a quem a ignorância fez desaparecer nas entranhas da terra e também o constante esforço para ajudá-los a se libertarem de sua cegueira.”

   O homem, então, transformou-se em um verdadeiro irmão, é fraternal e vê que o sábio e o pecador têm a mesma essência. Já não teme cair e as ameaças dos seres inferiores já não o perturbam mais. A vida alheia já não o ocupa e somente cuida disso, quando pode fazer o bem sem se importar com as circunstâncias nem pensar na recompensa. É nesse homem que se manifesta o espírito puro com suas sete modalidades de luz, transformadas em esplendorosa luz branca. Não é a razão a que atua nele, é seu Eu superior, Deus.

   Este é nosso ideal, irmãos, que devemos praticar em todos os seus aspectos e, no que se refere ao instituto, já são muitos os que praticam o altruísmo ajudando nosso trabalho, lendo trabalhos em nossa tribuna e ajudando com flores ou obras de arte etc. Pela manutenção e pelo engrandecimento desta nobre e elevada doutrina, que se propaga sem esperar retribuição alguma por aqueles que a dirigem guiados pelo amor aos nossos irmãos, a quem desejamos de todo o coração enaltecer a vida e que sejam muito felizes.

-----

Texto traduzido a partir do original em espanhol por Jaimini Dasa (Robson Gimenes),

Emissário (Acharya), do Ashram Sarva Mangalam, da Suddha Dharma Mandalam.

 

 

LOS PRIMEROS PASOS HACIA EL YOGA

 

Don Benjamín Guzmán Valenzuela

3 de mayo de 1936

 

INTRODUCCIÓN

 

   El Directorio de la Sección Chilena de la asociación Suddha Dharma Mandalam, cree que la publicación de estas conferencias aprovechará a tantas personas que no pudieron asistir a ellas y que se han visto privadas de las maravillosas palabras de nuestro instructor Vajra Yogui Dasa.

Es de importancia notar de que estas conferencias son el resultado de 25 años de experimentación espiritual de nuestro instructor, experiencia que le ha dado un conocimiento profundo de las imperfecciones de las almas y por lo tanto en ellas trata de pulsar las cuerdas más debilitadas de nuestro instrumento espiritual para darnos el vigor necesario para dar el gran paso en ese camino espiritual.

   Para que estas conferencias puedan ser provechosas al mayor número de personas, se han dictado en lenguaje sencillo y usando las comparaciones por todos conocidas.

   Fueron tomadas taquigráficamente y redactadas por el que esto escribe. Naturalmente, falta en esta redacción la luz radiante y viva que inspiró a nuestro instructor la cual, sin necesidad de muchas palabras, hizo llegar a lo más profundo de nuestro corazón las grandes enseñanzas que nos transfieren los grandes Jerarcas de la Logia Blanca. ¡Divino Don! Y sea su eco, el que inspira al servidor que escribe estas palabras, para que llegue en plenitud a los corazones de quienes esto lean.

 

I

 

LOS FINES PRINCIPALES DE LA INSTITUCIÓN

 

   Hermanos, en esta reunión vamos a iniciar el trabajo del año 1936 sobre el estudio del Yoga y espero que todos ustedes estén muy contentos y progresen mucho en el camino espiritual.

   Estas reuniones de logia persiguen principalmente dos fines:

 

1. Uno externo o fin social y

2. Uno interno o espiritual

 

   El externo o social, persigue que los hermanos traben amistad, que estén unidos por el alma, que sean amigos y que dentro de esta amista se ayuden mutuamente en las distintas actividades de la vida; con esta ayuda progresaran en el orden material y de esta unión de la comunidad, nace la fe que aumenta con las reuniones.

 

II

 

PELIGROS QUE ACECHAN LOS PRIMEROS PASOS

 

   Los que deseamos y seguimos el perfeccionamiento espiritual son los menos en el mundo, pues la inmensa mayoría está sumida en el materialismo y cegada por los velos de la ambición egoísta.

   El hombre que no percibe ni una chispa de la verdad en sí mismo es comúnmente arrastrado por el pensamiento colectivo y trata despectivamente lo que piensa la minoría que en este caso es el hombre espiritual.

   De esto proviene que el circulo social en que actuamos, note de que no estamos a tono con las costumbres viciadas de ellos, lo que basta para calificarnos de raros, extraños, etc.

Es esta la primera y dura prueba que todos nosotros debemos pasar y se hace notar desde los primeros pasos del ocultismo. Esta circunstancia de relativo retiro social, en el primer tiempo no es reemplazado por la percepción espiritual de los amantes brazos que nos están tendiendo los Maestros que nos guían e infunden la fe para atravesar este puente oscuro aún para nuestros nacientes sentidos espirituales. Este paso es al que el gran místico católico San Juan de la Cruz llama “la noche oscura”, pues impulsados por el amor a la verdad nos alejamos de nuestros amigos mundanos y nos quedamos en la soledad del mundo y del espíritu, pues todavía no percibimos a nuestros amigos los del espíritu. Profunda oscuridad, que sólo la recia voluntad y fe infundida por nuestros Maestros salvará.

   Felizmente son ya muchos los que forman el grupo espiritual y crecen con la oposición de la mayoría, echando a un lado las barreras sociales. Estas reuniones, nos traen por lo tanto la fe que pudo debilitarse en el lapso del tiempo en que este instituto estuvo cerrado.

   Entre los fines internos en nuestro instituto, está la instrucción espiritual. A muchas personas se les hace difícil la instrucción en la casa por la natural oposición de quienes la rodean, entonces aquí encuentran un instructor que trata de verter en ustedes la sabiduría en forma fácil y sencilla y lo que es completado por muchos hermanos que ocupan la tribuna y exponen sus puntos de vista sobre un mismo aspecto de la vida.

   Esta labor de instrucción como queda dicho es ayudada por hermanos nobles que tratan de afianzar la fe y por otra parte es perturbada por hermanos contra la fe, la amistad y la instrucción. Este segundo grupo que hace labor negativa entre nosotros está formado por hermanos que ingresaron a la institución movidos por fines egoístas de adquirir poder para su éxito personal o solucionar sus personales problemas físicos o morales; pero en el curso de la instrucción, sus deseos no se cumplen pues para que se cumplieran debieron haber sido fundados en el anhelo de perfeccionamiento espiritual o con fines altruistas. En cambio, ven que se realizan las aspiraciones de los hermanos noblemente inspirados y este echo les exalta la envidia.

   Estos esfuerzos negativos no logran resultados pues se estrellan contra una roca invencible que es la verdad y por obra del amor de nuestros Maestros, la luz divina rasgara los espesos velos que los envuelven y recibirán la intuición del recto camino. Maravillosa victoria de la luz sobre la sombra.

   Deberíamos conocer los lazos que tienden los que no han vencido el mal a quienes empiezan a hollar el sendero, para así protegernos del peligro mientras nuestro hombre espiritual está en la infancia.

   En primer término, debemos evitar a los enemigos de la amistad que son quienes todo lo critican y hallan malo en los demás; actitud negativa de insana crítica que es llevada a los más grandes extremos y que culmina con las calumnias y que sólo se satisfacen cuando destruyen la amistad.

   Luego tenemos a los enemigos de la fe. Grandioso poder. Poder maravilloso, que forma el puente que separa el conocimiento físico del conocimiento espiritual. Poder divino y trascendental que hace posible franquear el umbral del más allá. Como virtud grande y poderosa, remueve grandes y poderosos esfuerzos del mal que tratan de frustrarla; pero ella como vigorosa y pura semilla, antes o después y siempre se yergue y da el sabroso fruto espiritual.

   La fe tiene una raíz profunda en la sabiduría, brota y brilla del fondo de nuestro corazón con todo el esplendor de sus vidas pasadas; no es el conocimiento que se adquiere del estudio objetivo del mundo. La fe es la que hace brotar la sabiduría que tenemos en nuestro ser, fruto de nuestra evolución. Todos hemos observado que la sabiduría divina es poco común en el hombre joven, al mismo tiempo que no lo es su fe en lo eterno.

   Este puente que une el hombre físico con el espiritual y que es la clave de la maravillosa transmutación, es diestramente combatido por la ignorancia de los hombres y el arma de estas fuerzas oscuras, es la duda. Así el Pandit dice que “la duda es un gran mal de escepticismo y es tan peligrosa como una enfermedad”.

   Tenemos otro poder del mal que llega a nuestras filas y es el que se opone a que la instrucción pueda aprovecharse en forma completa y que de su máximo beneficio. Estos seres inducen al principiante en ocultismo a no asistir a las clases que se dan, a no hacer las prácticas y en fin a impedir todo esfuerzo que puede dar por resultado el desarrollo espiritual. Tratan de convencerlos por la razón de que no disponen de tiempo, de que el ambiente para estudiar y estudiar no es propicio, et. El que cae en este ardid, sigue pensando de que si esta ciencia es positiva debería tener los resultados anhelados con el insignificante esfuerzo que hace, expectativas que naturalmente no se cumplen. Viene entonces la pérdida de la fe y por lo general ingresan a las filas de quienes los hicieron caer, los que se oponen a la instrucción del Yoga.

 

 

 

III

 

LA VICTORIA DE LA FE Y LA VOLUNTAD Y SU FRUTO

 

   Quienes caen en las primeras luchas de la batalla que entabla el espíritu para librarse de las cadenas de ilusión de la materia, no deben desalentarse pues perder unas batallas no es perderlas todas y tarde o temprano dará la decisiva, que marcará el glorioso triunfo del espíritu sobre la materia y en que el hombre tomará el camino de ascenso espiritual.

   Así es como los hermanos que han tenido fuerte voluntad para romper las primeras ligaduras, muy pronto perciben las irradiaciones elevadas de sus hermanos más adelantados y de sus instructores y se armonizan con las benéficas influencias de los protectores de este instituto ya sean ángeles,

   Devas o Maestros que acuden a nuestras asambleas. Recordemos las palabras de Cristo que dicen: “Donde hay dos o tres reunidos en mi nombre, ahí estoy Yo”. Pueden entonces figurarse hermanos, el enorme beneficio de reunirse donde hay doscientas o trecientas personas como los que aquí se realizan.

   El hombre que ha dado el paso al camino espiritual y que con su pureza y practicas armoniza sus vehículos sutiles se acerca a sus Maestros quienes pueden ya instruirlos y ayudarlos. Este beneficio enorme que se extiende a la práctica de la vida social trasciende a todos los actos y momentos de su vida y así si se trata de un matrimonio, este se llena de armonía y felicidad y maravillado ve que todas sus dificultades se solucionan en buena forma. En cambio, quienes se alejan de los seres superiores, se acercan a los inferiores, a los elementales y estos les llenan de placer y dolor manteniéndolos oscurecidos y ligados en las profundidades del mundo sensual.

   Este estado de las almas puede verse claramente representado en el simbolismo de un sueño que tuvo quien esto relata.

“Se encontró en un pasillo completamente oscuro representación de la entrada al mundo espiritual del que ha abandonado su sexualismo físico y que penetra por el puente oscuro de la fe en busca de la manifestación espiritual. Siguiendo por el pasillo y guiado por la intuición encontró a la derecha una sala en la que había una gran fosa rectangular.

Sus paredes de tierra estaban cuajadas de alveolos y la intuición le hizo comprender y sentir como en esos alveolos estaban aprisionadas las almas, sumidas en la tierra y sin luz.

Impresión sumamente lóbrega y triste de una cosa sin vida, apagada, muerta. Siguió por el pasillo oscuro y entro a otra sala, la que tenía el aspecto de la anterior pero más siniestro pues la fosa era más grande y profunda y tapizada en su fondo de cenagoso fango. Esto dio una impresión mucho más fuerte y que las almas ahí prisioneras, estaban mucho más lejos de su salvación que las anteriores. Siguiendo por el pasillo, llegó a una nueva sala en la que un hombre trabajaba bajo los rayos de una luz artificial. Este hombre vivía continuamente encerrado y trabajando para alcanzar la verdadera luz que le diera la libertad. Cuan afanosamente lo hacía y que cerca estaba de ella, si alguien le hubiera indicado el verdadero camino. Pero él vivía en un cruce del pasillo que llevaba a la verdadera luz. ¿Será este cruce en el recto camino de las enseñanzas religiosas veladas por la hipocresía?

Abandono la sala y siguió por el recto pasillo y cuál no sería la felicidad de encontrarse al fin en el campo libre y unido a los seres gozosos de la luz natural.

Felicidad suprema es la de pasar de la opresión a la absoluta libertad y en verdad quién esto experimenta en forma real y viva, no puede menos que seguir ansiando esa luz y esforzándose en abrir los gloriosos sentidos espirituales. Y nace en él el gran amor a todos los seres a quienes la ignorancia tiene sumidos en las entrañas de la tierra y también el constante esfuerzo para ayudarles a liberarse de su ciega condición.”

   El hombre entonces se ha convertido en verdadero hermano, es fraternal y ve que es la misma esencia la que contienen el sabio y el pecador. Ya no teme caer y las acechanzas de los seres inferiores ya no lo perturban. La vida ajena ya no le ocupa y solo la atiende cuando puede hacer el bien sin importar las circunstancias ni pensar en la recompensa. Es en este hombre en quien se manifiesta el espíritu puro con sus siete modalidades de luz, refundidas en la esplendorosa luz blanca. No es la razón la que actúa en él, es su Yo superior, Dios.

   Este es nuestro ideal hermanos, que debemos practicar en todos sus aspectos y en cuanto a lo que el instituto se refiere, ya son muchos los que practican el altruismo ayudando nuestra labor, leyendo trabajos en nuestra tribuna y ayudando con flores u obras de arte, etc. A la mantención y engrandecimiento de esta noble y elevada doctrina que se propaga sin esperar retribución alguna para quienes la dirigen guiados por el amor a nuestros hermanos, a quienes deseamos de todo corazón que enaltezcan su vida y sean muy felices.



[1] A taquigrafia é um modo rápido de escrita com símbolos, muito usado no passado para tomar notas de discursos, palestras ou ditados. Acabado o texto, ele era reescrito na forma convencional utilizando o nosso alfabeto.

[2] Juan de Yepes y Álvarez (Juan de la Cruz) (Fontiveros, 1542 - Úbeda, 1591). Frade católico dos Carmelitas Descalços e místico espanhol. Foi declarado "Santo" e "Doutor da Igreja".

[3] La noche oscura del alma (“A noite escura da alma”) é um poema escrito por João da Cruz. Depois de feito, o próprio autor fez um tratado explicando o texto passo a passo.