Benjamín Guzmán Valenzuela
Sri Vájera Yogui Dasa,
Jnana Dhata Suddhacharya,
O Caminho do Suddha Dharma Mandalam ou Círculo
dos Seguidores das Leis Puras e Eternas é também chamado de Caminho ou Método
do Suddha
Yoga. Suddha significa
aquilo que é puro; Dharma é o conjunto de Leis que nos conduzem àquilo que é
Puro. Yoga é a união
substancial com Aquilo Puro, ou seja, com a divindade. Aqueles que adotam o
sistema do Suddha
Yoga são contrários aos sentimentos de separatividade, egoísmo, orgulho e
outros que impeçam o alcance da Unidade. Isso não quer dizer que um membro de
nossa fraternidade esteja completamente alheio a toda forma de emoção; queremos
apenas dizer que quem desejar alcançar o êxito espiritual deve esforçar-se por
deixar esses sentimentos de lado, adotando de forma permanente o mais puro Amor
à Divindade, a qual une todos os seres e coisas como nascidos dentro do Corpo
Cósmico do Absoluto.
Entre os sentimentos que mais dificultam o
desenvolvimento do Amor Transcendente — aquele que não tem limitações —
escolheremos agora o egoísmo e o orgulho. Sem Amor, não existe Suddha Yoga, e muito
menos se poderá atingir os estados superiores de consciência. Nossas práticas
são destinadas a fortalecer nossas virtudes, tais como: a vontade, a
inteligência, a atividade, entre outras; procurando constantemente evitar que o
egoísmo brote em nós. É muito difícil encontrar neste mundo pessoas
completamente livres do orgulho. Essa qualidade negativa se manifesta em
infinitos graus e por incontáveis causas.
Há pessoas que sentem orgulho de raça, como se
pertencer a um determinado grupo racial fosse um prêmio especial concedido por
um grande mérito pessoal. Há orgulhos mais restritos, como o de nacionalidade;
geralmente os habitantes de uma nação — que não possuem muitos conhecimentos
sobre os demais países do globo terrestre — pensam que os habitantes de outros
territórios possam ser inferiores em muitos aspectos aos seus próprios
conterrâneos. Imaginam-se mais valentes, inteligentes e astutos para vencer
batalhas e destruir algum país vizinho, conquistando-lhe as terras e
apoderando-se de suas riquezas. Quase toda a história de um país está fundada
no orgulho das guerras vencidas e nos benefícios territoriais obtidos por meio
delas. Memoriza-se cuidadosamente o ano em que se travou tal ou tal batalha,
quem levou o exército à vitória e o que foi arrancado do inimigo — esse inimigo
que consideramos inferior a nós em todos os sentidos, pois contamos apenas
nossos triunfos, esquecendo-nos de nossas próprias derrotas.
O orgulho também se estende à família; sente-se
orgulho dos antepassados, daqueles que já morreram há séculos. Confeccionam-se
árvores genealógicas nas quais aparecem príncipes, sábios ilustres, filósofos,
escritores, médicos e outros personagens notáveis da família. É uma espessa
ramagem de galhos secos que já passaram — estão reduzidos a cinzas. Devido à
evolução dos seres, hoje já não resta nada de real nessas lembranças, que vão
se apagando com o passar do tempo. Há aqueles que, para chamar a atenção sobre
seus olhos e cílios, piscam mais do que o necessário, causando com isso
inquietação e incômodo às pessoas que os observam. Também há pessoas que
franzem os lábios porque acreditam ter uma boquinha bonita, pequenina e rosada.
Outras aumentam os lábios para que admirem o quanto são graciosos e riem estrondosamente
enquanto mostram uma espessa fileira de dentes — sendo isso, às vezes, tão exagerado
que expõem uma grande porção da gengiva. Assim, conforme acreditamos possuir
alguma característica física melhor que outras, exibimo-la e destacamo-la
orgulhosamente — seja dos pés, das mãos ou das unhas.
Chegamos até a sentir orgulho da roupa ou do vestido
confeccionado pelo estilista, exibindo-o diante de nossos círculos sociais. Já
vi pessoas mostrarem com orgulho a etiqueta do país, da loja ou do famoso
estilista que o desenhou.
Tudo isso diz respeito à parte física externa, sobre a
qual poderíamos analisar milhares e milhares de casos de orgulhos incríveis e
tolos. Mas os orgulhos internos são ainda
piores, pois muitas vezes acabam sendo extremamente prejudiciais. Há quem sinta
orgulho da força física — daquela força bruta que nos permite andar, saltar,
bater ou impedir uma bofetada. Há homens que, para demonstrar sua capacidade
física, ingressam em clubes esportivos — não por motivos de saúde, mas para
competir e demonstrar sua superioridade física. Assim, vemos “caminhantes”,
alpinistas, boxeadores e outros que, por descontrole de suas energias, acabam
desfigurados ou com o corpo doente. Muito poucos são aqueles que guardam suas
forças físicas para empregá-las unicamente em circunstâncias específicas,
quando são necessárias para ajudar, defender ou impor a justiça com valentia.
Agora desejo lembrar de outros orgulhos mais íntimos,
mais ocultos e mais nocivos — sobretudo entre pessoas que pertencem a
comunidades ou sociedades compostas por indivíduos de diferentes níveis de
educação, evolução e sentimentos.
Quão terríveis são essas pessoas que, continuamente,
querem demonstrar que ninguém as domina, porque acreditam possuir uma vontade
poderosa. Então, consciente ou inconscientemente, fazem demonstrações para
serem reconhecidas, dando ordens imperativas para que se faça isto ou aquilo. Se
não são obedecidas, descarregam sua ira incontrolável, insultando ou ofendendo
quem não cumpriu seus “sábios mandamentos”. Jamais pedem a opinião dos demais;
sempre se apresentam como generais e juízes ao mesmo tempo, sem dar oportunidade
de expressarmos nosso ponto de vista. Com essa atitude, demonstram não possuir
a férrea vontade que acreditam ter, mas sim uma total falta de domínio próprio
e um acentuado complexo de inferioridade.
Possui verdadeira força de vontade aquele que, em todo
momento, sabe dominar seus próprios pensamentos, emoções, palavras e ações,
para não ofender nem prejudicar seus semelhantes.
É possuidor de uma vontade firme todo aquele que sabe, principalmente, dominar
seus desejos passionais e ser ativo no serviço próprio e no serviço ao próximo.
Essa qualidade essencial está presente nas pessoas que, sendo líderes de um
grupo — como presidentes de nações, ministros ou chefes de movimentos sociais
ou políticos — sabem manter-se inabaláveis diante das críticas e dos ataques,
aumentando seu vigor quando são impedidos em seus trabalhos por meio da calúnia
e da difamação, ou feridos pela ingratidão daqueles pelos quais se sacrificaram
com todo o puro amor de seus corações.
Devemos ser como Arjuna: firmes e constantes, sem que
nenhuma contingência mundana dobre nossa vontade de fazer triunfar as causas
justas, mediante uma firmeza Sáttvica, plena de
Amor Divino. Quando se abraça um ideal que se sabe magnífico, deve-se continuar
com uma indestrutível Boa Vontade até a morte.
Pode-se observar em certos indivíduos de mentalidade
estreita orgulho até por atributos físicos, seja por ter cabelos bonitos, um
rosto formoso, um corpo bem constituído — e, se há apenas um traço bonito no
rosto, cuida-se dele com esmero e o enaltece com vaidoso orgulho. Porém, onde o
nosso pequeno e em evolução livre-arbítrio deve ser mais bem empregado é no
domínio da nossa mente durante o tempo destinado às nossas práticas diárias. Essa
constância, sustentada pela vontade, é silenciosa, oculta e difícil — mas é
justamente aí que devemos utilizar principalmente nossas faculdades mais
elevadas. A firmeza de nossa vontade se manifesta na palavra serena, amável e
compreensiva — mesmo nos casos em que temos de lidar com um inimigo —
utilizando a autoridade enobrecedora que se requer em determinados momentos.
Orgulho de
sabedoria
Continuamente encontramos homens e mulheres de
todas as idades — desde crianças até idosos — que ostentam seus conhecimentos. O
cientista pretensioso nos fala por horas a fio sobre ciências que não nos
interessam, e sobre as quais nada podemos acrescentar ou discutir, pois
ignoramos tais assuntos. E é justamente nisso que reside o prazer do falador
incômodo: esforçar-se para parecer um sábio e deixar sua audiência como tolos
ignorantes. Nossos conhecimentos devem ser expressos entre aqueles que
demonstram interesse em conhecê-los, mas não devemos despejá-los apenas para
nos satisfazermos em afogar quem nos escuta, com o jorro de sabedoria que
achamos possuir — impondo-lhe uma escuta resignada e, com certeza, um enorme
cansaço. Há quem fale de história, geografia, álgebra ou outras ciências sem
perceber que tais assuntos não são apropriados àquele momento. Outros, que nada
fazem no presente, murmuram incessantemente sobre o que fizeram no passado.
Contam atos de força e destreza física, corridas de cavalo em que sempre
venciam, bofetadas com as quais derrotaram seus inimigos, artigos, livros e
folhetos que escreveram — segundo eles, de grande valor científico, religioso
ou literário — mas que logo caíram no esquecimento. Exceto em suas próprias
mentes, onde se sentem infelizes pela incompreensão alheia que não soube
valorizar suas “obras-primas”.
A vaidade tola leva alguns a se orgulharem até da
marca do carro que possuem, ou das corridas que podem vencer graças à firmeza
das rodas ou à eficiência dos freios de seus veículos. Há também aqueles que
estão sempre criticando tudo o que os outros fazem. Para eles, nada foi bem-feito
segundo seu critério — mas acreditam (e proclamam) que tudo teria sido perfeito
se seus conselhos inteligentes tivessem sido seguidos. Essas pessoas, no
passado como no presente, nada constroem de duradouro ou significativo; sabem
apenas encontrar defeitos em tudo e criticar maldosamente o trabalho alheio,
tentando parecer donos de grande inteligência e fazendo parecer — de modo
hipócrita — que os outros são ineptos.
Orgulho de
pureza
Nada pode ser mais antipático, maligno e
perturbador do que o orgulho da “pureza sexual”.
Aqueles que se acreditam puros de corpo e alma fazem alarde de sua pureza,
criticando e comentando sobre o que os outros fazem ou deixam de fazer em
relação ao sexo.
São, na verdade, pessoas profundamente impuras, que tentam — por meio dessas
acusações — se mostrar como imaculadas, castas e puras. Querem, quase, que as
veneremos por sua virgindade — sem perceber que, ao caluniar ou difamar o
próximo, estão demonstrando o quanto seus corações estão corrompidos. Os que
acusavam a mulher adúltera — diz o Evangelho — eram piores do que ela. Diante
do olhar do Mestre Jesus, penetrante até o mais íntimo de suas consciências,
nenhum daqueles acusadores teve coragem de atirar a primeira pedra, como o
Mestre os havia desafiado. Inúmeras vezes, nossa intuição nos indica que a
pessoa que se coloca como “Juiz” da sexualidade alheia é, na verdade, uma
infeliz — obcecada pelo prazer que não conseguiu ou não consegue alcançar, por
ser velha, feia, antipática ou tola. O desejo sexual está em seu coração, por isso seu
pensamento se dirige para lá e, ao não serem satisfeitos seus anseios, ela
verte invejosamente abominações contra aqueles que julga estarem satisfeitos.
Aos que falam das faltas alheias — reais ou
imaginárias — como quem diz: “eu não sou assim”, podemos sempre aplicar o
adágio: “Pela tua boca saem os sentimentos
do teu coração. Aquilo que pensas e falas, isso és tu.”
Esses falsos religiosos que pregam sua pureza
difamando os outros devem ser afastados dos centros sociais ou religiosos. Não
há nada mais danoso do que alguém que fala de si mesmo para que se reconheça
sua santidade, enquanto ao mesmo tempo afunda o próximo no lodo nauseante que
vomita pela boca. Recordo aqui as palavras orgulhosas do apóstolo Pedro, quando
disse a Jesus: “Senhor, eu não Te negarei”, querendo
dizer que ele, por possuir uma grande força de vontade e um firme amor pelo
Mestre, era o mais fiel de seus discípulos. Todos poderiam negar o Mestre —
menos ele. Talvez essas palavras tenham sido ditas com sinceridade, com toda a
verdade que naquele momento sentia em seu coração — no entanto, não há dúvida
de que eram expressão de orgulho. Então o Mestre, para reduzir esse orgulho
imperioso, lhe disse:
“Antes que o galo cante, tu Me negarás três vezes.” E assim aconteceu
— para instrução do discípulo e de todos os que viriam, ao longo dos séculos, a
trilhar o Caminho da Perfeição.
A um Centro ou Escola Iniciática pode ingressar
qualquer pessoa que deseje progredir física, moral e espiritualmente. Aos
verdadeiros Mestres da virtude e da santidade, não importa se o postulante é ou
não puro ou casto, nem que tipo de vida sexual leva. O que importa é que a
pessoa deseje alcançar a paz verdadeira e os gloriosos estados de pureza do
corpo e da alma.
Os hospitais existem para curar enfermos,
fornecer-lhes os medicamentos adequados para sanar seus males físicos e
restaurar a saúde. Os Centros Iniciáticos existem para guiar os “perdidos” rumo
às alturas da santidade.
Aqueles que tiveram a ventura de chegar até um Centro
de curas espirituais não devem imaginar que seus diretores externos são
perfeitos. Apenas os Mahatmas alcançaram um
grau de perfeição, e podem nos transmitir a Ciência Divina que os ajudou a
atingir o estado de felicidade em que se encontram — estendendo os braços e
tomando nossas mãos para nos conduzir, sem egoísmo nem orgulho, até os estados
sublimes que Eles já conquistaram. Sem jamais demonstrar-se superiores por sua
santidade, e muito menos nos vituperar, desprezar ou amaldiçoar por nossas
enfermidades morais. Se nos rendermos aos seus pés divinos, só receberemos
deles bênçãos de sabedoria e amor. A entrega ou rendição
à sabedoria do Mestre espiritual é o primeiro e mais importante passo que o
discípulo deve dar com sinceridade.
Também devemos considerar que a tolerância com os
defeitos alheios não deve chegar ao ponto de
permitir fofocas, difamações, calúnias ou atos contrários à moral dentro da
Instituição. Nenhuma atitude — seja por palavra ou por ação — que
prejudique a ordem ou a fraternidade entre os membros deve ser aceita. Nossa
Corporação é uma fraternidade, não um campo de críticas
destrutivas, disputas ambiciosas ou vinganças pessoais. Não estamos
dentro da Organização do Suddha Dharma para afundar o próximo, mas
para erguê-lo — e também para que os verdadeiros Mestres nos
elevem, individual e coletivamente.
Somente o Instrutor espiritual tem
o direito de, “em particular”, indicar nossos defeitos quando for necessário
eliminá-los para nosso progresso rumo ao Brahma Samīpya. Ninguém em um
Centro de Yoga tem o direito de divulgar os defeitos de outros membros — nem
publicamente, nem secretamente ao ouvido de outro. Quem assim o
faz, demonstra seu orgulho hipócrita e falso, com uma imensa dose de covardia.
Os Mestres do Suddha Dharma Mandalam muito pouco
falaram sobre esse tema, pois consideram como certo que toda pessoa que
ingressa no Mandalam já é uma senhora ou um cavalheiro de sentimentos
elevados e consciência esclarecida — alguém que compreende perfeitamente que
este Mandalam é uma
fraternidade de ajuda mútua, com sincero e puro amor. Isto é dado como sabido e
como um fato inviolável. Nosso Mandalam existe para trabalhar pela paz, pela felicidade e
pelo amor fraternal neste mundo terrestre, e para estudar e praticar — tanto em
grupo quanto individualmente — os exercícios espirituais que nos conduzem aos gloriosos
estados de Samādhi.
Como então, pessoas revoltadas, intrigantes,
caluniadoras — que trazem inquietação, sofrimento e ódio — em uma palavra: malévolas, podem
pretender permanecer entre nós? O correto é que, se um membro não se sente à
vontade com a Instituição, seus princípios, suas práticas, seus dirigentes, ou
com alguma das pessoas do grupo, deve se retirar, buscar
outros de sua índole ou temperamento em outro lugar, e esquecer as pessoas
que compunham o grupo que deixou — sem continuar, mesmo
de fora, a incomodar com suas críticas. Essas
pessoas não devem ser mantidas em nossa Organização.
A Mestra H. P. Blavatsky escreveu um
admirável livrinho que todas os Ashramas do Mandalam fariam bem em estudar e pôr em prática. Esse livrinho
intitula-se "Ocultismo Prático". Extrairei
aqui alguns parágrafos que são verdadeiras leis que devem ser
seguidas nas reuniões dos Ashramas do Suddha Dharma Mandalam: “O lugar
deve servir exclusivamente para a instrução, separado para esse propósito. As
cores sagradas são os matizes do espectro, dispostos em determinada ordem, pois
são muito magnéticos. Por ‘influências malignas’ entende-se toda perturbação,
disputa, altercação, maus sentimentos, etc., que se imprimem imediatamente na
luz astral — ou seja, na atmosfera do lugar — e permanecem ‘no ar’. Esta
primeira condição parece à primeira vista muito fácil de cumprir, mas,
considerada com profundidade, revela-se uma das mais difíceis de se obter.”
“Antes que tu (o instrutor) comuniques ao teu lanú (discípulo)
as santas palavras do Lamrin, ou o permitas ‘preparar-se’ para Dubjed, deves cuidar
para que sua mente esteja completamente purificada e em paz com todos —
especialmente com seus outros Eus. Do
contrário, as palavras de sabedoria e da Boa Lei se dispersarão, arrastadas
pelos ‘ventos’. (Os ‘outros Eus’ referem-se aos companheiros de estudo; ou
seja, os condiscípulos.) A menos que reine entre os estudantes a mais perfeita
harmonia.”
“Durante o estudo, os Upāsakas devem
manter-se unidos como os dedos da mão.”
“De outro modo, os discípulos, embora pareçam aptos
para receber a verdade, terão de esperar muitos anos — por causa de seu
temperamento e da incapacidade de harmonizarem-se com seus companheiros.”
“O Guru deve
harmonizar os condiscípulos como se fossem as cordas de um alaúde (vina), que, embora
cada uma distinta das outras, emitem sons harmoniosos quando tocadas. Coletivamente,
constituem um teclado que responde em todas as suas partes ao mais leve toque —
o toque do Mestre. Assim, suas mentes se abrirão às harmonias da sabedoria,
vibrando em modulações de conhecimento em cada uma delas e em todas ao mesmo
tempo — com efeitos agradáveis aos Deuses Presidentes (Anjos Tutelares
ou Guardiões) e proveitosos para o discípulo.
Também assim ficará a sabedoria eternamente impressa em seus corações, sem que
jamais se quebre a harmonia da Lei.”
“Ninguém pode continuar sendo Upāsaka se se
acredita diferente de seus condiscípulos e superior a eles, dizendo: ‘Sou o
mais sábio’, ‘Sou o mais santo e o mais querido pelo Mestre ou por minha
comunidade do que meu irmão’, etc. Os pensamentos do Upāsaka devem estar
predominantemente fixos em seu coração, eliminando dele todo pensamento hostil
a qualquer ser vivente, e preenchendo-o com o sentimento de unidade com os
demais seres e com tudo o que existe na natureza. Do contrário, não
é possível o êxito.”
“Os meios mais eficazes de adquirir conhecimento e de
se preparar para receber a sabedoria superior são: a meditação, a abstinência,
o cumprimento dos deveres morais, os pensamentos pacíficos, as palavras
amáveis, as boas ações e a benevolência para com todos — com total esquecimento
de si mesmo.”
Além desse notável livro, há outro, escrito por Mabel
Collins, que também contém ensinamentos dados por um alto
Mestre. Seu título é: “Luz no Caminho” (Light on the Path). Sobre esta
obra, Sri Subramanya Iyer faz referências elogiosas. Seu
estudo é igualmente muito útil para todo membro do Suddha Dharma
Mandalam.
Assim como copiei alguns parágrafos do importante
livrinho de H. P. Blavatsky, agora
transcreverei algumas sentenças de Luz no Caminho, procurando
comentá-las nos pontos que desejo destacar. Essas sentenças não
são para serem lidas levianamente, mas para que sirvam como guia
ou lei — que nos torne dignos ou merecedores de que os Hierarcas Iniciadores
nos concedam verdadeiras e elevadas Dīkṣās, capazes de
atualizar em nós os sentidos da alma e os poderes do Ātman. Com isso,
poderemos ver e sentir, recordando
claramente nossas vidas anteriores, e também poderemos atuar
conscientemente nos diferentes planos sutis,
compreendendo suas leis — bem como a direção divina permanente, eterna e
universal que emana do Parabrahman, ou Divindade
subjacente em todas as coisas e seres, manifestos ou não manifestos.
Mas, antes de falar das sentenças contidas no livro Luz no Caminho, exporei as
qualidades que devemos nos esforçar por adquirir como seguidores
do Caminho da Perfeição, ou seja, as oito qualidades
Átmicas indicadas nos ślokas 9 a 13 do
capítulo V, intitulado Śikṣā Dharma Gītā, no texto do Bhagavad Gītā do
Suddha Dharma Mandalam.
Essas qualidades Átmicas ou da alma
são as seguintes:
1.
Tolerância
2.
Compaixão
3.
Tranquilidade ou Paz
4.
Ausência de cobiça
5.
Pureza integral
6.
Mentalidade altruísta (inegoísta)
7. Perseverança
incansável no esforço de ascensão rumo à Divindade
8. Irradiação
ininterrupta de felicidade para todas as coisas e seres
Nossa Gītā também expõe no capítulo
VII, ślokas 2 a 4, essas mesmas qualidades, e as complementa para
destacar aos discípulos sua primordial importância. Além disso, acrescenta mais
18 qualidades, que também devem ser adquiridas para alcançar a mais
elevada natureza — aquela que conduz da escravidão da vida material à libertação
espiritual.
Essas 26 qualidades são:
- Ausência de medo
- Pureza integral
- Firme convicção no Yoga, que nos conduz à transcendência Brāhmica
- Magnanimidade, ou ajuda desinteressada a todos os seres
- Domínio dos sentidos
- Renúncia aos frutos das ações
- Conhecimento da ciência espiritual
- Austeridade
- Ser justo e reto em todas as ações
- Incapacidade de ferir
- Ser sempre verdadeiro e útil
- Jamais nutrir desejos de vingança
- Entrega total à vontade divina
- Ser inabalável, de forma que nada nem ninguém possa perturbá-lo,
mantendo-se constantemente calmo
- Ausência de baixezas
- Compaixão por todos os seres
- Liberdade da cobiça
- Afabilidade constante com todos os seres, sem distinções de raça,
credo, nacionalidade, sexo, simpatia ou antipatia etc.
- Humildade, completamente livre de qualquer orgulho
- Constância nas práticas de Yoga, sem jamais se desviar da retidão
- Magnificência, partilhando os bens físicos ou intelectuais com o
próximo
- Perdão, superando todo ódio
- Atividade, sendo sempre útil
- Pureza nos alimentos e limpeza em tudo o que se utiliza
- Ausência de engano, isto é, não agir de modo que outros errem por
causa de nossa apresentação indefinida de um fato
- Transcendência do egoísmo, alcançando um verdadeiro e profundo Bhāvana
ou sentimento de unidade
A prática e realização dessas qualidades nos
tornam merecedores de receber diferentes graus iniciáticos. Por exemplo:
concede-se a iniciação Vāmadeva, sob a autorização direta do Īśvara ou Hierarca
Supremo da Grande Hierarquia Branca, ao discípulo que alcançou um grande
conhecimento e experiência espiritual — o qual o mantém sempre inabalável, com
perfeito controle sobre toda emoção que possa ser provocada por qualquer coisa
que veja, seja de prazer ou dor, cenas de corrupção, crimes, enganos ou
catástrofes. Explicarei primeiro em que consiste certa parte da Vāmadeva Dīkṣā:
Por graça desta iniciação, o discípulo desenvolve
grandes poderes físicos e espirituais, mediante a atualização dos Chakras
— ou sentidos da alma — por meio do constante controle de seus veículos sutis,
como o corpo astral, o mental, e outros. Com os sentidos da alma ativados, é
possível ver à distância. Diz-se que o Pandit K. T. Srinivasachariar, iniciador
do Suddha Dharma Mandalam, demonstrou muitas vezes essa faculdade
espiritual a seus discípulos, relatando-lhes fatos que estavam ocorrendo a
vários quilômetros de distância. Ele era capaz de ver o estado emocional de
qualquer pessoa na aura de seus corpos sutis, o que lhe permitia selecionar com
segurança seus discípulos.
Por meio do domínio dos Kośas — ou corpos
sutis — é possível desprender a alma do corpo físico e viajar
pelos planos sutis, observando o que acontece neles, bem como os
acontecimentos que estão se dando no plano físico, onde o corpo material denso
foi deixado temporariamente.
Dessa forma, o iniciado com a Vāmadeva
Dīkṣā pode observar acontecimentos privados e ocultos, tais como: pode ver
sua mãe entregue a um homem que não é seu esposo; pode ver sua esposa, irmãs,
amigos e conhecidos em circunstâncias as mais inverossímeis no plano sexual.
Também pode ver assassinos que conseguiram escapar da justiça e permanecem
aparentemente livres e felizes. Pode ver e reconhecer o Guru, isto é, seu
diretor oculto individual, e a localização de sua residência física. Enfim,
pode ver uma infinidade de coisas e fatos ocultos. Mas, se chegar a
se emocionar — ou seja, “chorar” —,
imediatamente o Guru lhe retira o
poder da visão espiritual, que não será recuperado até que ele
aumente seu domínio interno, passando por uma nova série de experiências
pessoais, provocadas pela diretiva
oculta — experiências essas que podem ser extremamente dolorosas. Se forem
atravessadas com coragem, inteligência, justiça,
compaixão e amor, o discípulo recupera o mérito de ser
novamente assistido pelo Mestre nos altos graus do desenvolvimento espiritual.
Mas aqui vem o mais grave e tremendamente triste: quando
o discípulo revela o que viu
através do Espírito Santo, ou quando,
de alguma forma, ainda que indiretamente, dá a
entender que sabe algo oculto sobre os discípulos ou sobre qualquer pessoa. Este
é o pecado contra o Espírito Santo, tão
severamente advertido nos evangelhos cristãos e referido também em “as
promessas” como os mistérios de Vāmadeva. Aquele que viola
esses segredos torna-se merecedor da perda
de toda Brahma Vidyā e de toda prosperidade.
As leis que regem os segredos
das visões sutis — especialmente aquelas que envolvem fatos ou pessoas
cuja revelação poderia alterar seu Karma ou destino — são imutáveis, ou seja, são
leis para toda a eternidade. Somente
o Guru pode revelar ao discípulo uma circunstância ou fato, com o fim de
livrá-lo da morte, da doença, da miséria ou de outras catástrofes — e isso em
vista do Brahma Karma acumulado pelas ações de sua vida ou pelo esforço
demonstrado no cumprimento da disciplina do Yoga. Tal revelação só pode ser
conhecida e autorizada pelo Guru Divino, sob ordem do
Senhor do Mundo.
Devemos também, neste plano físico, manter
os segredos que possam prejudicar nossos irmãos.
Um verdadeiro Chela — ou
discípulo — jamais deve contar aquilo que
viu, leu ou soube por ouvir dizer, se isso puder prejudicar moral, espiritual
ou materialmente a outra pessoa. Por isso, nas “promessas
iniciáticas”, é indicado ser “verídico
e útil sempre”. Se uma verdade fere
ou prejudica, jamais deve ser dita por alguém
que pretende ser membro da Fraternidade Branca.
Uma mentira ou calúnia pode causar um dano
irreparável, mas a revelação de fatos verdadeiros e ocultos, ou de passagens
imorais, pode ser ainda mais prejudicial — pois, nesses
casos, a pessoa difamada não tem como se defender, como o faria
se o conteúdo fosse falso. Geralmente, a difamação não
traz benefício a ninguém — somente ruína e ódio. Muitos, por
causa disso, são levados ao desespero. Incontáveis
vezes, mesmo sem más intenções, dizemos
inconveniências — sem medir as consequências
prejudiciais. Ainda que nossas intenções não
sejam ofender, se ferirmos alguém, de qualquer
forma seremos castigados pela Lei do Karma, para
que nosso Buddhi (discernimento
espiritual) desperte com maior clareza. Tudo isso está resumido
na primeira regra dada aos discípulos pelo Mestre na obra “Luz no Caminho”, a qual diz
assim:
“Antes que os olhos possam ver,
devem ser incapazes de chorar.” A segunda regra diz respeito
ao ouvido, e o mesmo princípio da regra anterior pode ser aplicado aqui. Ela é:
“Antes que o ouvido possa ouvir, deve ter perdido a
sensibilidade.” Isso indica que o discípulo — digam o que quiserem
dele, seja verdade ou mentira — deve ter transcendido os
efeitos de toda sensação. Assim, por meio da iniciação
da visão, pode-se ver à distância os acontecimentos ocultos
(como foi exposto nas Dīkṣās da faculdade visual). As iniciações relacionadas ao ouvido são
reservadas àqueles que perderam a sensibilidade a todo
tipo de elogio, crítica ou insulto. Nada do que se ouve — neste
mundo físico ou nos mundos sutis — e que possa prejudicar
outros, pode ser repetido por aquele que trilha o Caminho
da Santidade. Aquele que fala ou de alguma forma revela o que ofende
ou prejudica outra pessoa tem seu progresso nas iniciações
interrompido.
As portas dos Mistérios se fecham para ele.
A terceira Lei é: “Antes
que a voz possa falar na presença dos Mestres, deve ter perdido a possibilidade
de ferir.” (Isto também está expresso no Gītā, capítulo V, śloka
9). Notemos que não se diz apenas “não ferir”, mas sim que se deve ter
perdido a possibilidade de ferir — isto é, que tenha se tornado incapaz de prejudicar
alguém com a palavra. É como dizer: quando se torna
impossível causar dano a alguém indevidamente por meio do verbo.
O Yoguista deve ter
extremo cuidado ao falar, pois uma única palavra impensada ou mal
proferida pode provocar transtornos irreparáveis. A palavra do
Yoguista deve ser medida, amável, suave, cheia de
compreensão e de amor verdadeiro e puro. Um
Mahatma pode ser reconhecido pela doçura
de sua voz, nascida do Ātman, fluindo diretamente do coração.
Pode-se ter uma voz firme, clara e forte, e ao mesmo tempo ser agradável. O estudante
de Yoga deve esforçar-se para que sua voz nasça
da verdade do coração, sobretudo quando entoa mantras ou pronuncia palavras
de poder.
A última lei mencionada no
livrinho já referido é aquela pela qual o discípulo deve inevitavelmente
passar. Ela está assim registrada: “Antes que a alma
possa erguer-se na presença dos Mestres, é necessário que os pés tenham sido
lavados no sangue do coração.” Este é o período mais útil e, ao mesmo
tempo, o mais doloroso no estreito
caminho que conduz ao Sanctum Sanctorum — o Centro
Divino, onde se alcança a excelsa visão da eternidade
do próprio espírito, ou Ātman, substancialmente unificado com o Parabrahman, o Espírito
Supremo, Eterno e Infinito de Deus Cósmico.
Na obra “O Coração do Bhagavad Gītā”, de autoria
de Sua Santidade Pandit Lingesh Mahābhāgavat, aparece um prólogo
de Sri Subramanya Iyer, o qual foi reproduzido no livro “Uma Organização
Esotérica na Índia”. Nesse prólogo, Sri
Subramanya se expressa sobre as quatro leis anteriormente
citadas da seguinte maneira:
“Estas frases são a condensação sem
rupturas de quatro condições indispensáveis que deve possuir um aspirante que
pretende entrar no Caminho que conduz ao Mokṣa
ou Nirvāṇa, ou seja, à
libertação. E, assim, tornar-se discípulo de um
daqueles grandes Mestres que estão sempre prontos para aceitar e treinar todos
os que se prepararam para serem iniciados nos mistérios da natureza, de Deus e
da Alma. Pois esses sábios Mestres proclamam: “Aqueles que já
passaram pelo Silêncio — que marca o
florescimento da alma — e sentiram sua paz e retiveram sua força, *desejam
ardentemente que também passes por ele.” (Luz no Caminho, notas à
regra 21, página 23) As condições mencionadas acima — expressas em poucas
palavras — correspondem à pureza do olhar, à pureza
da escuta, à pureza do falar, e à verdadeira
capacidade de servir. Não apenas aos Mestres — pois Eles não necessitam de
tal atenção pessoal — mas sim a todos os seres, já que Eles
são seus Guardadores espirituais.
“Agora, quanto à primeira máxima, não há nada mais
claro do que ela no que se refere às simples palavras; mas, entendida
literalmente, esse aforismo pode levar a conclusões desastrosas — pois
significaria recomendar a absoluta dureza de coração, repleta de
insensibilidade e falta de compaixão. Tal atitude, por parte de um aspirante,
só pode — à primeira vista — parecer um auxílio ao seu ardente anseio de
crescimento espiritual, mas na verdade é um obstáculo.” “Ser
incapaz de verter lágrimas diante do sofrimento alheio é o caminho que leva ao
Sendero Sombrio.” O desenvolvimento daquele que segue esse caminho
obscuro é feito por contração;
tal condição conduz a esse estado terrível de desolação chamado Avīchī, que é a maior
calamidade que pode recair sobre um Ego humano.
Qual é, então, o verdadeiro sentido da frase “ser incapaz de
chorar” para o discípulo que anseia trilhar o Sendero
Branco — o Caminho que nos conduz ao Nirvāṇa? A explicação
é que ele deve estar inteiramente acima de ser comovido,
mesmo que levemente, por acontecimentos adversos dirigidos a si
mesmo — eventos que, se ele fosse um homem comum do mundo, lhe
causariam angústia, tristeza ou sofrimento mental. Mas
isso não é tudo: Sua alma deve tornar-se como “a
manga madura — tão suave e doce quanto sua polpa dourada para as dores dos
outros”, e ao mesmo tempo tão
dura quanto o caroço da fruta para as próprias dores e aflições.
Naturalmente, esse hábito de manter completamente sob
controle a natureza emocional em relação a si mesmo, enquanto se
mantém viva e sensível para com os sofrimentos alheios,
não é fácil de conquistar. Contudo, aquele
que aspira trilhar o Caminho até a Meta Suprema não pode
deixar de se empenhar com afinco no desenvolvimento dessa faculdade. Deve-se
lembrar que seu crescimento deve acontecer através da ampliação
de toda a sua natureza: seus desejos e emoções, seu conhecimento e sua capacidade
de servir. Quando todas essas qualidades
atingem o grau de perfeição, o discípulo pode entrar
em contato com a Divindade, cuja Vontade está constantemente
ativa no Cosmos, e tornar-se um canal
consciente dessa Vontade.
Para completar este estudo, falta ainda acrescentar
que há uma diferença muito clara entre o
interesse pelas aflições do próximo, quando sentido por um discípulo,
e o interesse daquele que já alcançou a libertação. No primeiro
caso, o interesse vem sempre acompanhado de pesar;
no segundo, é diferente: A alma
totalmente iluminada — em seu elevado nível da escada evolutiva — vê
e compreende que aquilo que chamamos de aflições não
são senão incidentes necessários para o crescimento espiritual dos seres dentro do Esquema
Divino da Evolução. Por isso, o pesar que ainda
habita a mente do discípulo, por carecer de total compreensão desse plano, não
encontra lugar na mente daquele cuja visão divina está plenamente desenvolvida. Neste caso, surge
uma compaixão sem apego — que o impulsiona constantemente a cooperar, com
inteligência, com o Plano de Deus, por meio de esforços
para erradicar a ignorância —
que é a raiz de todos os erros da humanidade ainda em
desenvolvimento.
Antes de estarmos capacitados para receber uma iniciação, seja psíquica
ou espiritual, os Guias Sutis nos purificam
e ampliam nossos poderes, colocando-nos em situações difíceis — as quais
constituem lições (e não apenas
provas) que, se forem resolvidas com acerto, nos
são recompensadas com experiências sutis que reforçam nossa fé e nos
concedem maior energia para continuar a ascensão nas práticas do Yoga, ao mesmo
tempo em que cresce em nós o amor impessoal pelo serviço
eficiente e alegre ao próximo.
Também nos são concedidas iniciações que infundem
em nossa alma estados de paz e de glória imensa, impossível
de ser descrita com palavras humanas. Por isso se diz “estados
de glória” — e não apenas de felicidade ou bem-aventurança —,
pois esses estados de júbilo superam em muito até mesmo os
momentos mais felizes que podem ser vividos na Terra.
Essas iniciações são ouro
espiritual entregue à nossa alma, como resultado do cumprimento
assíduo e inquebrantável dos exercícios espirituais, ou motivadas
por serviços prestados ao próximo conforme o Karma
Yoga, ou seja, executados sem qualquer apego ou
intenção egoísta.
Tornamo-nos também merecedores
de Iniciações Átmicas quando suportamos com alegria
uma lição difícil, que nos traz dores físicas, morais
ou intelectuais intensas, e as oferecemos à Divindade com alegria, sem
deixar de amar ao Supremo Deus, bem como às pessoas ou
circunstâncias que nos trouxeram tão profundo sofrimento.
O choque entre a dor e a alegria — ou o
impacto provocado dentro da alma ao lançar-se sobre o fogo da dor e da angústia
a água sagrada da bem-aventurança espiritual — produz
a Abertura Divina do Coração Átmico, fazendo brilhar uma luz mais
intensa do que milhões de sóis, e de um gozo celestial
imponderável, pleno de sabedoria e poder. Contudo, o recebimento
desse “ouro divino” gera uma grande dívida que devemos
saldar. Não nos é concedida tamanha fortuna
espiritual para que a escondamos dentro da alma, inutilizando-a. Se assim o
fizermos, muito em breve seremos submetidos às mais
inesperadas e dolorosas circunstâncias, a fim de nos fazer sair
desse estado de egoísmo espiritual, “lavando
nossas qualidades inferiores no sangue do coração”.
Mas, se por cada estado
de glória Átmica que obtivermos, realizarmos obras
meritórias e benéficas em prol da Instituição que nos abrigou e guiou para
alcançar tais triunfos da alma — se formos também gratos
aos nossos Instrutores e fizermos com alegria o bem que pudermos aos irmãos
da Ordem Mística à qual pertencemos, e a qualquer
ser ou pessoa que nos ofereça a oportunidade de servi-lo — então saldaremos
a dívida do capital espiritual recebido. Os serviços, presentes, dádivas
feitas com alegria e amor, sem esperar qualquer
agradecimento nem ter nenhuma intenção egoísta, são atos que
cancelam karmas negativos e nos
poupam de lições dolorosas destinadas ao nosso progresso e purificação.
Esses atos constituem “Homas” — sacrifícios
interiores — que não apenas nos isentam de sofrimentos, mas
também nos trazem um Karma Divino que abre novos
portais espirituais, permitindo-nos atravessá-los rumo a glórias
cada vez mais elevadas.
É no Evangelho de São Mateus, capítulo IV, versículos
de 1 a 11, e no de São Lucas, versículos de 1 a 13, que Jesus Cristo conversa
com Satanás sem que o Mestre demonstre qualquer
sinal de alteração ou ira; ao contrário, permanece
imperturbável e, sem fazer alarde de seus poderes, responde: “Está
escrito: NÃO tentarás o Senhor teu Deus.” Esses
versículos nos fazem compreender que Jesus, iniciado por
João Batista, não foge das vibrações demoníacas, mas permanece
completamente sereno e feliz. Também se diz que Jesus
desceu aos infernos e subiu aos céus ao terceiro dia. Talvez se
queira indicar com isso que um verdadeiro Iniciado pode ir a
qualquer lugar — seja elevado ou inferior — sem ser prejudicado por isso. Mais ainda,
podemos ver outro exemplo bíblico sobre esse
mesmo tema no “Livro de Jó”, no qual se relata uma
conversa amistosa entre Satanás e o Deus Governador do Céu e da Terra, em que ambos
concordam em provar o Santo Jó para ver até onde ia sua
retidão — Capítulo 1, versículos de 6 a 12, e Capítulo 2,
versículos de 1 a 7.
O Bhagavad Gītā diz que o discípulo deve ser imperturbável
como a rocha, que, mesmo quando as ondas de uma forte tempestade a
golpeiam, faz com que a água se quebre e se
desfaça, permanecendo a rocha sempre
inabalável.
Jesus, como na casa
de Marta e Maria, se aproxima e defende a mulher
difamada pelos fariseus corrompidos, e acolhe
Maria Madalena. Esse Mestre essênio, pleno de
sabedoria, disse: “Não é o que entra pela boca que
contamina o homem, mas o que sai do seu interior.”
O discípulo deve perder
todo medo e rejeitar qualquer ideia de que as
“vibrações” de outros irmãos ou pessoas possam manchar
sua aura. Somente o ato de dizer que tal ou qual pessoa tem
“más vibrações” já revela a pretensão de que se reconheçam
suas próprias vibrações como puras e harmoniosas, insinuando
que os outros poderiam maculá-las com sua presença. Qualquer um
pode reconhecer, nessa atitude, um orgulho infeliz, que revela inferioridade
no campo do Yoga.
Se fosse assim tão fácil ferir ou manchar nossa aura, não
poderíamos ir a teatros, cinemas, andar de ônibus ou trem, ou participar de
qualquer aglomeração — estaríamos também impedidos de caminhar pelas ruas
onde circulam multidões de pessoas das mais
diversas naturezas.
O discípulo que cumpre fielmente suas práticas vai,
aos poucos, formando ao seu redor uma couraça protetora de Devi Prakṛti. A princípio,
são alguns poucos átomos que se agrupam; depois,
tornam-se cada vez mais numerosos, até formar um
véu protetor luminoso, transmissor de bem-aventurança por onde quer que o
discípulo vá. Esse véu sutil e irradiante torna-se a
cada dia mais resistente e poderoso com as
meditações que o Chela realiza ao
seguir as disciplinas prescritas por seu Instrutor.
Assim, ele se torna um Siddha, dotado de
magníficos poderes. É como a flor de lótus, que
permanece intocada apesar da
água que cai sobre ela — a água escorre pelos suss pétalas, mas ela
permanece imaculada.
Aqueles que se queixam de que alguém lhes faz mal com
“vibrações” ou “feitiçarias” ainda permanecem nos degraus
mais inferiores da escada do desenvolvimento espiritual. O discípulo
deve ter fé de que ninguém pode feri-lo,
seja sutil ou ocultamente, pois ele é possuidor de uma
couraça divina e está entregue ao Guru e aos Hierarcas
Divinos. As más vibrações só
conseguem penetrar em nós quando nos soltamos dos braços de nossos protetores — quando
deixamos de fazer nossas invocações sagradas e falhamos
no cumprimento das Leis Átmicas. Se estivermos em qualquer reunião, não
devemos esperar ser bem recebidos, nem que sejam atenciosos conosco ou que nos festejem
com alegria. Isso não tem a menor importância
para um discípulo superior. A pessoa que se preze como tal deve, ela mesma, irradiar
a todos simpatia, alegria, amor e humildade discreta. A
humildade deve ser natural, sem que ninguém a perceba — isto é, deve ser franca,
educada, simples, e jamais tentar destacar-se ou chamar
atenção sobre si mesma. (Bhagavad Gītā, capítulo XIII, ślokas 21 a 24)
Os Mestres sempre se
apresentam simplesmente, com humildade
natural, apesar da imensidão de
sabedoria que trazem em seus espíritos. O ser humano é
comparável a uma casa com muitas portas e
janelas; por elas pode penetrar a
luz pura do Sol ou a poeira contaminada do caminho.
No entanto, podemos impedir a entrada do indesejável e aceitar
somente o que é bom e agradável. Basta colocar nas portas e
janelas cristais limpos e transparentes — eles nos permitem receber
a luz do Sol ou enviar nossa luz para o exterior, mas impedem
a passagem da poeira e da sujeira.
O discípulo que avançou por meio da correta
execução das práticas de Yoga forma ao seu redor um
globo ou aura composto pelas finas partículas de Devī Prakṛti, atraídas por
meio de seus pensamentos puros de unidade e
amor impessoal. Essa pele de luz divina não é
possuída pelos seres vulgares, cheios de ódio, inveja e egoísmo. Esses, sim, permitem
que penetrem toda sorte de “micróbios astrais e mentais”, atraídos por
seus atos impuros ou pelas conversas sensuais, sobre guerras,
crimes, assaltos, roubos, disputas políticas, doenças, e tantos
outros fatos sombrios, com os quais a maioria das pessoas
inferiores ainda se compraz em suas nefastas conversas. Todo
esse tipo de conversa deve ser proibido nos Centros que desejam atrair
os Radiantes Espíritos da Luz e receber suas bênçãos
iniciáticas, as quais elevam nossa
sabedoria e poderes, aproximando-nos cada vez mais do estado
Sáttvico e da comunhão com os Mahātmas.
*Tradução feita a partir do texto original em espanhol por Kalamata
Dasika (Marina Elisa), Servidora no Ashram Sarva Mangalam de São Paulo.
EL ORGULLO
Benjamín Guzmán Valenzuela
El
Sendero del Suddha Dharma Mandalam o Circulo de los Seguidores de las Leyes
Puras y Eternas es llamado también el Camino o el Método del Suddha Yoga.
Suddha
significa aquello que es puro, Dharma es el conjunto de Leyes que nos conducen
a aquello que es Puro. Yoga es la unión sustancial con Aquello Puro, es decir,
con la divinidad. Los que adoptan el sistema del Suddha Yoga, son contrarios a
los sentimientos de separatividad, de egoísmo, de orgullo y otros sentimientos
que impidan alcanzar la Unidad. Esto no quiere decir que un miembro de nuestra
hermandad sea completamente ajeno a toda clase de emociones; solo queremos
decir que quien quiera tener éxito espiritual, debe tratar de dejarlas de lado
adoptando permanentemente el más puro amor hacia la divinidad, la cual une a
todos los seres y cosas como nacidas dentro del Cuerpo Cósmico del Absoluto.
Entre
los sentimientos que obstaculizan mayormente el desarrollo del Amor
Trascendente, que no tiene limitaciones, escogeremos ahora el egoísmo y el orgullo.
Sin Amor no existe Suddha Yoga, ni menos se podrá llegar a los estados
superiores de conciencia.
Nuestras
prácticas están destinadas a fortalecer nuestras virtudes tales como: la
voluntad, la inteligencia, la actividad y otras; tratando constantemente de
evitar que el egoísmo brote en nosotros.
Es muy
difícil encontrar en este mundo personas liberadas del orgullo. Esta cualidad
negativa se manifiesta en infinitos grados y por incontables causas.
Hay
personas que tienen orgullo de raza, como si el pertenecer a un determinado
grupo racial constituyera un galardón especial otorgado por un gran mérito
personal. Hay orgullos más reducidos como el de nacionalidad; generalmente los
habitantes de una nación, que no poseen muchos conocimientos sobre los demás
países del globo terráqueo, piensan que los habitantes de otros territorios
pueden ser inferiores en muchos aspectos a sus coterráneos. Se imaginan ser más
valientes, inteligentes y astutos para ganar batallas y destruir a algún país
vecino, conquistándole sus tierras y apoderándose de sus riquezas. Casi toda la
historia de un país está fundada en el orgullo de las guerras ganadas y
beneficios territoriales obtenidos a través de ellas. Se memoriza cuidadosamente
el año en el que se dio tal o cual batalla, quien llevó al ejercito a la
victoria y que fue lo que se arrebató al enemigo. Ese enemigo a quien
consideramos en todo sentido inferior a nosotros que contamos solamente
nuestros triunfos olvidando las propias derrotas. El orgullo también desciende
a la familia; se tiene orgullo de los antepasados, de aquellos que hace ya
siglos que murieron. Se confeccionan árboles genealógicos en los cuales
aparecen príncipes, sabios ilustres, filósofos, escritores, médicos y otros
personajes notables de la familia. Es una espesa arboleda de ramas secas que ya
pasaron; están hechas cenizas. Debido a la evolución de los seres hoy ya no
pasan nada con esos recuerdos que van olvidándose en el devenir del tiempo.
Se
puede observar en ciertos individuos de mentalidad estrecha orgullo hasta por
prendas físicas, ya sea, porque se tiene lindo pelo, hermosa cara, cuerpo bien
formado y si únicamente tiene en la cara un solo rasgo mejor, se le cuida y se
le realza con esmerado orgullo. Hay los que, para llamar la atención sobre sus
ojos y pestañas, parpadean más de lo necesario causando con ello inquietud y
molestia en las personas que los observan. También hay personas que fruncen los
labios porque creen tener una hermosa boquita, chiquitita y rosada. Otras
agrandan la boca para que admiren lo graciosa que es y ríen estrepitosamente
mientras muestran una tupida cantidad de dientes, siendo ello a veces tan
exagerado que muestran una gran porción de encía.
Así
según creemos poseer alguna prenda física de nuestro cuerpo mejor que otras,
las lucimos y destacamos orgullosamente ya se trate de los pies, las manos o
las uñas.
Llegamos
a sentirnos orgullosos hasta por el traje o el vestido que confecciono el
modisto, luciéndolo delante de nuestras relaciones sociales. He visto mostrar
con orgullo la etiqueta del país, de la casa comercial o del afamado modisto
que lo diseñó.
Todo
esto con respecto a la parte física externa, sobre la cual podemos analizar
miles y miles de casos increíbles y estúpidos orgullos. Pero los orgullos
internos son peores pues, en muchas ocasiones llegan a ser sumamente
perjudiciales. Los tenemos por la fuerza física, por aquella fuerza bruta que
nos permite andar, saltar, dar o impedir una bofetada.
Hay
hombre que para demostrar su capacidad física ingresan a clubes de deportes, en
donde no se concurre por motivos de salud, sino que para competir y demostrar
su superioridad física. Así podemos ver “andarines”, alpinistas, boxeadores y
otros que terminan a causa del descontrol de sus energías, desfigurados y con
sus cuerpos enfermos. Son muy pocos los que guardan sus fuerzas físicas para
emplearlas únicamente en circunstancias determinadas en las cuales se precisa
de ellas para ayudar, defender o imponer la justicia con valentía.
Ahora
quiero recordar otros orgullosos más íntimos, más ocultos y dañinos, sobretodo
en personas que pertenecen a colectividades o sociedades compuestas por
individuos de distinta educación, evolución y sentimientos.
Que
terrible son esas personas, que continuamente quieren demostrar que nadie los
domina, porque creen tener una poderosa voluntad. Entonces consciente o
inconscientemente hacen demostraciones para que se las reconozca, dando ordenes
imperativas de hacer esto o aquello. Si no se les obedece, descargan su
incontenible ira, insultando u ofendiendo al que no cumplió con sus “sabios
mandatos”. Jamás toman el parece de los demás; siempre se presentan como
generales y jueces al mismo tiempo, sin que haya posibilidad de expresarles
nuestro parecer. Con esta actitud demuestran no poseer la férrea voluntad que
pretenden tener, sino una total carencia de dominio propio y un acentuado
complejo de inferioridad.
Tiene verdadera fuerza de voluntad aquel que
en todo momento sabe dominar sus propios pensamientos, emociones, palabras y
actos para no ofender ni perjudicar a sus semejantes. Es poseedor de una
voluntad firme, todo aquel que sabe, principalmente dominar sus pasionales
deseos y ser activo en el servicio propio y de los demás. Esta esencial
cualidad se encuentra en las personas que, siendo dirigentes de un grupo, como
ser presidentes de naciones, ministros o jefes de movimientos sociales o
políticos, saben permanecer inmutables, ante las críticas y ataques,
acrecentando su vigor cuando son entorpecidos en sus labores por medio de la
calumnia y la difamación o son heridos por la ingratitud de aquellos por los
cuales se han sacrificado, con todo el puro amor de sus corazones.
Debemos
ser como Aryuna, firme y constante sin que ninguna contingencia mundana
doblegue nuestra voluntad para hacer triunfar las causas justas, mediante una
firmeza “Sátwica” plena de Amor divino. Cuando se abraza un ideal que se sabe
magnifico debe continuarse con una indestructible “Buena voluntad” hasta la
muerte. Pero donde mejor debe emplearse nuestro pequeño y evolucionante libre
albedrío es en el dominio de nuestra mente durante el tiempo que se ha fijado
para nuestras prácticas diarias. Esta constancia por medio de la voluntad es
silenciosa, oculta y difícil, pero es ahí donde principalmente debemos usar
nuestras elevadas facultades.
La
firmeza de nuestra voluntad se demuestra con la palabra serena, amable y
comprensiva hasta en aquellos casos que tenemos que tratar con un enemigo,
empleando la enaltecida autoridad que se requiere en determinados momentos.
Orgullo
de sabiduría.
Continuamente
encontramos hombres y mujeres de todas las edades, desde niños hasta ancianos
que hacen alarde de sus conocimientos
El
científico petulante nos habla durante horas de ciencias que no nos importan y
sobre las cuales nada podemos agregar ni discutir porque ignoramos tales
materias; y en ello estriba el placer del molesto parlanchín que se esfuerza
por aparecer como un sabio y dejar a su auditorio como unos necios ignorantes.
Nuestros
conocimientos deben ser expresados entre aquellos que se interesan por
conocerlos, pero no hay que derramarlos para gozar en ahogar con el torrente de
sabiduría que creemos tener al que hemos logrado que nos escuche con
resignación y seguramente con un tremendo cansancio.
Hay
quienes hablan de historia, de geografía, álgebra u otras ciencias sin fijarse
que tales temas no nos importan en esos momentos.
Otros
que nada hacen en la actualidad, runrunean sin descanso lo que hicieron en el
pasado. Cuentan actos de fuerza y destreza física, carreras de a caballo en
donde siempre ganaban, bofetadas con las cuales vencieron a sus enemigos,
artículos, libros y folletos que escribieron según ellos de gran valor
científico, religioso o literario, pero que muy pronto quedaron sumidos en el
olvido; menos en la mente de su autor que se siente desgraciado por la
incomprensión que han tenido al no valorizar sus obras maestras.
La
estúpida vanidad llega a enorgullecer a algunos por la marca del auto que
tienen o las carreras que pueden ganar con la firmeza de las ruedas o el freno
de sus coches.
Hay
también los que siempre están criticando todo lo que han hecho otros. No hay
nada que no haya sido mal efectuado según el criterio de ellos, pero creen y lo
proclaman que todo habría estado perfecto si se hubieran seguido sus
inteligentes consejos. Estas personas, antes como ahora, nada hacen
constructivo ni duradero, ellos sólo saben hallar todo malo y criticar
malévolamente la obra ajena, queriendo hacerse ver como poseedores de gran
inteligencia y tratando hipócritamente de hacer aparecer a otros como ineptos.
Orgullo
de Pureza
Nada
puede ser mas antipático, maligno y perturbador que el orgullo de “pureza
sexual”. Los que se creen puros de cuerpo y de alma pregonan su pureza,
criticando y hablando de lo que hacen y lo que no hacen con el sexo los demás,
son personas realmente impuras las cuales pretenden de esa manera mostrase como
inmaculadas, castas y puras. Quieren poco menos que las veneremos en su
virginidad sin darse cuenta de que al hablar calumniando o difamando al prójimo
están demostrando lo corrompido que son sus corazones.
Los
que acusaban a la mujer adúltera dicen los evangelios, eran peores que ella.
Ante la mirada del Maestro Jesús, penetrante hasta lo más íntimo de sus
conciencias, ninguno de sus acusadores se atrevió a tirar la primera piedra
como se lo ordenara el Maestro. Innumerables veces nuestra intuición nos indica
que la persona establecida en Juez de sexos ajenos es una desgraciada, loca por
el placer que no pudo o no puede conseguir por ser vieja, fea, antipática o
tonta.
El
deseo sexual esta en su corazón, por eso su pensamiento va hacia allá y al no
ser satisfechas sus ansias vierte envidiosamente abominaciones contra los que
ella cree satisfechos.
Los
que hablan de las faltas ajenas, reales o imaginarias, como diciendo que ellos
no son así, podemos aplicarles siempre el adagio que dice: “Por tu boca salen
los sentimientos de tu corazón. Eso que piensas y hablas, eso eres tú”
Estos
falsos religiosos que predican su pureza emporcando a otros, deben ser
eliminados de los centros sociales o religiosos. No hay nada que sea más dañino
que hablar de sí mismo para que se reconozca su santidad y al mismo tiempo
hunden al prójimo en el nauseabundo cieno que vomita su boca.
Recordaré
aquí las orgullosas palabras de Pedro el Apóstol, cuando dijo a Jesús “Señor,
yo no te negaré” dando a entender que él poseedor de una gran voluntad y firme
amor por el Maestro, era el más fiel de sus discípulos, todos podían negar al
Maestro menos él. Tal vez estas palabras fueron dichas sinceramente, con toda
la verdad que en esos momentos sentía en el corazón, sin embargo, no hay duda
de que eran la expresión del orgullo. Entonces el Maestro para rebajar tan
imperioso orgullo, le dijo: “Antes de que cante el gallo no me negaras una vez;
me negaras tres veces” y así sucedió para aleccionar al discípulo y a todos los
que vendrían en el andar de los siglos recorriendo el Sendero de Perfección.
A un
Centro o Escuela Iniciática, puede ingresar toda persona que desee progresar
física, moral y espiritualmente. A los verdaderos Maestros de la virtud y
santidad, no les importa si el postulante es o no puro o casto ni que vida
sexual lleva. La importancia esta en que la persona quiera alcanzar la paz
verdadera y los gloriosos estados de la pureza del cuerpo y del alma. Los
hospitales son para curar enfermos, proporcionarles medicinas adecuadas para
curar sus males físicos y hacerlos sanos. Los Centros Iniciáticos, son para
guiar a los “perdidos” hacia las alturas de la santidad.
Los
que han tenido la dicha de llegar hasta un Centro de curaciones espirituales no
deben tampoco imaginarse que sus directores externos son perfectos. Sólo los
Mahatmas han alcanzado un grado de perfección y pueden comunicarnos la Divina
Ciencia que los ayudó a obtener el estado feliz en que se encuentran, estirando
sus brazos y tomando nuestras manos para conducirnos sin egoísmos, ni orgullo
hacia los estados sublimes que ya Ellos alcanzaron, sin demostrar ser
superiores por su santidad ni mucho menos vituperarnos, despreciarnos o
maldecirnos por nuestras enfermedades morales. Si nos rendimos a sus divinos
pies solo tendremos siempre bendiciones de sabiduría y amor. La entrega o
rendición a la sabiduría del Maestro espiritual, es el primer y principal paso
que debe sinceramente dar el discípulo.
También
tenemos que considerar que la tolerancia de los defectos ajenos no debe llegar
hasta permitir las habladurías, difamaciones, calumnias o actos reñidos con la
moral dentro de la Institución. Ninguna actuación de palabra u obra que
perjudique el orden o fraternidad de los miembros debe ser aceptada. Nuestra
Corporación es de fraternidad y no de perjudiciales críticas de guerrillas
ambiciosas o de venganzas. Nosotros no estamos dentro de la Organización del
Suddha Dharma para hundir al prójimo, sino para levantarlo y también para que
los verdaderos Maestros nos levanten a nosotros individual y colectivamente.
Es
solamente el Instructor espiritual el único que tiene derecho a señalar “privadamente”
nuestros defectos cuando es necesario destruirlos para nuestro avance hacia
la Brahma Samipya.
Nadie
en un Centro de Yoga tiene el derecho de publicar los defectos de otros
miembros; ni tampoco divulgarlos secretamente al oído de otro, si esto hiciera
tal persona estaría demostrando su hipócrita y falso orgullo, con una inmensa
dosis de cobardía.
Los
Maestros del Suddha Dharma Mandalam muy poco han hablado sobre este tema, pues
Ellos dan por hecho que toda persona que ingresa al Mandalam, es ya una señora
o un caballero de elevados sentimientos y esclarecida conciencia que se da
perfecta cuenta que este Mandalam es de fraternidad, ayuda mutua, con sincero y
puro amor, esto se da por sabido y como un hecho inviolable.
Nuestro
Mandalam es para trabajar por la paz, la felicidad y el amor fraternal en este
mundo terrestre y para estudiar y practicar en conjunto e individualmente los
ejercicios espirituales que nos conducen a los gloriosos estados de Samadhi.
Cómo
entonces personas revoltosas, intrigantes, calumniadoras, que portan
intranquilidad, sufrimientos y odios; en una palabra, ellas son malévolas.
¿Pueden pretender permanecer entre nosotros?
Lo
correcto es que, si no le agrada a un miembro una Institución, sus principios,
sus prácticas, los directores o una persona de entre los socios, debe retirarse
y buscar a los de su clase o temperamento en otra parte y olvidarse de las
personas que componen el grupo que dejó y no seguir aún desde afuera,
molestando con sus críticas. Estas personas no deben ser mantenidas en nuestra
Organización.
La
Maestra H. P. Blavasky escribió un admirable librito que bien harían todas las
Ashramas del Mandalam estudiar y poner sus consejos en práctica. Dicho librito
se intitula “Ocultismo Práctico” Extractaré algunos párrafos de este libro que
son leyes que deben seguir las reuniones en las Ashramas del Suddha Dharma
Mandalam.
“El
lugar ha de servir exclusivamente para la instrucción y apartado de propósito.
Los colores sagrados son los matices del espectro, dispuestos en determinado
orden, pues son muy magnéticos por “influencias malignas”, se entiende toda
perturbación, disputa, altercados, malos sentimientos, etc. Que se imprimen
inmediatamente, es la luz astral, esto es, en la atmósfera del lugar y planean
“por el aire”. Esta primera condición, parece a primera vista muy fácil de
cumplir, pero bien considerada, resulta una de las más difíciles de obtener”
“Antes
de que tú (el instructor) comuniques a tu lanú (discípulo) las buenas (santas)
palabras de Lamrin, o lo permitas “disponerse” para Dubjed, debes tener cuidado
de que su mente este por completo purificad y en paz con todos, en especial con
sus otros Yos. De lo contrario las palabras de sabiduría y de la buena Ley se
dispersarán arrastradas por los “vientos” (Los otros Yos se refiere a los
condiscípulos) a menos de que entre los estudiantes reine la mayor armonía”
“Durante
el estudio deben los Upasakas mantenerse unidos como los dedos de la mano”
“De
otro modo, los discípulos, aunque parezcan aptos para recibir la verdad, habrán
de esperar muchos años a causa de su temperamento y de la imposibilidad que
experimentan de ponerse en armonía con sus compañeros”
“El
Gurú debe armonizar a los condiscípulos como si fueran cuerdas de un Laúd
(vina) que, aunque cada una es distinta de las demás, emiten concertados
sonidos. Colectivamente constituyen un teclado que corresponde en todas sus
partes al más ligero toque (el toque del Maestro) Así sus mentes se abrirán a
las armonías de la sabiduría, vibrando en modulaciones de conocimiento en todas
y en cada una de ellas, con efectos placenteros para los Dioses Presidentes
(Ángeles Tutelares o Custodios) y provechosos para el discípulo. También así
quedará la sabiduría por siempre impresa en sus corazones, sin que jamás se
quebrante la armonía de la Ley”
“Nadie
puede continuar siendo Upasaka si se cree diferente de sus condiscípulos y
superiores a ellos diciendo “Soy el más sabio” “Soy el más santo y mas grato al
Maestro o a mi comunidad que mi hermano” etc. Los pensamientos del Upasaka han
de estar predominantemente fijos sobre su corazón, eliminando de él todo
pensamiento hostil a cualquier ser viviente y llenándolo del sentimiento de la
unidad con los demás seres y con todo cuanto en la naturaleza existe. De lo
contrario no es posible el éxito”
“Los
medios más eficaces de adquirir conocimiento y disponerse a recibir la
sabiduría superior, son la meditación, la abstinencia, el cumplimiento de los
deberes morales, los pensamientos apacibles, las palabras amables, las buenas
acciones y la benevolencia hacia todos, con entero olvido de sí mismo”
Además
de este notable libro hay otro escrito por Mabel Collins que también contiene
enseñanzas dadas por un alto Maestro. El título de él es: “Luz en el Sendero”.
Sobre esta obra Sri Subramanya Iyer hace encomiásticas referencias. Su estudio
es igualmente muy útil para todo miembro del Suddha Dharma Mandalam.
Así
como copie algunos párrafos del importante librito de H. P. Blavasky, ahora
transcribiré algunas sentencias de “Luz en el Sendero” tratando de comentarlas
en aquellos puntos en que deseo llamar la atención. Estas sentencias no son
para ser leídas a la ligera sino para que sean una guía o ley que nos haga
dignos o merecedores de que los Jerarcas Iniciadores nos entreguen verdaderas y
altas Dikshas capaces de actualizar en nosotros los sentidos del alma y los
poderes del Atma, con lo cual podemos ver y sentir, recordando claramente
nuestras vidas anteriores, como también podremos actuar conscientemente en los
diferentes planos sutiles comprendiendo sus leyes como también la permanente,
eterna y universal dirección divina que brota del Parabrahman o divinidad
subyacente en todas las cosas y seres, ya sean manifestadas o inmanifestadas.
Pero antes de hablar de las sentencias que se establecen en el libro Luz en el
Sendero, expondré las cualidades que debemos esforzarnos por adquirir nosotros
como seguidores del Sendero de Perfección, o sea las ocho cualidades Atmicas
indicadas en las slokas 9 – 13 del capítulo V, titulado “Siksha Dharma Gita” en
el texto del Bhagavad Gita del Suddha Dharma Mandalam.
Estas
cualidades Atmicas o del alma son las siguientes:
- Tolerancia
- Compasión
- Tranquilidad o Paz
- Ausencia de codicia
- Pureza integral
- Mentalidad inegoísta
- Incansable perseverancia en el esfuerzo de la
ascensión hacia la divinidad
- Ininterrumpida radiancia de felicidad para todas
las cosas y seres.
Nuestro
Gita igualmente expone en su capítulo VII, slokas 2 al 4, estas mismas
cualidades y las complementa para hacer notar a los discípulos su primordial
importancia, y además agrega 18 cualidades más que se deben adquirir para
lograr la más elevada naturaleza que conduce desde la esclavitud de la vida
material, a la liberación espiritual.
Estas
26 cualidades son:
- Ausencia de miedo
- Pureza integral
- Firme convicción en el Yoga, que nos conduce
hacia la trascendencia Bráhmica
- Magnanimidad o ayuda desinteresada a todos los
seres
- Dominio de los sentidos
- Renunciación a los frutos de las acciones
- Conocimiento de la ciencia espiritual
- Austeridad
- Ser justos y rectos en todos los actos
- Imposibilidad de herir
- Ser verídico y útil siempre
- No tener jamás deseos de venganza
- Entrega total a la voluntad divina
- Ser inmutable de manera que nada ni nadie pueda
perturbarlo, permaneciendo constantemente calmado
- Ausencia de bajezas
- Compasión por todos los seres
- Libre de codicia
- Constante afabilidad con todos los seres, sin
hacer diferenciaciones de razas, credos, nacionalidad, sexo, simpatía o
antipatía, etc.
- Humildad, completamente libre de todo orgullo
- Constancia en las practicas de Yoga, sin desviarse
nunca de la rectitud
- Magnificencia, compartiendo los bienes físicos o
intelectuales con el prójimo
- Perdón, superando todo odio
- Actividad, siendo útil siempre
- Pureza en los alimentos y limpieza en todo lo que
se use
- Ausencia de engaño, es decir no actuar de modo
que otros caigan en errores debido a nuestra indefinida presentación de un
hecho
- Trascendencia del egoísmo, alcanzando un
verdadero y profundo Bhávana o unidad.
El
cumplimiento de estas cualidades nos hace meritorios para adquirir distintos
grados iniciáticos, por ejemplo: Se concede la iniciación Vamadeva bajo la
autorización directa del Ishvara o Jerarca Supremo de la Gran Jerarquía Blanca
al discípulo que ha alcanzado un gran conocimiento y experiencia espiritual que
lo mantiene siempre inmutable, es decir con perfecto control de toda emoción
que pueda provocarle cualquier cosa que vea, ya sea de placer, de dolor, de
escenas de corrupción, criminales, de engaños o de catástrofes.
Explicaré
primero en que consiste cierta parte de la Vamadeva Diksha
Por la
gracia de esta iniciación, el discípulo desarrolla grandes poderes físicos y
espirituales, mediante la actualización de los Chakras o sentidos del alma por
un constante control de sus vehículos sutiles, como son el astral, mental y
otros.
Con
los sentidos del alma se logra ver a distancia. Se dice que el Pandit K. T.
Srinivasachariar, iniciador del Suddha Dharma Mandalam, dio en muchas ocasiones
a sus discípulos demostraciones de esta facultad espiritual relatándoles hechos
que estaban sucediendo a varios kilómetros de distancia. El podía ver el estado
emocional de cualquier persona en el aura de sus cuerpos sutiles, lo cual le
permitía seleccionar con seguridad a sus discípulos.
Mediante
el dominio de los Koshas o cuerpos sutiles se puede desprender el alma del
cuerpo físico y viajar por los planos sutiles observando lo que acontece en
ellos, como también los hechos que están sucediendo en el plano físico donde
dejó momentáneamente el cuerpo material denso.
De
esta manera el iniciado con la Vamadeva Diksha observa acontecimientos privados
y ocultos como ser: puede ver a su madre entregada a un hombre que no es su
esposo, a su esposa, hermanas, amigos y conocidos en las más inverosímiles
circunstancias del plano sexual. También puede ver a los asesinos que han
logrado burlar a la justicia y permanecen aparentemente libres y felices. Puede
ver y reconocer al Gurú, o sea, a su individual director oculto, ubicación de
su residencia física.
En fin
puede ver infinidad de cosas y hechos ocultos, pero si llegara a emocionarse,
es decir “llorar”, inmediatamente el Gurú le quita el poder de la visión
espiritual, la cual no es recuperada hasta que no haya aumentado su dominio
pasando nuevamente una serie de experiencias personales provocadas por la
directiva oculta, a veces enormemente dolorosas, que si son pasadas con valor,
inteligencia, justicia, conmiseración y amor, vuelve a recobrar el mérito para
ser atendido por el Maestro en los altos grados del desarrollo espiritual.
Pero
aquí viene lo más grave y tremendamente triste que le sucede al discípulo que
revela lo que ha visto a través del Espíritu Santo, o que, en alguna forma, aun
cuando sea indirectamente, de a entender que sabe algo de lo que esta oculto en
los discípulos o en cualquier persona.
Este
es el pecado contra el Espíritu Santo tan sancionado en los evangelios
cristianos y del cual se habla en “las promesas” como los misterios de Vamadeva
y quienes quebrantaren tales secretos se hace acreedor a la pérdida de toda
Brahma Vidya y de toda prosperidad.
Las
leyes que rigen los secretos de las visiones sutiles que dicen relación a
hechos o personas a las cuales la revelación puede cambiarles el Karma o el
destino, son leyes incambiables, es decir son para una eternidad.
Solamente
el Gurú puede revelarle al discípulo una circunstancia o hecho para librarlo de
la muerte, de la enfermedad, de la miseria o de otras catástrofes en vista del
Brahma Karma acumulado en las actuaciones de su vida o por el esfuerzo hecho en
el cumplimiento de la disciplina del Yoga, cosa que es solamente conocida por
el Gurú Divino bajo la autorización del Señor del Mundo
También
debemos en este plano físico mantener los secretos que pueden perjudicar a
nuestros hermanos. Un verdadero “Chela” o discípulo no debe jamás contar lo que
ha visto, leído o sabido porque se lo han contado que pueda perjudicar moral,
espiritual o materialmente a otra persona. Es por eso por lo que en “las
promesas iniciáticas” se indica ser “verídico y útil siempre” si una verdad
hiere o perjudica, jamás debe ser dicha por uno que pretende ser miembro de la
Hermandad Blanca
Una
falsedad o una calumnia puede producir irreparable daño, pero la revelación de
hechos verdaderos y ocultos o de pasajes inmorales, son aun más perjudiciales
en muchos casos por cuanto el difamado no puede defenderse como lo haría si
ello fuera falso. Generalmente la difamación no trae beneficio a nadie,
solamente trae la ruina y el odio. Son muchos los que de esta manera son
llevados a la desesperación.
Incontables
veces nosotros sin malas intenciones hablamos inconveniencias, sin medir las
perjudiciales consecuencias, aún cuando nuestras intenciones no tengan el
propósito de ofender, si ellas hieren de todas maneras seremos castigados por
la ley del Karma para que nuestro “Budhi” se despierte con mayor claridad.
Todo
esto esta resumido en la primera regla dada a los discípulos por el Maestro en
“Luz en el Sendero” la cual dice así:
“Antes de que
los ojos puedan ver, deben ser incapaces de llorar”
La
segunda regla dice relación con el oído y lo dicho para la anterior ley,
igualmente puede aplicarse a la ley del oído la cual dice así:
“Antes que el
oído pueda oír, tiene que haber perdido la sensibilidad”
Esto
indica que el discípulo, digan lo que quieran de él, sea verdad o falso, debe
haber trascendido el efecto de toda sensación. Así mediante la iniciación de la
vista, podemos ver a distancia los sucesos ocultos, como expuse en las Dikshas
de la facultad visual, las relacionadas con el oído, son para aquellos que han
perdido la sensibilidad de todo halago, crítica o insulto. Nada de lo que se
oiga en este mundo físico o en los mundos sutiles que pudiera perjudicar a
otros, puede repetir el que lleva el Sendero de la Santidad. El que habla o de
alguna manera da a conocer lo que perjudica u ofende a otros, es detenido en el
progreso de sus iniciaciones. Las puertas de los Misterios son cerradas para
ellos.
La
tercera Ley es:
“Antes que la
voz pueda hablar en presencia de los Maestros, debe haber perdido la
posibilidad de herir” (esto está expresado también en el Gita Capítulo V
sloka 9)
Fijémonos
que no dice “no herir” sino que establece que se debe haber perdido la
“posibilidad de herir”. Es como decir, cuando sea imposible dañar a nadie
indebidamente mediante la palabra.
El
Yoguista debe tener un gran cuidado al hablar pues a veces, por una sola
palabra no meditada o mal dicha, se puede provocar trastornos irreparables. La
palabra del Yoguista debe ser medida, amable, suave, llena de comprensión, con
verdadero y puro amor.
Al
Mahatma se le puede reconocer por la dulzura de su voz nacida desde el Atman,
fluyente desde el corazón. Se puede tener una voz firme, clara y fuerte y al
mismo tiempo agradable. El estudiante de Yoga debe preocuparse de que su voz
sea nacida desde la verdad del corazón, sobre todo cuando entona los Mantras o
dice las palabras de poder.
La
última ley que aparece en el librito ya referido es la ley por la cual tiene
que pasar el discípulo y que a continuación dejo estampada:
“Antes de que
el alma pueda erguirse en presencia de los Maestros, es necesario que los pies
se hayan lavado en la sangra del corazón”
La
época más útil y al mismo tiempo más dolorosa en el estrecho camino que conduce
al Santum Santuorum o Centro Divino, donde se alcanza la excelsa visión de la
eternidad del propio espíritu o Atma unificado sustancialmente con el
Parabrahman o Supremo, Eterno e Infinito Espíritu de Dios Cósmico.
En la
obra “El Corazón del Bhagavad Gita” debida a la pluma de Su Santidad el Pandit
Lingesh Mahabhagavat, aparece un prólogo de Sri Subramanya Iyer el cual fue
reproducido en el libro “Una Organización Esotérica en la India”. En dicho
prólogo Sri Subramanya, se expresa sobre las cuatro leyes citadas anteriormente
en la forma que a continuación explico:
“Estas
frases sin disrupciones de cuatro de las condiciones indispensables que debe
tener un aspirante que pretende entrar en el Sendero que lleva a Moksha o
Nirvana, es decir a la liberación y así convertirse en discípulo de uno de
aquellos grandes Maestros que están siempre listos para aceptar y entrenar a
todos aquellos que se han preparado para ser iniciados en los misterios de la
naturaleza, de Dios y del Alma. Pues, esos sabios Maestros proclaman:
“Aquellos que han pasado por el silencio (que
marca el florecer del alma) y sintieron su paz y retuvieron su fuerza, ansían
también pases por él” (Luz en el Sendero, notas a la regla 21, página 23)
Las
condiciones mencionadas arriba expresadas en pocas palabras corresponden a la
pureza del mirar, a la pureza de escuchar, a la pureza del hablar y a la
verdadera capacidad de rendir servicio, no sólo a los Maestros ya que Ellos no
tienen necesidad de tal atención personal, sino que, a todos los seres, puesto
que Ellos son sus Custodios espirituales.
“Ahora
en cuanto a la primera máxima, no hay nada más claro que ella en cuanto a las
meras palabras; pero entendidas literalmente el aforismo llevará a conclusiones
desastrosas, pues significaría recomendar la absoluta dureza de corazón, plena
de falta de simpatía y compasión. Esta actitud de parte de un aspirante no
puede sino a primera vista ser un obstáculo de su ardientemente anhelado
crecimiento espiritual y no, una ayuda.
“Ser
incapaz de lágrimas en cuanto a los sufrimientos de otro es el método por el
cual se hoya el sendero oscuro”
“El
desarrollo del hombre que sigue este oscuro sendero es por contracción; tal
condición lleva a ese terrible estado de asolación llamado Avichi; siendo esta
la mayor calamidad que pueda caer sobre un Ego humano. ¿Cuál es entonces el
sentido que el discípulo anheloso de hollar el Sendero Blanco o el Sendero que
nos lleva al Nirvana deba darle a la frase “ser incapaz de llorar”? La
explicación es que él deberá estar completamente por encima de ser conmovido
aún en el más leve grado por acontecimientos adversos a sí mismo y que
causarían angustia, pena y sufrimiento mental, si él fuera un hombre corriente
del mundo.
“Esto
no es todo, su alma debe hacerse “como el mango maduro tan suave y dulce como
su pulpa de dorado brillante para las penas de otros” por un lado y por el otro
tan dura “como el cuesco de esa fruta para sus propias angustias y penas”. Por
supuesto este hábito de mantener bajo completo control la naturaleza emocional
del hombre hacia una dirección en particular, mientras que al mismo tiempo esa
naturaleza es mantenida completamente viva y aguzada, no se consigue
fácilmente. Pero aquel, que aspira a hollar el sendero hacia la más exaltada
Meta, no puede sino empeñarse asiduamente por la formación de tal facultad.,
porque debe recordarse que su crecimiento ha de ser por la amplitud de toda su
naturaleza, de sus deseos y emociones, de su conocimiento y del poder de
servir. Es cuando todas estas cualidades alcanzan su grado de perfección, que
el discípulo puede tomar contacto con la Divinidad cuya Voluntad está
constantemente activa en el Cosmos y convertirse en un canal consciente de
Ella.
“Para
hacer completo el presente estudio, falta agregar que hay una distinción muy
marcada entre el interés por las aflicciones del prójimo sentido por un
discípulo y aquel que procede de uno que ha alcanzado la liberación. En el
primer caso el interés está siempre acompañado de pesar, mientras que, en el
segundo, es de otro modo. El alma totalmente iluminada, bajo su Alto Nivel en
la escalera evolucionaria, puede ver y comprender que lo que nosotros llamamos
aflicciones, no son sino incidentes necesarios para el crecimiento espiritual
de los seres dentro del esquema divino de la evolución. Por consiguiente, el
pesar que fue ocasionado en el discípulo carente de una total comprensión de
ese esquema no encuentra lugar en la mente de aquel cuya visión divina esta
completamente perfeccionada. En este caso surge una compasión sin apegos,
incitándolo siempre adelante para efectuar una cooperación inteligente
siguiendo el plan de Dios por medio de esfuerzos tendientes a poner fin a la
ignorancia que es la raíz de todos los errores de la humanidad aún en
desarrollo”
Antes
de que estemos capacitados para recibir una iniciación ya sea, psíquica o
espiritual, los Guías Sutiles nos purifican y acrecientan nuestros poderes
poniéndonos en difíciles situaciones, las cuales constituyen lecciones, no
pruebas, que si las resolvemos con acierto nos son premiadas con experiencias
sutiles que afirman nuestra fe y nos dan mayor energía para continuar la
ascensión en las prácticas de Yoga, creciendo a la vez nuestro impersonal amor
por servir con eficiencia y alegría al prójimo. También nos otorgan
iniciaciones que infunden en nuestra alma estados de paz y de inmensa gloria,
imposible de describir con la palabra humana. Por eso se dice “estados de
gloria” y no de felicidad o dicha, pues esos estados gozosos sobrepasan en
mucho, aún a los momentos más felices que se puedan producir en esta tierra.
Estas
iniciaciones son oro espiritual entregado a nuestra alma, a causa del asiduo e
inquebrantable cumplimiento de los ejercicios espirituales o motivadas por
servicios hechos al prójimo, siguiendo el Karma Yoga, o sea, ejecutados sin
ningún apego o mira egoísta. También nos hacemos merecedores de Iniciaciones
Atmicas cuando soportamos con alegría una difícil lección que nos trae cruentos
dolores físicos, morales o intelectuales; ofreciéndolos a la divinidad con
alegría sin dejar de amar al Supremo Dios como a las personas o circunstancias
que nos trajeron tan hondo sufrimiento.
El
choque efectuado por el dolor contra la alegría o el impacto que provocamos
dentro del alma al lanzarle al fuego del dolor y la pena, el agua santa de la
dicha espiritual, produce la abertura Divina del corazón Átmico haciendo
brillar la luz más brillante que millones de soles y de imponderable goce
celestial, pleno de sabiduría y de poder. El otorgamiento de este “oro divino”
trae consigo una gran deuda que tenemos que saldar, no se nos entrega tan
valiosa fortuna para que la escondamos dentro de nuestra alma, quedando así
inutilizada. Si tal cosa hiciéramos, muy pronto se nos somete a las más
inesperadas y doloras circunstancias a fin de hacernos salir de ese estado de
egoísmo espiritual “lavando nuestras cualidades inferiores en la sangre del
corazón” pero si por cada estado de gloria Atmica que obtenemos efectuamos
meritorias y benéficas obras para beneficiar a la Institución que nos amparó y
guio para obtener esos triunfos del alma, si somos también agradecidos a
nuestros Instructores y hacemos con alegría el bien que podamos a los hermanos
de la Orden Mística a la cual pertenecemos como también a cualquier persona o
ser que nos presente la oportunidad de servirlo, saldamos la deuda del capital
recibido.
Los
servicios, los regalos, las dádivas hechas con alegría y amor, sin esperar en
absoluto agradecimiento ni teniendo ninguna intención egoísta, son actos que
cancelan Karmas malos y nos evitan recibir lecciones dolorosas indicadas para
nuestro progreso y purificación. Estos actos constituyen “Homas” o sacrificios
que no solo, como he dicho, nos quitan de encima lecciones penosas, sino que
nos reportan un Karma divino que nos abre nuevos portales para atravesarlos con
glorias siempre más y más excelsas.
Es el
Evangelio de San Mateo, Capítulo IV, versículo 1 al 11 y en el de San Lucas,
versículo 1 al 13, Jesucristo conversa con Satanás sin que el Maestro de
ninguna muestra de alteración o enojo; más aún, se conserva imperturbable y sin
hacer alarde de sus poderes responde: “Dicho está: NO tentaras al Señor tu
Dios”. Estos versículos nos hacen comprender que Jesús, iniciado por Juan el
Bautista no huye de las vibraciones demoníacas, sino que se mantiene
completamente sereno y feliz. También se dice que Jesús bajó a los infiernos y
subió a los cielos al tercer día.
Posiblemente
quiera indicarse con esto que un verdadero Iniciado puede ir a cualquier parte,
ya sea baja o alta sin ser afectado malamente por ello. Más aún, podemos ver
otro ejemplo bíblico sobre este mismo tema en el “Libro de Job” en el cual se
relata una amistosa conversación de Satanás con el Dios Gobernador del Cielo y
de la Tierra, en la que acuerdan amistosamente probar al Santo Job para ver
hasta donde llegaba su rectitud; Capítulo 1, versículo 6 al 12 y Capítulo 2
versículo 1 al 7.
El
Bhagavad Gita dice que el discípulo debe ser imperturbable como la roca que aún
cuando las olas de una fuerte tempestad la azotan, el agua se rompe y se
deshace permaneciendo la roca siempre inconmovible.
Jesús
como en casa de Marta y María, se acerca y defiende a la mujer difamada por
corrompidos fariseos y acepta a Magdalena.
Este
Maestro esenio pleno de sabiduría dijo: “No ensucia al hombre lo que le llega
de afuera, sino lo que sale de su interior”
El
discípulo debe perder todo miedo y desechar cualquier idea de que las
“vibraciones” de otros hermanos o personas puedan manchar su aura. Solo al
decir que tal o cual persona tiene malas vibraciones, denota la idea de que
pretende que de a él le reconozcamos sus armoniosas y puras vibraciones las
cuales el prójimo puede mancillar en su pureza. Cualquiera puede reconocer en
esta actitud un infeliz orgullo que denota inferioridad en el campo del Yoga.
Si tan fácilmente fuera manchada o herida nuestra aura, no podríamos ir a
ningún teatro, cine, andar en bus, micro o asistir a cualquier concentración de
personas, como también estaríamos impedidos de caminar por las calles donde
multitudes de heterogéneas personas transitan.
El
discípulo que cumple con sus prácticas lentamente va formando alrededor de sí
mismo una coraza protectora de Devi Prakriti, al principio son unos pocos
átomos que se agrupan después son más y más átomos hasta formar un velo
protector luminoso, transmisor de dicha en cualquier parte donde este el
discípulo. Este velo sutil irradiante se hace cada día más resistente y
poderoso con las meditaciones que adecuadamente observa el Chela al cumplir las
disciplinas prescritas por su Instructor.
Así
llega a ser un Siddha con magníficos poderes, es entonces como la flor de Loto,
que permanece incólume a pesar del agua que cae sobre ella resbalando por sus
pétalos, siempre queda inmaculada.
Los
que se quejan de que alguien les hace mal con sus vibraciones o brujerías es
debido a que aún permanecen en los peldaños mas inferiores de la escalinata del
desarrollo espiritual. El discípulo debe tener fe en que nadie puede herirlo
sutil u ocultamente puesto que es poseedor de una coraza divina y está
entregado al Gurú y a los Jerarcas Divinos.
Las
malas vibraciones llegan y penetran en nosotros cuando nos soltamos de los
brazos de nuestros protectores, cuando dejamos de hacer nuestras invocaciones
sagradas y cuando no cumplimos con las Leyes Atmicas.
Si
nosotros estamos en cualquier reunión, no debemos esperar que nos reciban bien;
que sean atentos, que nos agasajen con alegría. Esto no tiene la menor
importancia para un discípulo superior, Una persona que se aprecie de tal
deberá él mismo irradiar a todos simpatía, alegría, amor e inaparente humildad.
La humildad debe ser natural, sin que nadie lo note, es decir, debe ser franco,
educado, sencillo; de ninguna manera tratar de sobresalir o llamar la atención
sobre nuestra persona (Gita Cap. XIII, sloka 21 al 24)
Los
Maestros siempre se presentan sencillos, humildes con naturalidad, a pesar de
la inmensa sabiduría que tienen en sus espíritus.
El ser
humano es igual a una casa con muchas puertas y ventanas; por ellas puede
penetrar la luz pura del sol o el infectado polvo del camino. Sin embargo,
podemos impedir la entrada de lo indeseable o aceptar solamente lo bueno y
agradable; basta con colocar en las puertas y ventanas limpios y transparentes
cristales, ellos nos permiten recibir la luz del sol o enviar nuestra luz hacia
afuera, pero no dejen pasar el polvo ni la suciedad.
El
discípulo que ha avanzado por medio de la correcta ejecución de las prácticas
de Yoga, forma a su alrededor un globo o aura con las finas partículas de Devi
Prakriti atraídas por medio de sus pensamientos puros de unidad y amor
impersonal. Esta piel de luz divina no la tienen los seres vulgares llenos de
odios, envidia y egoísmo. A tales seres sí que les penetran toda clase de
“microbios astrales y mentales” atraídos por sus actos impuros o las
conversaciones sensuales, de guerras, crímenes, asaltos, robos, contrariedades
en los partidos políticos, enfermedades y otros innumerables y fatídicos hechos
con los cuales se goza la mayoría de las personas inferiores en sus nefastas
habladurías.
Toda
esta clase de conversaciones debe estar prohibida en los Centros que quieran
atraer a los radiantes Espíritus de la Luz y recibir sus bendiciones
iniciáticas que elevan nuestra sabiduría y poderes, acercándonos cada vez más
al estado Sátwico y a la comunión con los Mahatmas.