quinta-feira, 19 de junho de 2025

A JORNADA ESPIRITUAL: DO SILÊNCIO INTERIOR À UNIÃO COM O DIVINO




 

Sri Vájera Yogui Dasa
Jnana Dhata SuddhAcharya,

 

Não busque Deus longe para acalmar a mente; encontre-O mais perto, cheio de paz, com tranquilidade, com profunda calma, imutável.

Segundo os Mestres, devemos nos tornar como uma rocha no meio do mar, contra a qual, em uma noite de tempestade, enormes e turbulentas ondas chocam e ressoam, mas que permanece imóvel e não muda de lugar. Assim deve ser a mente daquele que medita: imutável e serena. Assim, em profunda meditação com o Espírito de Deus, em uma comunhão espiritual perfeita.

A palavra "repousa" deve ser interpretada como quietude perfeita, e as palavras "somente em Mim" indicam que a mente não deve ser como um redemoinho, dispersa em outros pensamentos. A mente deve ser como uma flecha cravada na ideia escolhida, sem se mover nem por um instante. E, quando as dúvidas se dissipam, então se vê a Luz, alcança-se a sabedoria oculta e o Grande Mistério se esclarece. Conhece-se a Sabedoria Divina.

"Mas, se ainda não és capaz de repousar tua mente e tua inteligência firmemente em Mim, então, ó Dhanyaya, tenta alcançar-Me através do 'Abhyasa Yoga'." Isso significa agir, cumprir os deveres sem apego aos frutos, ou seja, sem se preocupar se nossas ações trarão dor ou felicidade. Devemos cumprir nosso dever, mesmo que isso nos cause dor ou alegria. Por exemplo, se um pai tem um filho doente e há uma tempestade violenta, ele não deve pensar no sofrimento que o mau tempo lhe causará, mas sim cumprir seu dever, buscando remédios para a criança enferma. Isso é o que deve ser considerado: ter a satisfação do dever cumprido, sem esperar reconhecimento ou gratidão.

O Bhagavad Gita ensina, em muitos versículos, que nossos atos devem ser realizados com dedicação divina para que tenham grande sucesso e nos libertem de todo Karma inferior.

Por exemplo, na página 144, capítulo 23, e em outros versículos, é dito: "O Senhor Divino"... Bhakti Dharma Gita, isto é, Bhakti = Devoção e Dharma = costume ou lei. "Canto sobre a Lei ou o Costume Religioso".

No versículo 24, está escrito o seguinte: "Seja meu devoto, com a mente voltada para Mim, e dedica-Me todos os teus atos. Com essa atitude, deves estar absolutamente certo de que Me alcançarás, eu te asseguro, amado meu." Ao dizer "Seja meu devoto", o Senhor não está se referindo – nunca se refere – à sua própria personalidade, à pessoa humana do Mestre. Não, esses grandes Mestres, quando falam de "Mim", estão sempre se referindo a Deus dentro deles, à raiz da vida em si mesmos. Ou seja, referem-se ao Espírito de Deus.

Porque a raiz de um Hierarca, de um Avatara, de um Mestre – a vida deles – é a mesma vida de Deus que temos em nós. Não existem duas vidas, há apenas uma em todo o Universo. A mesma vida de uma erva é a nossa própria vida. Deus é quem dá a vida; não há sabedoria nem poder que possa dar vida a uma erva além do Espírito de Deus. É Deus quem concede a vida.

Quando Jesus Cristo disse: “Aquele que Me vê, vê o Meu Pai”, isso é muito claro. Os orientais sempre falam assim: “Mim”. Aquele que Me vê, aquele que vê Minha essência da vida, vê Deus, porque Deus é a essência da vida. Isso não significa que alguém O veja diretamente. Assim como um dos Apóstolos, Nicodemos, perguntou a Jesus: “Mas como, Senhor? Nós estamos Te vendo e não vemos o Pai.” Jesus percebeu que Nicodemos ainda estava "verde", que não era capaz de compreender a grandeza de suas palavras e, então, permaneceu em silêncio.

Mas chegou o tempo em que a humanidade amadureceu em sua inteligência, e agora é mais fácil compreender que existe um éter que permeia todo o Universo, que há uma Alma que dirige tudo, e é essa Alma que dá vida a todos os seres. Se um Mestre viesse aqui e pudesse ver a raiz da vida em vocês, ele veria Deus em cada um. “Aquele que Me vê, vê o Meu Pai.”

Jesus também disse: “Aquele que Me ama, ama o Meu Pai.” Mas Ele não estava se referindo à sua pessoa, porque os Mestres não são personalistas. Eles não possuem essa loucura de desejar ser amados como indivíduos, mas sim que Deus seja amado através deles, através de todos os seres e através de todo o Universo, pois Deus está em toda parte.

Se fôssemos capazes de ver a essência, a raiz que há em uma rocha, em uma pedra bruta, veríamos que essa essência é Deus. Ele está em toda parte. O Espírito Divino está na pedra, está no animal, está no pássaro, está no peixe, está em nós, está nos Anjos, está em todos os Deuses – o Supremo Deus.

Da mesma forma, Sri Krishna fala de “Mim”: “Com sua mente voltada para Mim”, referindo-se à essência do Ser espiritual. Assim, compreende-se o erro na interpretação deste “Mim”, que leva à má compreensão dos Livros Sagrados.

Existe uma sociedade filosófica em Paris, dirigida por um homem que se autodenomina "O Grande Sábio e Grande Filósofo". Pode ser um grande filósofo, mas, em questões religiosas, cometeu erros de interpretação sobre essas verdades.

A Filosofia Religiosa é uma Ontologia, algo superior, e não é para qualquer um. Esse diretor se chama Viné Sanglais e escreveu um livro intitulado “A Loucura de Jesus”. Nesse livro, ele trata Jesus como um megalomaníaco. Um megalomaníaco é alguém que tem a ilusão de ser algo grandioso sem realmente sê-lo, alguém que deseja que todos se inclinem diante dele e respeitem suas palavras. Esse autor cita Jesus como um megalomaníaco porque Ele disse: “Aquele que Me vê, vê o Meu Pai.” “Ah, então Ele se intitulou Deus!” – conclui Sanglais.

E quando Jesus disse: “Deixai vir a Mim as criancinhas”, esse autor afirma que “as criancinhas” eram o público ignorante e imaturo. Mas, para um Mestre, todos nós somos como crianças. “Aquele que Me ama, ama o Meu Pai.” Devemos amá-Lo enquanto pessoa? Falso! Isso jamais! Todos os orientais falam de “Mim” como o Eu Superior e, mais ainda, como a essência do Eu Superior. Pois, para um Mestre Divino, eu não sou apenas um traje, porque esse traje envelhece e será descartado. Eu não sou este corpo. Posso perder um braço, os dois braços, as duas pernas – e ainda assim serei eu. Podem remover meus rins, até mesmo meu coração – e eu continuarei sendo eu. Eu não sou este corpo. Tampouco sou a mente, pois a mente está sempre mudando. Eu sou algo que está além da mente, além da memória, além da inteligência, além de Buddhi. Eu sou aquilo que permanece sempre: o Espírito. Esse Eu Superior – esse é o “Mim”. Se eu pudesse ver o "Mim" em cada um de vocês, eu veria Deus, porque Deus está dentro de vocês. Deus, como diz São Paulo: “Deus está em vós”. “Vós sois templos vivos do Espírito Santo”, ou seja, do Espírito de Deus. É isso que se deve compreender.

Portanto, “Entrega-te a Mim” não significa render-se a Sri Krishna como a personalidade de Deus. Sri Krishna é um Avatara, um representante de Bhagavan Narayana, um Enviado, assim como Jesus disse ser um Enviado. “O Pai que Me enviou”, disse Jesus ao realizar um milagre. Ele sempre se referia ao Pai, mas nunca Jesus Cristo – assim como nenhum Mestre – disse: “Eu sou Deus”. Nenhum.

Em nenhuma parte do Bhagavad Gita se lê: “Eu sou Deus”. O que se diz é que Ele é Filho de Deus. E nós? Somos ou não somos Filhos de Deus? Somos Filhos de Deus. E como somos Filhos de Deus? À Sua imagem e semelhança. Mas não a imagem do corpo, pois o corpo não é a imagem de Deus nem a Sua semelhança. O corpo não é o Filho de Deus, o corpo é o filho do homem.

O Filho de Deus é o Espírito, e este sim é à Sua imagem e semelhança. Nosso Espírito não tem princípio, assim como Deus, e jamais terá fim, assim como Deus. Ele possui todos os poderes divinos, mas em potência. E são esses poderes que os seres humanos desenvolvem cada vez mais à medida que se aperfeiçoam e evoluem as formas. Quanto mais elevada for a forma, mais esse Espírito de Deus se manifesta.

“Sê Meu devoto” – do Espírito de Deus. “Com a mente voltada para Mim” – mas não para Ele, o Avatara. “Entrega-te a Mim” – mas como poderíamos fazer isso hoje, se Ele não está fisicamente presente? Se Ele não está aqui, como me renderei a uma pessoa? Mas sim posso me render ao que está aqui: ao Espírito de Deus. Ele está presente aqui.

“Dedicando-Me todos os teus atos” significa que todas as ações devem ser feitas para a Glória e Honra de Deus. Se é que podemos dizer assim, pois Deus não precisa de Glória nem de Honra. Mas devemos agir com a consciência de que estamos diante da Divina Hierarquia, e que todos os nossos atos são realizados na presença de Deus, na presença do Deus terrestre, na presença da Hierarquia Espiritual. Portanto, tudo deve ser feito de forma profunda, verdadeira, constante – jamais por vaidade, orgulho ou desejo de exaltação pessoal.

Existe uma diferença entre orgulho e vaidade. Não são a mesma coisa. O orgulho pertence a quem realmente possui aquilo que lhe causa orgulho. Por exemplo:

            Orgulho de nacionalidade – alguém sente orgulho de ser francês, ou de qualquer outra nacionalidade, como se isso fosse um mérito. Mas não há mérito algum nisso, pois ninguém escolheu onde nascer. Poderia ter nascido como africano, alacalufe ou em qualquer outro povo, em qualquer outra parte do mundo.

            Orgulho de família – por ter uma família educada, honrada, inteligente ou bondosa.

            Orgulho de riqueza – por possuir mais dinheiro do que os outros. "Tenho milhões e você nada tem."

            Orgulho de beleza – algumas mulheres, achando que têm mãos bonitas, deixam as unhas longas, pintadas de vermelho, e sentem orgulho disso. Quanto mais longos os dedos e as unhas vermelhas, mais fazem questão de exibi-los. Algumas pintam de dourado, outras de prateado.

Mas há orgulhos ainda piores. O pior de todos é o orgulho da santidade. "Eu sou puro. Você é impuro." "Você é pecador. Eu sou um santo." Vejam que orgulho! E quantas pessoas carregam esse orgulho dentro de si! Elas olham os outros com desprezo, simplesmente porque os consideram pecadores. Vejam que Jesus nunca teve esse orgulho. Ele defendeu as adúlteras e as visitava, assim como visitava Maria Madalena. O Orgulho de Santidade é o pior de todos. Todos esses tipos de orgulho surgem quando há um motivo para senti-los.

Mas o que é a vaidade? A vaidade acontece quando a pessoa não tem motivo para ser orgulhosa, então ela se torna vazia. Não há substância dentro dela. Por exemplo:

            Há aqueles que se fazem de ricos sem ter um centavo no bolso. Vivem de aparências, fingindo ser algo que não são.

            Hoje em dia, vê-se jovens cabeludos sem dinheiro algum, mas que se comportam como galãs de cinema. E assim, iludem pobres moças que acabam enganadas e abandonadas. Isso é vaidade – e é por meio dessa vaidade que enganam os outros.

            Outros se passam por honestos e falam mal dos ladrões: "Oh, esses ladrões! Eu nunca roubaria nem um alfinete!" – mas na realidade estão roubando milhões. Criam empresas fraudulentas, que vivem explorando os outros e roubam metade do mundo, mas ainda assim se dizem honrados.

Isso é vaidade: aparentar o que não se é. Essa é a diferença entre orgulho e vaidade. Por isso, devemos agir sem orgulho e sem vaidade. Sem desejar que o mundo nos elogie. Sem esperar reconhecimento. Sem tentar parecer o que não somos. Algumas seitas se fazem de santas. Raspam a cabeça, deixam um rabo de cavalo, vestem um manto amarelo e, orgulhosamente, caminham descalços pelas ruas se exibindo como santos. Mas um verdadeiro santo, um verdadeiro Mestre, nunca se mostra em público. Jamais. Os Mestres se manifestam em seus discípulos – em particular, com humildade, com dignidade, como um Buda.

Agora, por que alguém deveria se vestir com roupas indianas para sair na rua? Para quê? Para chamar a atenção? Para que as pessoas olhem e digam: "Vejam, ali vai um Yogi, que santo!"? Isso é orgulho e vaidade. Não somos santos. Não sou nada. Para que aparentar? Ou então, fingir ser santo para negociar? Vestir uma roupa sacerdotal para vender um livrinho e dizer: "Veja, esta Sociedade ama a Deus, venha fazer parte disto" – enquanto se veste como um monge budista apenas para aparentar. Os membros do Suddha Dharma Mandalam podem usar suas vestes religiosas, da mesma forma que um sacerdote católico usa sua casula ao celebrar a Missa – e depois a tira. Hoje em dia, até os padres andam sem batina pelas ruas, vestidos como qualquer outra pessoa. É difícil até reconhecer um sacerdote agora.

O Suddha Dharma Mandalam é assim: humildade verdadeira. Sem orgulho.

Sem vaidade. Sem vestir trajes para negociar. Sem usar roupas especiais para vender livros ou perfumes. O essencial é que devemos estar internamente vestidos com humildade. A humildade de quem entrega tudo o que faz para Ele – para Deus, para a Hierarquia, para o bem do mundo. E sem chamar a atenção.

Capítulo 23 – “Bhakti Dharma Gita”, diz "Sê Meu devoto"

DEVO vem de DEVA, que significa DEUS. Devoto quer dizer com amor a Deus.

Devoção significa amor pela Divindade, derivado da palavra DEVA, do sânscrito. "Sê Meu devoto", ou seja, ama-Me – mas ama o Espírito, a Essência Divina. "Com a mente dirigida a Mim", sem pensar em mais nada, sem buscar elogios por uma falsa santidade, sem querer ser visto. "Com a mente dirigida a Mim", "Rende-te a Mim", isto é, a entrega total ao Espírito de Deus. "Seja feita a Tua Vontade, assim na Terra como no Céu." "Rende-te a Mim, dedicando-Me todos os teus atos." TODOS. Não apenas um, mas todos. Se eu como, se eu me alimento – para quê? Para manter meu corpo saudável e poder servir melhor a Deus por mais tempo. Cuido do meu corpo. Se vocês querem abençoar sua comida, façam isso mentalmente, sem gestos visíveis. Se desejam realizar seus atos religiosos, façam-no privadamente, no local adequado. Tampouco se recomendam imagens e santos em salas de estar. Os salões são lugares para encontros sociais, para tomar uma taça de vinho, uísque ou champanhe – não para ter ali uma imagem de Cristo ou da Virgem. As coisas sagradas devem estar em um local sagrado. Não onde as pessoas costumam se reunir para conversar, criticar ou expressar afeto. E não coloquem um Sagrado Coração de Jesus, uma Virgem ou qualquer imagem na porta de casa como um amuleto de proteção. As imagens não protegem a casa. Se o coração e a mente forem puros, os anjos cuidarão do lar. Não há necessidade de imagens para isso. Muitos comerciantes colocam imagens de Cristo ou de santos em seus negócios apenas para disfarçar suas más práticas. Os membros do Suddha Dharma Mandalam jamais devem fazer tais demonstrações externas. Mantenham sua pureza privadamente, sem orgulho, dentro do coração. Ninguém precisa saber que você é santo. Ninguém precisa saber que você é um Yogi. Ninguém precisa saber que você pertence ao Suddha Dharma Mandalam. Isso não precisa ser anunciado.

Na Índia, grandes Mestres passam por nós todos os dias, sem serem reconhecidos. Jesus caminhava pelas ruas de Jerusalém e o que as pessoas diziam? "Ah! Lá vai o filho do carpinteiro José." Não o reconheciam como Cristo. Essa é a verdadeira humildade. Se Ele vestia um traje essênio, era porque nasceu em uma família essênia e fazia parte dessa tradição.

O caminho do Suddha Dharma Mandalam é muito difícil. É preciso estar sempre rejeitando o orgulho, a ilusão de pureza, o desejo de santidade, o apego ao dinheiro, à família e a tantas outras coisas que interferem no Caminho. Quanto mais humilde a pessoa é, melhor Deus a vê. E quanto mais alguém quer aparentar algo, é porque não é nada. Não há motivo para sair por aí levando um cartaz de santidade.

"Sê Meu devoto, ama-Me com a mente dirigida a Mim", ao Supremo Espírito. "Rende-te a Mim", ao Supremo Espírito, e "dedica-Me todos os teus atos"; compreendendo que tudo o que fazemos, tudo o que realizamos, deve ser por amor a Deus, pelo progresso do Espírito Divino e da Lei Divina na Terra. "Com esse proceder, deves estar absolutamente certo de que Me alcançarás."

Se alguém considera Deus apenas como uma personalidade, está equivocado. Não se trata de alcançar uma figura pessoal, mas sim a Realização Divina do Espírito.

"Que Me alcançarás, eu te asseguro, amado Meu." Que esperança maravilhosa para o devoto! Nunca antes se havia falado tão claramente sobre essa entrega, sobre essa dedicação dos atos, pois é algo difícil de compreender. Devemos sempre agir assim: que nossa meditação diária seja dedicada à Glória de Deus, para Ele, para Seu prazer supremo. E se Ele quiser, que nos conceda os benefícios que merecemos pelos bons atos que tivermos realizado.

Há um Mantra na Índia que resume tudo isso em poucas palavras: "Naham Kartha, Naham Karayitha, OM." Nada eu faço, nada faço fazer, OM. Deus faz tudo.

No versículo 13, página 153, está escrito: "Controlando todas as portas dos sentidos, repousa a mente emocional no coração." É essencial compreender isso profundamente. Essas palavras carregam a mesma ideia da mensagem que o Avatara Jesus de Nazaré transmitiu sobre entrar no Reino dos Céus. Pois não basta dizer às pessoas: "Buscai primeiro o Reino dos Céus, e tudo o mais vos será acrescentado." Não é suficiente apenas repetir isso, pois é necessário saber como entrar no Reino dos Céus. Que meios devemos usar? O que devemos fazer para alcançar essa grandeza? É possível, mesmo vivendo neste mundo terrestre, entrar no Reino dos Céus? E não apenas em um plano celestial, mas em vários, cada vez mais elevados, mais sutis, mais gloriosos. Por exemplo, São Paulo disse: "Fui arrebatado até o sétimo céu." E São Dionísio, o Aeropagita, ao elevar-se até o sétimo céu, fez a classificação angélica: Nos primeiros planos sutis, ele reconhece os Anjos. Num plano mais elevado, os Arcanjos. E ainda mais alto, os Querubins, Serafins, Tronos e Potestades. Cada um desses planos abriga Seres de imensa grandeza, e muitos Grandes Iniciados do passado já alcançaram tais esferas. E se um único ser já houvesse atingido essa Meta Divina... Bastaria que um apenas a tivesse alcançado, para que outros também pudessem fazê-lo.

O essencial é saber como fazê-lo. "Buscai o Reino dos Céus, e tudo o mais vos será acrescentado." Mas como? Jesus de Nazaré ensinou: "Entra em teu aposento..." E o que é esse aposento? O aposento de cada um de nós é onde habita o nosso VERDADEIRO SER. Todos estamos hospedados em nossos corpos, mas o verdadeiro Ser é o Espírito. Na Índia, chamam esse Ser de ATMAN ou PURUSHA. Este é o Ser Verdadeiro. Chamamo-lo de Verdadeiro, pois nosso corpo tem uma verdade passageira: envelhece, adoece, morre e se desintegra. Essa é a verdade passageira do nosso corpo. Mas a VERDADE VERDADEIRA é ETERNA. Ela jamais se desintegra, pois é o nosso Espírito. Esse Ser, que é a Verdade Suprema, habita dentro do nosso Aposento, dentro deste corpo transitório. Ele está no Centro do Éter do Coração.

"Entrai em vosso aposento..." Mas como entrar? "Fechai as portas e janelas..." Isto significa que devemos fechar os olhos e nos desprender de tudo o que nos prende ao mundo externo. Não olhar, não ver, não ouvir, não escutar nada. Precisamos esquecer todas as preocupações do mundo, fechar todas as portas e janelas dos cinco sentidos. Essas são as portas, essas são as janelas. Precisamos fechá-las, precisamos apagá-las.

"Fechai as portas e janelas e em SILÊNCIO." Isso tem um significado profundo. É preciso fazer o SILÊNCIO INTERNO. Uma vez fechadas as portas e janelas, fechados os olhos e esquecidas as distrações externas, devemos silenciar dentro da nossa mente. Nada de orações, nada de pedidos. Pois se continuamos a falar internamente, já não há silêncio. Devemos fazer o que nos ensina "Luz no Caminho": "Ouvi a Voz do Silêncio." O verdadeiro silêncio não é apenas físico, mas interno. Muitas vezes, estamos aparentemente quietos, imóveis, parecendo estar em profundo êxtase..., mas, na realidade, estamos presos a uma intensa discussão interior. A mente está agitada, falando sozinha, argumentando sem parar. Precisamos silenciá-la.

"Entrai em vosso aposento e, em silêncio, adorai o Vosso Pai." O Pai é a Raiz da Vida, a Origem de Tudo, a Raiz do nosso Ser. Ele não é um ser distante, nem um Deus fora do mundo. É preciso adorar o Pai que está nos Céus. Mas esses "Céus" não estão acima, nem abaixo, nem ao redor. Os Céus estão no SUTIL, na essência de toda vida.

É necessário fechar os olhos e ADORAR. Mas o que significa adorar? Adorar é amar sem esperar nada em troca. Não é o amor humano que deseja ser correspondido. Não! É irradiar amor como uma chama irradia calor e luz, sem escolher quem recebe. A chama não pensa em quem aquecerá. Ela simplesmente aquece e ilumina a todos. Adore ao Senhor, entregando-se com absoluto amor, com o mais puro amor divino à vontade do Senhor.

Mas onde devemos nos entregar? Não no exterior, mas no mais profundo do Ser. Por quê? Porque o Espírito de Deus, a Consciência Divina, a Vida Consciente e Poderosa que nos sustenta e sustenta todo o Universo, está dentro de nós. Nós somos, como já expliquei antes, como um televisor—e muito mais que isso. Fora da TV, estão todas as vibrações invisíveis das ondas sonoras, da música, das imagens, das palavras..., mas essas imagens e sons só podem ser vistos e ouvidos DENTRO do televisor. O Espírito de Deus, com todos os Seus poderes, está do lado de fora, mas é encontrado dentro de nós.

Quando o Ser aprende a ajustar o dial do coração para sintonizar a onda Divina dentro de si, ele encontra a Glória, a Sabedoria e o Poder. Todas as bênçãos e toda a Glória de Deus estão dentro de nós. Por isso, podemos compreender as palavras de São Paulo: "O que eu buscava fora de mim, encontrei dentro de mim." E todos os Místicos dizem o mesmo. Por isso, o Senhor ensinou a voltar-se para dentro, a fazer uma COMUNHÃO INTERIOR com o próprio Espírito. Essas palavras do Senhor Jesus...

Esse Avatara—Avatara significa "aquele que desce", "aquele que veio ao mundo". O Enviado. Há muitos tipos de Avatara. Jesus é um desses aspectos avatáricos. Jesus ensina, portanto, a buscar o Atman dentro de si mesmo, a alcançar a UNIÃO DIVINA. E, uma vez que se entra no Reino dos Céus, adquirem-se todos os Poderes, todas as Qualidades Divinas. Não de uma só vez—jamais! O crescimento acontece gradualmente. Assim como a semente brota, mas não instantaneamente, primeiro nasce o broto, depois a flor, e por fim o fruto. Tudo se desenvolve passo a passo. A União com o Espírito de Deus cresce assim, pouco a pouco. E o devoto, ao longo desse caminho, começa a colher as flores e os frutos das Bênçãos Divinas.

No versículo 8, o livro diz: "O aspirante que se regozija no Atman..." Regozijar-se significa alegrar-se profundamente. O aspirante se alegra quando há essa comunhão espiritual. Quem sente alegria, reflete isso em seu rosto. Quem sente tristeza, também a expressa. Assim, "O aspirante que se regozija no Atman" deve buscar essa alegria com todo o seu coração. Com felicidade profunda. Mergulhando como uma estrela que cai suavemente no fundo do coração. Sem pressa, respirando com Amor e com Glória. Pensando: "Eu me regozijo no meu Atman. Eu repouso no meu Atman." E onde está a dificuldade nisso? Acostumar-se! Mil vezes acostumar-se! Acostumar-se a estar em paz, a repousar, a descansar o corpo, a mente e a alma no profundo silêncio da Glória. E por quanto tempo? O máximo possível! Se possível, por muitas horas. Descansar gozando essa paz. "Que repousa no Atman..." Iluminado pela Luz Interna do Atman. Eu repouso e imagino que dentro do meu coração há a lâmpada maravilhosa de Aladim, oculta no porão escuro do meu corpo. Mas essa lâmpada maravilhosa brilha e ilumina. E eu repouso, imaginando-me um Sol radiante de Glória e Amor. Repouso no Atman, iluminado pela Luz Interna do Atman. "Esse é um Yogui." Ou seja, alguém que trilha o Caminho da União Divina. "Sendo Ele de natureza transcendental..." Pois o Espírito é de natureza transcendental. "... Ele obtém o êxtase Bráhmico." Ou seja, o Êxtase Divino, a Suprema Felicidade, a Glória Suprema que um ser humano pode alcançar.

"O ÊXTASE! O SAMADHI ESPIRITUAL!"

No versículo 9 lê-se o seguinte: “De tal modo o Yogui”, aquele que está nesse caminho de união, o do Yogui, “Sempre aspirando o Atman...”Já conhecemos as palavras ASPIRANTE e ASPIRAR — trata-se de um desejo de alcançar. Não é como um aspirante que deseja ir bem em uma prova. Não, é algo interno, com grande poder e força. Querer realmente alcançar a União com o Espírito Divino — isso é o que significa “Aspirar”.

“De tal modo o Yogui, sempre aspirando o Atman, com a mente disciplinada, alcança em Mim a paz Brâmica”, a paz Divina. Esse “Mim” é o nosso Eu superior, é a Raiz de Deus, a Força de Deus, a Sabedoria, todas as qualidades Divinas de Deus manifestando-se em Mim, dentro do meu espírito.

Nunca se deve confundir esse “Mim” com a personalidade de Jesus, nem com a personalidade de Krishna, nem com a de qualquer outro Grande Ser. É algo muito mais elevado — é a raiz de Buda, a raiz de Krishna, a raiz de Cristo, a raiz de todos os seres. Esse é o “Mim” que está dentro de Mim — minha raiz da Vida. No versículo se diz: “O êxtase supremo advém ao Yogui cuja mente permanece plena de paz, cujas paixões estão dominadas”.

Ao fazer a prática, é preciso esquecer todas as preocupações, todas as paixões, tudo aquilo que está nos afligindo e que nossa mente tenta resolver — é preciso deixar isso de lado. No momento da meditação: “Cujas paixões estão dominadas e está livre das fraquezas — Ele, assim, se assemelha à natureza Brâhmica”.

Isso é muito importante: sempre se deve observar em que momento se deve aplicar determinado remédio. Pois não se pode aplicar de forma impensada e aleatória. É preciso ver quando, como e em que estado se deve aplicá-lo. Muitas das instruções dos Mestres trouxeram confusão, pois foram mal compreendidas e mal aplicadas. Quando se diz na meditação: “Esqueçamos todas as preocupações mundanas”, é neste momento que se deve esquecer — não durante as tarefas da vida cotidiana.

Jesus disse: “Quem quiser seguir-me, abandone seu pai e sua mãe e siga-me”.

Mas isso foi tão mal interpretado: como se, para trilhar o caminho espiritual, fosse necessário abandonar o pai, abandonar a mãe. Jesus sempre foi respeitoso com seus pais, sempre. E “Honrar pai e mãe” é um mandamento Divino. E se temos a obrigação de ajudar e servir a todos os seres, com muito mais razão devemos fazê-lo com nosso pai e nossa mãe, em todas as circunstâncias. Portanto, esse “abandonar pai e mãe” significa que devemos venerá-los, amá-los. Se abandonamos nossos pais, estamos cometendo uma grave falha. Temos de ajudar sempre todos os seres. Mas, no momento da meditação, então sim, devemos abandoná-los a todos — e a nós mesmos. Devemos nos abandonar e nos entregar TOTALMENTE, sem pedir nada, apenas com aquela atitude Divina: “Seja feita a Tua Vontade, assim na Terra como no Céu”.

E essa palavra expressa a atitude de um Avatara — com muito mais razão devemos nós adotá-la. Quando o Senhor Jesus se rendeu à Vontade do Pai. No Monte das Oliveiras, quando Jesus teve a visão de todo o seu Calvário, e o Mestre, o Anjo, apresenta diante dele essa visão e lhe pergunta: “Queres tu beberes este Cálice de amargura?” Jesus respondeu: “Faça-se a Tua Vontade, e não a minha”. Ele se rendeu.

Assim também devemos nos render, em toda circunstância — no ganho e na perda, na alegria e na dor. Devemos sempre nos render à Vontade Divina de Deus. E rendidos nessa profunda e Divina Vontade, silenciamos todo o nosso ser, esquecendo pai, mãe e todas as dificuldades da vida — e ADORAMOS A DEUS no profundo silêncio do nosso Atman, do nosso “Mim” mais íntimo, mais profundo.

*Tradução feita a partir do texto original em espanhol por Kalamata Dasika (Marina Elisa), Servidora no Ashram Sarva Mangalam de São Paulo.

NT: como não havia título no texto original, o título que aqui aparece foi dado pela tradutora.

 

 

Sri Vájera Yogui Dasa

 

No busques a Dios lejos para reposar la mente, ubíquenlo más cerca, llenos de paz, con tranquilidad, con profunda calma, inmutable.

Según los Maestros tenemos que llegar a ser como una roca en medio del mar, que en una noche de tempestad, enormes y turbulentas olas chocan y truenan contra la roca, y ésta permanece inmóvil y no se cambia de su sitio. Así tiene que ser la mente del que medita; inmutable y serena. Así en profunda meditación con el Espíritu de Dios en una comunión espiritual perfecta.

La palabra “reposa”, debe interpretarse como quietud perfecta, y las palabras “sólo en Mí”, son para indicar que la mente no debe estar como un remolino, pensando en otras cosas. La mente debe ser como una flecha, que se clava en la idea escogida, sin moverla ni un solo instante; y cuando las dudas se disipan, entonces, se ve la Luz, se llega a la sabiduría oculta y el Gran Misterio se aclara. Se conoce la Sabiduría Divina.

“Pero si aún no eres capaz de reposar tu mente y tu inteligencia firmemente en Mí, entonces, ¡Oh Dhanyaya! Trata de llegar a Mí, por el “Abhyasa Yoga” quiere decir, hacer los actos, cumplir los deberes, sin mirar el fruto, es decir, sin mirar si nuestros actos nos van a traer dolor o felicidad. Debemos cumplir con nuestro deber, así nos traiga dolor o felicidad.

Por ejemplo, si a un padre se le enferma un hijo, y hay un temporal demasiado violento, ese padre no debe mirar el sufrimiento que le va a causar la inclemencia del tiempo, sino que, debe cumplir con su deber buscando las medicinas para el hijo enfermo.

Eso es lo que hay que mirar; tener la satisfacción del deber cumplido, sin esperar reconocimiento o gratitud.

El Bhagavad Gita enseña en muchos versículos que nuestros actos deben ser ejecutados con dedicación Divina para que tengan gran éxito y librarnos de todo Karma inferior.

Así por ejemplo en la página 144 Capítulo 23 y en otros versículos más dice: “El Divino Señor”... Bhakti Dharma Gita, es decir, Bhakti = Devoción y Dharma, costumbre o ley.- “Canto sobre la Ley o la Costumbre Religiosa”

En el versículo 24 dice lo siguiente: “Sé mi devoto, con la mente dirigida a Mí y dedícame todos los actos”. “Con este proceder, tú debes estar absolutamente cierto de que me alcanzarás, te lo aseguro amado mío”.

Al decir aquí “Sé mi devoto”, el Señor no se está refiriendo, nunca se refiere, a su personalidad, a la persona humana del Maestro. No, siempre estos grandes Maestros, cuando hablan de Mí, se refieren a Dios en ellos. A la raíz de la vida en ellos mismos, o sea, se están refiriendo al Espíritu de Dios, porque la raíz de un Jerarca, de un Avatara, de un Maestro, la vida de ellos es la misma vida de Dios que tenemos nosotros. No hay dos vidas, hay una sola en el Universo. La misma vida de una hierba es la misma vida nuestra. Dios, Él está dando la vida, no hay sabiduría ni poder que le de vida a una hierba fuera del Espíritu de Dios. Es Dios quien dá la vida.

Cuando Jesucristo decía “El que me ve a Mí, ve a mi Padre”. Esto es muy claro, los orientales siempre hablan así. De Mí. El que me ve a Mí, el que ve mi esencia de la vida, ve a Dios, porque Dios es la esencia de la vida. No quiere decir que él lo vea a Él. Así como uno de los Apóstoles, Nicodemo , le dijo a Jesús “¿ Y cómo Señor?, nosotros te estamos viendo a Ti y no vemos al Padre”

Jesús vio que todavía Nicodemo estaba “verde”, que no podía comprender la grandeza de sus palabras y entonces guardó silencio.

Pero ha llegado el tiempo en que la Humanidad ha crecido en su inteligencia y entonces es más comprensible saber que hay éter que está traspasando todo el Universo, que hay un alma que dirige todo el Universo, y es esa alma la que le dá vida a todos los seres.

Si aquí viniera un Maestro que pudiera ver la raíz de la vida de ustedes, él vería a Dios en ustedes. “El que me ve a Mí, ve a mi Padre”.

También dijo Jesús: “El que me ama a Mí, ama a mi Padre”, pero no se refería a su persona, porque los Maestros no son personalistas. No son, no tienen la locura de que s les ame a ellos como personas, sino que se ame a Dios a través de ellos y a través de todos los seres, y a través de todo el Universo, porque Dios está en todas partes.

Si nosotros pudiésemos ver la esencia, la raíz que está en un peñasco, en una piedra bruta, veríamos que la raíz, la esencia en esa piedra, ahí está Él. Dios esta en todas partes. El Espíritu Divino está en la piedra, está en el animal, está en el ave, está en el pez, está en nosotros, está en los Angeles, está en todos los Dioses, El Supremo Dios.

Así también Sri Krishna habla de Mí, “Con su mente dirigida a Mí”, a la esencia del Ser espiritual. De esta forma, verían la mala comprensión de este Mí, que conduce la mala comprensión de los Libros Sagrados.

Hay una sociedad Filosófica en París, dirigida por una persona que se hace llamar el Gran Sabio y Gran Filósofo, puede serlo, pero en materia religiosa ha cometido errores de apreciación sobre estas cosas.

La Filosofía Religiosa es una Ontología, es algo superior y no es para cualquier ser. Este Director se llama Viné Sanglais, escribió un libro que se titula “La Locura de Jesús”. En ese libro trata a Jesús como un megalómano. Un megalómano es aquel que tiene locura de creerse una gran cosa sin serlo, de que todo el mundo se incline delante de él, de que todo el mundo respete su palabra, son los sabihondos; y cita a Jesús de megalómano porque dice “ El que me ve a Mí, ve a mi Padre” ¡Ah, se titulo de Dios!. Y cuando dijo “Dejad a los niños que vengan a Mí”. Los niños son el público ignorante y todavía pequeño. Nosotros para un Maestro somos los niños. “El que me ama a Mí, ama a mi padre”, ¿Hay que amarlo a Él, a la persona?. Falso. Esto no, jamás, todos los orientales hablan de Mí como el Yo Superior y más todavía, como la esencia del Yo Superior. Porque para un Maestro Divino, yo no soy un traje, este traje no es la persona porque lo vamos a sacar, se pone viejo, yo no soy el traje. Yo no soy este cuerpo, a mí me pueden cortar un brazo, los dos brazos, las dos piernas y sigo siendo yo. Me pueden sacar los riñones, me pueden sacar hasta el corazón y sigo siendo yo. Yo no soy este cuerpo, tampoco soy la mente, la mente esta cambiando. Yo soy algo que está más al fondo de la mente, más adentro de la memoria, más allá de la inteligencia, de Bhudi, yo soy más allá, aquello que permanece siempre, el Espíritu. Ese Yo Superior, ése es el Mí.

Si yo pudiera ver el Mí de cada uno de ustedes, yo vería a Dios, porque Dios está dentro de ustedes.

Dios, como dice San Pablo, “Dios está en vosotros”. “Vosotros” dice San Pablo, “Sois templos vivos del Espíritu Santo”, es decir, del Espíritu de Dios. Eso es lo que hay que comprender en esto.

Entonces, “Ríndete a Mí” no es rendirse a Sri Krishna, como la personalidad de Dios. Sri Krishna es un Avatara, un representante de Bhagavan Narayana, un Enviado, como dijo Jesús, siendo El también un Avatara. “El Padre que me envió”, cuando hizo Jesús algún milagro. Siempre se está refiriendo al Padre, pero nunca Jesucristo, ni ningún Maestro ha dicho “Yo soy Dios”. Ninguno. En ninguna palabra del “Gita”

dice “Yo soy Dios”, no. Sí que dice, que es el Hijo de Dios.

¿Y nosotros somos o no somos Hijos de Dios?. Somos Hijos de Dios. ¿Y cómo somos Hijos de Dios? A su imagen y semejanza; pero no el cuerpo, el cuerpo no es la imagen de Dios ni su semejanza. Porque este no es el Hijo de Dios, el cuerpo es el hijo del hombre.

El Hijo de Dios es el Espíritu y es a su imagen y semejanza. No tiene principio el espíritu nuestro, igual que Dios y jamás tiene fin, igual que Dios. Posee todos los poderes divinos, pero en potencia y esos son los que están desarrollando los seres humanos cada vez más alto, a medida que se perfeccionan o que evolucionan las formas, mientras mejor es la forma, más se va manifestando ese Espíritu de Dios.

“Sé mi devoto”, al Espíritu de Dios. “Con la Mente dirigida a Mí”, no a Él, el Avatara. “Ríndete a Mí”, si esto lo dijéramos ahora nosotros, como lo podríamos hacer, cuando El no está aquí. No está, así que como me voy a rendir a una persona, si no está, pero si que puedo, a lo que está, que es el Espíritu de Dios. Él está. Está presente aquí.

“Dedicándome todos tus actos”, es decir, hay que hacer todos los actos pensando que uno está haciéndolos para Gloria y Honra, si se puede decir así, porque Él no necesita ni Gloria ni necesita Honra. Pero hay que hacerlo, pensando que uno está ante la Divina Jerarquía, y uno está haciendo todos sus actos, siempre, ante la presencia de Dios, ante la presencia del Dios terrestre, ante la presencia de la Jerarquía Espiritual, y uno hace todos sus actos ante su Divina Presencia.

Hay que hacerlas en forma profunda, verdadera, constante, nunca hacer las cosas para honrarse uno, por orgullo de uno, por vanidad de uno. Hay una diferencia entre orgullo y vanidad, no es lo mismo.

Orgullo es el que realmente posee aquello que le produce orgullo, procede porque lo tiene. Por ejemplo: Orgullo de nacionalidad. Yo tengo orgullo de ser Francés. Hay gente que está orgullosa porque es francesa o de otro país, como si tuviera mérito. Fíjese que no tiene ningún mérito, porque uno no escogió ser de esa nacionalidad, pudo haber nacido como hotentote, alacalufe o cualquier otra cosa en otra parte. Uno no escogió, así que no es mérito ninguno. Orgullo de patria, orgullo de familia: porque mi familia es educada, porque es honrada, porque es inteligente, porque es buena. Orgullo de familia. Orgullo de dinero, yo tengo más fortuna que tú, tengo orgullo. Yo tengo millones, tú no tienes nada. Orgullo de dinero. Orgullo de hermosura. Hay algunas damas que se creen con manos bonitas, y usan uñas largas pintadas de rojo y tienen tanto orgullo; mientras más largos se ven los dedos y las uñas rojas. Pasan moviéndolas, para que todos le vean las uñas. Otras veces se las pintan doradas y otras veces como plateadas. Orgullo, orgullo de hermosura. Orgullo de cuanta cosa hay. Pero hay orgullos que tal vez sean los peores de todos. Es el “Orgullo de Santidad”. Yo soy puro, tu eres impuro. Tú eres pecador. Yo soy un santo. Miren que orgullo – y cuántas personas hay con ese orgullo, que miran con desprecio a otro porque es pecador.

Fíjense que Jesús no lo tuvo nunca, defendió a las adúlteras y las visitaba, como visitaba a María, a Magdalena. Orgullo de Santidad, es el peor de todos. Todos estos orgullos, cuando se tiene el motivo de serlo. Pero, ¿ Qué es la Vanidad?. Es cuando la persona no tiene el motivo para ser orgullosos, entonces es vano, no tiene semilla adentro, está vano. Se las dá de rico y no tiene un peso, anda echando vientos por ahí y no tiene nada. Pero esos son los ricos. Pero hoy se ven jóvenes melenudos que no tienen un peso en el bolsillo, pero andan dándoselas de galanes de cine, macanudos y llevan una pobre niña toda engañada que después la dejan embromada. Eso es vanidad y mediante esa vanidad engañan a los demás.

Otros se las dan de honrados y no son honrados y hablan ¡Oh esos ladrones! Yo ni un alfiler robaría, y están robando millones. Están haciendo de estas sociedades que dan interés y le roban a medio mundo, pero ellos dicen ¡Ah! Pero tienen honradez. Eso es vanidad, aparentar lo que no se es.

Esa es la diferencia entre orgullo y vanidad.

Por eso nosotros tenemos que actuar sin orgullo y sin vanidad. Sin desear que el mundo nos alabe, sin desear que nadie nos agradezca nada, sin tratar de aparentar nada.

Existen algunas sectas, que se las dan de “Santos”, se rapan la cabeza, se dejan coleta, se ponen un manto amarillo y orgullosamente van por las calles de alpargatas o descalzos, haciéndose los santos. Un verdadero santo, un verdadero Maestro, nunca se demuestra en público, jamás. Los Maestros se manifiestan en sus discípulos, privadamente, en forma humilde, honrada, como un BUDHA.

Ahora ¿Porque algunos de nosotros, se ha de vestir para salir a la calle con un traje hindú? ¿Para qué? ¿Para llamar la atención?. Para que digan ¡ Miren ahí va un Yogi, que santo! ¿No?

Orgullo y vanidad. No somos santos, ni soy nada, ¿Para qué vamos a aparentar?. O aparentar para negociar. Con un traje sacerdotal para ir a vender este librito y así: Mire para esta Sociedad, que nosotros amamos a Dios, que esto y esto otro. Y vamos vestidos de monje Budista, para aparentar.

Los miembros del Suddha Dharma se pueden poner sus capas religiosas, tal como lo hace un sacerdote católico, que se pone su casulla al decir Misa, y después se la saca. Y hoy día hasta sin sotana se les ve en la calle, como cualquiera. Cuesta mucho reconocer un sacerdote ahora, se visten como todos los hombres.

El Suddha Dharma Mandalam es así. La humildad sin orgullo, sin vanidad, sin ponerse trajes para negociar, para vender libros o vender perfumes.

Lo importante de esto está, en que uno debe hacer todos sus actos vestido internamente, vestido con la humildad de la entrega de todo lo que hacemos para Él, para Dios, para la Jerarquía, para el bien del mundo. SIN LLAMAR LA ATENCIÓN.

El Capítulo 23.- “Bhakti Dharma Gita” que dice “Sé Mi devoto”

DEVO: quiere decir DEVA, DIOS. Devoto quiere decir con amor a Dios. Devoción quiere decir, con amor a la Divinidad, viene de la palabra DEVA, del sánscrito.

“Sé Mi devoto”, es decir ¡Ámame! 8pero al Espíritu, la esencia Divina). “Con la mente dirigida a Mí”, no pensando en otra cosa, no pensando que nos alaben como una santidad falsa, que nos están mirando, no. “Con la mente dirigida a Mí”, “Ríndete a Mí”, es decir la entrega total al Espíritu de Dios.

“Hágase tu Voluntad, en el cielo y en la tierra”.

“Ríndete a Mí, dedicándome todos los actos”. TODOS. No uno, todos.

Yo como, yo me alimento, ¿Para qué?. Para tener mi cuerpo sano y poder más tiempo servir mejor a Dios. Cuido mi cuerpo. Si ustedes tienen que bendecir su comida, háganlo mentalmente sin signos. Hacer sus cosas religiosas, PRIVADAMENTE en el sitio que corresponde.

Tampoco se recomienda las imágenes y los santos en los salones, los salones son para divertirse, para servirse una copa, Whisky o Champaña, no para tener ahí un Cristo, una Virgen. Las cosas sagradas deben tener un sitio sagrado. No donde se reúne muchas veces uno a charlar o criticar, a amarse en el salón. Ni tampoco pongan un Corazón de Jesús, una Virgen o una imagen en la puerta de la casa. Para que la imagen cuide la casa, no señor. Si uno tiene su corazón puro y su mente pura, los ángeles cuidan la casa. No se necesita tener una imagen.

Hay comerciantes profesionales que tienen alguna imagen de Cristo u otro santo en su local u oficina, generalmente la usan para disimular los malos manejos de su oficio.

Todas estas demostraciones externas, no las hagan nunca ustedes, los miembros del Suddha Dharma Mandalam. Sepan llevar su pureza privadamente, sin orgullo, dentro del corazón. Que nadie sepa que ustedes son santos, que ustedes son Yoguis, que ustedes son del Suddha Dharma Mandalam. No necesita nadie saberlo.

En la India pasan al lado de uno, muchos Maestros, uno no los conoce jamás. Jesús andaba por las calles de Jerusalén, y ¿Qué decía la gente? ¡Ah! Ahí va el hijo del carpintero José. No sabían, no lo reconocían que era Cristo. Esta es la humildad. Si Él vestía un traje esenio, es porque Él nació de familia esenia y era un esenio.

El sendero del Suddha Dharma Mandalam es muy difícil, hay que estar siempre rechazando el orgullo, la pretensión de la pureza, de la santidad, del dinero, de la familia, de tanta cosa que interfiere en nuestro camino. Mientras más humilde es, mejor mira el Señor. Mientras más uno aparenta, si quiere aparentar algo, es que uno no es nada. No tiene porque estar en todas partes uno llevando un letrero de santidad.

“Sé mi devoto, ámame con la mente dirigida a Mí”, al Supremo Espíritu. “Ríndete a Mí”, al Supremo Espíritu, y “dedicándome todos tus actos”; pensando que todo lo que estamos haciendo, todo lo que uno hace, lo hace por amor a Dios, para Dios, para el progreso del Espíritu de Dios, de la Ley Divina en la tierra. “Con este proceder, tú debes estar absolutamente cierto que me alcanzarás”.

Si uno lo considera como la personalidad d Dios. No, uno tiene que alcanzar, tiene que alcanzar el logro divino, del espíritu, no de la persona.

“Que me alcanzaras, te lo aseguro, amado mío”. Que linda esperanza para el devoto. Nunca antes se había hablado de esto, de la entrega, de la dedicación de los actos, porque es una cosa difícil de entender. Siempre debemos hacerlo así, nuestra meditación diaria debe dedicarse a la Gloria de Dios, para Él, para su propio placer. Si Él quiere, que nos dé los beneficios que nosotros merecemos por los buenos actos que habremos realizado.

Hay un Mantram en la India que resume todo esto en muy pocas palabras, dice así:

“Naham Kartha, Naham Karayitha, OM”

Nada yo hago, nada yo hago hacer, OM, Dios lo hace todo.

En el versículo 13 Pag. 153 dice lo siguiente “Controlando todas las puertas de los sentidos, reposa la mente emocional en el corazón”.

Esto es importantísimo comprenderlo perfectamente bien. Estas palabras contienen la misma idea que la enseñanza que dio el Avatara Jesús de Nazaret para entrar al Reino de los Cielos. Porque no basta con decirle a las personas “Entrad primero al Reino de los Cielos, que todo lo demás se os dará por añadidura”. No basta decir eso porque es necesario saber cómo entrar al Reino de los Cielos. Que medios, que tenemos que hacer para poder conseguir, o lograr esa magnificencia, de que estando vivos en este mundo terrestre, ¿Podemos entrar al Reino de los Cielos?. No uno de los planos celestiales, sino que a varios. Cada vez más gloriosos, más sutiles, más grandiosos. Así por ejemplo: Dijo San Pablo “Yo, alcance hasta el séptimo cielo”. Y San Dionisio el aeropaguita, elevándose hasta el séptimo cielo hace la nomenclatura angélica. En los primeros planos sutiles Él considera a los Angeles, en plano más elevado, los Arcángeles, en otro plano celestial más y más alto van los Querubines, los Serafines, los Tronos y las Potestades.

En cada plano se van diferenciando estos grandes Seres y a esto han alcanzado muchos Grandes Iniciados del pasado. Y si uno sólo, hubiese habido en la vida que hubiese alcanzado esta Meta Divina... basta que uno sólo hubiera habido, para que otros también puedan hacer lo mismo. Lo único necesario, es saber como hacerlo. “Entrad al Reino de los Cielos, que todo se os dará por añadidura”.

¿Cómo? Dijo Jesús de Nazaret: “entrad en vuestro aposento”... el aposento de cada uno de nosotros, es donde está el VERDADERO SER. Todos estamos aposentados, estamos viviendo dentro de nuestro cuerpo. El verdadero Ser, es el espíritu, es el ATMAN que llaman en la India, también le dan el nombre de PURUSHA. Este es el verdadero Ser. El Ser Verdadero..., se llama Verdadero, porque nuestro cuerpo tiene una verdad transitoria, dura muy poco tiempo, se envejece, se enferma, muere y se desintegra.

Esta es la verdad pasajera de nuestro cuerpo, pero la VERDAD VERDADERA, es ETERNA. No se desintegra jamás, es nuestro espíritu.

Este Ser que es la Verdadera Verdad, está dentro de nuestro Aposento, de este cuerpo transitorio, está en el Centro del Eter del Corazón.

“Entrad en vuestro aposento”... ¿Cómo vamos a entrar? “Cerrad las puertas y ventanas”... hay que cerrar los ojos y despreocuparse de todo lo que hemos estado pendientes de mirar, de ver. Hay que tratar de no oír, no escuchar nada, hay que tratar de olvidarse de todas las preocupaciones del mundo. Cerrar todas las puertas y ventanas de los cinco sentidos. Esas son las puertas, esas son las ventanas, hay que cerrarlas, hay que apagarlas.

“Cerrad las puertas y las ventanas y en SILENCIO”. Esto tiene mucha importancia. HACER EL SILENCIO INTERNO. Una vez cerradas las puertas y las ventanas, cerrados los ojos, despreocupados de todas las cosas externas, nosotros tenemos que hacer el silencio dentro de nuestra mente, nada de oraciones, nada de peticiones. Porque si uno esta hablando dentro, ya no hay silencio.

Nosotros tenemos que hacer lo que dice: “Luz en el Sendero”: “Oíd la voz del Silencio”. Hacer perfecto silencio, no conversar dentro de la mente.

Muchas veces nosotros estamos muy quietos, inmóviles parece que estamos en profundo éxtasis.. y estamos en una tremenda discusión interior. La mente está hablando, discutiendo como una loca dentro de nuestra cabeza. Hay que silenciarla. “Entrad en vuestro aposento y en silencio, adorad a Nuestro Padre. El Padre es la raíz de la vida, el origen de todos, la raíz de nuestro Ser. No es un Ser extraño, no es un Dios fuera del mundo. Tengo que adorar a mi Padre. A la raíz de mi vida. “Adorar a Vuestro Padre que está en los Cielos”. Tampoco es un cielo que está arriba, ni que está abajo, ni a los lados. Está en lo SUTIL, en lo más sutil, en la ESENCIA de toda vida. Uno tiene que cerrar los ojos y ADORAR.

Adorar significa, Amar SIN ESPERAR retribución. No es el amor del que ama y espera que el ser amado le corresponda con amor. No, uno tiene que ADORAR, IRRADIAR amor, porque brota el amor como brota el calor, o la luz de una llama, sin esperar, sin pensar darle calor a éste o a aquel. Darle la luz a éste o a otro, sino que dar la luz para todos.

Adora al Señor, entregándose con absoluto amor, con pleno amor divino a la voluntad el Señor, pero, ¿Dónde? – No entregarse afuera, sino que adentro, en lo profundo del Ser. ¿Por qué? Porque el Espíritu de Dios, la Conciencia de Dios, la Vida consciente y Poderosa que está dándonos a nosotros la vida y a todo el Universo está Adentro.

Nosotros somos, como he explicado otras veces, como un TV, y mucho más que eso. Fuera de la TV, están todas las vibraciones y las ondas de los sonidos, de la música, del canto, de las palabras. Están todas las formas que salen en la TV, pero no se encuentra eso sino, que dentro de la TV.

El Espíritu de Dios con todos sus poderes está afuera, pero se le encuentra Adentro de uno.

Cuando el Ser sabe mover el dial del corazón para encontrar la onda Divina Dentro de sí mismo, cuando se encuentra la onda, se encuentra la Gloria, la Sabiduría, el Poder. Todas las bendiciones y Gloria de Dios, Dentro de uno. Por eso, ahí pueden ustedes comprender las palabras de San Pablo: “Lo que yo buscaba fuera de mí, lo encontré dentro de mí”. Y todos los Místicos dicen lo mismo. Por eso el Señor enseño a entrarse, a hacer una COMUNIÓN INTERIOR, con su Propio Espíritu.

Estas palabras del Señor Jesús, este Avatara.. AVATARA, significa el que desciende, el que bajo. El enviado: El enviado que vino. Hay muchas clases de AVATARA. Jesús es uno de estos aspectos avatáricos.

Jesús enseña pues, a buscar el Atman DENTRO de sí mismo, a alcanzar la UNIÓN DICINA. Y una vez que se entró al Reino de los Cielos, se obtienen todos los Poderes, se obtienen todas las cualidades. No de golpe, eso jamás, todo va progresivamente. Brota la semilla, brota, pero no de golpe, dá la flor y el fruto. Va poco a poco creciendo, y va desarrollando su árbol, sus hojas y sus frutos. Así poco a poco va creciendo la Unión con el Espíritu de Dios. Y el DEVOTO, va adquiriendo las flores y el fruto de las Bendiciones Divinas.

En el versículo 8 del libro dice: “El aspirante que se regocija en el Atman”.. Regocijarse, quiere decir, alegrarse, el que se alegra cuando hay esa comunión espiritual.

Quién tiene alegría se nota en su cara, quien tiene pena se nota en su rostro. Así, “El aspirante que se regocija en el Atman”... hay que buscar con alegría, con esa felicidad profunda. Hay que sumergirse como una estrella que cae al fondo del corazón. Reposando suavemente, sin apuro, respirando con Amor y con Gloria, pensando: “Yo me regocijo en mi Atman, reposo en mi Atman”. Y ¿En qué está lo difícil de esto?. ACOSTUMBRARSE, mil veces acostumbrarse. Ha ser lleno de paz, acostumbrarse a reposar, a reposar el cuerpo, la mente y el alma, en profundo silencio de Gloria. ¿Cuánto tiempo?. Ojalá pudiera hacerse muchas horas. Reposar gozando. “Que reposa en el Atman”.. iluminado por la interna luz del Atman. Yo reposo y pienso que dentro de mi corazón tengo la lámpara maravillosa de Aladino, que está en lo profundo del sótano oscuro de mi cuerpo, pero la lámpara maravillosa está dando su luz. Y yo reposo pensando que soy un sol radiante de Gloria y Amor. Reposo en el Atman, iluminado con la interna luz del Atman.

“Es un Yogui”, es decir, es uno que está yendo a la unión Divina “Siendo El de trascendente naturaleza”.. el espíritu es de trascendente naturaleza... “Obtiene el éxtasis Bráhmico”, o sea, el éxtasis Divino, con la mayor felicidad, la Suprema Gloria que puede alcanzar un ser humano, “EL EXTASIS, EL SAMADI ESPIRITUAL”

En el versículo 9 se lee lo siguiente: “De tal modo el Yogui”, el que está en este sendero de unión, del Yogui, “Siempre aspirando el Atman”.. .. Ya conocemos las palabras ASPIRANTE Y ASPIRAR, es un deseo de alcanzar. No es un aspirante como el que aspira a salir bien en un examen. No, es algo interno, con un gran poder y fuerza. Querer realmente alcanzar la Unión con el Espíritu Divino, eso significa “Aspirar”

“De tal modo el Yogui, siempre aspirando el Atman, con disciplinada mente, consigue en Mí la paz Bráhmica”, la paz Divina. Ese Mí es el YO superior de nosotros, es la Raíz de Dios, la Fuerza de Dios, la Sabiduría, todas las Divinas cualidades de Dios, manifestándose en Mí, dentro de mi espíritu.

No hay que confundir nunca este Mí con la personalidad de Jesús, ni con la personalidad de Krishna, ni con la personalidad de ningún Gran Ser. Es algo mucho más que eso, es la raíz de Buddha, la raíz de Krishna, la raíz de Cristo, la raíz de todos los seres, ése es el Mí que está dentro de Mí. Mí raíz de la Vida. En el versículo lo dice: “Supremo éxtasis adviene al Yogui cuya mente permanece plena de paz, cuyas pasiones están dominadas”.

Al hacer la práctica, hay que olvidar todas las preocupaciones, todas las pasiones, todo aquello que nos está mortificando para ser resuelto por nuestra mente, hay que dejarlo. En este momento de la meditación, “Cuyas pasiones están dominadas, y es libre de debilidades, Él así, se asemeja a la naturaleza Bráhmica”.

Esto es muy importante; siempre hay que ver en qué momento hay que aplicar determinado remedio. Pues no se puede aplicar a tontas y a locas. Hay que ver cuándo, cómo, y en que estado hay que aplicarlo.

Ha traído muchas confusiones muchas de las indicaciones de los Maestros, han sido mal comprendidas y mal aplicadas.

Cuando uno dice en la meditación, “Olvidémonos de toda preocupación mundana”, es en este momento en que hay que olvidarse, no durante el quehacer de la vida.

Jesús dijo: “El que quiera seguirme, abandone a su padre y a su madre y sígame”.

Pero esto ha sido tan mal interpretado: Qué para ir al camino espiritual, hay que abandonar al padre, hay que abandonar a la madre. Jesús siempre fue respetuoso de sus padres, siempre.

Y “Honrar Padre y Madre”, es un mandamiento Divino, y si nosotros tenemos la obligación de ayudar y servir a todo el mundo, con mayor razón al Padre y a la Madre, en toda circunstancia. De manera que eso de abandonar Padre y Madre, significa que debemos Venerar a nuestro Padre y nuestra Madre, quererlos.

Si nosotros abandonamos a nuestros padres, estamos faltando gravemente, tenemos que ayudar siempre a todos los seres, pero, en el momento de la meditación, entonces, tenemos que abandonarlos a todos y a nosotros mismos también.

Tenemos que abandonarnos y entregarnos TOTALMENTE, sin pedir nada, sino que en aquella actitud Divina “Hágase Tu Voluntad en el Cielo y en la Tierra”.

Y esta palabra, es actitud de un Avatara, con cuanto mayor razón tenemos que hacerla nosotros. Cuando el Señor Jesús se rindió a la Voluntad el padre. En el Monte de los Olivos, cuando Jesús vio, tuvo la visión de todo su Calvario, y el Maestro, el Angel, se la presenta ante su vista y le dice: ¿Quieres tú beber este Cáliz de amargura? Jesús respondió: “Hágase tu Voluntad y no la mía”. Se rindió.

Así nosotros tenemos que rendirnos, en toda circunstancia, en la ganancia y en la derrota, en la alegría y en el dolor. Siempre tenemos que rendirnos a la Divina Voluntad de Dios. Y rendidos en esa profunda y Divina Voluntad, silenciamos todo nuestro ser, olvidando Padre Madre y todas las dificultades de la vida ADORAMOS A DIOS en el profundo silencio de nuestro Atman, de nuestro Mí profundo.