Ashram Sarva Mangalam (SDM)- Unidade com Diversidade Consciente
Esta escola nos leva para um caminho de autoconhecimento objetivando nossa autorrealização, por direções simples e sintéticas através do Supremo Absoluto ! Rua: Coriolano 169/171 Bairro: Pompéia - São Paulo/SP Cel: 9 9889 0649 ------------------------------- A Suddha Dharma é a fonte das religiões do mundo que nutriram no passado e continuam a nutrir atualmente as sagradas aspirações da humanidade. Ela é a raiz da Luz. (Marinês Peçanha de Figueiredo)
quinta-feira, 10 de julho de 2025
Guru Purnima
quinta-feira, 19 de junho de 2025
A JORNADA ESPIRITUAL: DO SILÊNCIO INTERIOR À UNIÃO COM O DIVINO
Sri Vájera Yogui Dasa
Jnana Dhata SuddhAcharya,
Não busque Deus longe para acalmar a mente; encontre-O mais
perto, cheio de paz, com tranquilidade, com profunda calma, imutável.
Segundo os Mestres, devemos nos tornar como uma rocha no
meio do mar, contra a qual, em uma noite de tempestade, enormes e turbulentas
ondas chocam e ressoam, mas que permanece imóvel e não muda de lugar. Assim
deve ser a mente daquele que medita: imutável e serena. Assim, em profunda
meditação com o Espírito de Deus, em uma comunhão espiritual perfeita.
A palavra "repousa" deve ser interpretada como
quietude perfeita, e as palavras "somente em Mim" indicam que a mente
não deve ser como um redemoinho, dispersa em outros pensamentos. A mente deve
ser como uma flecha cravada na ideia escolhida, sem se mover nem por um
instante. E, quando as dúvidas se dissipam, então se vê a Luz, alcança-se a
sabedoria oculta e o Grande Mistério se esclarece. Conhece-se a Sabedoria
Divina.
"Mas, se ainda não és capaz de repousar tua mente e tua
inteligência firmemente em Mim, então, ó Dhanyaya, tenta alcançar-Me através do
'Abhyasa Yoga'." Isso significa agir, cumprir os deveres sem apego aos
frutos, ou seja, sem se preocupar se nossas ações trarão dor ou felicidade.
Devemos cumprir nosso dever, mesmo que isso nos cause dor ou alegria. Por
exemplo, se um pai tem um filho doente e há uma tempestade violenta, ele não
deve pensar no sofrimento que o mau tempo lhe causará, mas sim cumprir seu dever,
buscando remédios para a criança enferma. Isso é o que deve ser considerado:
ter a satisfação do dever cumprido, sem esperar reconhecimento ou gratidão.
O Bhagavad Gita ensina, em muitos versículos, que nossos
atos devem ser realizados com dedicação divina para que tenham grande sucesso e
nos libertem de todo Karma inferior.
Por exemplo, na página 144, capítulo 23, e em outros
versículos, é dito: "O Senhor Divino"... Bhakti Dharma Gita, isto é,
Bhakti = Devoção e Dharma = costume ou lei. "Canto sobre a Lei ou o
Costume Religioso".
No versículo 24, está escrito o seguinte: "Seja meu
devoto, com a mente voltada para Mim, e dedica-Me todos os teus atos. Com essa
atitude, deves estar absolutamente certo de que Me alcançarás, eu te asseguro,
amado meu." Ao dizer "Seja meu devoto", o Senhor não está se
referindo – nunca se refere – à sua própria personalidade, à pessoa humana do
Mestre. Não, esses grandes Mestres, quando falam de "Mim", estão
sempre se referindo a Deus dentro deles, à raiz da vida em si mesmos. Ou seja,
referem-se ao Espírito de Deus.
Porque a raiz de um Hierarca, de um Avatara, de um Mestre –
a vida deles – é a mesma vida de Deus que temos em nós. Não existem duas vidas,
há apenas uma em todo o Universo. A mesma vida de uma erva é a nossa própria
vida. Deus é quem dá a vida; não há sabedoria nem poder que possa dar vida a
uma erva além do Espírito de Deus. É Deus quem concede a vida.
Quando Jesus Cristo disse: “Aquele que Me vê, vê o Meu Pai”,
isso é muito claro. Os orientais sempre falam assim: “Mim”. Aquele que Me vê,
aquele que vê Minha essência da vida, vê Deus, porque Deus é a essência da
vida. Isso não significa que alguém O veja diretamente. Assim como um dos
Apóstolos, Nicodemos, perguntou a Jesus: “Mas como, Senhor? Nós estamos Te
vendo e não vemos o Pai.” Jesus percebeu que Nicodemos ainda estava
"verde", que não era capaz de compreender a grandeza de suas palavras
e, então, permaneceu em silêncio.
Mas chegou o tempo em que a humanidade amadureceu em sua
inteligência, e agora é mais fácil compreender que existe um éter que permeia
todo o Universo, que há uma Alma que dirige tudo, e é essa Alma que dá vida a
todos os seres. Se um Mestre viesse aqui e pudesse ver a raiz da vida em vocês,
ele veria Deus em cada um. “Aquele que Me vê, vê o Meu Pai.”
Jesus também disse: “Aquele que Me ama, ama o Meu Pai.” Mas
Ele não estava se referindo à sua pessoa, porque os Mestres não são
personalistas. Eles não possuem essa loucura de desejar ser amados como
indivíduos, mas sim que Deus seja amado através deles, através de todos os
seres e através de todo o Universo, pois Deus está em toda parte.
Se fôssemos capazes de ver a essência, a raiz que há em uma
rocha, em uma pedra bruta, veríamos que essa essência é Deus. Ele está em toda
parte. O Espírito Divino está na pedra, está no animal, está no pássaro, está
no peixe, está em nós, está nos Anjos, está em todos os Deuses – o Supremo
Deus.
Da mesma forma, Sri Krishna fala de “Mim”: “Com sua mente
voltada para Mim”, referindo-se à essência do Ser espiritual. Assim,
compreende-se o erro na interpretação deste “Mim”, que leva à má compreensão
dos Livros Sagrados.
Existe uma sociedade filosófica em Paris, dirigida por um
homem que se autodenomina "O Grande Sábio e Grande Filósofo". Pode
ser um grande filósofo, mas, em questões religiosas, cometeu erros de
interpretação sobre essas verdades.
A Filosofia Religiosa é uma Ontologia, algo superior, e não
é para qualquer um. Esse diretor se chama Viné Sanglais e escreveu um livro
intitulado “A Loucura de Jesus”. Nesse livro, ele trata Jesus como um
megalomaníaco. Um megalomaníaco é alguém que tem a ilusão de ser algo grandioso
sem realmente sê-lo, alguém que deseja que todos se inclinem diante dele e
respeitem suas palavras. Esse autor cita Jesus como um megalomaníaco porque Ele
disse: “Aquele que Me vê, vê o Meu Pai.” “Ah, então Ele se intitulou Deus!” –
conclui Sanglais.
E quando Jesus disse: “Deixai vir a Mim as criancinhas”,
esse autor afirma que “as criancinhas” eram o público ignorante e imaturo. Mas,
para um Mestre, todos nós somos como crianças. “Aquele que Me ama, ama o Meu
Pai.” Devemos amá-Lo enquanto pessoa? Falso! Isso jamais! Todos os orientais
falam de “Mim” como o Eu Superior e, mais ainda, como a essência do Eu
Superior. Pois, para um Mestre Divino, eu não sou apenas um traje, porque esse
traje envelhece e será descartado. Eu não sou este corpo. Posso perder um
braço, os dois braços, as duas pernas – e ainda assim serei eu. Podem remover
meus rins, até mesmo meu coração – e eu continuarei sendo eu. Eu não sou este
corpo. Tampouco sou a mente, pois a mente está sempre mudando. Eu sou algo que
está além da mente, além da memória, além da inteligência, além de Buddhi. Eu
sou aquilo que permanece sempre: o Espírito. Esse Eu Superior – esse é o “Mim”.
Se eu pudesse ver o "Mim" em cada um de vocês, eu veria Deus, porque
Deus está dentro de vocês. Deus, como diz São Paulo: “Deus está em vós”. “Vós
sois templos vivos do Espírito Santo”, ou seja, do Espírito de Deus. É isso que
se deve compreender.
Portanto, “Entrega-te a Mim” não significa render-se a Sri
Krishna como a personalidade de Deus. Sri Krishna é um Avatara, um
representante de Bhagavan Narayana, um Enviado, assim como Jesus disse ser um
Enviado. “O Pai que Me enviou”, disse Jesus ao realizar um milagre. Ele sempre
se referia ao Pai, mas nunca Jesus Cristo – assim como nenhum Mestre – disse:
“Eu sou Deus”. Nenhum.
Em nenhuma parte do Bhagavad Gita se lê: “Eu sou Deus”. O
que se diz é que Ele é Filho de Deus. E nós? Somos ou não somos Filhos de Deus?
Somos Filhos de Deus. E como somos Filhos de Deus? À Sua imagem e semelhança.
Mas não a imagem do corpo, pois o corpo não é a imagem de Deus nem a Sua
semelhança. O corpo não é o Filho de Deus, o corpo é o filho do homem.
O Filho de Deus é o Espírito, e este sim é à Sua imagem e
semelhança. Nosso Espírito não tem princípio, assim como Deus, e jamais terá
fim, assim como Deus. Ele possui todos os poderes divinos, mas em potência. E
são esses poderes que os seres humanos desenvolvem cada vez mais à medida que
se aperfeiçoam e evoluem as formas. Quanto mais elevada for a forma, mais esse
Espírito de Deus se manifesta.
“Sê Meu devoto” – do Espírito de Deus. “Com a mente voltada
para Mim” – mas não para Ele, o Avatara. “Entrega-te a Mim” – mas como
poderíamos fazer isso hoje, se Ele não está fisicamente presente? Se Ele não
está aqui, como me renderei a uma pessoa? Mas sim posso me render ao que está
aqui: ao Espírito de Deus. Ele está presente aqui.
“Dedicando-Me todos os teus atos” significa que todas as
ações devem ser feitas para a Glória e Honra de Deus. Se é que podemos dizer
assim, pois Deus não precisa de Glória nem de Honra. Mas devemos agir com a
consciência de que estamos diante da Divina Hierarquia, e que todos os nossos
atos são realizados na presença de Deus, na presença do Deus terrestre, na
presença da Hierarquia Espiritual. Portanto, tudo deve ser feito de forma
profunda, verdadeira, constante – jamais por vaidade, orgulho ou desejo de exaltação
pessoal.
Existe uma diferença entre orgulho e vaidade. Não são a
mesma coisa. O orgulho pertence a quem realmente possui aquilo que lhe causa
orgulho. Por exemplo:
• Orgulho de
nacionalidade – alguém sente orgulho de ser francês, ou de qualquer outra
nacionalidade, como se isso fosse um mérito. Mas não há mérito algum nisso,
pois ninguém escolheu onde nascer. Poderia ter nascido como africano, alacalufe
ou em qualquer outro povo, em qualquer outra parte do mundo.
• Orgulho de
família – por ter uma família educada, honrada, inteligente ou bondosa.
• Orgulho de
riqueza – por possuir mais dinheiro do que os outros. "Tenho milhões e
você nada tem."
• Orgulho de
beleza – algumas mulheres, achando que têm mãos bonitas, deixam as unhas
longas, pintadas de vermelho, e sentem orgulho disso. Quanto mais longos os
dedos e as unhas vermelhas, mais fazem questão de exibi-los. Algumas pintam de
dourado, outras de prateado.
Mas há orgulhos ainda piores. O pior de todos é o orgulho da
santidade. "Eu sou puro. Você é impuro." "Você é pecador. Eu sou
um santo." Vejam que orgulho! E quantas pessoas carregam esse orgulho
dentro de si! Elas olham os outros com desprezo, simplesmente porque os
consideram pecadores. Vejam que Jesus nunca teve esse orgulho. Ele defendeu as
adúlteras e as visitava, assim como visitava Maria Madalena. O Orgulho de
Santidade é o pior de todos. Todos esses tipos de orgulho surgem quando há um
motivo para senti-los.
Mas o que é a vaidade? A vaidade acontece quando a pessoa
não tem motivo para ser orgulhosa, então ela se torna vazia. Não há substância
dentro dela. Por exemplo:
• Há aqueles
que se fazem de ricos sem ter um centavo no bolso. Vivem de aparências,
fingindo ser algo que não são.
• Hoje em
dia, vê-se jovens cabeludos sem dinheiro algum, mas que se comportam como galãs
de cinema. E assim, iludem pobres moças que acabam enganadas e abandonadas.
Isso é vaidade – e é por meio dessa vaidade que enganam os outros.
• Outros se
passam por honestos e falam mal dos ladrões: "Oh, esses ladrões! Eu nunca
roubaria nem um alfinete!" – mas na realidade estão roubando milhões.
Criam empresas fraudulentas, que vivem explorando os outros e roubam metade do
mundo, mas ainda assim se dizem honrados.
Isso é vaidade: aparentar o que não se é. Essa é a diferença
entre orgulho e vaidade. Por isso, devemos agir sem orgulho e sem vaidade. Sem
desejar que o mundo nos elogie. Sem esperar reconhecimento. Sem tentar parecer
o que não somos. Algumas seitas se fazem de santas. Raspam a cabeça, deixam um
rabo de cavalo, vestem um manto amarelo e, orgulhosamente, caminham descalços
pelas ruas se exibindo como santos. Mas um verdadeiro santo, um verdadeiro
Mestre, nunca se mostra em público. Jamais. Os Mestres se manifestam em seus
discípulos – em particular, com humildade, com dignidade, como um Buda.
Agora, por que alguém deveria se vestir com roupas indianas
para sair na rua? Para quê? Para chamar a atenção? Para que as pessoas olhem e
digam: "Vejam, ali vai um Yogi, que santo!"? Isso é orgulho e
vaidade. Não somos santos. Não sou nada. Para que aparentar? Ou então, fingir
ser santo para negociar? Vestir uma roupa sacerdotal para vender um livrinho e
dizer: "Veja, esta Sociedade ama a Deus, venha fazer parte disto" –
enquanto se veste como um monge budista apenas para aparentar. Os membros do
Suddha Dharma Mandalam podem usar suas vestes religiosas, da mesma forma que um
sacerdote católico usa sua casula ao celebrar a Missa – e depois a tira. Hoje
em dia, até os padres andam sem batina pelas ruas, vestidos como qualquer outra
pessoa. É difícil até reconhecer um sacerdote agora.
O Suddha Dharma Mandalam é assim: humildade verdadeira. Sem
orgulho.
Sem vaidade. Sem vestir trajes para negociar. Sem usar
roupas especiais para vender livros ou perfumes. O essencial é que devemos
estar internamente vestidos com humildade. A humildade de quem entrega tudo o
que faz para Ele – para Deus, para a Hierarquia, para o bem do mundo. E sem
chamar a atenção.
Capítulo 23 – “Bhakti Dharma Gita”, diz "Sê Meu
devoto"
DEVO vem de DEVA, que significa DEUS. Devoto quer dizer com
amor a Deus.
Devoção significa amor pela Divindade, derivado da palavra
DEVA, do sânscrito. "Sê Meu devoto", ou seja, ama-Me – mas ama o
Espírito, a Essência Divina. "Com a mente dirigida a Mim", sem pensar
em mais nada, sem buscar elogios por uma falsa santidade, sem querer ser visto.
"Com a mente dirigida a Mim", "Rende-te a Mim", isto é, a
entrega total ao Espírito de Deus. "Seja feita a Tua Vontade, assim na
Terra como no Céu." "Rende-te a Mim, dedicando-Me todos os teus
atos." TODOS. Não apenas um, mas todos. Se eu como, se eu me alimento –
para quê? Para manter meu corpo saudável e poder servir melhor a Deus por mais
tempo. Cuido do meu corpo. Se vocês querem abençoar sua comida, façam isso
mentalmente, sem gestos visíveis. Se desejam realizar seus atos religiosos,
façam-no privadamente, no local adequado. Tampouco se recomendam imagens e
santos em salas de estar. Os salões são lugares para encontros sociais, para
tomar uma taça de vinho, uísque ou champanhe – não para ter ali uma imagem de
Cristo ou da Virgem. As coisas sagradas devem estar em um local sagrado. Não
onde as pessoas costumam se reunir para conversar, criticar ou expressar afeto.
E não coloquem um Sagrado Coração de Jesus, uma Virgem ou qualquer imagem na
porta de casa como um amuleto de proteção. As imagens não protegem a casa. Se o
coração e a mente forem puros, os anjos cuidarão do lar. Não há necessidade de
imagens para isso. Muitos comerciantes colocam imagens de Cristo ou de santos
em seus negócios apenas para disfarçar suas más práticas. Os membros do Suddha
Dharma Mandalam jamais devem fazer tais demonstrações externas. Mantenham sua
pureza privadamente, sem orgulho, dentro do coração. Ninguém precisa saber que
você é santo. Ninguém precisa saber que você é um Yogi. Ninguém precisa saber
que você pertence ao Suddha Dharma Mandalam. Isso não precisa ser anunciado.
Na Índia, grandes Mestres passam por nós todos os dias, sem
serem reconhecidos. Jesus caminhava pelas ruas de Jerusalém e o que as pessoas
diziam? "Ah! Lá vai o filho do carpinteiro José." Não o reconheciam
como Cristo. Essa é a verdadeira humildade. Se Ele vestia um traje essênio, era
porque nasceu em uma família essênia e fazia parte dessa tradição.
O caminho do Suddha Dharma Mandalam é muito difícil. É
preciso estar sempre rejeitando o orgulho, a ilusão de pureza, o desejo de
santidade, o apego ao dinheiro, à família e a tantas outras coisas que
interferem no Caminho. Quanto mais humilde a pessoa é, melhor Deus a vê. E
quanto mais alguém quer aparentar algo, é porque não é nada. Não há motivo para
sair por aí levando um cartaz de santidade.
"Sê Meu devoto, ama-Me com a mente dirigida a
Mim", ao Supremo Espírito. "Rende-te a Mim", ao Supremo
Espírito, e "dedica-Me todos os teus atos"; compreendendo que tudo o
que fazemos, tudo o que realizamos, deve ser por amor a Deus, pelo progresso do
Espírito Divino e da Lei Divina na Terra. "Com esse proceder, deves estar
absolutamente certo de que Me alcançarás."
Se alguém considera Deus apenas como uma personalidade, está
equivocado. Não se trata de alcançar uma figura pessoal, mas sim a Realização
Divina do Espírito.
"Que Me alcançarás, eu te asseguro, amado Meu."
Que esperança maravilhosa para o devoto! Nunca antes se havia falado tão
claramente sobre essa entrega, sobre essa dedicação dos atos, pois é algo
difícil de compreender. Devemos sempre agir assim: que nossa meditação diária
seja dedicada à Glória de Deus, para Ele, para Seu prazer supremo. E se Ele
quiser, que nos conceda os benefícios que merecemos pelos bons atos que
tivermos realizado.
Há um Mantra na Índia que resume tudo isso em poucas
palavras: "Naham Kartha, Naham Karayitha, OM." Nada eu faço, nada
faço fazer, OM. Deus faz tudo.
No versículo 13, página 153, está escrito: "Controlando
todas as portas dos sentidos, repousa a mente emocional no coração." É
essencial compreender isso profundamente. Essas palavras carregam a mesma ideia
da mensagem que o Avatara Jesus de Nazaré transmitiu sobre entrar no Reino dos
Céus. Pois não basta dizer às pessoas: "Buscai primeiro o Reino dos Céus,
e tudo o mais vos será acrescentado." Não é suficiente apenas repetir
isso, pois é necessário saber como entrar no Reino dos Céus. Que meios devemos
usar? O que devemos fazer para alcançar essa grandeza? É possível, mesmo
vivendo neste mundo terrestre, entrar no Reino dos Céus? E não apenas em um
plano celestial, mas em vários, cada vez mais elevados, mais sutis, mais
gloriosos. Por exemplo, São Paulo disse: "Fui arrebatado até o sétimo
céu." E São Dionísio, o Aeropagita, ao elevar-se até o sétimo céu, fez a
classificação angélica: Nos primeiros planos sutis, ele reconhece os Anjos. Num
plano mais elevado, os Arcanjos. E ainda mais alto, os Querubins, Serafins,
Tronos e Potestades. Cada um desses planos abriga Seres de imensa grandeza, e
muitos Grandes Iniciados do passado já alcançaram tais esferas. E se um único
ser já houvesse atingido essa Meta Divina... Bastaria que um apenas a tivesse
alcançado, para que outros também pudessem fazê-lo.
O essencial é saber como fazê-lo. "Buscai o Reino dos
Céus, e tudo o mais vos será acrescentado." Mas como? Jesus de Nazaré
ensinou: "Entra em teu aposento..." E o que é esse aposento? O
aposento de cada um de nós é onde habita o nosso VERDADEIRO SER. Todos estamos
hospedados em nossos corpos, mas o verdadeiro Ser é o Espírito. Na Índia,
chamam esse Ser de ATMAN ou PURUSHA. Este é o Ser Verdadeiro. Chamamo-lo de
Verdadeiro, pois nosso corpo tem uma verdade passageira: envelhece, adoece,
morre e se desintegra. Essa é a verdade passageira do nosso corpo. Mas a
VERDADE VERDADEIRA é ETERNA. Ela jamais se desintegra, pois é o nosso Espírito.
Esse Ser, que é a Verdade Suprema, habita dentro do nosso Aposento, dentro
deste corpo transitório. Ele está no Centro do Éter do Coração.
"Entrai em vosso aposento..." Mas como entrar?
"Fechai as portas e janelas..." Isto significa que devemos fechar os
olhos e nos desprender de tudo o que nos prende ao mundo externo. Não olhar,
não ver, não ouvir, não escutar nada. Precisamos esquecer todas as preocupações
do mundo, fechar todas as portas e janelas dos cinco sentidos. Essas são as
portas, essas são as janelas. Precisamos fechá-las, precisamos apagá-las.
"Fechai as portas e janelas e em SILÊNCIO." Isso
tem um significado profundo. É preciso fazer o SILÊNCIO INTERNO. Uma vez
fechadas as portas e janelas, fechados os olhos e esquecidas as distrações
externas, devemos silenciar dentro da nossa mente. Nada de orações, nada de
pedidos. Pois se continuamos a falar internamente, já não há silêncio. Devemos
fazer o que nos ensina "Luz no Caminho": "Ouvi a Voz do
Silêncio." O verdadeiro silêncio não é apenas físico, mas interno. Muitas
vezes, estamos aparentemente quietos, imóveis, parecendo estar em profundo
êxtase..., mas, na realidade, estamos presos a uma intensa discussão interior.
A mente está agitada, falando sozinha, argumentando sem parar. Precisamos
silenciá-la.
"Entrai em vosso aposento e, em silêncio, adorai o
Vosso Pai." O Pai é a Raiz da Vida, a Origem de Tudo, a Raiz do nosso Ser.
Ele não é um ser distante, nem um Deus fora do mundo. É preciso adorar o Pai
que está nos Céus. Mas esses "Céus" não estão acima, nem abaixo, nem
ao redor. Os Céus estão no SUTIL, na essência de toda vida.
É necessário fechar os olhos e ADORAR. Mas o que significa
adorar? Adorar é amar sem esperar nada em troca. Não é o amor humano que deseja
ser correspondido. Não! É irradiar amor como uma chama irradia calor e luz, sem
escolher quem recebe. A chama não pensa em quem aquecerá. Ela simplesmente
aquece e ilumina a todos. Adore ao Senhor, entregando-se com absoluto amor, com
o mais puro amor divino à vontade do Senhor.
Mas onde devemos nos entregar? Não no exterior, mas no mais
profundo do Ser. Por quê? Porque o Espírito de Deus, a Consciência Divina, a
Vida Consciente e Poderosa que nos sustenta e sustenta todo o Universo, está
dentro de nós. Nós somos, como já expliquei antes, como um televisor—e muito
mais que isso. Fora da TV, estão todas as vibrações invisíveis das ondas
sonoras, da música, das imagens, das palavras..., mas essas imagens e sons só
podem ser vistos e ouvidos DENTRO do televisor. O Espírito de Deus, com todos
os Seus poderes, está do lado de fora, mas é encontrado dentro de nós.
Quando o Ser aprende a ajustar o dial do coração para
sintonizar a onda Divina dentro de si, ele encontra a Glória, a Sabedoria e o
Poder. Todas as bênçãos e toda a Glória de Deus estão dentro de nós. Por isso,
podemos compreender as palavras de São Paulo: "O que eu buscava fora de
mim, encontrei dentro de mim." E todos os Místicos dizem o mesmo. Por
isso, o Senhor ensinou a voltar-se para dentro, a fazer uma COMUNHÃO INTERIOR
com o próprio Espírito. Essas palavras do Senhor Jesus...
Esse Avatara—Avatara significa "aquele que desce",
"aquele que veio ao mundo". O Enviado. Há muitos tipos de Avatara.
Jesus é um desses aspectos avatáricos. Jesus ensina, portanto, a buscar o Atman
dentro de si mesmo, a alcançar a UNIÃO DIVINA. E, uma vez que se entra no Reino
dos Céus, adquirem-se todos os Poderes, todas as Qualidades Divinas. Não de uma
só vez—jamais! O crescimento acontece gradualmente. Assim como a semente brota,
mas não instantaneamente, primeiro nasce o broto, depois a flor, e por fim o
fruto. Tudo se desenvolve passo a passo. A União com o Espírito de Deus cresce
assim, pouco a pouco. E o devoto, ao longo desse caminho, começa a colher as
flores e os frutos das Bênçãos Divinas.
No versículo 8, o livro diz: "O aspirante que se
regozija no Atman..." Regozijar-se significa alegrar-se profundamente. O
aspirante se alegra quando há essa comunhão espiritual. Quem sente alegria,
reflete isso em seu rosto. Quem sente tristeza, também a expressa. Assim,
"O aspirante que se regozija no Atman" deve buscar essa alegria com
todo o seu coração. Com felicidade profunda. Mergulhando como uma estrela que
cai suavemente no fundo do coração. Sem pressa, respirando com Amor e com
Glória. Pensando: "Eu me regozijo no meu Atman. Eu repouso no meu
Atman." E onde está a dificuldade nisso? Acostumar-se! Mil vezes
acostumar-se! Acostumar-se a estar em paz, a repousar, a descansar o corpo, a
mente e a alma no profundo silêncio da Glória. E por quanto tempo? O máximo
possível! Se possível, por muitas horas. Descansar gozando essa paz. "Que
repousa no Atman..." Iluminado pela Luz Interna do Atman. Eu repouso e
imagino que dentro do meu coração há a lâmpada maravilhosa de Aladim, oculta no
porão escuro do meu corpo. Mas essa lâmpada maravilhosa brilha e ilumina. E eu
repouso, imaginando-me um Sol radiante de Glória e Amor. Repouso no Atman,
iluminado pela Luz Interna do Atman. "Esse é um Yogui." Ou seja,
alguém que trilha o Caminho da União Divina. "Sendo Ele de natureza
transcendental..." Pois o Espírito é de natureza transcendental. "...
Ele obtém o êxtase Bráhmico." Ou seja, o Êxtase Divino, a Suprema
Felicidade, a Glória Suprema que um ser humano pode alcançar.
"O ÊXTASE! O SAMADHI ESPIRITUAL!"
No versículo 9 lê-se o seguinte: “De tal modo o Yogui”,
aquele que está nesse caminho de união, o do Yogui, “Sempre aspirando o
Atman...”Já conhecemos as palavras ASPIRANTE e ASPIRAR — trata-se de um desejo
de alcançar. Não é como um aspirante que deseja ir bem em uma prova. Não, é
algo interno, com grande poder e força. Querer realmente alcançar a União com o
Espírito Divino — isso é o que significa “Aspirar”.
“De tal modo o Yogui, sempre aspirando o Atman, com a mente
disciplinada, alcança em Mim a paz Brâmica”, a paz Divina. Esse “Mim” é o nosso
Eu superior, é a Raiz de Deus, a Força de Deus, a Sabedoria, todas as
qualidades Divinas de Deus manifestando-se em Mim, dentro do meu espírito.
Nunca se deve confundir esse “Mim” com a personalidade de
Jesus, nem com a personalidade de Krishna, nem com a de qualquer outro Grande
Ser. É algo muito mais elevado — é a raiz de Buda, a raiz de Krishna, a raiz de
Cristo, a raiz de todos os seres. Esse é o “Mim” que está dentro de Mim — minha
raiz da Vida. No versículo se diz: “O êxtase supremo advém ao Yogui cuja mente
permanece plena de paz, cujas paixões estão dominadas”.
Ao fazer a prática, é preciso esquecer todas as
preocupações, todas as paixões, tudo aquilo que está nos afligindo e que nossa
mente tenta resolver — é preciso deixar isso de lado. No momento da meditação:
“Cujas paixões estão dominadas e está livre das fraquezas — Ele, assim, se
assemelha à natureza Brâhmica”.
Isso é muito importante: sempre se deve observar em que
momento se deve aplicar determinado remédio. Pois não se pode aplicar de forma
impensada e aleatória. É preciso ver quando, como e em que estado se deve
aplicá-lo. Muitas das instruções dos Mestres trouxeram confusão, pois foram mal
compreendidas e mal aplicadas. Quando se diz na meditação: “Esqueçamos todas as
preocupações mundanas”, é neste momento que se deve esquecer — não durante as
tarefas da vida cotidiana.
Jesus disse: “Quem quiser seguir-me, abandone seu pai e sua
mãe e siga-me”.
Mas isso foi tão mal interpretado: como se, para trilhar o
caminho espiritual, fosse necessário abandonar o pai, abandonar a mãe. Jesus
sempre foi respeitoso com seus pais, sempre. E “Honrar pai e mãe” é um
mandamento Divino. E se temos a obrigação de ajudar e servir a todos os seres,
com muito mais razão devemos fazê-lo com nosso pai e nossa mãe, em todas as
circunstâncias. Portanto, esse “abandonar pai e mãe” significa que devemos
venerá-los, amá-los. Se abandonamos nossos pais, estamos cometendo uma grave
falha. Temos de ajudar sempre todos os seres. Mas, no momento da meditação,
então sim, devemos abandoná-los a todos — e a nós mesmos. Devemos nos abandonar
e nos entregar TOTALMENTE, sem pedir nada, apenas com aquela atitude Divina:
“Seja feita a Tua Vontade, assim na Terra como no Céu”.
E essa palavra expressa a atitude de um Avatara — com muito
mais razão devemos nós adotá-la. Quando o Senhor Jesus se rendeu à Vontade do
Pai. No Monte das Oliveiras, quando Jesus teve a visão de todo o seu Calvário,
e o Mestre, o Anjo, apresenta diante dele essa visão e lhe pergunta: “Queres tu
beberes este Cálice de amargura?” Jesus respondeu: “Faça-se a Tua Vontade, e
não a minha”. Ele se rendeu.
Assim também devemos nos render, em toda circunstância — no
ganho e na perda, na alegria e na dor. Devemos sempre nos render à Vontade
Divina de Deus. E rendidos nessa profunda e Divina Vontade, silenciamos todo o
nosso ser, esquecendo pai, mãe e todas as dificuldades da vida — e ADORAMOS A
DEUS no profundo silêncio do nosso Atman, do nosso “Mim” mais íntimo, mais
profundo.
*Tradução feita a partir do texto original em espanhol por
Kalamata Dasika (Marina Elisa), Servidora no Ashram Sarva Mangalam de São
Paulo.
NT: como não havia título no texto original, o título que
aqui aparece foi dado pela tradutora.
Sri Vájera Yogui Dasa
No busques a Dios lejos para reposar la mente, ubíquenlo más
cerca, llenos de paz, con tranquilidad, con profunda calma, inmutable.
Según los Maestros tenemos que llegar a ser como una roca en
medio del mar, que en una noche de tempestad, enormes y turbulentas olas chocan
y truenan contra la roca, y ésta permanece inmóvil y no se cambia de su sitio.
Así tiene que ser la mente del que medita; inmutable y serena. Así en profunda
meditación con el Espíritu de Dios en una comunión espiritual perfecta.
La palabra “reposa”, debe interpretarse como quietud
perfecta, y las palabras “sólo en Mí”, son para indicar que la mente no debe
estar como un remolino, pensando en otras cosas. La mente debe ser como una
flecha, que se clava en la idea escogida, sin moverla ni un solo instante; y
cuando las dudas se disipan, entonces, se ve la Luz, se llega a la sabiduría
oculta y el Gran Misterio se aclara. Se conoce la Sabiduría Divina.
“Pero si aún no eres capaz de reposar tu mente y tu
inteligencia firmemente en Mí, entonces, ¡Oh Dhanyaya! Trata de llegar a Mí,
por el “Abhyasa Yoga” quiere decir, hacer los actos, cumplir los deberes, sin
mirar el fruto, es decir, sin mirar si nuestros actos nos van a traer dolor o
felicidad. Debemos cumplir con nuestro deber, así nos traiga dolor o felicidad.
Por ejemplo, si a un padre se le enferma un hijo, y hay un
temporal demasiado violento, ese padre no debe mirar el sufrimiento que le va a
causar la inclemencia del tiempo, sino que, debe cumplir con su deber buscando
las medicinas para el hijo enfermo.
Eso es lo que hay que mirar; tener la satisfacción del deber
cumplido, sin esperar reconocimiento o gratitud.
El Bhagavad Gita enseña en muchos versículos que nuestros
actos deben ser ejecutados con dedicación Divina para que tengan gran éxito y
librarnos de todo Karma inferior.
Así por ejemplo en la página 144 Capítulo 23 y en otros
versículos más dice: “El Divino Señor”... Bhakti Dharma Gita, es decir, Bhakti
= Devoción y Dharma, costumbre o ley.- “Canto sobre la Ley o la Costumbre
Religiosa”
En el versículo 24 dice lo siguiente: “Sé mi devoto, con la
mente dirigida a Mí y dedícame todos los actos”. “Con este proceder, tú debes
estar absolutamente cierto de que me alcanzarás, te lo aseguro amado mío”.
Al decir aquí “Sé mi devoto”, el Señor no se está
refiriendo, nunca se refiere, a su personalidad, a la persona humana del
Maestro. No, siempre estos grandes Maestros, cuando hablan de Mí, se refieren a
Dios en ellos. A la raíz de la vida en ellos mismos, o sea, se están refiriendo
al Espíritu de Dios, porque la raíz de un Jerarca, de un Avatara, de un
Maestro, la vida de ellos es la misma vida de Dios que tenemos nosotros. No hay
dos vidas, hay una sola en el Universo. La misma vida de una hierba es la misma
vida nuestra. Dios, Él está dando la vida, no hay sabiduría ni poder que le de
vida a una hierba fuera del Espíritu de Dios. Es Dios quien dá la vida.
Cuando Jesucristo decía “El que me ve a Mí, ve a mi Padre”.
Esto es muy claro, los orientales siempre hablan así. De Mí. El que me ve a Mí,
el que ve mi esencia de la vida, ve a Dios, porque Dios es la esencia de la
vida. No quiere decir que él lo vea a Él. Así como uno de los Apóstoles,
Nicodemo , le dijo a Jesús “¿ Y cómo Señor?, nosotros te estamos viendo a Ti y
no vemos al Padre”
Jesús vio que todavía Nicodemo estaba “verde”, que no podía
comprender la grandeza de sus palabras y entonces guardó silencio.
Pero ha llegado el tiempo en que la Humanidad ha crecido en
su inteligencia y entonces es más comprensible saber que hay éter que está
traspasando todo el Universo, que hay un alma que dirige todo el Universo, y es
esa alma la que le dá vida a todos los seres.
Si aquí viniera un Maestro que pudiera ver la raíz de la
vida de ustedes, él vería a Dios en ustedes. “El que me ve a Mí, ve a mi
Padre”.
También dijo Jesús: “El que me ama a Mí, ama a mi Padre”,
pero no se refería a su persona, porque los Maestros no son personalistas. No
son, no tienen la locura de que s les ame a ellos como personas, sino que se
ame a Dios a través de ellos y a través de todos los seres, y a través de todo
el Universo, porque Dios está en todas partes.
Si nosotros pudiésemos ver la esencia, la raíz que está en
un peñasco, en una piedra bruta, veríamos que la raíz, la esencia en esa
piedra, ahí está Él. Dios esta en todas partes. El Espíritu Divino está en la
piedra, está en el animal, está en el ave, está en el pez, está en nosotros,
está en los Angeles, está en todos los Dioses, El Supremo Dios.
Así también Sri Krishna habla de Mí, “Con su mente dirigida
a Mí”, a la esencia del Ser espiritual. De esta forma, verían la mala
comprensión de este Mí, que conduce la mala comprensión de los Libros Sagrados.
Hay una sociedad Filosófica en París, dirigida por una
persona que se hace llamar el Gran Sabio y Gran Filósofo, puede serlo, pero en
materia religiosa ha cometido errores de apreciación sobre estas cosas.
La Filosofía Religiosa es una Ontología, es algo superior y
no es para cualquier ser. Este Director se llama Viné Sanglais, escribió un
libro que se titula “La Locura de Jesús”. En ese libro trata a Jesús como un
megalómano. Un megalómano es aquel que tiene locura de creerse una gran cosa
sin serlo, de que todo el mundo se incline delante de él, de que todo el mundo
respete su palabra, son los sabihondos; y cita a Jesús de megalómano porque
dice “ El que me ve a Mí, ve a mi Padre” ¡Ah, se titulo de Dios!. Y cuando dijo
“Dejad a los niños que vengan a Mí”. Los niños son el público ignorante y
todavía pequeño. Nosotros para un Maestro somos los niños. “El que me ama a Mí,
ama a mi padre”, ¿Hay que amarlo a Él, a la persona?. Falso. Esto no, jamás,
todos los orientales hablan de Mí como el Yo Superior y más todavía, como la
esencia del Yo Superior. Porque para un Maestro Divino, yo no soy un traje,
este traje no es la persona porque lo vamos a sacar, se pone viejo, yo no soy
el traje. Yo no soy este cuerpo, a mí me pueden cortar un brazo, los dos
brazos, las dos piernas y sigo siendo yo. Me pueden sacar los riñones, me
pueden sacar hasta el corazón y sigo siendo yo. Yo no soy este cuerpo, tampoco
soy la mente, la mente esta cambiando. Yo soy algo que está más al fondo de la
mente, más adentro de la memoria, más allá de la inteligencia, de Bhudi, yo soy
más allá, aquello que permanece siempre, el Espíritu. Ese Yo Superior, ése es
el Mí.
Si yo pudiera ver el Mí de cada uno de ustedes, yo vería a
Dios, porque Dios está dentro de ustedes.
Dios, como dice San Pablo, “Dios está en vosotros”.
“Vosotros” dice San Pablo, “Sois templos vivos del Espíritu Santo”, es decir,
del Espíritu de Dios. Eso es lo que hay que comprender en esto.
Entonces, “Ríndete a Mí” no es rendirse a Sri Krishna, como
la personalidad de Dios. Sri Krishna es un Avatara, un representante de
Bhagavan Narayana, un Enviado, como dijo Jesús, siendo El también un Avatara.
“El Padre que me envió”, cuando hizo Jesús algún milagro. Siempre se está
refiriendo al Padre, pero nunca Jesucristo, ni ningún Maestro ha dicho “Yo soy
Dios”. Ninguno. En ninguna palabra del “Gita”
dice “Yo soy Dios”, no. Sí que dice, que es el Hijo de Dios.
¿Y nosotros somos o no somos Hijos de Dios?. Somos Hijos de
Dios. ¿Y cómo somos Hijos de Dios? A su imagen y semejanza; pero no el cuerpo,
el cuerpo no es la imagen de Dios ni su semejanza. Porque este no es el Hijo de
Dios, el cuerpo es el hijo del hombre.
El Hijo de Dios es el Espíritu y es a su imagen y semejanza.
No tiene principio el espíritu nuestro, igual que Dios y jamás tiene fin, igual
que Dios. Posee todos los poderes divinos, pero en potencia y esos son los que
están desarrollando los seres humanos cada vez más alto, a medida que se
perfeccionan o que evolucionan las formas, mientras mejor es la forma, más se
va manifestando ese Espíritu de Dios.
“Sé mi devoto”, al Espíritu de Dios. “Con la Mente dirigida
a Mí”, no a Él, el Avatara. “Ríndete a Mí”, si esto lo dijéramos ahora
nosotros, como lo podríamos hacer, cuando El no está aquí. No está, así que
como me voy a rendir a una persona, si no está, pero si que puedo, a lo que
está, que es el Espíritu de Dios. Él está. Está presente aquí.
“Dedicándome todos tus actos”, es decir, hay que hacer todos
los actos pensando que uno está haciéndolos para Gloria y Honra, si se puede
decir así, porque Él no necesita ni Gloria ni necesita Honra. Pero hay que
hacerlo, pensando que uno está ante la Divina Jerarquía, y uno está haciendo
todos sus actos, siempre, ante la presencia de Dios, ante la presencia del Dios
terrestre, ante la presencia de la Jerarquía Espiritual, y uno hace todos sus
actos ante su Divina Presencia.
Hay que hacerlas en forma profunda, verdadera, constante,
nunca hacer las cosas para honrarse uno, por orgullo de uno, por vanidad de
uno. Hay una diferencia entre orgullo y vanidad, no es lo mismo.
Orgullo es el que realmente posee aquello que le produce
orgullo, procede porque lo tiene. Por ejemplo: Orgullo de nacionalidad. Yo
tengo orgullo de ser Francés. Hay gente que está orgullosa porque es francesa o
de otro país, como si tuviera mérito. Fíjese que no tiene ningún mérito, porque
uno no escogió ser de esa nacionalidad, pudo haber nacido como hotentote,
alacalufe o cualquier otra cosa en otra parte. Uno no escogió, así que no es
mérito ninguno. Orgullo de patria, orgullo de familia: porque mi familia es
educada, porque es honrada, porque es inteligente, porque es buena. Orgullo de
familia. Orgullo de dinero, yo tengo más fortuna que tú, tengo orgullo. Yo
tengo millones, tú no tienes nada. Orgullo de dinero. Orgullo de hermosura. Hay
algunas damas que se creen con manos bonitas, y usan uñas largas pintadas de
rojo y tienen tanto orgullo; mientras más largos se ven los dedos y las uñas
rojas. Pasan moviéndolas, para que todos le vean las uñas. Otras veces se las
pintan doradas y otras veces como plateadas. Orgullo, orgullo de hermosura.
Orgullo de cuanta cosa hay. Pero hay orgullos que tal vez sean los peores de
todos. Es el “Orgullo de Santidad”. Yo soy puro, tu eres impuro. Tú eres
pecador. Yo soy un santo. Miren que orgullo – y cuántas personas hay con ese
orgullo, que miran con desprecio a otro porque es pecador.
Fíjense que Jesús no lo tuvo nunca, defendió a las adúlteras
y las visitaba, como visitaba a María, a Magdalena. Orgullo de Santidad, es el
peor de todos. Todos estos orgullos, cuando se tiene el motivo de serlo. Pero,
¿ Qué es la Vanidad?. Es cuando la persona no tiene el motivo para ser
orgullosos, entonces es vano, no tiene semilla adentro, está vano. Se las dá de
rico y no tiene un peso, anda echando vientos por ahí y no tiene nada. Pero
esos son los ricos. Pero hoy se ven jóvenes melenudos que no tienen un peso en
el bolsillo, pero andan dándoselas de galanes de cine, macanudos y llevan una
pobre niña toda engañada que después la dejan embromada. Eso es vanidad y
mediante esa vanidad engañan a los demás.
Otros se las dan de honrados y no son honrados y hablan ¡Oh
esos ladrones! Yo ni un alfiler robaría, y están robando millones. Están
haciendo de estas sociedades que dan interés y le roban a medio mundo, pero
ellos dicen ¡Ah! Pero tienen honradez. Eso es vanidad, aparentar lo que no se
es.
Esa es la diferencia entre orgullo y vanidad.
Por eso nosotros tenemos que actuar sin orgullo y sin
vanidad. Sin desear que el mundo nos alabe, sin desear que nadie nos agradezca
nada, sin tratar de aparentar nada.
Existen algunas sectas, que se las dan de “Santos”, se rapan
la cabeza, se dejan coleta, se ponen un manto amarillo y orgullosamente van por
las calles de alpargatas o descalzos, haciéndose los santos. Un verdadero
santo, un verdadero Maestro, nunca se demuestra en público, jamás. Los Maestros
se manifiestan en sus discípulos, privadamente, en forma humilde, honrada, como
un BUDHA.
Ahora ¿Porque algunos de nosotros, se ha de vestir para
salir a la calle con un traje hindú? ¿Para qué? ¿Para llamar la atención?. Para
que digan ¡ Miren ahí va un Yogi, que santo! ¿No?
Orgullo y vanidad. No somos santos, ni soy nada, ¿Para qué
vamos a aparentar?. O aparentar para negociar. Con un traje sacerdotal para ir
a vender este librito y así: Mire para esta Sociedad, que nosotros amamos a
Dios, que esto y esto otro. Y vamos vestidos de monje Budista, para aparentar.
Los miembros del Suddha Dharma se pueden poner sus capas
religiosas, tal como lo hace un sacerdote católico, que se pone su casulla al
decir Misa, y después se la saca. Y hoy día hasta sin sotana se les ve en la
calle, como cualquiera. Cuesta mucho reconocer un sacerdote ahora, se visten
como todos los hombres.
El Suddha Dharma Mandalam es así. La humildad sin orgullo,
sin vanidad, sin ponerse trajes para negociar, para vender libros o vender
perfumes.
Lo importante de esto está, en que uno debe hacer todos sus
actos vestido internamente, vestido con la humildad de la entrega de todo lo
que hacemos para Él, para Dios, para la Jerarquía, para el bien del mundo. SIN
LLAMAR LA ATENCIÓN.
El Capítulo 23.- “Bhakti Dharma Gita” que dice “Sé Mi
devoto”
DEVO: quiere decir DEVA, DIOS. Devoto quiere decir con amor
a Dios. Devoción quiere decir, con amor a la Divinidad, viene de la palabra
DEVA, del sánscrito.
“Sé Mi devoto”, es decir ¡Ámame! 8pero al Espíritu, la
esencia Divina). “Con la mente dirigida a Mí”, no pensando en otra cosa, no
pensando que nos alaben como una santidad falsa, que nos están mirando, no.
“Con la mente dirigida a Mí”, “Ríndete a Mí”, es decir la entrega total al
Espíritu de Dios.
“Hágase tu Voluntad, en el cielo y en la tierra”.
“Ríndete a Mí, dedicándome todos los actos”. TODOS. No uno,
todos.
Yo como, yo me alimento, ¿Para qué?. Para tener mi cuerpo
sano y poder más tiempo servir mejor a Dios. Cuido mi cuerpo. Si ustedes tienen
que bendecir su comida, háganlo mentalmente sin signos. Hacer sus cosas
religiosas, PRIVADAMENTE en el sitio que corresponde.
Tampoco se recomienda las imágenes y los santos en los
salones, los salones son para divertirse, para servirse una copa, Whisky o
Champaña, no para tener ahí un Cristo, una Virgen. Las cosas sagradas deben
tener un sitio sagrado. No donde se reúne muchas veces uno a charlar o
criticar, a amarse en el salón. Ni tampoco pongan un Corazón de Jesús, una
Virgen o una imagen en la puerta de la casa. Para que la imagen cuide la casa,
no señor. Si uno tiene su corazón puro y su mente pura, los ángeles cuidan la
casa. No se necesita tener una imagen.
Hay comerciantes profesionales que tienen alguna imagen de
Cristo u otro santo en su local u oficina, generalmente la usan para disimular
los malos manejos de su oficio.
Todas estas demostraciones externas, no las hagan nunca
ustedes, los miembros del Suddha Dharma Mandalam. Sepan llevar su pureza
privadamente, sin orgullo, dentro del corazón. Que nadie sepa que ustedes son
santos, que ustedes son Yoguis, que ustedes son del Suddha Dharma Mandalam. No
necesita nadie saberlo.
En la India pasan al lado de uno, muchos Maestros, uno no
los conoce jamás. Jesús andaba por las calles de Jerusalén, y ¿Qué decía la
gente? ¡Ah! Ahí va el hijo del carpintero José. No sabían, no lo reconocían que
era Cristo. Esta es la humildad. Si Él vestía un traje esenio, es porque Él
nació de familia esenia y era un esenio.
El sendero del Suddha Dharma Mandalam es muy difícil, hay
que estar siempre rechazando el orgullo, la pretensión de la pureza, de la
santidad, del dinero, de la familia, de tanta cosa que interfiere en nuestro
camino. Mientras más humilde es, mejor mira el Señor. Mientras más uno
aparenta, si quiere aparentar algo, es que uno no es nada. No tiene porque
estar en todas partes uno llevando un letrero de santidad.
“Sé mi devoto, ámame con la mente dirigida a Mí”, al Supremo
Espíritu. “Ríndete a Mí”, al Supremo Espíritu, y “dedicándome todos tus actos”;
pensando que todo lo que estamos haciendo, todo lo que uno hace, lo hace por
amor a Dios, para Dios, para el progreso del Espíritu de Dios, de la Ley Divina
en la tierra. “Con este proceder, tú debes estar absolutamente cierto que me
alcanzarás”.
Si uno lo considera como la personalidad d Dios. No, uno
tiene que alcanzar, tiene que alcanzar el logro divino, del espíritu, no de la
persona.
“Que me alcanzaras, te lo aseguro, amado mío”. Que linda
esperanza para el devoto. Nunca antes se había hablado de esto, de la entrega,
de la dedicación de los actos, porque es una cosa difícil de entender. Siempre
debemos hacerlo así, nuestra meditación diaria debe dedicarse a la Gloria de
Dios, para Él, para su propio placer. Si Él quiere, que nos dé los beneficios
que nosotros merecemos por los buenos actos que habremos realizado.
Hay un Mantram en la India que resume todo esto en muy pocas
palabras, dice así:
“Naham Kartha, Naham Karayitha, OM”
Nada yo hago, nada yo hago hacer, OM, Dios lo hace todo.
En el versículo 13 Pag. 153 dice lo siguiente “Controlando
todas las puertas de los sentidos, reposa la mente emocional en el corazón”.
Esto es importantísimo comprenderlo perfectamente bien.
Estas palabras contienen la misma idea que la enseñanza que dio el Avatara
Jesús de Nazaret para entrar al Reino de los Cielos. Porque no basta con
decirle a las personas “Entrad primero al Reino de los Cielos, que todo lo
demás se os dará por añadidura”. No basta decir eso porque es necesario saber
cómo entrar al Reino de los Cielos. Que medios, que tenemos que hacer para
poder conseguir, o lograr esa magnificencia, de que estando vivos en este mundo
terrestre, ¿Podemos entrar al Reino de los Cielos?. No uno de los planos
celestiales, sino que a varios. Cada vez más gloriosos, más sutiles, más
grandiosos. Así por ejemplo: Dijo San Pablo “Yo, alcance hasta el séptimo
cielo”. Y San Dionisio el aeropaguita, elevándose hasta el séptimo cielo hace
la nomenclatura angélica. En los primeros planos sutiles Él considera a los
Angeles, en plano más elevado, los Arcángeles, en otro plano celestial más y
más alto van los Querubines, los Serafines, los Tronos y las Potestades.
En cada plano se van diferenciando estos grandes Seres y a
esto han alcanzado muchos Grandes Iniciados del pasado. Y si uno sólo, hubiese
habido en la vida que hubiese alcanzado esta Meta Divina... basta que uno sólo
hubiera habido, para que otros también puedan hacer lo mismo. Lo único
necesario, es saber como hacerlo. “Entrad al Reino de los Cielos, que todo se
os dará por añadidura”.
¿Cómo? Dijo Jesús de Nazaret: “entrad en vuestro
aposento”... el aposento de cada uno de nosotros, es donde está el VERDADERO
SER. Todos estamos aposentados, estamos viviendo dentro de nuestro cuerpo. El
verdadero Ser, es el espíritu, es el ATMAN que llaman en la India, también le
dan el nombre de PURUSHA. Este es el verdadero Ser. El Ser Verdadero..., se
llama Verdadero, porque nuestro cuerpo tiene una verdad transitoria, dura muy
poco tiempo, se envejece, se enferma, muere y se desintegra.
Esta es la verdad pasajera de nuestro cuerpo, pero la VERDAD
VERDADERA, es ETERNA. No se desintegra jamás, es nuestro espíritu.
Este Ser que es la Verdadera Verdad, está dentro de nuestro
Aposento, de este cuerpo transitorio, está en el Centro del Eter del Corazón.
“Entrad en vuestro aposento”... ¿Cómo vamos a entrar?
“Cerrad las puertas y ventanas”... hay que cerrar los ojos y despreocuparse de
todo lo que hemos estado pendientes de mirar, de ver. Hay que tratar de no oír,
no escuchar nada, hay que tratar de olvidarse de todas las preocupaciones del
mundo. Cerrar todas las puertas y ventanas de los cinco sentidos. Esas son las
puertas, esas son las ventanas, hay que cerrarlas, hay que apagarlas.
“Cerrad las puertas y las ventanas y en SILENCIO”. Esto
tiene mucha importancia. HACER EL SILENCIO INTERNO. Una vez cerradas las
puertas y las ventanas, cerrados los ojos, despreocupados de todas las cosas
externas, nosotros tenemos que hacer el silencio dentro de nuestra mente, nada
de oraciones, nada de peticiones. Porque si uno esta hablando dentro, ya no hay
silencio.
Nosotros tenemos que hacer lo que dice: “Luz en el Sendero”:
“Oíd la voz del Silencio”. Hacer perfecto silencio, no conversar dentro de la
mente.
Muchas veces nosotros estamos muy quietos, inmóviles parece
que estamos en profundo éxtasis.. y estamos en una tremenda discusión interior.
La mente está hablando, discutiendo como una loca dentro de nuestra cabeza. Hay
que silenciarla. “Entrad en vuestro aposento y en silencio, adorad a Nuestro
Padre. El Padre es la raíz de la vida, el origen de todos, la raíz de nuestro
Ser. No es un Ser extraño, no es un Dios fuera del mundo. Tengo que adorar a mi
Padre. A la raíz de mi vida. “Adorar a Vuestro Padre que está en los Cielos”.
Tampoco es un cielo que está arriba, ni que está abajo, ni a los lados. Está en
lo SUTIL, en lo más sutil, en la ESENCIA de toda vida. Uno tiene que cerrar los
ojos y ADORAR.
Adorar significa, Amar SIN ESPERAR retribución. No es el
amor del que ama y espera que el ser amado le corresponda con amor. No, uno
tiene que ADORAR, IRRADIAR amor, porque brota el amor como brota el calor, o la
luz de una llama, sin esperar, sin pensar darle calor a éste o a aquel. Darle
la luz a éste o a otro, sino que dar la luz para todos.
Adora al Señor, entregándose con absoluto amor, con pleno
amor divino a la voluntad el Señor, pero, ¿Dónde? – No entregarse afuera, sino
que adentro, en lo profundo del Ser. ¿Por qué? Porque el Espíritu de Dios, la
Conciencia de Dios, la Vida consciente y Poderosa que está dándonos a nosotros
la vida y a todo el Universo está Adentro.
Nosotros somos, como he explicado otras veces, como un TV, y
mucho más que eso. Fuera de la TV, están todas las vibraciones y las ondas de
los sonidos, de la música, del canto, de las palabras. Están todas las formas
que salen en la TV, pero no se encuentra eso sino, que dentro de la TV.
El Espíritu de Dios con todos sus poderes está afuera, pero
se le encuentra Adentro de uno.
Cuando el Ser sabe mover el dial del corazón para encontrar
la onda Divina Dentro de sí mismo, cuando se encuentra la onda, se encuentra la
Gloria, la Sabiduría, el Poder. Todas las bendiciones y Gloria de Dios, Dentro
de uno. Por eso, ahí pueden ustedes comprender las palabras de San Pablo: “Lo
que yo buscaba fuera de mí, lo encontré dentro de mí”. Y todos los Místicos
dicen lo mismo. Por eso el Señor enseño a entrarse, a hacer una COMUNIÓN
INTERIOR, con su Propio Espíritu.
Estas palabras del Señor Jesús, este Avatara.. AVATARA,
significa el que desciende, el que bajo. El enviado: El enviado que vino. Hay
muchas clases de AVATARA. Jesús es uno de estos aspectos avatáricos.
Jesús enseña pues, a buscar el Atman DENTRO de sí mismo, a
alcanzar la UNIÓN DICINA. Y una vez que se entró al Reino de los Cielos, se
obtienen todos los Poderes, se obtienen todas las cualidades. No de golpe, eso
jamás, todo va progresivamente. Brota la semilla, brota, pero no de golpe, dá
la flor y el fruto. Va poco a poco creciendo, y va desarrollando su árbol, sus
hojas y sus frutos. Así poco a poco va creciendo la Unión con el Espíritu de
Dios. Y el DEVOTO, va adquiriendo las flores y el fruto de las Bendiciones
Divinas.
En el versículo 8 del libro dice: “El aspirante que se
regocija en el Atman”.. Regocijarse, quiere decir, alegrarse, el que se alegra
cuando hay esa comunión espiritual.
Quién tiene alegría se nota en su cara, quien tiene pena se
nota en su rostro. Así, “El aspirante que se regocija en el Atman”... hay que
buscar con alegría, con esa felicidad profunda. Hay que sumergirse como una
estrella que cae al fondo del corazón. Reposando suavemente, sin apuro,
respirando con Amor y con Gloria, pensando: “Yo me regocijo en mi Atman, reposo
en mi Atman”. Y ¿En qué está lo difícil de esto?. ACOSTUMBRARSE, mil veces
acostumbrarse. Ha ser lleno de paz, acostumbrarse a reposar, a reposar el
cuerpo, la mente y el alma, en profundo silencio de Gloria. ¿Cuánto tiempo?.
Ojalá pudiera hacerse muchas horas. Reposar gozando. “Que reposa en el Atman”..
iluminado por la interna luz del Atman. Yo reposo y pienso que dentro de mi
corazón tengo la lámpara maravillosa de Aladino, que está en lo profundo del
sótano oscuro de mi cuerpo, pero la lámpara maravillosa está dando su luz. Y yo
reposo pensando que soy un sol radiante de Gloria y Amor. Reposo en el Atman,
iluminado con la interna luz del Atman.
“Es un Yogui”, es decir, es uno que está yendo a la unión
Divina “Siendo El de trascendente naturaleza”.. el espíritu es de trascendente
naturaleza... “Obtiene el éxtasis Bráhmico”, o sea, el éxtasis Divino, con la
mayor felicidad, la Suprema Gloria que puede alcanzar un ser humano, “EL
EXTASIS, EL SAMADI ESPIRITUAL”
En el versículo 9 se lee lo siguiente: “De tal modo el
Yogui”, el que está en este sendero de unión, del Yogui, “Siempre aspirando el
Atman”.. .. Ya conocemos las palabras ASPIRANTE Y ASPIRAR, es un deseo de
alcanzar. No es un aspirante como el que aspira a salir bien en un examen. No,
es algo interno, con un gran poder y fuerza. Querer realmente alcanzar la Unión
con el Espíritu Divino, eso significa “Aspirar”
“De tal modo el Yogui, siempre aspirando el Atman, con
disciplinada mente, consigue en Mí la paz Bráhmica”, la paz Divina. Ese Mí es
el YO superior de nosotros, es la Raíz de Dios, la Fuerza de Dios, la
Sabiduría, todas las Divinas cualidades de Dios, manifestándose en Mí, dentro
de mi espíritu.
No hay que confundir nunca este Mí con la personalidad de
Jesús, ni con la personalidad de Krishna, ni con la personalidad de ningún Gran
Ser. Es algo mucho más que eso, es la raíz de Buddha, la raíz de Krishna, la
raíz de Cristo, la raíz de todos los seres, ése es el Mí que está dentro de Mí.
Mí raíz de la Vida. En el versículo lo dice: “Supremo éxtasis adviene al Yogui
cuya mente permanece plena de paz, cuyas pasiones están dominadas”.
Al hacer la práctica, hay que olvidar todas las
preocupaciones, todas las pasiones, todo aquello que nos está mortificando para
ser resuelto por nuestra mente, hay que dejarlo. En este momento de la
meditación, “Cuyas pasiones están dominadas, y es libre de debilidades, Él así,
se asemeja a la naturaleza Bráhmica”.
Esto es muy importante; siempre hay que ver en qué momento
hay que aplicar determinado remedio. Pues no se puede aplicar a tontas y a
locas. Hay que ver cuándo, cómo, y en que estado hay que aplicarlo.
Ha traído muchas confusiones muchas de las indicaciones de
los Maestros, han sido mal comprendidas y mal aplicadas.
Cuando uno dice en la meditación, “Olvidémonos de toda
preocupación mundana”, es en este momento en que hay que olvidarse, no durante
el quehacer de la vida.
Jesús dijo: “El que quiera seguirme, abandone a su padre y a
su madre y sígame”.
Pero esto ha sido tan mal interpretado: Qué para ir al
camino espiritual, hay que abandonar al padre, hay que abandonar a la madre.
Jesús siempre fue respetuoso de sus padres, siempre.
Y “Honrar Padre y Madre”, es un mandamiento Divino, y si
nosotros tenemos la obligación de ayudar y servir a todo el mundo, con mayor
razón al Padre y a la Madre, en toda circunstancia. De manera que eso de
abandonar Padre y Madre, significa que debemos Venerar a nuestro Padre y
nuestra Madre, quererlos.
Si nosotros abandonamos a nuestros padres, estamos faltando
gravemente, tenemos que ayudar siempre a todos los seres, pero, en el momento
de la meditación, entonces, tenemos que abandonarlos a todos y a nosotros
mismos también.
Tenemos que abandonarnos y entregarnos TOTALMENTE, sin pedir
nada, sino que en aquella actitud Divina “Hágase Tu Voluntad en el Cielo y en
la Tierra”.
Y esta palabra, es actitud de un Avatara, con cuanto mayor
razón tenemos que hacerla nosotros. Cuando el Señor Jesús se rindió a la
Voluntad el padre. En el Monte de los Olivos, cuando Jesús vio, tuvo la visión
de todo su Calvario, y el Maestro, el Angel, se la presenta ante su vista y le
dice: ¿Quieres tú beber este Cáliz de amargura? Jesús respondió: “Hágase tu
Voluntad y no la mía”. Se rindió.
Así nosotros tenemos que rendirnos, en toda circunstancia,
en la ganancia y en la derrota, en la alegría y en el dolor. Siempre tenemos
que rendirnos a la Divina Voluntad de Dios. Y rendidos en esa profunda y Divina
Voluntad, silenciamos todo nuestro ser, olvidando Padre Madre y todas las
dificultades de la vida ADORAMOS A DIOS en el profundo silencio de nuestro
Atman, de nuestro Mí profundo.
segunda-feira, 9 de junho de 2025
O ORGULHO
Benjamín Guzmán Valenzuela
Sri Vájera Yogui Dasa,
Jnana Dhata Suddhacharya,
O Caminho do Suddha Dharma Mandalam ou Círculo
dos Seguidores das Leis Puras e Eternas é também chamado de Caminho ou Método
do Suddha
Yoga. Suddha significa
aquilo que é puro; Dharma é o conjunto de Leis que nos conduzem àquilo que é
Puro. Yoga é a união
substancial com Aquilo Puro, ou seja, com a divindade. Aqueles que adotam o
sistema do Suddha
Yoga são contrários aos sentimentos de separatividade, egoísmo, orgulho e
outros que impeçam o alcance da Unidade. Isso não quer dizer que um membro de
nossa fraternidade esteja completamente alheio a toda forma de emoção; queremos
apenas dizer que quem desejar alcançar o êxito espiritual deve esforçar-se por
deixar esses sentimentos de lado, adotando de forma permanente o mais puro Amor
à Divindade, a qual une todos os seres e coisas como nascidos dentro do Corpo
Cósmico do Absoluto.
Entre os sentimentos que mais dificultam o
desenvolvimento do Amor Transcendente — aquele que não tem limitações —
escolheremos agora o egoísmo e o orgulho. Sem Amor, não existe Suddha Yoga, e muito
menos se poderá atingir os estados superiores de consciência. Nossas práticas
são destinadas a fortalecer nossas virtudes, tais como: a vontade, a
inteligência, a atividade, entre outras; procurando constantemente evitar que o
egoísmo brote em nós. É muito difícil encontrar neste mundo pessoas
completamente livres do orgulho. Essa qualidade negativa se manifesta em
infinitos graus e por incontáveis causas.
Há pessoas que sentem orgulho de raça, como se
pertencer a um determinado grupo racial fosse um prêmio especial concedido por
um grande mérito pessoal. Há orgulhos mais restritos, como o de nacionalidade;
geralmente os habitantes de uma nação — que não possuem muitos conhecimentos
sobre os demais países do globo terrestre — pensam que os habitantes de outros
territórios possam ser inferiores em muitos aspectos aos seus próprios
conterrâneos. Imaginam-se mais valentes, inteligentes e astutos para vencer
batalhas e destruir algum país vizinho, conquistando-lhe as terras e
apoderando-se de suas riquezas. Quase toda a história de um país está fundada
no orgulho das guerras vencidas e nos benefícios territoriais obtidos por meio
delas. Memoriza-se cuidadosamente o ano em que se travou tal ou tal batalha,
quem levou o exército à vitória e o que foi arrancado do inimigo — esse inimigo
que consideramos inferior a nós em todos os sentidos, pois contamos apenas
nossos triunfos, esquecendo-nos de nossas próprias derrotas.
O orgulho também se estende à família; sente-se
orgulho dos antepassados, daqueles que já morreram há séculos. Confeccionam-se
árvores genealógicas nas quais aparecem príncipes, sábios ilustres, filósofos,
escritores, médicos e outros personagens notáveis da família. É uma espessa
ramagem de galhos secos que já passaram — estão reduzidos a cinzas. Devido à
evolução dos seres, hoje já não resta nada de real nessas lembranças, que vão
se apagando com o passar do tempo. Há aqueles que, para chamar a atenção sobre
seus olhos e cílios, piscam mais do que o necessário, causando com isso
inquietação e incômodo às pessoas que os observam. Também há pessoas que
franzem os lábios porque acreditam ter uma boquinha bonita, pequenina e rosada.
Outras aumentam os lábios para que admirem o quanto são graciosos e riem estrondosamente
enquanto mostram uma espessa fileira de dentes — sendo isso, às vezes, tão exagerado
que expõem uma grande porção da gengiva. Assim, conforme acreditamos possuir
alguma característica física melhor que outras, exibimo-la e destacamo-la
orgulhosamente — seja dos pés, das mãos ou das unhas.
Chegamos até a sentir orgulho da roupa ou do vestido
confeccionado pelo estilista, exibindo-o diante de nossos círculos sociais. Já
vi pessoas mostrarem com orgulho a etiqueta do país, da loja ou do famoso
estilista que o desenhou.
Tudo isso diz respeito à parte física externa, sobre a
qual poderíamos analisar milhares e milhares de casos de orgulhos incríveis e
tolos. Mas os orgulhos internos são ainda
piores, pois muitas vezes acabam sendo extremamente prejudiciais. Há quem sinta
orgulho da força física — daquela força bruta que nos permite andar, saltar,
bater ou impedir uma bofetada. Há homens que, para demonstrar sua capacidade
física, ingressam em clubes esportivos — não por motivos de saúde, mas para
competir e demonstrar sua superioridade física. Assim, vemos “caminhantes”,
alpinistas, boxeadores e outros que, por descontrole de suas energias, acabam
desfigurados ou com o corpo doente. Muito poucos são aqueles que guardam suas
forças físicas para empregá-las unicamente em circunstâncias específicas,
quando são necessárias para ajudar, defender ou impor a justiça com valentia.
Agora desejo lembrar de outros orgulhos mais íntimos,
mais ocultos e mais nocivos — sobretudo entre pessoas que pertencem a
comunidades ou sociedades compostas por indivíduos de diferentes níveis de
educação, evolução e sentimentos.
Quão terríveis são essas pessoas que, continuamente,
querem demonstrar que ninguém as domina, porque acreditam possuir uma vontade
poderosa. Então, consciente ou inconscientemente, fazem demonstrações para
serem reconhecidas, dando ordens imperativas para que se faça isto ou aquilo. Se
não são obedecidas, descarregam sua ira incontrolável, insultando ou ofendendo
quem não cumpriu seus “sábios mandamentos”. Jamais pedem a opinião dos demais;
sempre se apresentam como generais e juízes ao mesmo tempo, sem dar oportunidade
de expressarmos nosso ponto de vista. Com essa atitude, demonstram não possuir
a férrea vontade que acreditam ter, mas sim uma total falta de domínio próprio
e um acentuado complexo de inferioridade.
Possui verdadeira força de vontade aquele que, em todo
momento, sabe dominar seus próprios pensamentos, emoções, palavras e ações,
para não ofender nem prejudicar seus semelhantes.
É possuidor de uma vontade firme todo aquele que sabe, principalmente, dominar
seus desejos passionais e ser ativo no serviço próprio e no serviço ao próximo.
Essa qualidade essencial está presente nas pessoas que, sendo líderes de um
grupo — como presidentes de nações, ministros ou chefes de movimentos sociais
ou políticos — sabem manter-se inabaláveis diante das críticas e dos ataques,
aumentando seu vigor quando são impedidos em seus trabalhos por meio da calúnia
e da difamação, ou feridos pela ingratidão daqueles pelos quais se sacrificaram
com todo o puro amor de seus corações.
Devemos ser como Arjuna: firmes e constantes, sem que
nenhuma contingência mundana dobre nossa vontade de fazer triunfar as causas
justas, mediante uma firmeza Sáttvica, plena de
Amor Divino. Quando se abraça um ideal que se sabe magnífico, deve-se continuar
com uma indestrutível Boa Vontade até a morte.
Pode-se observar em certos indivíduos de mentalidade
estreita orgulho até por atributos físicos, seja por ter cabelos bonitos, um
rosto formoso, um corpo bem constituído — e, se há apenas um traço bonito no
rosto, cuida-se dele com esmero e o enaltece com vaidoso orgulho. Porém, onde o
nosso pequeno e em evolução livre-arbítrio deve ser mais bem empregado é no
domínio da nossa mente durante o tempo destinado às nossas práticas diárias. Essa
constância, sustentada pela vontade, é silenciosa, oculta e difícil — mas é
justamente aí que devemos utilizar principalmente nossas faculdades mais
elevadas. A firmeza de nossa vontade se manifesta na palavra serena, amável e
compreensiva — mesmo nos casos em que temos de lidar com um inimigo —
utilizando a autoridade enobrecedora que se requer em determinados momentos.
Orgulho de
sabedoria
Continuamente encontramos homens e mulheres de
todas as idades — desde crianças até idosos — que ostentam seus conhecimentos. O
cientista pretensioso nos fala por horas a fio sobre ciências que não nos
interessam, e sobre as quais nada podemos acrescentar ou discutir, pois
ignoramos tais assuntos. E é justamente nisso que reside o prazer do falador
incômodo: esforçar-se para parecer um sábio e deixar sua audiência como tolos
ignorantes. Nossos conhecimentos devem ser expressos entre aqueles que
demonstram interesse em conhecê-los, mas não devemos despejá-los apenas para
nos satisfazermos em afogar quem nos escuta, com o jorro de sabedoria que
achamos possuir — impondo-lhe uma escuta resignada e, com certeza, um enorme
cansaço. Há quem fale de história, geografia, álgebra ou outras ciências sem
perceber que tais assuntos não são apropriados àquele momento. Outros, que nada
fazem no presente, murmuram incessantemente sobre o que fizeram no passado.
Contam atos de força e destreza física, corridas de cavalo em que sempre
venciam, bofetadas com as quais derrotaram seus inimigos, artigos, livros e
folhetos que escreveram — segundo eles, de grande valor científico, religioso
ou literário — mas que logo caíram no esquecimento. Exceto em suas próprias
mentes, onde se sentem infelizes pela incompreensão alheia que não soube
valorizar suas “obras-primas”.
A vaidade tola leva alguns a se orgulharem até da
marca do carro que possuem, ou das corridas que podem vencer graças à firmeza
das rodas ou à eficiência dos freios de seus veículos. Há também aqueles que
estão sempre criticando tudo o que os outros fazem. Para eles, nada foi bem-feito
segundo seu critério — mas acreditam (e proclamam) que tudo teria sido perfeito
se seus conselhos inteligentes tivessem sido seguidos. Essas pessoas, no
passado como no presente, nada constroem de duradouro ou significativo; sabem
apenas encontrar defeitos em tudo e criticar maldosamente o trabalho alheio,
tentando parecer donos de grande inteligência e fazendo parecer — de modo
hipócrita — que os outros são ineptos.
Orgulho de
pureza
Nada pode ser mais antipático, maligno e
perturbador do que o orgulho da “pureza sexual”.
Aqueles que se acreditam puros de corpo e alma fazem alarde de sua pureza,
criticando e comentando sobre o que os outros fazem ou deixam de fazer em
relação ao sexo.
São, na verdade, pessoas profundamente impuras, que tentam — por meio dessas
acusações — se mostrar como imaculadas, castas e puras. Querem, quase, que as
veneremos por sua virgindade — sem perceber que, ao caluniar ou difamar o
próximo, estão demonstrando o quanto seus corações estão corrompidos. Os que
acusavam a mulher adúltera — diz o Evangelho — eram piores do que ela. Diante
do olhar do Mestre Jesus, penetrante até o mais íntimo de suas consciências,
nenhum daqueles acusadores teve coragem de atirar a primeira pedra, como o
Mestre os havia desafiado. Inúmeras vezes, nossa intuição nos indica que a
pessoa que se coloca como “Juiz” da sexualidade alheia é, na verdade, uma
infeliz — obcecada pelo prazer que não conseguiu ou não consegue alcançar, por
ser velha, feia, antipática ou tola. O desejo sexual está em seu coração, por isso seu
pensamento se dirige para lá e, ao não serem satisfeitos seus anseios, ela
verte invejosamente abominações contra aqueles que julga estarem satisfeitos.
Aos que falam das faltas alheias — reais ou
imaginárias — como quem diz: “eu não sou assim”, podemos sempre aplicar o
adágio: “Pela tua boca saem os sentimentos
do teu coração. Aquilo que pensas e falas, isso és tu.”
Esses falsos religiosos que pregam sua pureza
difamando os outros devem ser afastados dos centros sociais ou religiosos. Não
há nada mais danoso do que alguém que fala de si mesmo para que se reconheça
sua santidade, enquanto ao mesmo tempo afunda o próximo no lodo nauseante que
vomita pela boca. Recordo aqui as palavras orgulhosas do apóstolo Pedro, quando
disse a Jesus: “Senhor, eu não Te negarei”, querendo
dizer que ele, por possuir uma grande força de vontade e um firme amor pelo
Mestre, era o mais fiel de seus discípulos. Todos poderiam negar o Mestre —
menos ele. Talvez essas palavras tenham sido ditas com sinceridade, com toda a
verdade que naquele momento sentia em seu coração — no entanto, não há dúvida
de que eram expressão de orgulho. Então o Mestre, para reduzir esse orgulho
imperioso, lhe disse:
“Antes que o galo cante, tu Me negarás três vezes.” E assim aconteceu
— para instrução do discípulo e de todos os que viriam, ao longo dos séculos, a
trilhar o Caminho da Perfeição.
A um Centro ou Escola Iniciática pode ingressar
qualquer pessoa que deseje progredir física, moral e espiritualmente. Aos
verdadeiros Mestres da virtude e da santidade, não importa se o postulante é ou
não puro ou casto, nem que tipo de vida sexual leva. O que importa é que a
pessoa deseje alcançar a paz verdadeira e os gloriosos estados de pureza do
corpo e da alma.
Os hospitais existem para curar enfermos,
fornecer-lhes os medicamentos adequados para sanar seus males físicos e
restaurar a saúde. Os Centros Iniciáticos existem para guiar os “perdidos” rumo
às alturas da santidade.
Aqueles que tiveram a ventura de chegar até um Centro
de curas espirituais não devem imaginar que seus diretores externos são
perfeitos. Apenas os Mahatmas alcançaram um
grau de perfeição, e podem nos transmitir a Ciência Divina que os ajudou a
atingir o estado de felicidade em que se encontram — estendendo os braços e
tomando nossas mãos para nos conduzir, sem egoísmo nem orgulho, até os estados
sublimes que Eles já conquistaram. Sem jamais demonstrar-se superiores por sua
santidade, e muito menos nos vituperar, desprezar ou amaldiçoar por nossas
enfermidades morais. Se nos rendermos aos seus pés divinos, só receberemos
deles bênçãos de sabedoria e amor. A entrega ou rendição
à sabedoria do Mestre espiritual é o primeiro e mais importante passo que o
discípulo deve dar com sinceridade.
Também devemos considerar que a tolerância com os
defeitos alheios não deve chegar ao ponto de
permitir fofocas, difamações, calúnias ou atos contrários à moral dentro da
Instituição. Nenhuma atitude — seja por palavra ou por ação — que
prejudique a ordem ou a fraternidade entre os membros deve ser aceita. Nossa
Corporação é uma fraternidade, não um campo de críticas
destrutivas, disputas ambiciosas ou vinganças pessoais. Não estamos
dentro da Organização do Suddha Dharma para afundar o próximo, mas
para erguê-lo — e também para que os verdadeiros Mestres nos
elevem, individual e coletivamente.
Somente o Instrutor espiritual tem
o direito de, “em particular”, indicar nossos defeitos quando for necessário
eliminá-los para nosso progresso rumo ao Brahma Samīpya. Ninguém em um
Centro de Yoga tem o direito de divulgar os defeitos de outros membros — nem
publicamente, nem secretamente ao ouvido de outro. Quem assim o
faz, demonstra seu orgulho hipócrita e falso, com uma imensa dose de covardia.
Os Mestres do Suddha Dharma Mandalam muito pouco
falaram sobre esse tema, pois consideram como certo que toda pessoa que
ingressa no Mandalam já é uma senhora ou um cavalheiro de sentimentos
elevados e consciência esclarecida — alguém que compreende perfeitamente que
este Mandalam é uma
fraternidade de ajuda mútua, com sincero e puro amor. Isto é dado como sabido e
como um fato inviolável. Nosso Mandalam existe para trabalhar pela paz, pela felicidade e
pelo amor fraternal neste mundo terrestre, e para estudar e praticar — tanto em
grupo quanto individualmente — os exercícios espirituais que nos conduzem aos gloriosos
estados de Samādhi.
Como então, pessoas revoltadas, intrigantes,
caluniadoras — que trazem inquietação, sofrimento e ódio — em uma palavra: malévolas, podem
pretender permanecer entre nós? O correto é que, se um membro não se sente à
vontade com a Instituição, seus princípios, suas práticas, seus dirigentes, ou
com alguma das pessoas do grupo, deve se retirar, buscar
outros de sua índole ou temperamento em outro lugar, e esquecer as pessoas
que compunham o grupo que deixou — sem continuar, mesmo
de fora, a incomodar com suas críticas. Essas
pessoas não devem ser mantidas em nossa Organização.
A Mestra H. P. Blavatsky escreveu um
admirável livrinho que todas os Ashramas do Mandalam fariam bem em estudar e pôr em prática. Esse livrinho
intitula-se "Ocultismo Prático". Extrairei
aqui alguns parágrafos que são verdadeiras leis que devem ser
seguidas nas reuniões dos Ashramas do Suddha Dharma Mandalam: “O lugar
deve servir exclusivamente para a instrução, separado para esse propósito. As
cores sagradas são os matizes do espectro, dispostos em determinada ordem, pois
são muito magnéticos. Por ‘influências malignas’ entende-se toda perturbação,
disputa, altercação, maus sentimentos, etc., que se imprimem imediatamente na
luz astral — ou seja, na atmosfera do lugar — e permanecem ‘no ar’. Esta
primeira condição parece à primeira vista muito fácil de cumprir, mas,
considerada com profundidade, revela-se uma das mais difíceis de se obter.”
“Antes que tu (o instrutor) comuniques ao teu lanú (discípulo)
as santas palavras do Lamrin, ou o permitas ‘preparar-se’ para Dubjed, deves cuidar
para que sua mente esteja completamente purificada e em paz com todos —
especialmente com seus outros Eus. Do
contrário, as palavras de sabedoria e da Boa Lei se dispersarão, arrastadas
pelos ‘ventos’. (Os ‘outros Eus’ referem-se aos companheiros de estudo; ou
seja, os condiscípulos.) A menos que reine entre os estudantes a mais perfeita
harmonia.”
“Durante o estudo, os Upāsakas devem
manter-se unidos como os dedos da mão.”
“De outro modo, os discípulos, embora pareçam aptos
para receber a verdade, terão de esperar muitos anos — por causa de seu
temperamento e da incapacidade de harmonizarem-se com seus companheiros.”
“O Guru deve
harmonizar os condiscípulos como se fossem as cordas de um alaúde (vina), que, embora
cada uma distinta das outras, emitem sons harmoniosos quando tocadas. Coletivamente,
constituem um teclado que responde em todas as suas partes ao mais leve toque —
o toque do Mestre. Assim, suas mentes se abrirão às harmonias da sabedoria,
vibrando em modulações de conhecimento em cada uma delas e em todas ao mesmo
tempo — com efeitos agradáveis aos Deuses Presidentes (Anjos Tutelares
ou Guardiões) e proveitosos para o discípulo.
Também assim ficará a sabedoria eternamente impressa em seus corações, sem que
jamais se quebre a harmonia da Lei.”
“Ninguém pode continuar sendo Upāsaka se se
acredita diferente de seus condiscípulos e superior a eles, dizendo: ‘Sou o
mais sábio’, ‘Sou o mais santo e o mais querido pelo Mestre ou por minha
comunidade do que meu irmão’, etc. Os pensamentos do Upāsaka devem estar
predominantemente fixos em seu coração, eliminando dele todo pensamento hostil
a qualquer ser vivente, e preenchendo-o com o sentimento de unidade com os
demais seres e com tudo o que existe na natureza. Do contrário, não
é possível o êxito.”
“Os meios mais eficazes de adquirir conhecimento e de
se preparar para receber a sabedoria superior são: a meditação, a abstinência,
o cumprimento dos deveres morais, os pensamentos pacíficos, as palavras
amáveis, as boas ações e a benevolência para com todos — com total esquecimento
de si mesmo.”
Além desse notável livro, há outro, escrito por Mabel
Collins, que também contém ensinamentos dados por um alto
Mestre. Seu título é: “Luz no Caminho” (Light on the Path). Sobre esta
obra, Sri Subramanya Iyer faz referências elogiosas. Seu
estudo é igualmente muito útil para todo membro do Suddha Dharma
Mandalam.
Assim como copiei alguns parágrafos do importante
livrinho de H. P. Blavatsky, agora
transcreverei algumas sentenças de Luz no Caminho, procurando
comentá-las nos pontos que desejo destacar. Essas sentenças não
são para serem lidas levianamente, mas para que sirvam como guia
ou lei — que nos torne dignos ou merecedores de que os Hierarcas Iniciadores
nos concedam verdadeiras e elevadas Dīkṣās, capazes de
atualizar em nós os sentidos da alma e os poderes do Ātman. Com isso,
poderemos ver e sentir, recordando
claramente nossas vidas anteriores, e também poderemos atuar
conscientemente nos diferentes planos sutis,
compreendendo suas leis — bem como a direção divina permanente, eterna e
universal que emana do Parabrahman, ou Divindade
subjacente em todas as coisas e seres, manifestos ou não manifestos.
Mas, antes de falar das sentenças contidas no livro Luz no Caminho, exporei as
qualidades que devemos nos esforçar por adquirir como seguidores
do Caminho da Perfeição, ou seja, as oito qualidades
Átmicas indicadas nos ślokas 9 a 13 do
capítulo V, intitulado Śikṣā Dharma Gītā, no texto do Bhagavad Gītā do
Suddha Dharma Mandalam.
Essas qualidades Átmicas ou da alma
são as seguintes:
1.
Tolerância
2.
Compaixão
3.
Tranquilidade ou Paz
4.
Ausência de cobiça
5.
Pureza integral
6.
Mentalidade altruísta (inegoísta)
7. Perseverança
incansável no esforço de ascensão rumo à Divindade
8. Irradiação
ininterrupta de felicidade para todas as coisas e seres
Nossa Gītā também expõe no capítulo
VII, ślokas 2 a 4, essas mesmas qualidades, e as complementa para
destacar aos discípulos sua primordial importância. Além disso, acrescenta mais
18 qualidades, que também devem ser adquiridas para alcançar a mais
elevada natureza — aquela que conduz da escravidão da vida material à libertação
espiritual.
Essas 26 qualidades são:
- Ausência de medo
- Pureza integral
- Firme convicção no Yoga, que nos conduz à transcendência Brāhmica
- Magnanimidade, ou ajuda desinteressada a todos os seres
- Domínio dos sentidos
- Renúncia aos frutos das ações
- Conhecimento da ciência espiritual
- Austeridade
- Ser justo e reto em todas as ações
- Incapacidade de ferir
- Ser sempre verdadeiro e útil
- Jamais nutrir desejos de vingança
- Entrega total à vontade divina
- Ser inabalável, de forma que nada nem ninguém possa perturbá-lo,
mantendo-se constantemente calmo
- Ausência de baixezas
- Compaixão por todos os seres
- Liberdade da cobiça
- Afabilidade constante com todos os seres, sem distinções de raça,
credo, nacionalidade, sexo, simpatia ou antipatia etc.
- Humildade, completamente livre de qualquer orgulho
- Constância nas práticas de Yoga, sem jamais se desviar da retidão
- Magnificência, partilhando os bens físicos ou intelectuais com o
próximo
- Perdão, superando todo ódio
- Atividade, sendo sempre útil
- Pureza nos alimentos e limpeza em tudo o que se utiliza
- Ausência de engano, isto é, não agir de modo que outros errem por
causa de nossa apresentação indefinida de um fato
- Transcendência do egoísmo, alcançando um verdadeiro e profundo Bhāvana
ou sentimento de unidade
A prática e realização dessas qualidades nos
tornam merecedores de receber diferentes graus iniciáticos. Por exemplo:
concede-se a iniciação Vāmadeva, sob a autorização direta do Īśvara ou Hierarca
Supremo da Grande Hierarquia Branca, ao discípulo que alcançou um grande
conhecimento e experiência espiritual — o qual o mantém sempre inabalável, com
perfeito controle sobre toda emoção que possa ser provocada por qualquer coisa
que veja, seja de prazer ou dor, cenas de corrupção, crimes, enganos ou
catástrofes. Explicarei primeiro em que consiste certa parte da Vāmadeva Dīkṣā:
Por graça desta iniciação, o discípulo desenvolve
grandes poderes físicos e espirituais, mediante a atualização dos Chakras
— ou sentidos da alma — por meio do constante controle de seus veículos sutis,
como o corpo astral, o mental, e outros. Com os sentidos da alma ativados, é
possível ver à distância. Diz-se que o Pandit K. T. Srinivasachariar, iniciador
do Suddha Dharma Mandalam, demonstrou muitas vezes essa faculdade
espiritual a seus discípulos, relatando-lhes fatos que estavam ocorrendo a
vários quilômetros de distância. Ele era capaz de ver o estado emocional de
qualquer pessoa na aura de seus corpos sutis, o que lhe permitia selecionar com
segurança seus discípulos.
Por meio do domínio dos Kośas — ou corpos
sutis — é possível desprender a alma do corpo físico e viajar
pelos planos sutis, observando o que acontece neles, bem como os
acontecimentos que estão se dando no plano físico, onde o corpo material denso
foi deixado temporariamente.
Dessa forma, o iniciado com a Vāmadeva
Dīkṣā pode observar acontecimentos privados e ocultos, tais como: pode ver
sua mãe entregue a um homem que não é seu esposo; pode ver sua esposa, irmãs,
amigos e conhecidos em circunstâncias as mais inverossímeis no plano sexual.
Também pode ver assassinos que conseguiram escapar da justiça e permanecem
aparentemente livres e felizes. Pode ver e reconhecer o Guru, isto é, seu
diretor oculto individual, e a localização de sua residência física. Enfim,
pode ver uma infinidade de coisas e fatos ocultos. Mas, se chegar a
se emocionar — ou seja, “chorar” —,
imediatamente o Guru lhe retira o
poder da visão espiritual, que não será recuperado até que ele
aumente seu domínio interno, passando por uma nova série de experiências
pessoais, provocadas pela diretiva
oculta — experiências essas que podem ser extremamente dolorosas. Se forem
atravessadas com coragem, inteligência, justiça,
compaixão e amor, o discípulo recupera o mérito de ser
novamente assistido pelo Mestre nos altos graus do desenvolvimento espiritual.
Mas aqui vem o mais grave e tremendamente triste: quando
o discípulo revela o que viu
através do Espírito Santo, ou quando,
de alguma forma, ainda que indiretamente, dá a
entender que sabe algo oculto sobre os discípulos ou sobre qualquer pessoa. Este
é o pecado contra o Espírito Santo, tão
severamente advertido nos evangelhos cristãos e referido também em “as
promessas” como os mistérios de Vāmadeva. Aquele que viola
esses segredos torna-se merecedor da perda
de toda Brahma Vidyā e de toda prosperidade.
As leis que regem os segredos
das visões sutis — especialmente aquelas que envolvem fatos ou pessoas
cuja revelação poderia alterar seu Karma ou destino — são imutáveis, ou seja, são
leis para toda a eternidade. Somente
o Guru pode revelar ao discípulo uma circunstância ou fato, com o fim de
livrá-lo da morte, da doença, da miséria ou de outras catástrofes — e isso em
vista do Brahma Karma acumulado pelas ações de sua vida ou pelo esforço
demonstrado no cumprimento da disciplina do Yoga. Tal revelação só pode ser
conhecida e autorizada pelo Guru Divino, sob ordem do
Senhor do Mundo.
Devemos também, neste plano físico, manter
os segredos que possam prejudicar nossos irmãos.
Um verdadeiro Chela — ou
discípulo — jamais deve contar aquilo que
viu, leu ou soube por ouvir dizer, se isso puder prejudicar moral, espiritual
ou materialmente a outra pessoa. Por isso, nas “promessas
iniciáticas”, é indicado ser “verídico
e útil sempre”. Se uma verdade fere
ou prejudica, jamais deve ser dita por alguém
que pretende ser membro da Fraternidade Branca.
Uma mentira ou calúnia pode causar um dano
irreparável, mas a revelação de fatos verdadeiros e ocultos, ou de passagens
imorais, pode ser ainda mais prejudicial — pois, nesses
casos, a pessoa difamada não tem como se defender, como o faria
se o conteúdo fosse falso. Geralmente, a difamação não
traz benefício a ninguém — somente ruína e ódio. Muitos, por
causa disso, são levados ao desespero. Incontáveis
vezes, mesmo sem más intenções, dizemos
inconveniências — sem medir as consequências
prejudiciais. Ainda que nossas intenções não
sejam ofender, se ferirmos alguém, de qualquer
forma seremos castigados pela Lei do Karma, para
que nosso Buddhi (discernimento
espiritual) desperte com maior clareza. Tudo isso está resumido
na primeira regra dada aos discípulos pelo Mestre na obra “Luz no Caminho”, a qual diz
assim:
“Antes que os olhos possam ver,
devem ser incapazes de chorar.” A segunda regra diz respeito
ao ouvido, e o mesmo princípio da regra anterior pode ser aplicado aqui. Ela é:
“Antes que o ouvido possa ouvir, deve ter perdido a
sensibilidade.” Isso indica que o discípulo — digam o que quiserem
dele, seja verdade ou mentira — deve ter transcendido os
efeitos de toda sensação. Assim, por meio da iniciação
da visão, pode-se ver à distância os acontecimentos ocultos
(como foi exposto nas Dīkṣās da faculdade visual). As iniciações relacionadas ao ouvido são
reservadas àqueles que perderam a sensibilidade a todo
tipo de elogio, crítica ou insulto. Nada do que se ouve — neste
mundo físico ou nos mundos sutis — e que possa prejudicar
outros, pode ser repetido por aquele que trilha o Caminho
da Santidade. Aquele que fala ou de alguma forma revela o que ofende
ou prejudica outra pessoa tem seu progresso nas iniciações
interrompido.
As portas dos Mistérios se fecham para ele.
A terceira Lei é: “Antes
que a voz possa falar na presença dos Mestres, deve ter perdido a possibilidade
de ferir.” (Isto também está expresso no Gītā, capítulo V, śloka
9). Notemos que não se diz apenas “não ferir”, mas sim que se deve ter
perdido a possibilidade de ferir — isto é, que tenha se tornado incapaz de prejudicar
alguém com a palavra. É como dizer: quando se torna
impossível causar dano a alguém indevidamente por meio do verbo.
O Yoguista deve ter
extremo cuidado ao falar, pois uma única palavra impensada ou mal
proferida pode provocar transtornos irreparáveis. A palavra do
Yoguista deve ser medida, amável, suave, cheia de
compreensão e de amor verdadeiro e puro. Um
Mahatma pode ser reconhecido pela doçura
de sua voz, nascida do Ātman, fluindo diretamente do coração.
Pode-se ter uma voz firme, clara e forte, e ao mesmo tempo ser agradável. O estudante
de Yoga deve esforçar-se para que sua voz nasça
da verdade do coração, sobretudo quando entoa mantras ou pronuncia palavras
de poder.
A última lei mencionada no
livrinho já referido é aquela pela qual o discípulo deve inevitavelmente
passar. Ela está assim registrada: “Antes que a alma
possa erguer-se na presença dos Mestres, é necessário que os pés tenham sido
lavados no sangue do coração.” Este é o período mais útil e, ao mesmo
tempo, o mais doloroso no estreito
caminho que conduz ao Sanctum Sanctorum — o Centro
Divino, onde se alcança a excelsa visão da eternidade
do próprio espírito, ou Ātman, substancialmente unificado com o Parabrahman, o Espírito
Supremo, Eterno e Infinito de Deus Cósmico.
Na obra “O Coração do Bhagavad Gītā”, de autoria
de Sua Santidade Pandit Lingesh Mahābhāgavat, aparece um prólogo
de Sri Subramanya Iyer, o qual foi reproduzido no livro “Uma Organização
Esotérica na Índia”. Nesse prólogo, Sri
Subramanya se expressa sobre as quatro leis anteriormente
citadas da seguinte maneira:
“Estas frases são a condensação sem
rupturas de quatro condições indispensáveis que deve possuir um aspirante que
pretende entrar no Caminho que conduz ao Mokṣa
ou Nirvāṇa, ou seja, à
libertação. E, assim, tornar-se discípulo de um
daqueles grandes Mestres que estão sempre prontos para aceitar e treinar todos
os que se prepararam para serem iniciados nos mistérios da natureza, de Deus e
da Alma. Pois esses sábios Mestres proclamam: “Aqueles que já
passaram pelo Silêncio — que marca o
florescimento da alma — e sentiram sua paz e retiveram sua força, *desejam
ardentemente que também passes por ele.” (Luz no Caminho, notas à
regra 21, página 23) As condições mencionadas acima — expressas em poucas
palavras — correspondem à pureza do olhar, à pureza
da escuta, à pureza do falar, e à verdadeira
capacidade de servir. Não apenas aos Mestres — pois Eles não necessitam de
tal atenção pessoal — mas sim a todos os seres, já que Eles
são seus Guardadores espirituais.
“Agora, quanto à primeira máxima, não há nada mais
claro do que ela no que se refere às simples palavras; mas, entendida
literalmente, esse aforismo pode levar a conclusões desastrosas — pois
significaria recomendar a absoluta dureza de coração, repleta de
insensibilidade e falta de compaixão. Tal atitude, por parte de um aspirante,
só pode — à primeira vista — parecer um auxílio ao seu ardente anseio de
crescimento espiritual, mas na verdade é um obstáculo.” “Ser
incapaz de verter lágrimas diante do sofrimento alheio é o caminho que leva ao
Sendero Sombrio.” O desenvolvimento daquele que segue esse caminho
obscuro é feito por contração;
tal condição conduz a esse estado terrível de desolação chamado Avīchī, que é a maior
calamidade que pode recair sobre um Ego humano.
Qual é, então, o verdadeiro sentido da frase “ser incapaz de
chorar” para o discípulo que anseia trilhar o Sendero
Branco — o Caminho que nos conduz ao Nirvāṇa? A explicação
é que ele deve estar inteiramente acima de ser comovido,
mesmo que levemente, por acontecimentos adversos dirigidos a si
mesmo — eventos que, se ele fosse um homem comum do mundo, lhe
causariam angústia, tristeza ou sofrimento mental. Mas
isso não é tudo: Sua alma deve tornar-se como “a
manga madura — tão suave e doce quanto sua polpa dourada para as dores dos
outros”, e ao mesmo tempo tão
dura quanto o caroço da fruta para as próprias dores e aflições.
Naturalmente, esse hábito de manter completamente sob
controle a natureza emocional em relação a si mesmo, enquanto se
mantém viva e sensível para com os sofrimentos alheios,
não é fácil de conquistar. Contudo, aquele
que aspira trilhar o Caminho até a Meta Suprema não pode
deixar de se empenhar com afinco no desenvolvimento dessa faculdade. Deve-se
lembrar que seu crescimento deve acontecer através da ampliação
de toda a sua natureza: seus desejos e emoções, seu conhecimento e sua capacidade
de servir. Quando todas essas qualidades
atingem o grau de perfeição, o discípulo pode entrar
em contato com a Divindade, cuja Vontade está constantemente
ativa no Cosmos, e tornar-se um canal
consciente dessa Vontade.
Para completar este estudo, falta ainda acrescentar
que há uma diferença muito clara entre o
interesse pelas aflições do próximo, quando sentido por um discípulo,
e o interesse daquele que já alcançou a libertação. No primeiro
caso, o interesse vem sempre acompanhado de pesar;
no segundo, é diferente: A alma
totalmente iluminada — em seu elevado nível da escada evolutiva — vê
e compreende que aquilo que chamamos de aflições não
são senão incidentes necessários para o crescimento espiritual dos seres dentro do Esquema
Divino da Evolução. Por isso, o pesar que ainda
habita a mente do discípulo, por carecer de total compreensão desse plano, não
encontra lugar na mente daquele cuja visão divina está plenamente desenvolvida. Neste caso, surge
uma compaixão sem apego — que o impulsiona constantemente a cooperar, com
inteligência, com o Plano de Deus, por meio de esforços
para erradicar a ignorância —
que é a raiz de todos os erros da humanidade ainda em
desenvolvimento.
Antes de estarmos capacitados para receber uma iniciação, seja psíquica
ou espiritual, os Guias Sutis nos purificam
e ampliam nossos poderes, colocando-nos em situações difíceis — as quais
constituem lições (e não apenas
provas) que, se forem resolvidas com acerto, nos
são recompensadas com experiências sutis que reforçam nossa fé e nos
concedem maior energia para continuar a ascensão nas práticas do Yoga, ao mesmo
tempo em que cresce em nós o amor impessoal pelo serviço
eficiente e alegre ao próximo.
Também nos são concedidas iniciações que infundem
em nossa alma estados de paz e de glória imensa, impossível
de ser descrita com palavras humanas. Por isso se diz “estados
de glória” — e não apenas de felicidade ou bem-aventurança —,
pois esses estados de júbilo superam em muito até mesmo os
momentos mais felizes que podem ser vividos na Terra.
Essas iniciações são ouro
espiritual entregue à nossa alma, como resultado do cumprimento
assíduo e inquebrantável dos exercícios espirituais, ou motivadas
por serviços prestados ao próximo conforme o Karma
Yoga, ou seja, executados sem qualquer apego ou
intenção egoísta.
Tornamo-nos também merecedores
de Iniciações Átmicas quando suportamos com alegria
uma lição difícil, que nos traz dores físicas, morais
ou intelectuais intensas, e as oferecemos à Divindade com alegria, sem
deixar de amar ao Supremo Deus, bem como às pessoas ou
circunstâncias que nos trouxeram tão profundo sofrimento.
O choque entre a dor e a alegria — ou o
impacto provocado dentro da alma ao lançar-se sobre o fogo da dor e da angústia
a água sagrada da bem-aventurança espiritual — produz
a Abertura Divina do Coração Átmico, fazendo brilhar uma luz mais
intensa do que milhões de sóis, e de um gozo celestial
imponderável, pleno de sabedoria e poder. Contudo, o recebimento
desse “ouro divino” gera uma grande dívida que devemos
saldar. Não nos é concedida tamanha fortuna
espiritual para que a escondamos dentro da alma, inutilizando-a. Se assim o
fizermos, muito em breve seremos submetidos às mais
inesperadas e dolorosas circunstâncias, a fim de nos fazer sair
desse estado de egoísmo espiritual, “lavando
nossas qualidades inferiores no sangue do coração”.
Mas, se por cada estado
de glória Átmica que obtivermos, realizarmos obras
meritórias e benéficas em prol da Instituição que nos abrigou e guiou para
alcançar tais triunfos da alma — se formos também gratos
aos nossos Instrutores e fizermos com alegria o bem que pudermos aos irmãos
da Ordem Mística à qual pertencemos, e a qualquer
ser ou pessoa que nos ofereça a oportunidade de servi-lo — então saldaremos
a dívida do capital espiritual recebido. Os serviços, presentes, dádivas
feitas com alegria e amor, sem esperar qualquer
agradecimento nem ter nenhuma intenção egoísta, são atos que
cancelam karmas negativos e nos
poupam de lições dolorosas destinadas ao nosso progresso e purificação.
Esses atos constituem “Homas” — sacrifícios
interiores — que não apenas nos isentam de sofrimentos, mas
também nos trazem um Karma Divino que abre novos
portais espirituais, permitindo-nos atravessá-los rumo a glórias
cada vez mais elevadas.
É no Evangelho de São Mateus, capítulo IV, versículos
de 1 a 11, e no de São Lucas, versículos de 1 a 13, que Jesus Cristo conversa
com Satanás sem que o Mestre demonstre qualquer
sinal de alteração ou ira; ao contrário, permanece
imperturbável e, sem fazer alarde de seus poderes, responde: “Está
escrito: NÃO tentarás o Senhor teu Deus.” Esses
versículos nos fazem compreender que Jesus, iniciado por
João Batista, não foge das vibrações demoníacas, mas permanece
completamente sereno e feliz. Também se diz que Jesus
desceu aos infernos e subiu aos céus ao terceiro dia. Talvez se
queira indicar com isso que um verdadeiro Iniciado pode ir a
qualquer lugar — seja elevado ou inferior — sem ser prejudicado por isso. Mais ainda,
podemos ver outro exemplo bíblico sobre esse
mesmo tema no “Livro de Jó”, no qual se relata uma
conversa amistosa entre Satanás e o Deus Governador do Céu e da Terra, em que ambos
concordam em provar o Santo Jó para ver até onde ia sua
retidão — Capítulo 1, versículos de 6 a 12, e Capítulo 2,
versículos de 1 a 7.
O Bhagavad Gītā diz que o discípulo deve ser imperturbável
como a rocha, que, mesmo quando as ondas de uma forte tempestade a
golpeiam, faz com que a água se quebre e se
desfaça, permanecendo a rocha sempre
inabalável.
Jesus, como na casa
de Marta e Maria, se aproxima e defende a mulher
difamada pelos fariseus corrompidos, e acolhe
Maria Madalena. Esse Mestre essênio, pleno de
sabedoria, disse: “Não é o que entra pela boca que
contamina o homem, mas o que sai do seu interior.”
O discípulo deve perder
todo medo e rejeitar qualquer ideia de que as
“vibrações” de outros irmãos ou pessoas possam manchar
sua aura. Somente o ato de dizer que tal ou qual pessoa tem
“más vibrações” já revela a pretensão de que se reconheçam
suas próprias vibrações como puras e harmoniosas, insinuando
que os outros poderiam maculá-las com sua presença. Qualquer um
pode reconhecer, nessa atitude, um orgulho infeliz, que revela inferioridade
no campo do Yoga.
Se fosse assim tão fácil ferir ou manchar nossa aura, não
poderíamos ir a teatros, cinemas, andar de ônibus ou trem, ou participar de
qualquer aglomeração — estaríamos também impedidos de caminhar pelas ruas
onde circulam multidões de pessoas das mais
diversas naturezas.
O discípulo que cumpre fielmente suas práticas vai,
aos poucos, formando ao seu redor uma couraça protetora de Devi Prakṛti. A princípio,
são alguns poucos átomos que se agrupam; depois,
tornam-se cada vez mais numerosos, até formar um
véu protetor luminoso, transmissor de bem-aventurança por onde quer que o
discípulo vá. Esse véu sutil e irradiante torna-se a
cada dia mais resistente e poderoso com as
meditações que o Chela realiza ao
seguir as disciplinas prescritas por seu Instrutor.
Assim, ele se torna um Siddha, dotado de
magníficos poderes. É como a flor de lótus, que
permanece intocada apesar da
água que cai sobre ela — a água escorre pelos suss pétalas, mas ela
permanece imaculada.
Aqueles que se queixam de que alguém lhes faz mal com
“vibrações” ou “feitiçarias” ainda permanecem nos degraus
mais inferiores da escada do desenvolvimento espiritual. O discípulo
deve ter fé de que ninguém pode feri-lo,
seja sutil ou ocultamente, pois ele é possuidor de uma
couraça divina e está entregue ao Guru e aos Hierarcas
Divinos. As más vibrações só
conseguem penetrar em nós quando nos soltamos dos braços de nossos protetores — quando
deixamos de fazer nossas invocações sagradas e falhamos
no cumprimento das Leis Átmicas. Se estivermos em qualquer reunião, não
devemos esperar ser bem recebidos, nem que sejam atenciosos conosco ou que nos festejem
com alegria. Isso não tem a menor importância
para um discípulo superior. A pessoa que se preze como tal deve, ela mesma, irradiar
a todos simpatia, alegria, amor e humildade discreta. A
humildade deve ser natural, sem que ninguém a perceba — isto é, deve ser franca,
educada, simples, e jamais tentar destacar-se ou chamar
atenção sobre si mesma. (Bhagavad Gītā, capítulo XIII, ślokas 21 a 24)
Os Mestres sempre se
apresentam simplesmente, com humildade
natural, apesar da imensidão de
sabedoria que trazem em seus espíritos. O ser humano é
comparável a uma casa com muitas portas e
janelas; por elas pode penetrar a
luz pura do Sol ou a poeira contaminada do caminho.
No entanto, podemos impedir a entrada do indesejável e aceitar
somente o que é bom e agradável. Basta colocar nas portas e
janelas cristais limpos e transparentes — eles nos permitem receber
a luz do Sol ou enviar nossa luz para o exterior, mas impedem
a passagem da poeira e da sujeira.
O discípulo que avançou por meio da correta
execução das práticas de Yoga forma ao seu redor um
globo ou aura composto pelas finas partículas de Devī Prakṛti, atraídas por
meio de seus pensamentos puros de unidade e
amor impessoal. Essa pele de luz divina não é
possuída pelos seres vulgares, cheios de ódio, inveja e egoísmo. Esses, sim, permitem
que penetrem toda sorte de “micróbios astrais e mentais”, atraídos por
seus atos impuros ou pelas conversas sensuais, sobre guerras,
crimes, assaltos, roubos, disputas políticas, doenças, e tantos
outros fatos sombrios, com os quais a maioria das pessoas
inferiores ainda se compraz em suas nefastas conversas. Todo
esse tipo de conversa deve ser proibido nos Centros que desejam atrair
os Radiantes Espíritos da Luz e receber suas bênçãos
iniciáticas, as quais elevam nossa
sabedoria e poderes, aproximando-nos cada vez mais do estado
Sáttvico e da comunhão com os Mahātmas.
*Tradução feita a partir do texto original em espanhol por Kalamata
Dasika (Marina Elisa), Servidora no Ashram Sarva Mangalam de São Paulo.
EL ORGULLO
Benjamín Guzmán Valenzuela
El
Sendero del Suddha Dharma Mandalam o Circulo de los Seguidores de las Leyes
Puras y Eternas es llamado también el Camino o el Método del Suddha Yoga.
Suddha
significa aquello que es puro, Dharma es el conjunto de Leyes que nos conducen
a aquello que es Puro. Yoga es la unión sustancial con Aquello Puro, es decir,
con la divinidad. Los que adoptan el sistema del Suddha Yoga, son contrarios a
los sentimientos de separatividad, de egoísmo, de orgullo y otros sentimientos
que impidan alcanzar la Unidad. Esto no quiere decir que un miembro de nuestra
hermandad sea completamente ajeno a toda clase de emociones; solo queremos
decir que quien quiera tener éxito espiritual, debe tratar de dejarlas de lado
adoptando permanentemente el más puro amor hacia la divinidad, la cual une a
todos los seres y cosas como nacidas dentro del Cuerpo Cósmico del Absoluto.
Entre
los sentimientos que obstaculizan mayormente el desarrollo del Amor
Trascendente, que no tiene limitaciones, escogeremos ahora el egoísmo y el orgullo.
Sin Amor no existe Suddha Yoga, ni menos se podrá llegar a los estados
superiores de conciencia.
Nuestras
prácticas están destinadas a fortalecer nuestras virtudes tales como: la
voluntad, la inteligencia, la actividad y otras; tratando constantemente de
evitar que el egoísmo brote en nosotros.
Es muy
difícil encontrar en este mundo personas liberadas del orgullo. Esta cualidad
negativa se manifiesta en infinitos grados y por incontables causas.
Hay
personas que tienen orgullo de raza, como si el pertenecer a un determinado
grupo racial constituyera un galardón especial otorgado por un gran mérito
personal. Hay orgullos más reducidos como el de nacionalidad; generalmente los
habitantes de una nación, que no poseen muchos conocimientos sobre los demás
países del globo terráqueo, piensan que los habitantes de otros territorios
pueden ser inferiores en muchos aspectos a sus coterráneos. Se imaginan ser más
valientes, inteligentes y astutos para ganar batallas y destruir a algún país
vecino, conquistándole sus tierras y apoderándose de sus riquezas. Casi toda la
historia de un país está fundada en el orgullo de las guerras ganadas y
beneficios territoriales obtenidos a través de ellas. Se memoriza cuidadosamente
el año en el que se dio tal o cual batalla, quien llevó al ejercito a la
victoria y que fue lo que se arrebató al enemigo. Ese enemigo a quien
consideramos en todo sentido inferior a nosotros que contamos solamente
nuestros triunfos olvidando las propias derrotas. El orgullo también desciende
a la familia; se tiene orgullo de los antepasados, de aquellos que hace ya
siglos que murieron. Se confeccionan árboles genealógicos en los cuales
aparecen príncipes, sabios ilustres, filósofos, escritores, médicos y otros
personajes notables de la familia. Es una espesa arboleda de ramas secas que ya
pasaron; están hechas cenizas. Debido a la evolución de los seres hoy ya no
pasan nada con esos recuerdos que van olvidándose en el devenir del tiempo.
Se
puede observar en ciertos individuos de mentalidad estrecha orgullo hasta por
prendas físicas, ya sea, porque se tiene lindo pelo, hermosa cara, cuerpo bien
formado y si únicamente tiene en la cara un solo rasgo mejor, se le cuida y se
le realza con esmerado orgullo. Hay los que, para llamar la atención sobre sus
ojos y pestañas, parpadean más de lo necesario causando con ello inquietud y
molestia en las personas que los observan. También hay personas que fruncen los
labios porque creen tener una hermosa boquita, chiquitita y rosada. Otras
agrandan la boca para que admiren lo graciosa que es y ríen estrepitosamente
mientras muestran una tupida cantidad de dientes, siendo ello a veces tan
exagerado que muestran una gran porción de encía.
Así
según creemos poseer alguna prenda física de nuestro cuerpo mejor que otras,
las lucimos y destacamos orgullosamente ya se trate de los pies, las manos o
las uñas.
Llegamos
a sentirnos orgullosos hasta por el traje o el vestido que confecciono el
modisto, luciéndolo delante de nuestras relaciones sociales. He visto mostrar
con orgullo la etiqueta del país, de la casa comercial o del afamado modisto
que lo diseñó.
Todo
esto con respecto a la parte física externa, sobre la cual podemos analizar
miles y miles de casos increíbles y estúpidos orgullos. Pero los orgullos
internos son peores pues, en muchas ocasiones llegan a ser sumamente
perjudiciales. Los tenemos por la fuerza física, por aquella fuerza bruta que
nos permite andar, saltar, dar o impedir una bofetada.
Hay
hombre que para demostrar su capacidad física ingresan a clubes de deportes, en
donde no se concurre por motivos de salud, sino que para competir y demostrar
su superioridad física. Así podemos ver “andarines”, alpinistas, boxeadores y
otros que terminan a causa del descontrol de sus energías, desfigurados y con
sus cuerpos enfermos. Son muy pocos los que guardan sus fuerzas físicas para
emplearlas únicamente en circunstancias determinadas en las cuales se precisa
de ellas para ayudar, defender o imponer la justicia con valentía.
Ahora
quiero recordar otros orgullosos más íntimos, más ocultos y dañinos, sobretodo
en personas que pertenecen a colectividades o sociedades compuestas por
individuos de distinta educación, evolución y sentimientos.
Que
terrible son esas personas, que continuamente quieren demostrar que nadie los
domina, porque creen tener una poderosa voluntad. Entonces consciente o
inconscientemente hacen demostraciones para que se las reconozca, dando ordenes
imperativas de hacer esto o aquello. Si no se les obedece, descargan su
incontenible ira, insultando u ofendiendo al que no cumplió con sus “sabios
mandatos”. Jamás toman el parece de los demás; siempre se presentan como
generales y jueces al mismo tiempo, sin que haya posibilidad de expresarles
nuestro parecer. Con esta actitud demuestran no poseer la férrea voluntad que
pretenden tener, sino una total carencia de dominio propio y un acentuado
complejo de inferioridad.
Tiene verdadera fuerza de voluntad aquel que
en todo momento sabe dominar sus propios pensamientos, emociones, palabras y
actos para no ofender ni perjudicar a sus semejantes. Es poseedor de una
voluntad firme, todo aquel que sabe, principalmente dominar sus pasionales
deseos y ser activo en el servicio propio y de los demás. Esta esencial
cualidad se encuentra en las personas que, siendo dirigentes de un grupo, como
ser presidentes de naciones, ministros o jefes de movimientos sociales o
políticos, saben permanecer inmutables, ante las críticas y ataques,
acrecentando su vigor cuando son entorpecidos en sus labores por medio de la
calumnia y la difamación o son heridos por la ingratitud de aquellos por los
cuales se han sacrificado, con todo el puro amor de sus corazones.
Debemos
ser como Aryuna, firme y constante sin que ninguna contingencia mundana
doblegue nuestra voluntad para hacer triunfar las causas justas, mediante una
firmeza “Sátwica” plena de Amor divino. Cuando se abraza un ideal que se sabe
magnifico debe continuarse con una indestructible “Buena voluntad” hasta la
muerte. Pero donde mejor debe emplearse nuestro pequeño y evolucionante libre
albedrío es en el dominio de nuestra mente durante el tiempo que se ha fijado
para nuestras prácticas diarias. Esta constancia por medio de la voluntad es
silenciosa, oculta y difícil, pero es ahí donde principalmente debemos usar
nuestras elevadas facultades.
La
firmeza de nuestra voluntad se demuestra con la palabra serena, amable y
comprensiva hasta en aquellos casos que tenemos que tratar con un enemigo,
empleando la enaltecida autoridad que se requiere en determinados momentos.
Orgullo
de sabiduría.
Continuamente
encontramos hombres y mujeres de todas las edades, desde niños hasta ancianos
que hacen alarde de sus conocimientos
El
científico petulante nos habla durante horas de ciencias que no nos importan y
sobre las cuales nada podemos agregar ni discutir porque ignoramos tales
materias; y en ello estriba el placer del molesto parlanchín que se esfuerza
por aparecer como un sabio y dejar a su auditorio como unos necios ignorantes.
Nuestros
conocimientos deben ser expresados entre aquellos que se interesan por
conocerlos, pero no hay que derramarlos para gozar en ahogar con el torrente de
sabiduría que creemos tener al que hemos logrado que nos escuche con
resignación y seguramente con un tremendo cansancio.
Hay
quienes hablan de historia, de geografía, álgebra u otras ciencias sin fijarse
que tales temas no nos importan en esos momentos.
Otros
que nada hacen en la actualidad, runrunean sin descanso lo que hicieron en el
pasado. Cuentan actos de fuerza y destreza física, carreras de a caballo en
donde siempre ganaban, bofetadas con las cuales vencieron a sus enemigos,
artículos, libros y folletos que escribieron según ellos de gran valor
científico, religioso o literario, pero que muy pronto quedaron sumidos en el
olvido; menos en la mente de su autor que se siente desgraciado por la
incomprensión que han tenido al no valorizar sus obras maestras.
La
estúpida vanidad llega a enorgullecer a algunos por la marca del auto que
tienen o las carreras que pueden ganar con la firmeza de las ruedas o el freno
de sus coches.
Hay
también los que siempre están criticando todo lo que han hecho otros. No hay
nada que no haya sido mal efectuado según el criterio de ellos, pero creen y lo
proclaman que todo habría estado perfecto si se hubieran seguido sus
inteligentes consejos. Estas personas, antes como ahora, nada hacen
constructivo ni duradero, ellos sólo saben hallar todo malo y criticar
malévolamente la obra ajena, queriendo hacerse ver como poseedores de gran
inteligencia y tratando hipócritamente de hacer aparecer a otros como ineptos.
Orgullo
de Pureza
Nada
puede ser mas antipático, maligno y perturbador que el orgullo de “pureza
sexual”. Los que se creen puros de cuerpo y de alma pregonan su pureza,
criticando y hablando de lo que hacen y lo que no hacen con el sexo los demás,
son personas realmente impuras las cuales pretenden de esa manera mostrase como
inmaculadas, castas y puras. Quieren poco menos que las veneremos en su
virginidad sin darse cuenta de que al hablar calumniando o difamando al prójimo
están demostrando lo corrompido que son sus corazones.
Los
que acusaban a la mujer adúltera dicen los evangelios, eran peores que ella.
Ante la mirada del Maestro Jesús, penetrante hasta lo más íntimo de sus
conciencias, ninguno de sus acusadores se atrevió a tirar la primera piedra
como se lo ordenara el Maestro. Innumerables veces nuestra intuición nos indica
que la persona establecida en Juez de sexos ajenos es una desgraciada, loca por
el placer que no pudo o no puede conseguir por ser vieja, fea, antipática o
tonta.
El
deseo sexual esta en su corazón, por eso su pensamiento va hacia allá y al no
ser satisfechas sus ansias vierte envidiosamente abominaciones contra los que
ella cree satisfechos.
Los
que hablan de las faltas ajenas, reales o imaginarias, como diciendo que ellos
no son así, podemos aplicarles siempre el adagio que dice: “Por tu boca salen
los sentimientos de tu corazón. Eso que piensas y hablas, eso eres tú”
Estos
falsos religiosos que predican su pureza emporcando a otros, deben ser
eliminados de los centros sociales o religiosos. No hay nada que sea más dañino
que hablar de sí mismo para que se reconozca su santidad y al mismo tiempo
hunden al prójimo en el nauseabundo cieno que vomita su boca.
Recordaré
aquí las orgullosas palabras de Pedro el Apóstol, cuando dijo a Jesús “Señor,
yo no te negaré” dando a entender que él poseedor de una gran voluntad y firme
amor por el Maestro, era el más fiel de sus discípulos, todos podían negar al
Maestro menos él. Tal vez estas palabras fueron dichas sinceramente, con toda
la verdad que en esos momentos sentía en el corazón, sin embargo, no hay duda
de que eran la expresión del orgullo. Entonces el Maestro para rebajar tan
imperioso orgullo, le dijo: “Antes de que cante el gallo no me negaras una vez;
me negaras tres veces” y así sucedió para aleccionar al discípulo y a todos los
que vendrían en el andar de los siglos recorriendo el Sendero de Perfección.
A un
Centro o Escuela Iniciática, puede ingresar toda persona que desee progresar
física, moral y espiritualmente. A los verdaderos Maestros de la virtud y
santidad, no les importa si el postulante es o no puro o casto ni que vida
sexual lleva. La importancia esta en que la persona quiera alcanzar la paz
verdadera y los gloriosos estados de la pureza del cuerpo y del alma. Los
hospitales son para curar enfermos, proporcionarles medicinas adecuadas para
curar sus males físicos y hacerlos sanos. Los Centros Iniciáticos, son para
guiar a los “perdidos” hacia las alturas de la santidad.
Los
que han tenido la dicha de llegar hasta un Centro de curaciones espirituales no
deben tampoco imaginarse que sus directores externos son perfectos. Sólo los
Mahatmas han alcanzado un grado de perfección y pueden comunicarnos la Divina
Ciencia que los ayudó a obtener el estado feliz en que se encuentran, estirando
sus brazos y tomando nuestras manos para conducirnos sin egoísmos, ni orgullo
hacia los estados sublimes que ya Ellos alcanzaron, sin demostrar ser
superiores por su santidad ni mucho menos vituperarnos, despreciarnos o
maldecirnos por nuestras enfermedades morales. Si nos rendimos a sus divinos
pies solo tendremos siempre bendiciones de sabiduría y amor. La entrega o
rendición a la sabiduría del Maestro espiritual, es el primer y principal paso
que debe sinceramente dar el discípulo.
También
tenemos que considerar que la tolerancia de los defectos ajenos no debe llegar
hasta permitir las habladurías, difamaciones, calumnias o actos reñidos con la
moral dentro de la Institución. Ninguna actuación de palabra u obra que
perjudique el orden o fraternidad de los miembros debe ser aceptada. Nuestra
Corporación es de fraternidad y no de perjudiciales críticas de guerrillas
ambiciosas o de venganzas. Nosotros no estamos dentro de la Organización del
Suddha Dharma para hundir al prójimo, sino para levantarlo y también para que
los verdaderos Maestros nos levanten a nosotros individual y colectivamente.
Es
solamente el Instructor espiritual el único que tiene derecho a señalar “privadamente”
nuestros defectos cuando es necesario destruirlos para nuestro avance hacia
la Brahma Samipya.
Nadie
en un Centro de Yoga tiene el derecho de publicar los defectos de otros
miembros; ni tampoco divulgarlos secretamente al oído de otro, si esto hiciera
tal persona estaría demostrando su hipócrita y falso orgullo, con una inmensa
dosis de cobardía.
Los
Maestros del Suddha Dharma Mandalam muy poco han hablado sobre este tema, pues
Ellos dan por hecho que toda persona que ingresa al Mandalam, es ya una señora
o un caballero de elevados sentimientos y esclarecida conciencia que se da
perfecta cuenta que este Mandalam es de fraternidad, ayuda mutua, con sincero y
puro amor, esto se da por sabido y como un hecho inviolable.
Nuestro
Mandalam es para trabajar por la paz, la felicidad y el amor fraternal en este
mundo terrestre y para estudiar y practicar en conjunto e individualmente los
ejercicios espirituales que nos conducen a los gloriosos estados de Samadhi.
Cómo
entonces personas revoltosas, intrigantes, calumniadoras, que portan
intranquilidad, sufrimientos y odios; en una palabra, ellas son malévolas.
¿Pueden pretender permanecer entre nosotros?
Lo
correcto es que, si no le agrada a un miembro una Institución, sus principios,
sus prácticas, los directores o una persona de entre los socios, debe retirarse
y buscar a los de su clase o temperamento en otra parte y olvidarse de las
personas que componen el grupo que dejó y no seguir aún desde afuera,
molestando con sus críticas. Estas personas no deben ser mantenidas en nuestra
Organización.
La
Maestra H. P. Blavasky escribió un admirable librito que bien harían todas las
Ashramas del Mandalam estudiar y poner sus consejos en práctica. Dicho librito
se intitula “Ocultismo Práctico” Extractaré algunos párrafos de este libro que
son leyes que deben seguir las reuniones en las Ashramas del Suddha Dharma
Mandalam.
“El
lugar ha de servir exclusivamente para la instrucción y apartado de propósito.
Los colores sagrados son los matices del espectro, dispuestos en determinado
orden, pues son muy magnéticos por “influencias malignas”, se entiende toda
perturbación, disputa, altercados, malos sentimientos, etc. Que se imprimen
inmediatamente, es la luz astral, esto es, en la atmósfera del lugar y planean
“por el aire”. Esta primera condición, parece a primera vista muy fácil de
cumplir, pero bien considerada, resulta una de las más difíciles de obtener”
“Antes
de que tú (el instructor) comuniques a tu lanú (discípulo) las buenas (santas)
palabras de Lamrin, o lo permitas “disponerse” para Dubjed, debes tener cuidado
de que su mente este por completo purificad y en paz con todos, en especial con
sus otros Yos. De lo contrario las palabras de sabiduría y de la buena Ley se
dispersarán arrastradas por los “vientos” (Los otros Yos se refiere a los
condiscípulos) a menos de que entre los estudiantes reine la mayor armonía”
“Durante
el estudio deben los Upasakas mantenerse unidos como los dedos de la mano”
“De
otro modo, los discípulos, aunque parezcan aptos para recibir la verdad, habrán
de esperar muchos años a causa de su temperamento y de la imposibilidad que
experimentan de ponerse en armonía con sus compañeros”
“El
Gurú debe armonizar a los condiscípulos como si fueran cuerdas de un Laúd
(vina) que, aunque cada una es distinta de las demás, emiten concertados
sonidos. Colectivamente constituyen un teclado que corresponde en todas sus
partes al más ligero toque (el toque del Maestro) Así sus mentes se abrirán a
las armonías de la sabiduría, vibrando en modulaciones de conocimiento en todas
y en cada una de ellas, con efectos placenteros para los Dioses Presidentes
(Ángeles Tutelares o Custodios) y provechosos para el discípulo. También así
quedará la sabiduría por siempre impresa en sus corazones, sin que jamás se
quebrante la armonía de la Ley”
“Nadie
puede continuar siendo Upasaka si se cree diferente de sus condiscípulos y
superiores a ellos diciendo “Soy el más sabio” “Soy el más santo y mas grato al
Maestro o a mi comunidad que mi hermano” etc. Los pensamientos del Upasaka han
de estar predominantemente fijos sobre su corazón, eliminando de él todo
pensamiento hostil a cualquier ser viviente y llenándolo del sentimiento de la
unidad con los demás seres y con todo cuanto en la naturaleza existe. De lo
contrario no es posible el éxito”
“Los
medios más eficaces de adquirir conocimiento y disponerse a recibir la
sabiduría superior, son la meditación, la abstinencia, el cumplimiento de los
deberes morales, los pensamientos apacibles, las palabras amables, las buenas
acciones y la benevolencia hacia todos, con entero olvido de sí mismo”
Además
de este notable libro hay otro escrito por Mabel Collins que también contiene
enseñanzas dadas por un alto Maestro. El título de él es: “Luz en el Sendero”.
Sobre esta obra Sri Subramanya Iyer hace encomiásticas referencias. Su estudio
es igualmente muy útil para todo miembro del Suddha Dharma Mandalam.
Así
como copie algunos párrafos del importante librito de H. P. Blavasky, ahora
transcribiré algunas sentencias de “Luz en el Sendero” tratando de comentarlas
en aquellos puntos en que deseo llamar la atención. Estas sentencias no son
para ser leídas a la ligera sino para que sean una guía o ley que nos haga
dignos o merecedores de que los Jerarcas Iniciadores nos entreguen verdaderas y
altas Dikshas capaces de actualizar en nosotros los sentidos del alma y los
poderes del Atma, con lo cual podemos ver y sentir, recordando claramente
nuestras vidas anteriores, como también podremos actuar conscientemente en los
diferentes planos sutiles comprendiendo sus leyes como también la permanente,
eterna y universal dirección divina que brota del Parabrahman o divinidad
subyacente en todas las cosas y seres, ya sean manifestadas o inmanifestadas.
Pero antes de hablar de las sentencias que se establecen en el libro Luz en el
Sendero, expondré las cualidades que debemos esforzarnos por adquirir nosotros
como seguidores del Sendero de Perfección, o sea las ocho cualidades Atmicas
indicadas en las slokas 9 – 13 del capítulo V, titulado “Siksha Dharma Gita” en
el texto del Bhagavad Gita del Suddha Dharma Mandalam.
Estas
cualidades Atmicas o del alma son las siguientes:
- Tolerancia
- Compasión
- Tranquilidad o Paz
- Ausencia de codicia
- Pureza integral
- Mentalidad inegoísta
- Incansable perseverancia en el esfuerzo de la
ascensión hacia la divinidad
- Ininterrumpida radiancia de felicidad para todas
las cosas y seres.
Nuestro
Gita igualmente expone en su capítulo VII, slokas 2 al 4, estas mismas
cualidades y las complementa para hacer notar a los discípulos su primordial
importancia, y además agrega 18 cualidades más que se deben adquirir para
lograr la más elevada naturaleza que conduce desde la esclavitud de la vida
material, a la liberación espiritual.
Estas
26 cualidades son:
- Ausencia de miedo
- Pureza integral
- Firme convicción en el Yoga, que nos conduce
hacia la trascendencia Bráhmica
- Magnanimidad o ayuda desinteresada a todos los
seres
- Dominio de los sentidos
- Renunciación a los frutos de las acciones
- Conocimiento de la ciencia espiritual
- Austeridad
- Ser justos y rectos en todos los actos
- Imposibilidad de herir
- Ser verídico y útil siempre
- No tener jamás deseos de venganza
- Entrega total a la voluntad divina
- Ser inmutable de manera que nada ni nadie pueda
perturbarlo, permaneciendo constantemente calmado
- Ausencia de bajezas
- Compasión por todos los seres
- Libre de codicia
- Constante afabilidad con todos los seres, sin
hacer diferenciaciones de razas, credos, nacionalidad, sexo, simpatía o
antipatía, etc.
- Humildad, completamente libre de todo orgullo
- Constancia en las practicas de Yoga, sin desviarse
nunca de la rectitud
- Magnificencia, compartiendo los bienes físicos o
intelectuales con el prójimo
- Perdón, superando todo odio
- Actividad, siendo útil siempre
- Pureza en los alimentos y limpieza en todo lo que
se use
- Ausencia de engaño, es decir no actuar de modo
que otros caigan en errores debido a nuestra indefinida presentación de un
hecho
- Trascendencia del egoísmo, alcanzando un
verdadero y profundo Bhávana o unidad.
El
cumplimiento de estas cualidades nos hace meritorios para adquirir distintos
grados iniciáticos, por ejemplo: Se concede la iniciación Vamadeva bajo la
autorización directa del Ishvara o Jerarca Supremo de la Gran Jerarquía Blanca
al discípulo que ha alcanzado un gran conocimiento y experiencia espiritual que
lo mantiene siempre inmutable, es decir con perfecto control de toda emoción
que pueda provocarle cualquier cosa que vea, ya sea de placer, de dolor, de
escenas de corrupción, criminales, de engaños o de catástrofes.
Explicaré
primero en que consiste cierta parte de la Vamadeva Diksha
Por la
gracia de esta iniciación, el discípulo desarrolla grandes poderes físicos y
espirituales, mediante la actualización de los Chakras o sentidos del alma por
un constante control de sus vehículos sutiles, como son el astral, mental y
otros.
Con
los sentidos del alma se logra ver a distancia. Se dice que el Pandit K. T.
Srinivasachariar, iniciador del Suddha Dharma Mandalam, dio en muchas ocasiones
a sus discípulos demostraciones de esta facultad espiritual relatándoles hechos
que estaban sucediendo a varios kilómetros de distancia. El podía ver el estado
emocional de cualquier persona en el aura de sus cuerpos sutiles, lo cual le
permitía seleccionar con seguridad a sus discípulos.
Mediante
el dominio de los Koshas o cuerpos sutiles se puede desprender el alma del
cuerpo físico y viajar por los planos sutiles observando lo que acontece en
ellos, como también los hechos que están sucediendo en el plano físico donde
dejó momentáneamente el cuerpo material denso.
De
esta manera el iniciado con la Vamadeva Diksha observa acontecimientos privados
y ocultos como ser: puede ver a su madre entregada a un hombre que no es su
esposo, a su esposa, hermanas, amigos y conocidos en las más inverosímiles
circunstancias del plano sexual. También puede ver a los asesinos que han
logrado burlar a la justicia y permanecen aparentemente libres y felices. Puede
ver y reconocer al Gurú, o sea, a su individual director oculto, ubicación de
su residencia física.
En fin
puede ver infinidad de cosas y hechos ocultos, pero si llegara a emocionarse,
es decir “llorar”, inmediatamente el Gurú le quita el poder de la visión
espiritual, la cual no es recuperada hasta que no haya aumentado su dominio
pasando nuevamente una serie de experiencias personales provocadas por la
directiva oculta, a veces enormemente dolorosas, que si son pasadas con valor,
inteligencia, justicia, conmiseración y amor, vuelve a recobrar el mérito para
ser atendido por el Maestro en los altos grados del desarrollo espiritual.
Pero
aquí viene lo más grave y tremendamente triste que le sucede al discípulo que
revela lo que ha visto a través del Espíritu Santo, o que, en alguna forma, aun
cuando sea indirectamente, de a entender que sabe algo de lo que esta oculto en
los discípulos o en cualquier persona.
Este
es el pecado contra el Espíritu Santo tan sancionado en los evangelios
cristianos y del cual se habla en “las promesas” como los misterios de Vamadeva
y quienes quebrantaren tales secretos se hace acreedor a la pérdida de toda
Brahma Vidya y de toda prosperidad.
Las
leyes que rigen los secretos de las visiones sutiles que dicen relación a
hechos o personas a las cuales la revelación puede cambiarles el Karma o el
destino, son leyes incambiables, es decir son para una eternidad.
Solamente
el Gurú puede revelarle al discípulo una circunstancia o hecho para librarlo de
la muerte, de la enfermedad, de la miseria o de otras catástrofes en vista del
Brahma Karma acumulado en las actuaciones de su vida o por el esfuerzo hecho en
el cumplimiento de la disciplina del Yoga, cosa que es solamente conocida por
el Gurú Divino bajo la autorización del Señor del Mundo
También
debemos en este plano físico mantener los secretos que pueden perjudicar a
nuestros hermanos. Un verdadero “Chela” o discípulo no debe jamás contar lo que
ha visto, leído o sabido porque se lo han contado que pueda perjudicar moral,
espiritual o materialmente a otra persona. Es por eso por lo que en “las
promesas iniciáticas” se indica ser “verídico y útil siempre” si una verdad
hiere o perjudica, jamás debe ser dicha por uno que pretende ser miembro de la
Hermandad Blanca
Una
falsedad o una calumnia puede producir irreparable daño, pero la revelación de
hechos verdaderos y ocultos o de pasajes inmorales, son aun más perjudiciales
en muchos casos por cuanto el difamado no puede defenderse como lo haría si
ello fuera falso. Generalmente la difamación no trae beneficio a nadie,
solamente trae la ruina y el odio. Son muchos los que de esta manera son
llevados a la desesperación.
Incontables
veces nosotros sin malas intenciones hablamos inconveniencias, sin medir las
perjudiciales consecuencias, aún cuando nuestras intenciones no tengan el
propósito de ofender, si ellas hieren de todas maneras seremos castigados por
la ley del Karma para que nuestro “Budhi” se despierte con mayor claridad.
Todo
esto esta resumido en la primera regla dada a los discípulos por el Maestro en
“Luz en el Sendero” la cual dice así:
“Antes de que
los ojos puedan ver, deben ser incapaces de llorar”
La
segunda regla dice relación con el oído y lo dicho para la anterior ley,
igualmente puede aplicarse a la ley del oído la cual dice así:
“Antes que el
oído pueda oír, tiene que haber perdido la sensibilidad”
Esto
indica que el discípulo, digan lo que quieran de él, sea verdad o falso, debe
haber trascendido el efecto de toda sensación. Así mediante la iniciación de la
vista, podemos ver a distancia los sucesos ocultos, como expuse en las Dikshas
de la facultad visual, las relacionadas con el oído, son para aquellos que han
perdido la sensibilidad de todo halago, crítica o insulto. Nada de lo que se
oiga en este mundo físico o en los mundos sutiles que pudiera perjudicar a
otros, puede repetir el que lleva el Sendero de la Santidad. El que habla o de
alguna manera da a conocer lo que perjudica u ofende a otros, es detenido en el
progreso de sus iniciaciones. Las puertas de los Misterios son cerradas para
ellos.
La
tercera Ley es:
“Antes que la
voz pueda hablar en presencia de los Maestros, debe haber perdido la
posibilidad de herir” (esto está expresado también en el Gita Capítulo V
sloka 9)
Fijémonos
que no dice “no herir” sino que establece que se debe haber perdido la
“posibilidad de herir”. Es como decir, cuando sea imposible dañar a nadie
indebidamente mediante la palabra.
El
Yoguista debe tener un gran cuidado al hablar pues a veces, por una sola
palabra no meditada o mal dicha, se puede provocar trastornos irreparables. La
palabra del Yoguista debe ser medida, amable, suave, llena de comprensión, con
verdadero y puro amor.
Al
Mahatma se le puede reconocer por la dulzura de su voz nacida desde el Atman,
fluyente desde el corazón. Se puede tener una voz firme, clara y fuerte y al
mismo tiempo agradable. El estudiante de Yoga debe preocuparse de que su voz
sea nacida desde la verdad del corazón, sobre todo cuando entona los Mantras o
dice las palabras de poder.
La
última ley que aparece en el librito ya referido es la ley por la cual tiene
que pasar el discípulo y que a continuación dejo estampada:
“Antes de que
el alma pueda erguirse en presencia de los Maestros, es necesario que los pies
se hayan lavado en la sangra del corazón”
La
época más útil y al mismo tiempo más dolorosa en el estrecho camino que conduce
al Santum Santuorum o Centro Divino, donde se alcanza la excelsa visión de la
eternidad del propio espíritu o Atma unificado sustancialmente con el
Parabrahman o Supremo, Eterno e Infinito Espíritu de Dios Cósmico.
En la
obra “El Corazón del Bhagavad Gita” debida a la pluma de Su Santidad el Pandit
Lingesh Mahabhagavat, aparece un prólogo de Sri Subramanya Iyer el cual fue
reproducido en el libro “Una Organización Esotérica en la India”. En dicho
prólogo Sri Subramanya, se expresa sobre las cuatro leyes citadas anteriormente
en la forma que a continuación explico:
“Estas
frases sin disrupciones de cuatro de las condiciones indispensables que debe
tener un aspirante que pretende entrar en el Sendero que lleva a Moksha o
Nirvana, es decir a la liberación y así convertirse en discípulo de uno de
aquellos grandes Maestros que están siempre listos para aceptar y entrenar a
todos aquellos que se han preparado para ser iniciados en los misterios de la
naturaleza, de Dios y del Alma. Pues, esos sabios Maestros proclaman:
“Aquellos que han pasado por el silencio (que
marca el florecer del alma) y sintieron su paz y retuvieron su fuerza, ansían
también pases por él” (Luz en el Sendero, notas a la regla 21, página 23)
Las
condiciones mencionadas arriba expresadas en pocas palabras corresponden a la
pureza del mirar, a la pureza de escuchar, a la pureza del hablar y a la
verdadera capacidad de rendir servicio, no sólo a los Maestros ya que Ellos no
tienen necesidad de tal atención personal, sino que, a todos los seres, puesto
que Ellos son sus Custodios espirituales.
“Ahora
en cuanto a la primera máxima, no hay nada más claro que ella en cuanto a las
meras palabras; pero entendidas literalmente el aforismo llevará a conclusiones
desastrosas, pues significaría recomendar la absoluta dureza de corazón, plena
de falta de simpatía y compasión. Esta actitud de parte de un aspirante no
puede sino a primera vista ser un obstáculo de su ardientemente anhelado
crecimiento espiritual y no, una ayuda.
“Ser
incapaz de lágrimas en cuanto a los sufrimientos de otro es el método por el
cual se hoya el sendero oscuro”
“El
desarrollo del hombre que sigue este oscuro sendero es por contracción; tal
condición lleva a ese terrible estado de asolación llamado Avichi; siendo esta
la mayor calamidad que pueda caer sobre un Ego humano. ¿Cuál es entonces el
sentido que el discípulo anheloso de hollar el Sendero Blanco o el Sendero que
nos lleva al Nirvana deba darle a la frase “ser incapaz de llorar”? La
explicación es que él deberá estar completamente por encima de ser conmovido
aún en el más leve grado por acontecimientos adversos a sí mismo y que
causarían angustia, pena y sufrimiento mental, si él fuera un hombre corriente
del mundo.
“Esto
no es todo, su alma debe hacerse “como el mango maduro tan suave y dulce como
su pulpa de dorado brillante para las penas de otros” por un lado y por el otro
tan dura “como el cuesco de esa fruta para sus propias angustias y penas”. Por
supuesto este hábito de mantener bajo completo control la naturaleza emocional
del hombre hacia una dirección en particular, mientras que al mismo tiempo esa
naturaleza es mantenida completamente viva y aguzada, no se consigue
fácilmente. Pero aquel, que aspira a hollar el sendero hacia la más exaltada
Meta, no puede sino empeñarse asiduamente por la formación de tal facultad.,
porque debe recordarse que su crecimiento ha de ser por la amplitud de toda su
naturaleza, de sus deseos y emociones, de su conocimiento y del poder de
servir. Es cuando todas estas cualidades alcanzan su grado de perfección, que
el discípulo puede tomar contacto con la Divinidad cuya Voluntad está
constantemente activa en el Cosmos y convertirse en un canal consciente de
Ella.
“Para
hacer completo el presente estudio, falta agregar que hay una distinción muy
marcada entre el interés por las aflicciones del prójimo sentido por un
discípulo y aquel que procede de uno que ha alcanzado la liberación. En el
primer caso el interés está siempre acompañado de pesar, mientras que, en el
segundo, es de otro modo. El alma totalmente iluminada, bajo su Alto Nivel en
la escalera evolucionaria, puede ver y comprender que lo que nosotros llamamos
aflicciones, no son sino incidentes necesarios para el crecimiento espiritual
de los seres dentro del esquema divino de la evolución. Por consiguiente, el
pesar que fue ocasionado en el discípulo carente de una total comprensión de
ese esquema no encuentra lugar en la mente de aquel cuya visión divina esta
completamente perfeccionada. En este caso surge una compasión sin apegos,
incitándolo siempre adelante para efectuar una cooperación inteligente
siguiendo el plan de Dios por medio de esfuerzos tendientes a poner fin a la
ignorancia que es la raíz de todos los errores de la humanidad aún en
desarrollo”
Antes
de que estemos capacitados para recibir una iniciación ya sea, psíquica o
espiritual, los Guías Sutiles nos purifican y acrecientan nuestros poderes
poniéndonos en difíciles situaciones, las cuales constituyen lecciones, no
pruebas, que si las resolvemos con acierto nos son premiadas con experiencias
sutiles que afirman nuestra fe y nos dan mayor energía para continuar la
ascensión en las prácticas de Yoga, creciendo a la vez nuestro impersonal amor
por servir con eficiencia y alegría al prójimo. También nos otorgan
iniciaciones que infunden en nuestra alma estados de paz y de inmensa gloria,
imposible de describir con la palabra humana. Por eso se dice “estados de
gloria” y no de felicidad o dicha, pues esos estados gozosos sobrepasan en
mucho, aún a los momentos más felices que se puedan producir en esta tierra.
Estas
iniciaciones son oro espiritual entregado a nuestra alma, a causa del asiduo e
inquebrantable cumplimiento de los ejercicios espirituales o motivadas por
servicios hechos al prójimo, siguiendo el Karma Yoga, o sea, ejecutados sin
ningún apego o mira egoísta. También nos hacemos merecedores de Iniciaciones
Atmicas cuando soportamos con alegría una difícil lección que nos trae cruentos
dolores físicos, morales o intelectuales; ofreciéndolos a la divinidad con
alegría sin dejar de amar al Supremo Dios como a las personas o circunstancias
que nos trajeron tan hondo sufrimiento.
El
choque efectuado por el dolor contra la alegría o el impacto que provocamos
dentro del alma al lanzarle al fuego del dolor y la pena, el agua santa de la
dicha espiritual, produce la abertura Divina del corazón Átmico haciendo
brillar la luz más brillante que millones de soles y de imponderable goce
celestial, pleno de sabiduría y de poder. El otorgamiento de este “oro divino”
trae consigo una gran deuda que tenemos que saldar, no se nos entrega tan
valiosa fortuna para que la escondamos dentro de nuestra alma, quedando así
inutilizada. Si tal cosa hiciéramos, muy pronto se nos somete a las más
inesperadas y doloras circunstancias a fin de hacernos salir de ese estado de
egoísmo espiritual “lavando nuestras cualidades inferiores en la sangre del
corazón” pero si por cada estado de gloria Atmica que obtenemos efectuamos
meritorias y benéficas obras para beneficiar a la Institución que nos amparó y
guio para obtener esos triunfos del alma, si somos también agradecidos a
nuestros Instructores y hacemos con alegría el bien que podamos a los hermanos
de la Orden Mística a la cual pertenecemos como también a cualquier persona o
ser que nos presente la oportunidad de servirlo, saldamos la deuda del capital
recibido.
Los
servicios, los regalos, las dádivas hechas con alegría y amor, sin esperar en
absoluto agradecimiento ni teniendo ninguna intención egoísta, son actos que
cancelan Karmas malos y nos evitan recibir lecciones dolorosas indicadas para
nuestro progreso y purificación. Estos actos constituyen “Homas” o sacrificios
que no solo, como he dicho, nos quitan de encima lecciones penosas, sino que
nos reportan un Karma divino que nos abre nuevos portales para atravesarlos con
glorias siempre más y más excelsas.
Es el
Evangelio de San Mateo, Capítulo IV, versículo 1 al 11 y en el de San Lucas,
versículo 1 al 13, Jesucristo conversa con Satanás sin que el Maestro de
ninguna muestra de alteración o enojo; más aún, se conserva imperturbable y sin
hacer alarde de sus poderes responde: “Dicho está: NO tentaras al Señor tu
Dios”. Estos versículos nos hacen comprender que Jesús, iniciado por Juan el
Bautista no huye de las vibraciones demoníacas, sino que se mantiene
completamente sereno y feliz. También se dice que Jesús bajó a los infiernos y
subió a los cielos al tercer día.
Posiblemente
quiera indicarse con esto que un verdadero Iniciado puede ir a cualquier parte,
ya sea baja o alta sin ser afectado malamente por ello. Más aún, podemos ver
otro ejemplo bíblico sobre este mismo tema en el “Libro de Job” en el cual se
relata una amistosa conversación de Satanás con el Dios Gobernador del Cielo y
de la Tierra, en la que acuerdan amistosamente probar al Santo Job para ver
hasta donde llegaba su rectitud; Capítulo 1, versículo 6 al 12 y Capítulo 2
versículo 1 al 7.
El
Bhagavad Gita dice que el discípulo debe ser imperturbable como la roca que aún
cuando las olas de una fuerte tempestad la azotan, el agua se rompe y se
deshace permaneciendo la roca siempre inconmovible.
Jesús
como en casa de Marta y María, se acerca y defiende a la mujer difamada por
corrompidos fariseos y acepta a Magdalena.
Este
Maestro esenio pleno de sabiduría dijo: “No ensucia al hombre lo que le llega
de afuera, sino lo que sale de su interior”
El
discípulo debe perder todo miedo y desechar cualquier idea de que las
“vibraciones” de otros hermanos o personas puedan manchar su aura. Solo al
decir que tal o cual persona tiene malas vibraciones, denota la idea de que
pretende que de a él le reconozcamos sus armoniosas y puras vibraciones las
cuales el prójimo puede mancillar en su pureza. Cualquiera puede reconocer en
esta actitud un infeliz orgullo que denota inferioridad en el campo del Yoga.
Si tan fácilmente fuera manchada o herida nuestra aura, no podríamos ir a
ningún teatro, cine, andar en bus, micro o asistir a cualquier concentración de
personas, como también estaríamos impedidos de caminar por las calles donde
multitudes de heterogéneas personas transitan.
El
discípulo que cumple con sus prácticas lentamente va formando alrededor de sí
mismo una coraza protectora de Devi Prakriti, al principio son unos pocos
átomos que se agrupan después son más y más átomos hasta formar un velo
protector luminoso, transmisor de dicha en cualquier parte donde este el
discípulo. Este velo sutil irradiante se hace cada día más resistente y
poderoso con las meditaciones que adecuadamente observa el Chela al cumplir las
disciplinas prescritas por su Instructor.
Así
llega a ser un Siddha con magníficos poderes, es entonces como la flor de Loto,
que permanece incólume a pesar del agua que cae sobre ella resbalando por sus
pétalos, siempre queda inmaculada.
Los
que se quejan de que alguien les hace mal con sus vibraciones o brujerías es
debido a que aún permanecen en los peldaños mas inferiores de la escalinata del
desarrollo espiritual. El discípulo debe tener fe en que nadie puede herirlo
sutil u ocultamente puesto que es poseedor de una coraza divina y está
entregado al Gurú y a los Jerarcas Divinos.
Las
malas vibraciones llegan y penetran en nosotros cuando nos soltamos de los
brazos de nuestros protectores, cuando dejamos de hacer nuestras invocaciones
sagradas y cuando no cumplimos con las Leyes Atmicas.
Si
nosotros estamos en cualquier reunión, no debemos esperar que nos reciban bien;
que sean atentos, que nos agasajen con alegría. Esto no tiene la menor
importancia para un discípulo superior, Una persona que se aprecie de tal
deberá él mismo irradiar a todos simpatía, alegría, amor e inaparente humildad.
La humildad debe ser natural, sin que nadie lo note, es decir, debe ser franco,
educado, sencillo; de ninguna manera tratar de sobresalir o llamar la atención
sobre nuestra persona (Gita Cap. XIII, sloka 21 al 24)
Los
Maestros siempre se presentan sencillos, humildes con naturalidad, a pesar de
la inmensa sabiduría que tienen en sus espíritus.
El ser
humano es igual a una casa con muchas puertas y ventanas; por ellas puede
penetrar la luz pura del sol o el infectado polvo del camino. Sin embargo,
podemos impedir la entrada de lo indeseable o aceptar solamente lo bueno y
agradable; basta con colocar en las puertas y ventanas limpios y transparentes
cristales, ellos nos permiten recibir la luz del sol o enviar nuestra luz hacia
afuera, pero no dejen pasar el polvo ni la suciedad.
El
discípulo que ha avanzado por medio de la correcta ejecución de las prácticas
de Yoga, forma a su alrededor un globo o aura con las finas partículas de Devi
Prakriti atraídas por medio de sus pensamientos puros de unidad y amor
impersonal. Esta piel de luz divina no la tienen los seres vulgares llenos de
odios, envidia y egoísmo. A tales seres sí que les penetran toda clase de
“microbios astrales y mentales” atraídos por sus actos impuros o las
conversaciones sensuales, de guerras, crímenes, asaltos, robos, contrariedades
en los partidos políticos, enfermedades y otros innumerables y fatídicos hechos
con los cuales se goza la mayoría de las personas inferiores en sus nefastas
habladurías.
Toda
esta clase de conversaciones debe estar prohibida en los Centros que quieran
atraer a los radiantes Espíritus de la Luz y recibir sus bendiciones
iniciáticas que elevan nuestra sabiduría y poderes, acercándonos cada vez más
al estado Sátwico y a la comunión con los Mahatmas.