Sri Vájera Yogui Dasa
Jnana Dhata SuddhAcharya,
Não busque Deus longe para acalmar a mente; encontre-O mais
perto, cheio de paz, com tranquilidade, com profunda calma, imutável.
Segundo os Mestres, devemos nos tornar como uma rocha no
meio do mar, contra a qual, em uma noite de tempestade, enormes e turbulentas
ondas chocam e ressoam, mas que permanece imóvel e não muda de lugar. Assim
deve ser a mente daquele que medita: imutável e serena. Assim, em profunda
meditação com o Espírito de Deus, em uma comunhão espiritual perfeita.
A palavra "repousa" deve ser interpretada como
quietude perfeita, e as palavras "somente em Mim" indicam que a mente
não deve ser como um redemoinho, dispersa em outros pensamentos. A mente deve
ser como uma flecha cravada na ideia escolhida, sem se mover nem por um
instante. E, quando as dúvidas se dissipam, então se vê a Luz, alcança-se a
sabedoria oculta e o Grande Mistério se esclarece. Conhece-se a Sabedoria
Divina.
"Mas, se ainda não és capaz de repousar tua mente e tua
inteligência firmemente em Mim, então, ó Dhanyaya, tenta alcançar-Me através do
'Abhyasa Yoga'." Isso significa agir, cumprir os deveres sem apego aos
frutos, ou seja, sem se preocupar se nossas ações trarão dor ou felicidade.
Devemos cumprir nosso dever, mesmo que isso nos cause dor ou alegria. Por
exemplo, se um pai tem um filho doente e há uma tempestade violenta, ele não
deve pensar no sofrimento que o mau tempo lhe causará, mas sim cumprir seu dever,
buscando remédios para a criança enferma. Isso é o que deve ser considerado:
ter a satisfação do dever cumprido, sem esperar reconhecimento ou gratidão.
O Bhagavad Gita ensina, em muitos versículos, que nossos
atos devem ser realizados com dedicação divina para que tenham grande sucesso e
nos libertem de todo Karma inferior.
Por exemplo, na página 144, capítulo 23, e em outros
versículos, é dito: "O Senhor Divino"... Bhakti Dharma Gita, isto é,
Bhakti = Devoção e Dharma = costume ou lei. "Canto sobre a Lei ou o
Costume Religioso".
No versículo 24, está escrito o seguinte: "Seja meu
devoto, com a mente voltada para Mim, e dedica-Me todos os teus atos. Com essa
atitude, deves estar absolutamente certo de que Me alcançarás, eu te asseguro,
amado meu." Ao dizer "Seja meu devoto", o Senhor não está se
referindo – nunca se refere – à sua própria personalidade, à pessoa humana do
Mestre. Não, esses grandes Mestres, quando falam de "Mim", estão
sempre se referindo a Deus dentro deles, à raiz da vida em si mesmos. Ou seja,
referem-se ao Espírito de Deus.
Porque a raiz de um Hierarca, de um Avatara, de um Mestre –
a vida deles – é a mesma vida de Deus que temos em nós. Não existem duas vidas,
há apenas uma em todo o Universo. A mesma vida de uma erva é a nossa própria
vida. Deus é quem dá a vida; não há sabedoria nem poder que possa dar vida a
uma erva além do Espírito de Deus. É Deus quem concede a vida.
Quando Jesus Cristo disse: “Aquele que Me vê, vê o Meu Pai”,
isso é muito claro. Os orientais sempre falam assim: “Mim”. Aquele que Me vê,
aquele que vê Minha essência da vida, vê Deus, porque Deus é a essência da
vida. Isso não significa que alguém O veja diretamente. Assim como um dos
Apóstolos, Nicodemos, perguntou a Jesus: “Mas como, Senhor? Nós estamos Te
vendo e não vemos o Pai.” Jesus percebeu que Nicodemos ainda estava
"verde", que não era capaz de compreender a grandeza de suas palavras
e, então, permaneceu em silêncio.
Mas chegou o tempo em que a humanidade amadureceu em sua
inteligência, e agora é mais fácil compreender que existe um éter que permeia
todo o Universo, que há uma Alma que dirige tudo, e é essa Alma que dá vida a
todos os seres. Se um Mestre viesse aqui e pudesse ver a raiz da vida em vocês,
ele veria Deus em cada um. “Aquele que Me vê, vê o Meu Pai.”
Jesus também disse: “Aquele que Me ama, ama o Meu Pai.” Mas
Ele não estava se referindo à sua pessoa, porque os Mestres não são
personalistas. Eles não possuem essa loucura de desejar ser amados como
indivíduos, mas sim que Deus seja amado através deles, através de todos os
seres e através de todo o Universo, pois Deus está em toda parte.
Se fôssemos capazes de ver a essência, a raiz que há em uma
rocha, em uma pedra bruta, veríamos que essa essência é Deus. Ele está em toda
parte. O Espírito Divino está na pedra, está no animal, está no pássaro, está
no peixe, está em nós, está nos Anjos, está em todos os Deuses – o Supremo
Deus.
Da mesma forma, Sri Krishna fala de “Mim”: “Com sua mente
voltada para Mim”, referindo-se à essência do Ser espiritual. Assim,
compreende-se o erro na interpretação deste “Mim”, que leva à má compreensão
dos Livros Sagrados.
Existe uma sociedade filosófica em Paris, dirigida por um
homem que se autodenomina "O Grande Sábio e Grande Filósofo". Pode
ser um grande filósofo, mas, em questões religiosas, cometeu erros de
interpretação sobre essas verdades.
A Filosofia Religiosa é uma Ontologia, algo superior, e não
é para qualquer um. Esse diretor se chama Viné Sanglais e escreveu um livro
intitulado “A Loucura de Jesus”. Nesse livro, ele trata Jesus como um
megalomaníaco. Um megalomaníaco é alguém que tem a ilusão de ser algo grandioso
sem realmente sê-lo, alguém que deseja que todos se inclinem diante dele e
respeitem suas palavras. Esse autor cita Jesus como um megalomaníaco porque Ele
disse: “Aquele que Me vê, vê o Meu Pai.” “Ah, então Ele se intitulou Deus!” –
conclui Sanglais.
E quando Jesus disse: “Deixai vir a Mim as criancinhas”,
esse autor afirma que “as criancinhas” eram o público ignorante e imaturo. Mas,
para um Mestre, todos nós somos como crianças. “Aquele que Me ama, ama o Meu
Pai.” Devemos amá-Lo enquanto pessoa? Falso! Isso jamais! Todos os orientais
falam de “Mim” como o Eu Superior e, mais ainda, como a essência do Eu
Superior. Pois, para um Mestre Divino, eu não sou apenas um traje, porque esse
traje envelhece e será descartado. Eu não sou este corpo. Posso perder um
braço, os dois braços, as duas pernas – e ainda assim serei eu. Podem remover
meus rins, até mesmo meu coração – e eu continuarei sendo eu. Eu não sou este
corpo. Tampouco sou a mente, pois a mente está sempre mudando. Eu sou algo que
está além da mente, além da memória, além da inteligência, além de Buddhi. Eu
sou aquilo que permanece sempre: o Espírito. Esse Eu Superior – esse é o “Mim”.
Se eu pudesse ver o "Mim" em cada um de vocês, eu veria Deus, porque
Deus está dentro de vocês. Deus, como diz São Paulo: “Deus está em vós”. “Vós
sois templos vivos do Espírito Santo”, ou seja, do Espírito de Deus. É isso que
se deve compreender.
Portanto, “Entrega-te a Mim” não significa render-se a Sri
Krishna como a personalidade de Deus. Sri Krishna é um Avatara, um
representante de Bhagavan Narayana, um Enviado, assim como Jesus disse ser um
Enviado. “O Pai que Me enviou”, disse Jesus ao realizar um milagre. Ele sempre
se referia ao Pai, mas nunca Jesus Cristo – assim como nenhum Mestre – disse:
“Eu sou Deus”. Nenhum.
Em nenhuma parte do Bhagavad Gita se lê: “Eu sou Deus”. O
que se diz é que Ele é Filho de Deus. E nós? Somos ou não somos Filhos de Deus?
Somos Filhos de Deus. E como somos Filhos de Deus? À Sua imagem e semelhança.
Mas não a imagem do corpo, pois o corpo não é a imagem de Deus nem a Sua
semelhança. O corpo não é o Filho de Deus, o corpo é o filho do homem.
O Filho de Deus é o Espírito, e este sim é à Sua imagem e
semelhança. Nosso Espírito não tem princípio, assim como Deus, e jamais terá
fim, assim como Deus. Ele possui todos os poderes divinos, mas em potência. E
são esses poderes que os seres humanos desenvolvem cada vez mais à medida que
se aperfeiçoam e evoluem as formas. Quanto mais elevada for a forma, mais esse
Espírito de Deus se manifesta.
“Sê Meu devoto” – do Espírito de Deus. “Com a mente voltada
para Mim” – mas não para Ele, o Avatara. “Entrega-te a Mim” – mas como
poderíamos fazer isso hoje, se Ele não está fisicamente presente? Se Ele não
está aqui, como me renderei a uma pessoa? Mas sim posso me render ao que está
aqui: ao Espírito de Deus. Ele está presente aqui.
“Dedicando-Me todos os teus atos” significa que todas as
ações devem ser feitas para a Glória e Honra de Deus. Se é que podemos dizer
assim, pois Deus não precisa de Glória nem de Honra. Mas devemos agir com a
consciência de que estamos diante da Divina Hierarquia, e que todos os nossos
atos são realizados na presença de Deus, na presença do Deus terrestre, na
presença da Hierarquia Espiritual. Portanto, tudo deve ser feito de forma
profunda, verdadeira, constante – jamais por vaidade, orgulho ou desejo de exaltação
pessoal.
Existe uma diferença entre orgulho e vaidade. Não são a
mesma coisa. O orgulho pertence a quem realmente possui aquilo que lhe causa
orgulho. Por exemplo:
• Orgulho de
nacionalidade – alguém sente orgulho de ser francês, ou de qualquer outra
nacionalidade, como se isso fosse um mérito. Mas não há mérito algum nisso,
pois ninguém escolheu onde nascer. Poderia ter nascido como africano, alacalufe
ou em qualquer outro povo, em qualquer outra parte do mundo.
• Orgulho de
família – por ter uma família educada, honrada, inteligente ou bondosa.
• Orgulho de
riqueza – por possuir mais dinheiro do que os outros. "Tenho milhões e
você nada tem."
• Orgulho de
beleza – algumas mulheres, achando que têm mãos bonitas, deixam as unhas
longas, pintadas de vermelho, e sentem orgulho disso. Quanto mais longos os
dedos e as unhas vermelhas, mais fazem questão de exibi-los. Algumas pintam de
dourado, outras de prateado.
Mas há orgulhos ainda piores. O pior de todos é o orgulho da
santidade. "Eu sou puro. Você é impuro." "Você é pecador. Eu sou
um santo." Vejam que orgulho! E quantas pessoas carregam esse orgulho
dentro de si! Elas olham os outros com desprezo, simplesmente porque os
consideram pecadores. Vejam que Jesus nunca teve esse orgulho. Ele defendeu as
adúlteras e as visitava, assim como visitava Maria Madalena. O Orgulho de
Santidade é o pior de todos. Todos esses tipos de orgulho surgem quando há um
motivo para senti-los.
Mas o que é a vaidade? A vaidade acontece quando a pessoa
não tem motivo para ser orgulhosa, então ela se torna vazia. Não há substância
dentro dela. Por exemplo:
• Há aqueles
que se fazem de ricos sem ter um centavo no bolso. Vivem de aparências,
fingindo ser algo que não são.
• Hoje em
dia, vê-se jovens cabeludos sem dinheiro algum, mas que se comportam como galãs
de cinema. E assim, iludem pobres moças que acabam enganadas e abandonadas.
Isso é vaidade – e é por meio dessa vaidade que enganam os outros.
• Outros se
passam por honestos e falam mal dos ladrões: "Oh, esses ladrões! Eu nunca
roubaria nem um alfinete!" – mas na realidade estão roubando milhões.
Criam empresas fraudulentas, que vivem explorando os outros e roubam metade do
mundo, mas ainda assim se dizem honrados.
Isso é vaidade: aparentar o que não se é. Essa é a diferença
entre orgulho e vaidade. Por isso, devemos agir sem orgulho e sem vaidade. Sem
desejar que o mundo nos elogie. Sem esperar reconhecimento. Sem tentar parecer
o que não somos. Algumas seitas se fazem de santas. Raspam a cabeça, deixam um
rabo de cavalo, vestem um manto amarelo e, orgulhosamente, caminham descalços
pelas ruas se exibindo como santos. Mas um verdadeiro santo, um verdadeiro
Mestre, nunca se mostra em público. Jamais. Os Mestres se manifestam em seus
discípulos – em particular, com humildade, com dignidade, como um Buda.
Agora, por que alguém deveria se vestir com roupas indianas
para sair na rua? Para quê? Para chamar a atenção? Para que as pessoas olhem e
digam: "Vejam, ali vai um Yogi, que santo!"? Isso é orgulho e
vaidade. Não somos santos. Não sou nada. Para que aparentar? Ou então, fingir
ser santo para negociar? Vestir uma roupa sacerdotal para vender um livrinho e
dizer: "Veja, esta Sociedade ama a Deus, venha fazer parte disto" –
enquanto se veste como um monge budista apenas para aparentar. Os membros do
Suddha Dharma Mandalam podem usar suas vestes religiosas, da mesma forma que um
sacerdote católico usa sua casula ao celebrar a Missa – e depois a tira. Hoje
em dia, até os padres andam sem batina pelas ruas, vestidos como qualquer outra
pessoa. É difícil até reconhecer um sacerdote agora.
O Suddha Dharma Mandalam é assim: humildade verdadeira. Sem
orgulho.
Sem vaidade. Sem vestir trajes para negociar. Sem usar
roupas especiais para vender livros ou perfumes. O essencial é que devemos
estar internamente vestidos com humildade. A humildade de quem entrega tudo o
que faz para Ele – para Deus, para a Hierarquia, para o bem do mundo. E sem
chamar a atenção.
Capítulo 23 – “Bhakti Dharma Gita”, diz "Sê Meu
devoto"
DEVO vem de DEVA, que significa DEUS. Devoto quer dizer com
amor a Deus.
Devoção significa amor pela Divindade, derivado da palavra
DEVA, do sânscrito. "Sê Meu devoto", ou seja, ama-Me – mas ama o
Espírito, a Essência Divina. "Com a mente dirigida a Mim", sem pensar
em mais nada, sem buscar elogios por uma falsa santidade, sem querer ser visto.
"Com a mente dirigida a Mim", "Rende-te a Mim", isto é, a
entrega total ao Espírito de Deus. "Seja feita a Tua Vontade, assim na
Terra como no Céu." "Rende-te a Mim, dedicando-Me todos os teus
atos." TODOS. Não apenas um, mas todos. Se eu como, se eu me alimento –
para quê? Para manter meu corpo saudável e poder servir melhor a Deus por mais
tempo. Cuido do meu corpo. Se vocês querem abençoar sua comida, façam isso
mentalmente, sem gestos visíveis. Se desejam realizar seus atos religiosos,
façam-no privadamente, no local adequado. Tampouco se recomendam imagens e
santos em salas de estar. Os salões são lugares para encontros sociais, para
tomar uma taça de vinho, uísque ou champanhe – não para ter ali uma imagem de
Cristo ou da Virgem. As coisas sagradas devem estar em um local sagrado. Não
onde as pessoas costumam se reunir para conversar, criticar ou expressar afeto.
E não coloquem um Sagrado Coração de Jesus, uma Virgem ou qualquer imagem na
porta de casa como um amuleto de proteção. As imagens não protegem a casa. Se o
coração e a mente forem puros, os anjos cuidarão do lar. Não há necessidade de
imagens para isso. Muitos comerciantes colocam imagens de Cristo ou de santos
em seus negócios apenas para disfarçar suas más práticas. Os membros do Suddha
Dharma Mandalam jamais devem fazer tais demonstrações externas. Mantenham sua
pureza privadamente, sem orgulho, dentro do coração. Ninguém precisa saber que
você é santo. Ninguém precisa saber que você é um Yogi. Ninguém precisa saber
que você pertence ao Suddha Dharma Mandalam. Isso não precisa ser anunciado.
Na Índia, grandes Mestres passam por nós todos os dias, sem
serem reconhecidos. Jesus caminhava pelas ruas de Jerusalém e o que as pessoas
diziam? "Ah! Lá vai o filho do carpinteiro José." Não o reconheciam
como Cristo. Essa é a verdadeira humildade. Se Ele vestia um traje essênio, era
porque nasceu em uma família essênia e fazia parte dessa tradição.
O caminho do Suddha Dharma Mandalam é muito difícil. É
preciso estar sempre rejeitando o orgulho, a ilusão de pureza, o desejo de
santidade, o apego ao dinheiro, à família e a tantas outras coisas que
interferem no Caminho. Quanto mais humilde a pessoa é, melhor Deus a vê. E
quanto mais alguém quer aparentar algo, é porque não é nada. Não há motivo para
sair por aí levando um cartaz de santidade.
"Sê Meu devoto, ama-Me com a mente dirigida a
Mim", ao Supremo Espírito. "Rende-te a Mim", ao Supremo
Espírito, e "dedica-Me todos os teus atos"; compreendendo que tudo o
que fazemos, tudo o que realizamos, deve ser por amor a Deus, pelo progresso do
Espírito Divino e da Lei Divina na Terra. "Com esse proceder, deves estar
absolutamente certo de que Me alcançarás."
Se alguém considera Deus apenas como uma personalidade, está
equivocado. Não se trata de alcançar uma figura pessoal, mas sim a Realização
Divina do Espírito.
"Que Me alcançarás, eu te asseguro, amado Meu."
Que esperança maravilhosa para o devoto! Nunca antes se havia falado tão
claramente sobre essa entrega, sobre essa dedicação dos atos, pois é algo
difícil de compreender. Devemos sempre agir assim: que nossa meditação diária
seja dedicada à Glória de Deus, para Ele, para Seu prazer supremo. E se Ele
quiser, que nos conceda os benefícios que merecemos pelos bons atos que
tivermos realizado.
Há um Mantra na Índia que resume tudo isso em poucas
palavras: "Naham Kartha, Naham Karayitha, OM." Nada eu faço, nada
faço fazer, OM. Deus faz tudo.
No versículo 13, página 153, está escrito: "Controlando
todas as portas dos sentidos, repousa a mente emocional no coração." É
essencial compreender isso profundamente. Essas palavras carregam a mesma ideia
da mensagem que o Avatara Jesus de Nazaré transmitiu sobre entrar no Reino dos
Céus. Pois não basta dizer às pessoas: "Buscai primeiro o Reino dos Céus,
e tudo o mais vos será acrescentado." Não é suficiente apenas repetir
isso, pois é necessário saber como entrar no Reino dos Céus. Que meios devemos
usar? O que devemos fazer para alcançar essa grandeza? É possível, mesmo
vivendo neste mundo terrestre, entrar no Reino dos Céus? E não apenas em um
plano celestial, mas em vários, cada vez mais elevados, mais sutis, mais
gloriosos. Por exemplo, São Paulo disse: "Fui arrebatado até o sétimo
céu." E São Dionísio, o Aeropagita, ao elevar-se até o sétimo céu, fez a
classificação angélica: Nos primeiros planos sutis, ele reconhece os Anjos. Num
plano mais elevado, os Arcanjos. E ainda mais alto, os Querubins, Serafins,
Tronos e Potestades. Cada um desses planos abriga Seres de imensa grandeza, e
muitos Grandes Iniciados do passado já alcançaram tais esferas. E se um único
ser já houvesse atingido essa Meta Divina... Bastaria que um apenas a tivesse
alcançado, para que outros também pudessem fazê-lo.
O essencial é saber como fazê-lo. "Buscai o Reino dos
Céus, e tudo o mais vos será acrescentado." Mas como? Jesus de Nazaré
ensinou: "Entra em teu aposento..." E o que é esse aposento? O
aposento de cada um de nós é onde habita o nosso VERDADEIRO SER. Todos estamos
hospedados em nossos corpos, mas o verdadeiro Ser é o Espírito. Na Índia,
chamam esse Ser de ATMAN ou PURUSHA. Este é o Ser Verdadeiro. Chamamo-lo de
Verdadeiro, pois nosso corpo tem uma verdade passageira: envelhece, adoece,
morre e se desintegra. Essa é a verdade passageira do nosso corpo. Mas a
VERDADE VERDADEIRA é ETERNA. Ela jamais se desintegra, pois é o nosso Espírito.
Esse Ser, que é a Verdade Suprema, habita dentro do nosso Aposento, dentro
deste corpo transitório. Ele está no Centro do Éter do Coração.
"Entrai em vosso aposento..." Mas como entrar?
"Fechai as portas e janelas..." Isto significa que devemos fechar os
olhos e nos desprender de tudo o que nos prende ao mundo externo. Não olhar,
não ver, não ouvir, não escutar nada. Precisamos esquecer todas as preocupações
do mundo, fechar todas as portas e janelas dos cinco sentidos. Essas são as
portas, essas são as janelas. Precisamos fechá-las, precisamos apagá-las.
"Fechai as portas e janelas e em SILÊNCIO." Isso
tem um significado profundo. É preciso fazer o SILÊNCIO INTERNO. Uma vez
fechadas as portas e janelas, fechados os olhos e esquecidas as distrações
externas, devemos silenciar dentro da nossa mente. Nada de orações, nada de
pedidos. Pois se continuamos a falar internamente, já não há silêncio. Devemos
fazer o que nos ensina "Luz no Caminho": "Ouvi a Voz do
Silêncio." O verdadeiro silêncio não é apenas físico, mas interno. Muitas
vezes, estamos aparentemente quietos, imóveis, parecendo estar em profundo
êxtase..., mas, na realidade, estamos presos a uma intensa discussão interior.
A mente está agitada, falando sozinha, argumentando sem parar. Precisamos
silenciá-la.
"Entrai em vosso aposento e, em silêncio, adorai o
Vosso Pai." O Pai é a Raiz da Vida, a Origem de Tudo, a Raiz do nosso Ser.
Ele não é um ser distante, nem um Deus fora do mundo. É preciso adorar o Pai
que está nos Céus. Mas esses "Céus" não estão acima, nem abaixo, nem
ao redor. Os Céus estão no SUTIL, na essência de toda vida.
É necessário fechar os olhos e ADORAR. Mas o que significa
adorar? Adorar é amar sem esperar nada em troca. Não é o amor humano que deseja
ser correspondido. Não! É irradiar amor como uma chama irradia calor e luz, sem
escolher quem recebe. A chama não pensa em quem aquecerá. Ela simplesmente
aquece e ilumina a todos. Adore ao Senhor, entregando-se com absoluto amor, com
o mais puro amor divino à vontade do Senhor.
Mas onde devemos nos entregar? Não no exterior, mas no mais
profundo do Ser. Por quê? Porque o Espírito de Deus, a Consciência Divina, a
Vida Consciente e Poderosa que nos sustenta e sustenta todo o Universo, está
dentro de nós. Nós somos, como já expliquei antes, como um televisor—e muito
mais que isso. Fora da TV, estão todas as vibrações invisíveis das ondas
sonoras, da música, das imagens, das palavras..., mas essas imagens e sons só
podem ser vistos e ouvidos DENTRO do televisor. O Espírito de Deus, com todos
os Seus poderes, está do lado de fora, mas é encontrado dentro de nós.
Quando o Ser aprende a ajustar o dial do coração para
sintonizar a onda Divina dentro de si, ele encontra a Glória, a Sabedoria e o
Poder. Todas as bênçãos e toda a Glória de Deus estão dentro de nós. Por isso,
podemos compreender as palavras de São Paulo: "O que eu buscava fora de
mim, encontrei dentro de mim." E todos os Místicos dizem o mesmo. Por
isso, o Senhor ensinou a voltar-se para dentro, a fazer uma COMUNHÃO INTERIOR
com o próprio Espírito. Essas palavras do Senhor Jesus...
Esse Avatara—Avatara significa "aquele que desce",
"aquele que veio ao mundo". O Enviado. Há muitos tipos de Avatara.
Jesus é um desses aspectos avatáricos. Jesus ensina, portanto, a buscar o Atman
dentro de si mesmo, a alcançar a UNIÃO DIVINA. E, uma vez que se entra no Reino
dos Céus, adquirem-se todos os Poderes, todas as Qualidades Divinas. Não de uma
só vez—jamais! O crescimento acontece gradualmente. Assim como a semente brota,
mas não instantaneamente, primeiro nasce o broto, depois a flor, e por fim o
fruto. Tudo se desenvolve passo a passo. A União com o Espírito de Deus cresce
assim, pouco a pouco. E o devoto, ao longo desse caminho, começa a colher as
flores e os frutos das Bênçãos Divinas.
No versículo 8, o livro diz: "O aspirante que se
regozija no Atman..." Regozijar-se significa alegrar-se profundamente. O
aspirante se alegra quando há essa comunhão espiritual. Quem sente alegria,
reflete isso em seu rosto. Quem sente tristeza, também a expressa. Assim,
"O aspirante que se regozija no Atman" deve buscar essa alegria com
todo o seu coração. Com felicidade profunda. Mergulhando como uma estrela que
cai suavemente no fundo do coração. Sem pressa, respirando com Amor e com
Glória. Pensando: "Eu me regozijo no meu Atman. Eu repouso no meu
Atman." E onde está a dificuldade nisso? Acostumar-se! Mil vezes
acostumar-se! Acostumar-se a estar em paz, a repousar, a descansar o corpo, a
mente e a alma no profundo silêncio da Glória. E por quanto tempo? O máximo
possível! Se possível, por muitas horas. Descansar gozando essa paz. "Que
repousa no Atman..." Iluminado pela Luz Interna do Atman. Eu repouso e
imagino que dentro do meu coração há a lâmpada maravilhosa de Aladim, oculta no
porão escuro do meu corpo. Mas essa lâmpada maravilhosa brilha e ilumina. E eu
repouso, imaginando-me um Sol radiante de Glória e Amor. Repouso no Atman,
iluminado pela Luz Interna do Atman. "Esse é um Yogui." Ou seja,
alguém que trilha o Caminho da União Divina. "Sendo Ele de natureza
transcendental..." Pois o Espírito é de natureza transcendental. "...
Ele obtém o êxtase Bráhmico." Ou seja, o Êxtase Divino, a Suprema
Felicidade, a Glória Suprema que um ser humano pode alcançar.
"O ÊXTASE! O SAMADHI ESPIRITUAL!"
No versículo 9 lê-se o seguinte: “De tal modo o Yogui”,
aquele que está nesse caminho de união, o do Yogui, “Sempre aspirando o
Atman...”Já conhecemos as palavras ASPIRANTE e ASPIRAR — trata-se de um desejo
de alcançar. Não é como um aspirante que deseja ir bem em uma prova. Não, é
algo interno, com grande poder e força. Querer realmente alcançar a União com o
Espírito Divino — isso é o que significa “Aspirar”.
“De tal modo o Yogui, sempre aspirando o Atman, com a mente
disciplinada, alcança em Mim a paz Brâmica”, a paz Divina. Esse “Mim” é o nosso
Eu superior, é a Raiz de Deus, a Força de Deus, a Sabedoria, todas as
qualidades Divinas de Deus manifestando-se em Mim, dentro do meu espírito.
Nunca se deve confundir esse “Mim” com a personalidade de
Jesus, nem com a personalidade de Krishna, nem com a de qualquer outro Grande
Ser. É algo muito mais elevado — é a raiz de Buda, a raiz de Krishna, a raiz de
Cristo, a raiz de todos os seres. Esse é o “Mim” que está dentro de Mim — minha
raiz da Vida. No versículo se diz: “O êxtase supremo advém ao Yogui cuja mente
permanece plena de paz, cujas paixões estão dominadas”.
Ao fazer a prática, é preciso esquecer todas as
preocupações, todas as paixões, tudo aquilo que está nos afligindo e que nossa
mente tenta resolver — é preciso deixar isso de lado. No momento da meditação:
“Cujas paixões estão dominadas e está livre das fraquezas — Ele, assim, se
assemelha à natureza Brâhmica”.
Isso é muito importante: sempre se deve observar em que
momento se deve aplicar determinado remédio. Pois não se pode aplicar de forma
impensada e aleatória. É preciso ver quando, como e em que estado se deve
aplicá-lo. Muitas das instruções dos Mestres trouxeram confusão, pois foram mal
compreendidas e mal aplicadas. Quando se diz na meditação: “Esqueçamos todas as
preocupações mundanas”, é neste momento que se deve esquecer — não durante as
tarefas da vida cotidiana.
Jesus disse: “Quem quiser seguir-me, abandone seu pai e sua
mãe e siga-me”.
Mas isso foi tão mal interpretado: como se, para trilhar o
caminho espiritual, fosse necessário abandonar o pai, abandonar a mãe. Jesus
sempre foi respeitoso com seus pais, sempre. E “Honrar pai e mãe” é um
mandamento Divino. E se temos a obrigação de ajudar e servir a todos os seres,
com muito mais razão devemos fazê-lo com nosso pai e nossa mãe, em todas as
circunstâncias. Portanto, esse “abandonar pai e mãe” significa que devemos
venerá-los, amá-los. Se abandonamos nossos pais, estamos cometendo uma grave
falha. Temos de ajudar sempre todos os seres. Mas, no momento da meditação,
então sim, devemos abandoná-los a todos — e a nós mesmos. Devemos nos abandonar
e nos entregar TOTALMENTE, sem pedir nada, apenas com aquela atitude Divina:
“Seja feita a Tua Vontade, assim na Terra como no Céu”.
E essa palavra expressa a atitude de um Avatara — com muito
mais razão devemos nós adotá-la. Quando o Senhor Jesus se rendeu à Vontade do
Pai. No Monte das Oliveiras, quando Jesus teve a visão de todo o seu Calvário,
e o Mestre, o Anjo, apresenta diante dele essa visão e lhe pergunta: “Queres tu
beberes este Cálice de amargura?” Jesus respondeu: “Faça-se a Tua Vontade, e
não a minha”. Ele se rendeu.
Assim também devemos nos render, em toda circunstância — no
ganho e na perda, na alegria e na dor. Devemos sempre nos render à Vontade
Divina de Deus. E rendidos nessa profunda e Divina Vontade, silenciamos todo o
nosso ser, esquecendo pai, mãe e todas as dificuldades da vida — e ADORAMOS A
DEUS no profundo silêncio do nosso Atman, do nosso “Mim” mais íntimo, mais
profundo.
*Tradução feita a partir do texto original em espanhol por
Kalamata Dasika (Marina Elisa), Servidora no Ashram Sarva Mangalam de São
Paulo.
NT: como não havia título no texto original, o título que
aqui aparece foi dado pela tradutora.
Sri Vájera Yogui Dasa
No busques a Dios lejos para reposar la mente, ubíquenlo más
cerca, llenos de paz, con tranquilidad, con profunda calma, inmutable.
Según los Maestros tenemos que llegar a ser como una roca en
medio del mar, que en una noche de tempestad, enormes y turbulentas olas chocan
y truenan contra la roca, y ésta permanece inmóvil y no se cambia de su sitio.
Así tiene que ser la mente del que medita; inmutable y serena. Así en profunda
meditación con el Espíritu de Dios en una comunión espiritual perfecta.
La palabra “reposa”, debe interpretarse como quietud
perfecta, y las palabras “sólo en Mí”, son para indicar que la mente no debe
estar como un remolino, pensando en otras cosas. La mente debe ser como una
flecha, que se clava en la idea escogida, sin moverla ni un solo instante; y
cuando las dudas se disipan, entonces, se ve la Luz, se llega a la sabiduría
oculta y el Gran Misterio se aclara. Se conoce la Sabiduría Divina.
“Pero si aún no eres capaz de reposar tu mente y tu
inteligencia firmemente en Mí, entonces, ¡Oh Dhanyaya! Trata de llegar a Mí,
por el “Abhyasa Yoga” quiere decir, hacer los actos, cumplir los deberes, sin
mirar el fruto, es decir, sin mirar si nuestros actos nos van a traer dolor o
felicidad. Debemos cumplir con nuestro deber, así nos traiga dolor o felicidad.
Por ejemplo, si a un padre se le enferma un hijo, y hay un
temporal demasiado violento, ese padre no debe mirar el sufrimiento que le va a
causar la inclemencia del tiempo, sino que, debe cumplir con su deber buscando
las medicinas para el hijo enfermo.
Eso es lo que hay que mirar; tener la satisfacción del deber
cumplido, sin esperar reconocimiento o gratitud.
El Bhagavad Gita enseña en muchos versículos que nuestros
actos deben ser ejecutados con dedicación Divina para que tengan gran éxito y
librarnos de todo Karma inferior.
Así por ejemplo en la página 144 Capítulo 23 y en otros
versículos más dice: “El Divino Señor”... Bhakti Dharma Gita, es decir, Bhakti
= Devoción y Dharma, costumbre o ley.- “Canto sobre la Ley o la Costumbre
Religiosa”
En el versículo 24 dice lo siguiente: “Sé mi devoto, con la
mente dirigida a Mí y dedícame todos los actos”. “Con este proceder, tú debes
estar absolutamente cierto de que me alcanzarás, te lo aseguro amado mío”.
Al decir aquí “Sé mi devoto”, el Señor no se está
refiriendo, nunca se refiere, a su personalidad, a la persona humana del
Maestro. No, siempre estos grandes Maestros, cuando hablan de Mí, se refieren a
Dios en ellos. A la raíz de la vida en ellos mismos, o sea, se están refiriendo
al Espíritu de Dios, porque la raíz de un Jerarca, de un Avatara, de un
Maestro, la vida de ellos es la misma vida de Dios que tenemos nosotros. No hay
dos vidas, hay una sola en el Universo. La misma vida de una hierba es la misma
vida nuestra. Dios, Él está dando la vida, no hay sabiduría ni poder que le de
vida a una hierba fuera del Espíritu de Dios. Es Dios quien dá la vida.
Cuando Jesucristo decía “El que me ve a Mí, ve a mi Padre”.
Esto es muy claro, los orientales siempre hablan así. De Mí. El que me ve a Mí,
el que ve mi esencia de la vida, ve a Dios, porque Dios es la esencia de la
vida. No quiere decir que él lo vea a Él. Así como uno de los Apóstoles,
Nicodemo , le dijo a Jesús “¿ Y cómo Señor?, nosotros te estamos viendo a Ti y
no vemos al Padre”
Jesús vio que todavía Nicodemo estaba “verde”, que no podía
comprender la grandeza de sus palabras y entonces guardó silencio.
Pero ha llegado el tiempo en que la Humanidad ha crecido en
su inteligencia y entonces es más comprensible saber que hay éter que está
traspasando todo el Universo, que hay un alma que dirige todo el Universo, y es
esa alma la que le dá vida a todos los seres.
Si aquí viniera un Maestro que pudiera ver la raíz de la
vida de ustedes, él vería a Dios en ustedes. “El que me ve a Mí, ve a mi
Padre”.
También dijo Jesús: “El que me ama a Mí, ama a mi Padre”,
pero no se refería a su persona, porque los Maestros no son personalistas. No
son, no tienen la locura de que s les ame a ellos como personas, sino que se
ame a Dios a través de ellos y a través de todos los seres, y a través de todo
el Universo, porque Dios está en todas partes.
Si nosotros pudiésemos ver la esencia, la raíz que está en
un peñasco, en una piedra bruta, veríamos que la raíz, la esencia en esa
piedra, ahí está Él. Dios esta en todas partes. El Espíritu Divino está en la
piedra, está en el animal, está en el ave, está en el pez, está en nosotros,
está en los Angeles, está en todos los Dioses, El Supremo Dios.
Así también Sri Krishna habla de Mí, “Con su mente dirigida
a Mí”, a la esencia del Ser espiritual. De esta forma, verían la mala
comprensión de este Mí, que conduce la mala comprensión de los Libros Sagrados.
Hay una sociedad Filosófica en París, dirigida por una
persona que se hace llamar el Gran Sabio y Gran Filósofo, puede serlo, pero en
materia religiosa ha cometido errores de apreciación sobre estas cosas.
La Filosofía Religiosa es una Ontología, es algo superior y
no es para cualquier ser. Este Director se llama Viné Sanglais, escribió un
libro que se titula “La Locura de Jesús”. En ese libro trata a Jesús como un
megalómano. Un megalómano es aquel que tiene locura de creerse una gran cosa
sin serlo, de que todo el mundo se incline delante de él, de que todo el mundo
respete su palabra, son los sabihondos; y cita a Jesús de megalómano porque
dice “ El que me ve a Mí, ve a mi Padre” ¡Ah, se titulo de Dios!. Y cuando dijo
“Dejad a los niños que vengan a Mí”. Los niños son el público ignorante y
todavía pequeño. Nosotros para un Maestro somos los niños. “El que me ama a Mí,
ama a mi padre”, ¿Hay que amarlo a Él, a la persona?. Falso. Esto no, jamás,
todos los orientales hablan de Mí como el Yo Superior y más todavía, como la
esencia del Yo Superior. Porque para un Maestro Divino, yo no soy un traje,
este traje no es la persona porque lo vamos a sacar, se pone viejo, yo no soy
el traje. Yo no soy este cuerpo, a mí me pueden cortar un brazo, los dos
brazos, las dos piernas y sigo siendo yo. Me pueden sacar los riñones, me
pueden sacar hasta el corazón y sigo siendo yo. Yo no soy este cuerpo, tampoco
soy la mente, la mente esta cambiando. Yo soy algo que está más al fondo de la
mente, más adentro de la memoria, más allá de la inteligencia, de Bhudi, yo soy
más allá, aquello que permanece siempre, el Espíritu. Ese Yo Superior, ése es
el Mí.
Si yo pudiera ver el Mí de cada uno de ustedes, yo vería a
Dios, porque Dios está dentro de ustedes.
Dios, como dice San Pablo, “Dios está en vosotros”.
“Vosotros” dice San Pablo, “Sois templos vivos del Espíritu Santo”, es decir,
del Espíritu de Dios. Eso es lo que hay que comprender en esto.
Entonces, “Ríndete a Mí” no es rendirse a Sri Krishna, como
la personalidad de Dios. Sri Krishna es un Avatara, un representante de
Bhagavan Narayana, un Enviado, como dijo Jesús, siendo El también un Avatara.
“El Padre que me envió”, cuando hizo Jesús algún milagro. Siempre se está
refiriendo al Padre, pero nunca Jesucristo, ni ningún Maestro ha dicho “Yo soy
Dios”. Ninguno. En ninguna palabra del “Gita”
dice “Yo soy Dios”, no. Sí que dice, que es el Hijo de Dios.
¿Y nosotros somos o no somos Hijos de Dios?. Somos Hijos de
Dios. ¿Y cómo somos Hijos de Dios? A su imagen y semejanza; pero no el cuerpo,
el cuerpo no es la imagen de Dios ni su semejanza. Porque este no es el Hijo de
Dios, el cuerpo es el hijo del hombre.
El Hijo de Dios es el Espíritu y es a su imagen y semejanza.
No tiene principio el espíritu nuestro, igual que Dios y jamás tiene fin, igual
que Dios. Posee todos los poderes divinos, pero en potencia y esos son los que
están desarrollando los seres humanos cada vez más alto, a medida que se
perfeccionan o que evolucionan las formas, mientras mejor es la forma, más se
va manifestando ese Espíritu de Dios.
“Sé mi devoto”, al Espíritu de Dios. “Con la Mente dirigida
a Mí”, no a Él, el Avatara. “Ríndete a Mí”, si esto lo dijéramos ahora
nosotros, como lo podríamos hacer, cuando El no está aquí. No está, así que
como me voy a rendir a una persona, si no está, pero si que puedo, a lo que
está, que es el Espíritu de Dios. Él está. Está presente aquí.
“Dedicándome todos tus actos”, es decir, hay que hacer todos
los actos pensando que uno está haciéndolos para Gloria y Honra, si se puede
decir así, porque Él no necesita ni Gloria ni necesita Honra. Pero hay que
hacerlo, pensando que uno está ante la Divina Jerarquía, y uno está haciendo
todos sus actos, siempre, ante la presencia de Dios, ante la presencia del Dios
terrestre, ante la presencia de la Jerarquía Espiritual, y uno hace todos sus
actos ante su Divina Presencia.
Hay que hacerlas en forma profunda, verdadera, constante,
nunca hacer las cosas para honrarse uno, por orgullo de uno, por vanidad de
uno. Hay una diferencia entre orgullo y vanidad, no es lo mismo.
Orgullo es el que realmente posee aquello que le produce
orgullo, procede porque lo tiene. Por ejemplo: Orgullo de nacionalidad. Yo
tengo orgullo de ser Francés. Hay gente que está orgullosa porque es francesa o
de otro país, como si tuviera mérito. Fíjese que no tiene ningún mérito, porque
uno no escogió ser de esa nacionalidad, pudo haber nacido como hotentote,
alacalufe o cualquier otra cosa en otra parte. Uno no escogió, así que no es
mérito ninguno. Orgullo de patria, orgullo de familia: porque mi familia es
educada, porque es honrada, porque es inteligente, porque es buena. Orgullo de
familia. Orgullo de dinero, yo tengo más fortuna que tú, tengo orgullo. Yo
tengo millones, tú no tienes nada. Orgullo de dinero. Orgullo de hermosura. Hay
algunas damas que se creen con manos bonitas, y usan uñas largas pintadas de
rojo y tienen tanto orgullo; mientras más largos se ven los dedos y las uñas
rojas. Pasan moviéndolas, para que todos le vean las uñas. Otras veces se las
pintan doradas y otras veces como plateadas. Orgullo, orgullo de hermosura.
Orgullo de cuanta cosa hay. Pero hay orgullos que tal vez sean los peores de
todos. Es el “Orgullo de Santidad”. Yo soy puro, tu eres impuro. Tú eres
pecador. Yo soy un santo. Miren que orgullo – y cuántas personas hay con ese
orgullo, que miran con desprecio a otro porque es pecador.
Fíjense que Jesús no lo tuvo nunca, defendió a las adúlteras
y las visitaba, como visitaba a María, a Magdalena. Orgullo de Santidad, es el
peor de todos. Todos estos orgullos, cuando se tiene el motivo de serlo. Pero,
¿ Qué es la Vanidad?. Es cuando la persona no tiene el motivo para ser
orgullosos, entonces es vano, no tiene semilla adentro, está vano. Se las dá de
rico y no tiene un peso, anda echando vientos por ahí y no tiene nada. Pero
esos son los ricos. Pero hoy se ven jóvenes melenudos que no tienen un peso en
el bolsillo, pero andan dándoselas de galanes de cine, macanudos y llevan una
pobre niña toda engañada que después la dejan embromada. Eso es vanidad y
mediante esa vanidad engañan a los demás.
Otros se las dan de honrados y no son honrados y hablan ¡Oh
esos ladrones! Yo ni un alfiler robaría, y están robando millones. Están
haciendo de estas sociedades que dan interés y le roban a medio mundo, pero
ellos dicen ¡Ah! Pero tienen honradez. Eso es vanidad, aparentar lo que no se
es.
Esa es la diferencia entre orgullo y vanidad.
Por eso nosotros tenemos que actuar sin orgullo y sin
vanidad. Sin desear que el mundo nos alabe, sin desear que nadie nos agradezca
nada, sin tratar de aparentar nada.
Existen algunas sectas, que se las dan de “Santos”, se rapan
la cabeza, se dejan coleta, se ponen un manto amarillo y orgullosamente van por
las calles de alpargatas o descalzos, haciéndose los santos. Un verdadero
santo, un verdadero Maestro, nunca se demuestra en público, jamás. Los Maestros
se manifiestan en sus discípulos, privadamente, en forma humilde, honrada, como
un BUDHA.
Ahora ¿Porque algunos de nosotros, se ha de vestir para
salir a la calle con un traje hindú? ¿Para qué? ¿Para llamar la atención?. Para
que digan ¡ Miren ahí va un Yogi, que santo! ¿No?
Orgullo y vanidad. No somos santos, ni soy nada, ¿Para qué
vamos a aparentar?. O aparentar para negociar. Con un traje sacerdotal para ir
a vender este librito y así: Mire para esta Sociedad, que nosotros amamos a
Dios, que esto y esto otro. Y vamos vestidos de monje Budista, para aparentar.
Los miembros del Suddha Dharma se pueden poner sus capas
religiosas, tal como lo hace un sacerdote católico, que se pone su casulla al
decir Misa, y después se la saca. Y hoy día hasta sin sotana se les ve en la
calle, como cualquiera. Cuesta mucho reconocer un sacerdote ahora, se visten
como todos los hombres.
El Suddha Dharma Mandalam es así. La humildad sin orgullo,
sin vanidad, sin ponerse trajes para negociar, para vender libros o vender
perfumes.
Lo importante de esto está, en que uno debe hacer todos sus
actos vestido internamente, vestido con la humildad de la entrega de todo lo
que hacemos para Él, para Dios, para la Jerarquía, para el bien del mundo. SIN
LLAMAR LA ATENCIÓN.
El Capítulo 23.- “Bhakti Dharma Gita” que dice “Sé Mi
devoto”
DEVO: quiere decir DEVA, DIOS. Devoto quiere decir con amor
a Dios. Devoción quiere decir, con amor a la Divinidad, viene de la palabra
DEVA, del sánscrito.
“Sé Mi devoto”, es decir ¡Ámame! 8pero al Espíritu, la
esencia Divina). “Con la mente dirigida a Mí”, no pensando en otra cosa, no
pensando que nos alaben como una santidad falsa, que nos están mirando, no.
“Con la mente dirigida a Mí”, “Ríndete a Mí”, es decir la entrega total al
Espíritu de Dios.
“Hágase tu Voluntad, en el cielo y en la tierra”.
“Ríndete a Mí, dedicándome todos los actos”. TODOS. No uno,
todos.
Yo como, yo me alimento, ¿Para qué?. Para tener mi cuerpo
sano y poder más tiempo servir mejor a Dios. Cuido mi cuerpo. Si ustedes tienen
que bendecir su comida, háganlo mentalmente sin signos. Hacer sus cosas
religiosas, PRIVADAMENTE en el sitio que corresponde.
Tampoco se recomienda las imágenes y los santos en los
salones, los salones son para divertirse, para servirse una copa, Whisky o
Champaña, no para tener ahí un Cristo, una Virgen. Las cosas sagradas deben
tener un sitio sagrado. No donde se reúne muchas veces uno a charlar o
criticar, a amarse en el salón. Ni tampoco pongan un Corazón de Jesús, una
Virgen o una imagen en la puerta de la casa. Para que la imagen cuide la casa,
no señor. Si uno tiene su corazón puro y su mente pura, los ángeles cuidan la
casa. No se necesita tener una imagen.
Hay comerciantes profesionales que tienen alguna imagen de
Cristo u otro santo en su local u oficina, generalmente la usan para disimular
los malos manejos de su oficio.
Todas estas demostraciones externas, no las hagan nunca
ustedes, los miembros del Suddha Dharma Mandalam. Sepan llevar su pureza
privadamente, sin orgullo, dentro del corazón. Que nadie sepa que ustedes son
santos, que ustedes son Yoguis, que ustedes son del Suddha Dharma Mandalam. No
necesita nadie saberlo.
En la India pasan al lado de uno, muchos Maestros, uno no
los conoce jamás. Jesús andaba por las calles de Jerusalén, y ¿Qué decía la
gente? ¡Ah! Ahí va el hijo del carpintero José. No sabían, no lo reconocían que
era Cristo. Esta es la humildad. Si Él vestía un traje esenio, es porque Él
nació de familia esenia y era un esenio.
El sendero del Suddha Dharma Mandalam es muy difícil, hay
que estar siempre rechazando el orgullo, la pretensión de la pureza, de la
santidad, del dinero, de la familia, de tanta cosa que interfiere en nuestro
camino. Mientras más humilde es, mejor mira el Señor. Mientras más uno
aparenta, si quiere aparentar algo, es que uno no es nada. No tiene porque
estar en todas partes uno llevando un letrero de santidad.
“Sé mi devoto, ámame con la mente dirigida a Mí”, al Supremo
Espíritu. “Ríndete a Mí”, al Supremo Espíritu, y “dedicándome todos tus actos”;
pensando que todo lo que estamos haciendo, todo lo que uno hace, lo hace por
amor a Dios, para Dios, para el progreso del Espíritu de Dios, de la Ley Divina
en la tierra. “Con este proceder, tú debes estar absolutamente cierto que me
alcanzarás”.
Si uno lo considera como la personalidad d Dios. No, uno
tiene que alcanzar, tiene que alcanzar el logro divino, del espíritu, no de la
persona.
“Que me alcanzaras, te lo aseguro, amado mío”. Que linda
esperanza para el devoto. Nunca antes se había hablado de esto, de la entrega,
de la dedicación de los actos, porque es una cosa difícil de entender. Siempre
debemos hacerlo así, nuestra meditación diaria debe dedicarse a la Gloria de
Dios, para Él, para su propio placer. Si Él quiere, que nos dé los beneficios
que nosotros merecemos por los buenos actos que habremos realizado.
Hay un Mantram en la India que resume todo esto en muy pocas
palabras, dice así:
“Naham Kartha, Naham Karayitha, OM”
Nada yo hago, nada yo hago hacer, OM, Dios lo hace todo.
En el versículo 13 Pag. 153 dice lo siguiente “Controlando
todas las puertas de los sentidos, reposa la mente emocional en el corazón”.
Esto es importantísimo comprenderlo perfectamente bien.
Estas palabras contienen la misma idea que la enseñanza que dio el Avatara
Jesús de Nazaret para entrar al Reino de los Cielos. Porque no basta con
decirle a las personas “Entrad primero al Reino de los Cielos, que todo lo
demás se os dará por añadidura”. No basta decir eso porque es necesario saber
cómo entrar al Reino de los Cielos. Que medios, que tenemos que hacer para
poder conseguir, o lograr esa magnificencia, de que estando vivos en este mundo
terrestre, ¿Podemos entrar al Reino de los Cielos?. No uno de los planos
celestiales, sino que a varios. Cada vez más gloriosos, más sutiles, más
grandiosos. Así por ejemplo: Dijo San Pablo “Yo, alcance hasta el séptimo
cielo”. Y San Dionisio el aeropaguita, elevándose hasta el séptimo cielo hace
la nomenclatura angélica. En los primeros planos sutiles Él considera a los
Angeles, en plano más elevado, los Arcángeles, en otro plano celestial más y
más alto van los Querubines, los Serafines, los Tronos y las Potestades.
En cada plano se van diferenciando estos grandes Seres y a
esto han alcanzado muchos Grandes Iniciados del pasado. Y si uno sólo, hubiese
habido en la vida que hubiese alcanzado esta Meta Divina... basta que uno sólo
hubiera habido, para que otros también puedan hacer lo mismo. Lo único
necesario, es saber como hacerlo. “Entrad al Reino de los Cielos, que todo se
os dará por añadidura”.
¿Cómo? Dijo Jesús de Nazaret: “entrad en vuestro
aposento”... el aposento de cada uno de nosotros, es donde está el VERDADERO
SER. Todos estamos aposentados, estamos viviendo dentro de nuestro cuerpo. El
verdadero Ser, es el espíritu, es el ATMAN que llaman en la India, también le
dan el nombre de PURUSHA. Este es el verdadero Ser. El Ser Verdadero..., se
llama Verdadero, porque nuestro cuerpo tiene una verdad transitoria, dura muy
poco tiempo, se envejece, se enferma, muere y se desintegra.
Esta es la verdad pasajera de nuestro cuerpo, pero la VERDAD
VERDADERA, es ETERNA. No se desintegra jamás, es nuestro espíritu.
Este Ser que es la Verdadera Verdad, está dentro de nuestro
Aposento, de este cuerpo transitorio, está en el Centro del Eter del Corazón.
“Entrad en vuestro aposento”... ¿Cómo vamos a entrar?
“Cerrad las puertas y ventanas”... hay que cerrar los ojos y despreocuparse de
todo lo que hemos estado pendientes de mirar, de ver. Hay que tratar de no oír,
no escuchar nada, hay que tratar de olvidarse de todas las preocupaciones del
mundo. Cerrar todas las puertas y ventanas de los cinco sentidos. Esas son las
puertas, esas son las ventanas, hay que cerrarlas, hay que apagarlas.
“Cerrad las puertas y las ventanas y en SILENCIO”. Esto
tiene mucha importancia. HACER EL SILENCIO INTERNO. Una vez cerradas las
puertas y las ventanas, cerrados los ojos, despreocupados de todas las cosas
externas, nosotros tenemos que hacer el silencio dentro de nuestra mente, nada
de oraciones, nada de peticiones. Porque si uno esta hablando dentro, ya no hay
silencio.
Nosotros tenemos que hacer lo que dice: “Luz en el Sendero”:
“Oíd la voz del Silencio”. Hacer perfecto silencio, no conversar dentro de la
mente.
Muchas veces nosotros estamos muy quietos, inmóviles parece
que estamos en profundo éxtasis.. y estamos en una tremenda discusión interior.
La mente está hablando, discutiendo como una loca dentro de nuestra cabeza. Hay
que silenciarla. “Entrad en vuestro aposento y en silencio, adorad a Nuestro
Padre. El Padre es la raíz de la vida, el origen de todos, la raíz de nuestro
Ser. No es un Ser extraño, no es un Dios fuera del mundo. Tengo que adorar a mi
Padre. A la raíz de mi vida. “Adorar a Vuestro Padre que está en los Cielos”.
Tampoco es un cielo que está arriba, ni que está abajo, ni a los lados. Está en
lo SUTIL, en lo más sutil, en la ESENCIA de toda vida. Uno tiene que cerrar los
ojos y ADORAR.
Adorar significa, Amar SIN ESPERAR retribución. No es el
amor del que ama y espera que el ser amado le corresponda con amor. No, uno
tiene que ADORAR, IRRADIAR amor, porque brota el amor como brota el calor, o la
luz de una llama, sin esperar, sin pensar darle calor a éste o a aquel. Darle
la luz a éste o a otro, sino que dar la luz para todos.
Adora al Señor, entregándose con absoluto amor, con pleno
amor divino a la voluntad el Señor, pero, ¿Dónde? – No entregarse afuera, sino
que adentro, en lo profundo del Ser. ¿Por qué? Porque el Espíritu de Dios, la
Conciencia de Dios, la Vida consciente y Poderosa que está dándonos a nosotros
la vida y a todo el Universo está Adentro.
Nosotros somos, como he explicado otras veces, como un TV, y
mucho más que eso. Fuera de la TV, están todas las vibraciones y las ondas de
los sonidos, de la música, del canto, de las palabras. Están todas las formas
que salen en la TV, pero no se encuentra eso sino, que dentro de la TV.
El Espíritu de Dios con todos sus poderes está afuera, pero
se le encuentra Adentro de uno.
Cuando el Ser sabe mover el dial del corazón para encontrar
la onda Divina Dentro de sí mismo, cuando se encuentra la onda, se encuentra la
Gloria, la Sabiduría, el Poder. Todas las bendiciones y Gloria de Dios, Dentro
de uno. Por eso, ahí pueden ustedes comprender las palabras de San Pablo: “Lo
que yo buscaba fuera de mí, lo encontré dentro de mí”. Y todos los Místicos
dicen lo mismo. Por eso el Señor enseño a entrarse, a hacer una COMUNIÓN
INTERIOR, con su Propio Espíritu.
Estas palabras del Señor Jesús, este Avatara.. AVATARA,
significa el que desciende, el que bajo. El enviado: El enviado que vino. Hay
muchas clases de AVATARA. Jesús es uno de estos aspectos avatáricos.
Jesús enseña pues, a buscar el Atman DENTRO de sí mismo, a
alcanzar la UNIÓN DICINA. Y una vez que se entró al Reino de los Cielos, se
obtienen todos los Poderes, se obtienen todas las cualidades. No de golpe, eso
jamás, todo va progresivamente. Brota la semilla, brota, pero no de golpe, dá
la flor y el fruto. Va poco a poco creciendo, y va desarrollando su árbol, sus
hojas y sus frutos. Así poco a poco va creciendo la Unión con el Espíritu de
Dios. Y el DEVOTO, va adquiriendo las flores y el fruto de las Bendiciones
Divinas.
En el versículo 8 del libro dice: “El aspirante que se
regocija en el Atman”.. Regocijarse, quiere decir, alegrarse, el que se alegra
cuando hay esa comunión espiritual.
Quién tiene alegría se nota en su cara, quien tiene pena se
nota en su rostro. Así, “El aspirante que se regocija en el Atman”... hay que
buscar con alegría, con esa felicidad profunda. Hay que sumergirse como una
estrella que cae al fondo del corazón. Reposando suavemente, sin apuro,
respirando con Amor y con Gloria, pensando: “Yo me regocijo en mi Atman, reposo
en mi Atman”. Y ¿En qué está lo difícil de esto?. ACOSTUMBRARSE, mil veces
acostumbrarse. Ha ser lleno de paz, acostumbrarse a reposar, a reposar el
cuerpo, la mente y el alma, en profundo silencio de Gloria. ¿Cuánto tiempo?.
Ojalá pudiera hacerse muchas horas. Reposar gozando. “Que reposa en el Atman”..
iluminado por la interna luz del Atman. Yo reposo y pienso que dentro de mi
corazón tengo la lámpara maravillosa de Aladino, que está en lo profundo del
sótano oscuro de mi cuerpo, pero la lámpara maravillosa está dando su luz. Y yo
reposo pensando que soy un sol radiante de Gloria y Amor. Reposo en el Atman,
iluminado con la interna luz del Atman.
“Es un Yogui”, es decir, es uno que está yendo a la unión
Divina “Siendo El de trascendente naturaleza”.. el espíritu es de trascendente
naturaleza... “Obtiene el éxtasis Bráhmico”, o sea, el éxtasis Divino, con la
mayor felicidad, la Suprema Gloria que puede alcanzar un ser humano, “EL
EXTASIS, EL SAMADI ESPIRITUAL”
En el versículo 9 se lee lo siguiente: “De tal modo el
Yogui”, el que está en este sendero de unión, del Yogui, “Siempre aspirando el
Atman”.. .. Ya conocemos las palabras ASPIRANTE Y ASPIRAR, es un deseo de
alcanzar. No es un aspirante como el que aspira a salir bien en un examen. No,
es algo interno, con un gran poder y fuerza. Querer realmente alcanzar la Unión
con el Espíritu Divino, eso significa “Aspirar”
“De tal modo el Yogui, siempre aspirando el Atman, con
disciplinada mente, consigue en Mí la paz Bráhmica”, la paz Divina. Ese Mí es
el YO superior de nosotros, es la Raíz de Dios, la Fuerza de Dios, la
Sabiduría, todas las Divinas cualidades de Dios, manifestándose en Mí, dentro
de mi espíritu.
No hay que confundir nunca este Mí con la personalidad de
Jesús, ni con la personalidad de Krishna, ni con la personalidad de ningún Gran
Ser. Es algo mucho más que eso, es la raíz de Buddha, la raíz de Krishna, la
raíz de Cristo, la raíz de todos los seres, ése es el Mí que está dentro de Mí.
Mí raíz de la Vida. En el versículo lo dice: “Supremo éxtasis adviene al Yogui
cuya mente permanece plena de paz, cuyas pasiones están dominadas”.
Al hacer la práctica, hay que olvidar todas las
preocupaciones, todas las pasiones, todo aquello que nos está mortificando para
ser resuelto por nuestra mente, hay que dejarlo. En este momento de la
meditación, “Cuyas pasiones están dominadas, y es libre de debilidades, Él así,
se asemeja a la naturaleza Bráhmica”.
Esto es muy importante; siempre hay que ver en qué momento
hay que aplicar determinado remedio. Pues no se puede aplicar a tontas y a
locas. Hay que ver cuándo, cómo, y en que estado hay que aplicarlo.
Ha traído muchas confusiones muchas de las indicaciones de
los Maestros, han sido mal comprendidas y mal aplicadas.
Cuando uno dice en la meditación, “Olvidémonos de toda
preocupación mundana”, es en este momento en que hay que olvidarse, no durante
el quehacer de la vida.
Jesús dijo: “El que quiera seguirme, abandone a su padre y a
su madre y sígame”.
Pero esto ha sido tan mal interpretado: Qué para ir al
camino espiritual, hay que abandonar al padre, hay que abandonar a la madre.
Jesús siempre fue respetuoso de sus padres, siempre.
Y “Honrar Padre y Madre”, es un mandamiento Divino, y si
nosotros tenemos la obligación de ayudar y servir a todo el mundo, con mayor
razón al Padre y a la Madre, en toda circunstancia. De manera que eso de
abandonar Padre y Madre, significa que debemos Venerar a nuestro Padre y
nuestra Madre, quererlos.
Si nosotros abandonamos a nuestros padres, estamos faltando
gravemente, tenemos que ayudar siempre a todos los seres, pero, en el momento
de la meditación, entonces, tenemos que abandonarlos a todos y a nosotros
mismos también.
Tenemos que abandonarnos y entregarnos TOTALMENTE, sin pedir
nada, sino que en aquella actitud Divina “Hágase Tu Voluntad en el Cielo y en
la Tierra”.
Y esta palabra, es actitud de un Avatara, con cuanto mayor
razón tenemos que hacerla nosotros. Cuando el Señor Jesús se rindió a la
Voluntad el padre. En el Monte de los Olivos, cuando Jesús vio, tuvo la visión
de todo su Calvario, y el Maestro, el Angel, se la presenta ante su vista y le
dice: ¿Quieres tú beber este Cáliz de amargura? Jesús respondió: “Hágase tu
Voluntad y no la mía”. Se rindió.
Así nosotros tenemos que rendirnos, en toda circunstancia,
en la ganancia y en la derrota, en la alegría y en el dolor. Siempre tenemos
que rendirnos a la Divina Voluntad de Dios. Y rendidos en esa profunda y Divina
Voluntad, silenciamos todo nuestro ser, olvidando Padre Madre y todas las
dificultades de la vida ADORAMOS A DIOS en el profundo silencio de nuestro
Atman, de nuestro Mí profundo.